Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Página 2 A história da Psicomotricidade nos conta que, por um largo tempo, tratou o ser humano de forma fragmentada, baseada nos princípios fundamentais do dualismo cartesiano, que consistem em separar o corpo e a alma. Descartes (1999) prediz que o corpo é apenas uma coisa externa que não pensa, e que a alma, não participa de nada daquilo que pertence ao corpo. Posteriormente passou-se a considerá-lo em sua totalidade, isto é, o corpo começa a ser visto como uma unidade que expressa sentimentos e emoções que movem suas ações (FALKENBACH, 2002). Página 3 Negrine (2002) explica que o termo Psicomotricidade originou-se na França, no final do século XIX e no início do século XX. Inicialmente esteve vinculado a estudos de neuropsiquiatria infantil apresentado por Dupré. Os estudos deste neuropsiquiatra abordam a síndrome da debilidade motriz e a síndrome da debilidade mental. Expondo pela primeira vez o que se costumou denominar de Psicomotricidade da criança, verifica-se que, nesta fase, a Psicomotricidade esteve inserida no eixo biomédico. A prática da Psicomotricidade seguia o modelo racionalista e dualista, com ênfase nos aspectos motores do movimento humano. Levin (1995) explica que a prática psicomotora tem seu início com Edouard Guilmain em 1935. Este médico inicia um novo método que chama de Reeducação Psicomotora. Tal método consistia na aplicação de baterias de testes psicomotores para a avaliação do perfil da criança. Estabelece-se, então, um exame psicomotor padrão e um programa de sessões de acordo com as características dos distúrbios motores que o indivíduo apresenta, orientando as modalidades de intervenção do terapeuta. Página 4 Segundo Negrine (2002), a Psicomotricidade de cunho educativo deve estar destinada a crianças em idade pré-escolar, pois nesta faixa etária, pode-se buscar diferentes formas de exteriorização corporal, além de explorar diferentes formas de expressão e de comunicação. Permitindo uma rica vivência simbólica, a ação psicopedagógica pode favorecer uma diversidade de estratégias que visam o avanço da comunicação, da exploração corporal e do vivenciamento simbólico. Página 5 Esquema corporal é a organização das sensações relativas ao próprio corpo que o indivíduo vai interiorizando através dos estímulos que recebe do meio ambiente. Assim vai mapeando o seu corpo e torna-se capaz de identificar e localizar as diferentes partes do corpo, suas posturas e atitudes em relação ao mundo exterior. É a partir do esquema corporal bem formado que o indivíduo adquire noção de “ter”, referente a seu próprio corpo. O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo. noção de “ter”, referente a seu próprio corpo. A tonicidade está integrada a unidade funcional do cérebro, cuja função de alerta e de vigilância assegura as condições genéticas e seletivas sem as quais nenhuma atividade mental pode ser executada, garantem as atitudes, posturas, mímicas, emoções, etc. São manifestações musculares involuntária, permanentes e infinitamente invariáveis, tanto na sua densidade, bem como na sua distribuição ao nível dos diferentes grupos musculares. Suas modulações diversas estão relacionadas aos estado s afetivos e emocionais, conscientes ou inconscientes. O tônus é um componente fundamental da personalidade, qualquer modificação ocorrida em uma parte d o corpo provoca, solidariamente, uma alteração no estado tônico das outras partes. O equilíbrio é a capacidade de manutenção e orientação do corpo e de suas partes em relação ao espaço externo e a ação da gravidade. É obtido por meio de informações visuais, labirínticas, cinéticas e proprioceptivas integradas ao tronco cerebral e cerebelo. Lateralidade é a dominância de um lado do corpo em relação ao nível de eficácia, força e habilidades; enfim é o predomínio motor de um dos lados do corpo, resultante da relação entre as funções dos dois hemisférios cerebrais. Algumas funções e operações se encontram sob a influência esquerda e outras sob a direita. Tal relação envolve estruturas complexas, influenciadas por uma série de fatores e comportamentos como, por exemplo, os canhotos que manipulam objetos feitos para destros. Página 6 A coordenação global é a capacidade para planificar ou levar a efeito atividades pouco habituais, que implicam a realização de uma sequência de ações para atingir um fim ou um resultado. Esta coordenação global e praxia global é o resultado da interação do sistema muscular com os nervos sensitivos (aferentes) e motores (eferentes). Enfim, são as utilizações coesas, econômicas e harmoniosas do corpo no espaço. Página 7 Através do jogo que é um meio de desenvolver aspectos cognitivos e psicomotores, a criança, adolescente aprende a explorar o corpo com movimentos de forma lúdica, se divertindo e desenvolvendo diversos elementos que compõem a psicomotricidade, é uma disciplina que estuda a ligação do corpo, a vivência corporal, o campo semiótico das palavras e a comunicação dos objetos e o meio para realizar-se uma atividade. A psicomotricidade tem como objetivo maior fazer do indivíduo, um ser de comunicação, criação e operativo. Página 8 O andar, correr, saltar, provêm das influências sociais, são movimentos construídos em função de necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas, esses movimentos introduzem-se aos comportamentos, formando assim uma cultura corporal de movimento, decorrente disso diferentes manifestações dessa linguagem foram surgindo (dança, jogos, brincadeiras) nas quais se utiliza gestos, posturas e expressões corporais. A brincadeira é uma necessidade para a criança, que favorece a passagem do período sensório-motor ao lógico concreto. Por meio da brincadeira a criança começa d e forma gradativa a operar mentalmente, formando categorias conceituais e relações lógicas, a partir dos símbolos e representações individuais. (BARRETO, 20 00). Página 9 Segundo Andrade (2013), a psicomotricidade preventiva constitui um importante instrumento de intervenção prática dos educadores, em oferecer respostas perante as necessidades do corpo para uma educação específica, sendo a responsável por garantir resultados satisfatórios na busca pela prevenção de problemas futuros no indivíduo e em seu processo de ensino-aprendizagem. Página 10 Na Educação Infantil começamos a exploração intensa do mundo, das sensações, das emoções, ampliando estas vivências como movimentos mais elaborados. A linguagem corporal começa então, a ser substituída pela fala e pelo desenho, no entanto, é essencial que continue sendo explorada. O trabalho com movimentos e ritmos, de grande relevância para a organização das descobertas feitas, torna-se mais sofisticado. Nesta etapa, a atenção é voltada para o desenvolvimento do equilíbrio e de uma harmonia nos movimentos. Página 11 No estudo da relaçãohumana trata -se de uma ciência nova, a qual tem o homem como seu objeto de estudo através do seu corpo em movimento engloba outras áreas educacionais, pedagógicas e saúde. Ela busca conhecimento também em outras ciências como: sociologia, adquirindo conhecimento em como ocorre à socialização das crianças, na biologia compreendendo o processo de maturação dos músculos e obtenção de novos movimentos corporais e na psicologia integra, unifica o movimento do corpo entre o pensamento, pois para a realização do movimento depende do pensamento que o produziu Página 12 O principal objetivo da educação psicomotora é ajudar a criança chegar uma imagem do corpo operatório, possibilitando que se desenvolva da melhor maneira possível aproveitando todos os seus recursos preparando-a para a nova etapa do desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. Como argumenta Le Boulch (1984), [...] “a educação psicomotora atingirá seus objetivos quando trabalhada na escola, nas séries iniciais, pois é nessa fase que a criança passa a conhecer a si, seu corpo, suas vontades, constrói sua personalidade, definindo conceitos, pensamentos, ideias, crenças, enfim, torna-se um ser consciente.”[...] FICHAMENTO: PSICOMOTRICIDADE: DA PRÁTICA FUNCIONAL À VIVENCIADA DEBORA MELLO MATHEUS ABNER RIO DE JANEIRO 2019
Compartilhar