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13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 1/12 PROJETO DE TRABALHO Sumário 1. Introdução 2. Estudo do método 3. Medição do trabalho 4. Referências 1. Introdução O projeto de trabalho define a forma pela qual as pessoas agem em relação ao seu trabalho, suas atividades em relação aos seus colegas e responsabilidades. Este projeto leva em consideração as atividades que influenciam o relacionamento entre as pessoas, a tecnologia que estas usam e os métodos de trabalhos empregados pela produção e auxilia no desenvolvimento da cultura da organização – seus valores, crenças e pressupostos compartilhados. Elementos do projeto de trabalho Figura 1 – Elementos necessários para elaboração do Projeto de Trabalho Abordagens práticas para o projeto de trabalho Sistemas Produtivos Curso de Engenharia Mecânica – UEMA 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 2/12 REPORT THIS AD Figura 2 – Linha do tempo acerca do Projeto de Trabalho Online Tech NewsOREAD MORE › Divisão do trabalho (antes de 1900) A divisão do trabalho significa dividir o total das tarefas em pequenas partes, de forma que cada uma é desempenhada por uma só pessoa. Esta divisão faz com que o trabalhador adquira, com tarefa repetitiva, maior agilidade e, com isso, fique “treinado” na execução de seus movimentos, provocando, assim, uma diminuição no tempo gasto, o resultado é o aumento da produção em todo o período de trabalho. – Vantagens Proporciona aprendizado mais rápido Automação torna-se mais fácil Redução do trabalho improdutivo – Desvantagens Monotonia Dano físico Baixa flexibilidade Baixa robustez Administração científica (1900) Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro norte- americano Frederick Taylor (1856-1915), considerado o pai da administração científica e um dos primeiros sistematizadores da disciplina científica da Administração de Empresas. O Taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. Com o Taylorismo, todos os aspectos do trabalho devem ser estudados de forma científica para os melhores métodos de trabalho com a filosofia do “trabalho justo de um dia”. Com este modelo de administração, administradores planejam o método de trabalho e os trabalhadores executam o trabalho nos padrões estabelecidos, havendo cooperação entre administradores e trabalhadores. 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 3/12 Foi nesse contexto que surgiram o estudo do método e o estudo do trabalho. Figura 3 – O estudo do trabalho compreende estudo do método e medição do trabalho 2.Estudo do método Nas organizações é fundamental o estudo dos métodos para que as atividades sejam padronizadas. Muitas vezes, porém, elas não comportam um departamento específico para o estabelecimento das atividades de métodos e de tempos, em função do tamanho da sua estrutura produtiva e/ou até mesmo das características dos produtos e serviços oferecidos. Nesse processo, o estudo dos métodos considera os procedimentos necessários à execução das tarefas nos postos de trabalho. Possui, basicamente, seis passos a serem seguidos para sua implantação eficiente, que são Selecionar o trabalho a ser estudado; Registrar os fatos relevantes do método em uso; Examinar estes fatos criticamente e na sequência; Desenvolver o método mais prático, econômico e efetivo; Instalar o novo método; Manter o método com checagens periódicas. Figura 4 – Fluxograma para exibir as etapas do estudo do método. 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 4/12 Figura 5 – Exemplo de fluxograma vertical preenchido Figura 6 – Símbolos utilizados no fluxograma vertical Registro de atividades que agregam valor (AV) e que não agregam valor (NAV) 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 5/12 Define-se uma atividade que agrega valor como uma atividade que o cliente final reconhece como válida e está disposto a remunerar a empresa por ela. Esta nova visão impõe um questionamento à empresa em todas as atividades que desenvolve para a geração de um produto ou de um serviço. A carta AV/NAV apresenta graficamente quais são as atividades que agregam e que não agregam valor, sendo o objetivo das empresas a eliminação das atividades NAV, diminuindo seus custos e aumentando a velocidade de seus processos. Um exemplo de carta AV/NAV para uma etapa final do processo de pintura e montagem de um item industrial é dado a seguir. Fonte: Martins e Laugeni (2006) Técnica de questionamentos A proposição de melhorias no método demanda um alto envolvimento no problema. A geração de idéias para a solução pode surgir de um brainstorming ou de perguntas instigadoras utilizadas com a finalidade de expor as fragilidades do método. Exemplo: Em um método de fazer café utilizando um coador de papel, a aplicação do conceito proposto resultaria em: o quê?: café; quem?: a pessoa encarregada; como?: sequência de operações; onde?: na cozinha; quando?: pela manhã. O “por quê” deve ser perguntado em cada um dos itens acima. Desejamos descobrir as razões das coisas. Muitas vezes a questão é eliminar o processo e não melhorá-lo. Também podem ser utilizados os seguintes questionamentos: a atividade pode ser eliminada? Pode-se mudar a sequência das operações? As atividades podem ser combinadas? As operações podem ser realizadas em paralelo? 3. Medição do trabalho Este estudo está atrelado à medição do trabalho, que é o processo de aplicação de técnicas projetadas para a definição do tempo que um trabalhador qualificado precisa para realizar um trabalho especificado com um nível definido de desempenho (desempenho padrão). 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 6/12 A finalidade da medição do trabalho é estabelecer padrões para os programas de produção, para planejar a fabricação e para avaliar o desempenho. Fornece dados para a determinação de custos e para o planejamento da capacidade e o balanceamento da produção. A medição do trabalho subdivide-se em 3 métodos: cronometragens, tempos predeterminados e amostragem do trabalho. Método das cronometragens Objetiva determinar o tempo padrão de uma operação através da medição direta do tempo de execução da tarefa pelo trabalhador. Possui as etapas: Comunicar o tipo de trabalho que será executado; Dividir a operação em elementos; Determinar número de ciclos a serem cronometrados; Avaliar a velocidade do operador; Determinar as tolerâncias; Determinar o tempo padrão. Figura 7 – Fluxograma para exibir as etapas do método das cronometragens Algumas observações devem ser levantadas em relação às etapas deste método. Primeiramente, o número de número de ciclos a serem cronometrados “n” é primordial para o sucesso da operação, ele depende da amplitude da amostra inicial “R”, do erro relativo “Er”, da média da amostra inicial e de dois coeficientes encontrados em tabela “z”(tabela 1) e “d2”(tabela 2). Em relação à aplicabilidade do método, é importante ressaltar que o trabalhador deve estar em condições normais de operação, ou seja, não é indicado fazer a medição da velocidade de um operador que está no inicio ou fim de expediente, que está buscando um premio de produtividade, que foi advertido por um superior, dentre outras situações, estas podem acabar causando um efeito na velocidade do operador, fazendo comque ele trabalhe fora de sua velocidade normal de serviço. Por fim a determinação do tempo padrão depende do tempo cronometrado “TC”, do tempo normal “TN”, da velocidade do operador “V” e do fator de tolerância “FT” que depende da porcentagem de tempo concedida, “p”, para necessidades pessoais e alívio do trabalhador. Se “n” for maior que o número de observações feitas, as mesmas são suficientes, senão, se for menor, continuar as observações, repetindo o cálculo até a primeira condição ser atendida. Tabela 1 – Coeficientes de distribuição normal 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 7/12 Tabela 2 – Coeficiente d para o número de cronometragens iniciais Exemplo 1: Um analista de processos de uma grande fábrica de produtos de linha branca cronometrou a operação de montagem de uma determinada porta de um modelo de refrigerador. Foram feitas 7 cronometragens iniciais para as quais foram obtidos os seguintes valores em segundos: 10,5 – 10,3 – 9,3 – 9,2 – 9,5 – 9,9 – 10,0 A empresa determinou, como regra geral, o grau de confiança para os tempos cronometrados fosse de 95%, com um erro relativo inferior a 5%. Qual o número de cronometragens necessárias para concluir a tarefa? Exemplo 2: Uma operação de furar chapa foi cronometrada 10 vezes, obtendo-se o tempo médio por ciclo de 4,5s. O cronometrista avaliou a velocidade média do operador em 95% e foi atribuído ao trabalho um fator de tolerância total (pessoais e fadiga) de 18%. Calcular o tempo padrão da operação. 2 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 8/12 REPORT THIS AD Este método é o mais detalhado dentre os três abordados aqui, porém possui operações mais repetitivas. Vale ressaltar também que a ideia de avaliar um operador com cronometro é desagradável para ambas as partes, tornando a atividade contraprodutiva. Para aplicação deste método é necessário a utilização de um cronometro, uma filmadora, folha de observações e uma prancheta. Método dos tempos predeterminados Adicionalmente ao método das cronometragens, este possui a possibilidade de calcular o tempo padrão para um trabalho ainda não concluído, sendo esta sua qualidade principal. Utiliza da verificação dos tempos padrão obtidos por cronometragem adotando o sistema de métodos, medidas e tempos (MTM). Possui a capacidade de identificar os micromovimentos na operação, assim, o tempo padrão é obtido pela soma dos tempos desses micromovimentos (encontrados tabelados). Possui as seguintes etapas: Definição da operação que será realizada; Desenvolvimento de um local de trabalho piloto; Treinamento do operador; Filmagem da operação, para identificar micromovimentos; Medição das distâncias Obtenção dos respectivos tempos das tabelas Cálculo do tempo padrão Online Tech NewsOREAD MORE › Figura 8 – Fluxograma para exibir as etapas do método dos tempos predeterminados. Exemplos de tabelas MTM resumidas: Distância (polegadas) Tabela de alcançar TMU A B C D E 1 2,5 2,5 3,6 3,6 2,4 2 4,0 4,0 5,9 5,9 3,8 4 6,1 6,4 8,4 8,4 6,8 8 7,9 10,1 11,5 11,5 9,3 12 9,6 12,9 14,2 14,2 11,8 16 11,4 15,8 17,0 17,0 14,2 20 13,1 18,6 19,8 19,8 16,7 Tabela de desmontar 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 9/12 CLASSE DE AJUSTE TMU 1. Frouxo 4,0 a 5,7 2. Justo 7,5 a 11,8 3. Exato 22,9 a 34,7 Tempo de focalização dos olhos Valor máximo 7,3 TM0055 Tempo de movimentação dos olhos Valor máximo 20,0 TMU Exemplo 3: Uma canela se encontra sobre a mesa. Desejamos tampá-la e guardá-la no bolso. Determinar o tempo padrão da operação utilizando o sistema de tempos sintéticos MTM. Método de amostragem do trabalho Esta técnica utiliza um sistema de observação num determinado instante (observação instantânea), que servirá de amostra do trabalho efetuado pelo grupo. É, pois um método indireto de tomada de tempos, uma vez que exige, para sua determinação, observação indireta do trabalho. O seu emprego também, justifica-se nas atividades de ciclo muito grande, onde a tomada de tempos direta é um método inviável. Em outra visão podemos dizer que a amostragem de trabalho é uma técnica que se utiliza para pesquisar as proporções do tempo total dedicada às diversas atividades 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 10/12 que compõem uma tarefa, atividades ou trabalho. Os resultados da amostragem servem para determinar tolerâncias ou margens aplicáveis ao trabalho, para avaliar a utilização das máquinas e para estabelecer Standards de produção. Podemos destacar que esse método é bem menos intrusivo que o das cronometragens, tornando o trabalho mais agradável para o operador, que não está sendo avaliado de perto e também é bem mais barato, uma vez que o custo de um cronometrista é elevado. Possui as seguintes etapas: Estimar valores preliminares de trabalho, atraso e tempo pessoal; Estabelecer erro relativo e nível de confiança; Calcular número de observações; Programar as leituras; Tomar dados e verificar a consistência. Figura 9 – Fluxograma para exibir as etapas da amostragem do trabalho Onde “Z” trata-se do coeficiente da distribuição normal para uma probabilidade definida a partir do nível de confiança, “Er” é o erro relativo da amostra, “N” é o número de observações necessárias e “pi” trata-se da estimativa da porcentagem da atividade (proporção de tempo). Desta descrição pode-se concluir que a amostragem do trabalho cobre em geral um período mais ou menos longo. Trata-se, portanto, de uma técnica extensiva. Exemplo 4: Um analista de processos de uma indústria de tecelagem realizou durante 12 dias um estudo de amostragem do trabalho, que consistiu de 100 observações diárias. O objetivo era determinar o fator de tolerância de espera para um determinado posto de trabalho, verificando quantas vezes o operador era encontrado parado por falta de material. Os dados obtidos foram os seguintes: Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Trabalhador parado 7 12 6 9 8 5 15 21 10 12 8 5 Os analistas de custos da empresa exigem um grau de confiabilidade de 95% e aceitam uma variação de 8% em torno da proporção real. Determinar: a) Qual deveria ser o número de medidas para a confiança e o erro solicitados? b) Se for considerado o número de medidas a ser realizado, ou seja, 1200, qual seria o erro incorrido? c) Qual foi a proporção de tempo que se imaginava para o trabalhador parado que deu origem às 1200 observações iniciais? 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO | Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 11/12 4. Referências SELEME, R. Capítulo 1: Estudo dos métodos. In: Métodos e Tempos: racionalizando a produção de bens e serviços. SELEME, Robson. 1 ed. Curitiba: InterSaberes, 2012 – (Série Administração da Produção) SLACK, N; CHAMBERS, S e JOHNSTON, R. Capítulo 9: Projeto e organização do trabalho. In: Administração da Produção. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JONHNSTON, Robert. 2 ed. São Paulo: Atlas 2002 PEINADO, J e GRAEML, A. R. Capítulo 2: Estudo de Tempos, movimentos e métodos. In: Administração da produção (operações industriais e de serviços). PEINADO, Jurandir e GRAEML, Alexandre Reis. 1 ed. Curitiba: UnicenP, 2007 MARTINS, P. G. e LAUGENI, F. P. Capítulo 4: Estudo de tempos e métodos. In: Administração da produção. Petrônio Garcia Martins e Fernando Piero Laugeni. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. PUBLICIDADE REPORT THIS AD REPORT THIS AD R$ 82,99R$ 1.539,00 Anúncios R$ 82,99R$ 1.539,00 13/09/2019 PROJETO DE TRABALHO| Sistemas Produtivos https://sistemasprodutivos.wordpress.com/projeto-do-sistema-de-trabalho/ 12/12 UMA RESPOSTA EM “PROJETO DE TRABALHO” COMPARTILHE ISSO: Twitter Facebook Curtir Seja o primeiro a curtir este post. Adriano do Amor Divino Guilhon Serra em 9 de abril de 2017 às 22:16 disse: Muito bom o conteudo e super didático. Está de parabéns!! Curtido por 1 pessoa
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