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PATOLOGIA CLINICA A2 EQUILIBRIO ACIDO-BASE – HEMOGASOMETRIA Importância da manutenção do ph sanguíneo: Sistemas orgânicos necessitam de um determinado ph para realizar suas reações enzimáticas (7,34). Sistemas Tampão: Mecanismo de defesa contra as variações de ph do sangue, para manutenção de seu ph ideal. Tipos: Ptns plasmáticas: vão se associar (quando há H+ em grande quantidade = acidose) ou se desossiar à íons H+ (quando há pouco H+ disponível = alcalose), de acordo com a necessidade. Hemoglobina: também vai se ligar ou desligar do íon H+, além de aumentar ou diminuir sua afinidade pelo CO2 (aumenta afinidade quando há excesso de H+ livre, e diminui sua afinidade pelo CO2 quando há muito HCO3 livre). Fosfato-ácido-fosfórico atuam fazendo trocas entre Na+ e H+. Bicarbonato-ácido-carbônico HCO3 e HPO4 = tem a capacidade de se ligar ao Na+, trocado pelo H+. Essa troca acontece nos rins, por isso, depende do funcionamento renal. São tampões mais potentes, pois descartam o H+ via urina. ► DISTURBIOS BASICOS: Alcalose e Acidose 1) Acidose respiratória: por acúmulo de CO2 no sangue, por não saída do CO2 do pulmão (por depressão do centro respiratório, afecções respiratórias, movimento reduzido do tórax). (Patologias que impedem a saída do Co2) Sistema tampão vai atuar: Ptns vão se associar ao H+; Hb vai aumentar sua afinidade pelo CO2; Fosfato/bicarbonato vão trocar Na+ pelo H+, que sai na urina; Aumento da excreção de amônia. 2) Acidose metabólica: por excreção de álcalis (diarréia) ou por formação de ácidos (exercício muscular). Doenças: cetoacidose diabética (quebra da gordura para fornecer energia), inibidores da anidrase carbônica, IR com perda da capacidade de reabsorver o sódio, acidose lática – choque hipovolêmico, acidificantes urinários, formação de corpos cetônicos (animais sadios, em jejum prolongado). Sistema tampão vai atuar: Ptns se associam ao H+; Hb aumenta sua afinidade pelo CO2; Fosfato/bicarbonato excretam H+ e reabsorvem Na+; Aumenta a excreção de amônia. 3) Alcalose metabólica: devido a perda de ácidos, em casos de vômito gástrico puro, sobredose de HCO3, diminuição de líquido extracelular (vai aumentar a concentração de H+), diminuição do potássio, desidratação, intoxicação por ureia em bovinos. Sistema tampão vai atuar: Ptns vão se dissociar do H+; Hb vai diminuir a afinidade pelo CO2; Fosfato/bicarbonato trocam H+ pelo Na+, que sai na urina; Diminui excreção de amônia. 4) Alcalose respiratória: excesso de eliminação de CO2 por hiperventilação, em situação de calor, dor, medo, ansiedade, lesões do SNC, anemia pronunciada (com acidose metabólica associada) e ventilação mecânica aumentada (iatrogênica). Sistema tampão vai atuar: Ptns vão se dissociar do H+; Hb vai se diminuir sua afinidade pelo CO2; Fosfato/bicarbonato trocam H+ por Na+, que sai na urina; Diminui excreção da amônia. ► DISTURBIOS COMBINADOS Acontece quando patologias concomitantes acarretam em desvio de ph. O que vai determinar o que está predominando é o ph. Ex.: gastroenterite (vomito + diarreia) = alcalose e acidose met. ph vai dizer qual distúrbio está predominando; IR associada a azotemia = vômito = acidose ► GASOMETRIA Análise dos gases sanguíneos. Pode ser arterial (ideal) ou venoso, havendo referência de valores para os 2 casos. Cuidado: não pode deixar o sangue coletado entrar em contato com o ar atmosférico (altera valores) e o tubo de coleta deve conter heparina. Resultado: Ph = 7,34 HCO3 = parâmetro metabólico pO2 pCO2 = parâmetro respiratório EB = o que sobra de HCO3 (deve dar negativo, em caso positivo, é por alcalose) Proporção = 20:1 OBS: não existe alcalose metabólica com acidose respiratória compensatória, pois senão o animal teria que parar ou diminuir a respiração! AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPATICA Funções do fígado: Metabolização de toxinas e fármacos; Síntese de ptns, colesterol; Gliconeogênese; Metabolismo de glicídios, ptns e lipídeos Avaliação da função – testes: 1. TESTES ENZIMATICOS: ALT enzimas de lesão ou extravasamento (permeabilidade dos hepatócitos alterada) AST FA marcadores de obstrução (problemas na drenagem dos canalículos hepáticos) GGT ALT = presente no citoplasma do hepatócito – indica extensão da lesão. Função: transfere radical amina = importante no metabolismo de ptns (carnívoros). AST = presente no núcleo e mitocôndrias dos hepatócitos – indica lesão mais profunda e intensa = metabolismo de herbívoros. Enzima também presente no músculo esquelético (associar com CK) e hemácias. OBS: na regeneração hepática, também há liberação de ALT e AST, só diminuindo após a cicatrização completa. FA e GGT = enzimas de indução = produzidas frente a uma obstrução hepática/biliar, para autoproteção do fígado = garantir fluidez. A bile é irritante para o hepatócito quando há estase. Essas enzimas estão na parede do hepatozido e sua produção é aumentada quando há colestase alcançando a circulação. ALT >>> AST = lesão hepática AST >>> ALT = lesão muscular, junto com CK alta Em caso de IH ou cirrose = podem estar normais ou diminuídas Grandes animais: AST mais significativa que a ALT FA cão = excelente indicador de colestase gatos = meia vida curta – dosar sempre pareada com GGT FA = possui isoenzimas = hepatobiliar, óssea, intestinal, corticoesteróides (hiperadreno, uso de corticóide), renal. GGT: nos canalículos. Possui isoenzimas = hepatobiliar, renal, pancreática, glândula mamária (em elevada concentração no colostro e no leite). OBS: lipidose hepática em gatos = GGT e FA altas. Aumento da FA: * Cão = Otimo indicador de colestase * Gato = Baixa meia vida - por colestase (estase, proliferação de ductos); - por substâncias (corticoides (no cão), fenobarbital); - em crescimento; - neoplasias. Aumento da GGT: - por colestase (estase biliar: colestase, obstrução ducto, pancreatite) Importante!!! COLESTASE FELINA x LIPIDOSE FELINA: GGT FA GGT FA Na colestase só a GGT se mantem aumentada. Na lipidose a FA e GGT se mantem aumentadas. Outras enzimas: - Sorbitol Desidrogenase (SDH): hepatoespecífica, indicador de lesão aguda. Uso limitado, por metodologia cara. - Lactato Desidrogenase (LDH): não é hepatoespecífica. OBS: em processos crônicos, há elevação das enzimas pouco significativas = IH = atividade enzimática baixa. Testes cinéticos: avalia a concentração enzimática ao longo do tempo. 2. PROVAS DE FUNÇÃO São marcadores de IH. Ptns (albumina e globulina): fígado tem grande capacidade de reserva Hipoproteinemia + hipoalbuminemia = lesão hepática crônica OBS: considerar causas extrahepáticas (perda na urina, TGI, hemorragia, má nutrição, má absorção). Consequência: ascite, edema, anasarca. Fatores de coagulação: síntese hepática, por isso, diminui síntese em IH. Vai alterar coagulograma: TC, TTPA, TP (fator VIII – meia vida curta). Amônia e uréia: em caso de IH, não há transformação de amônia em uréia. Encefalopatia hepática por acúmulo de amônia: cristais de biurato de amônio na urina; Causas de aumento de amônia: desvio portossistêmico, cirrose, deficiência de enzimas do ciclo da ureia, hemorragia GI, dietas com alto teor ptn, jejum, febre. PANCREAS Glândula mista: Exócrina: excreção das enzimas digestivas em sua forma inativa (são ativadas no ph intestinal) = amilase, lípase, tripsina. Endócrina Cél. Alfa: glucagon regulam a glicose nas cél. corporais Cél. Beta: insulina Cél. Delta: somatostatina Cél. F: polipeptídeo pancreático >> AVALIAÇÃO DO PANCREAS EXOCRINO: Suas enzimas vão degradar carboidratos, lipídios e ptns; Ultra-sensível a alterações do metabolismo e traumas mecânicos (manipulação cirúrgica e traumas externos); Principais patologias: pancreatite séptica/asséptica e insuficiência pancreática exócrina (IPE). 1. PANCREATITE Pode ser agudaou crônica; Auto-digestão do órgão: libera as enzimas digestivas dentro dele – causas: inflamação/infecção do pâncreas altera o ph do organismo, o que faz com que as enzimas sejam liberadas já ativadas (ganham a circulação e podem atingir outros órgãos = vasculite, fígado); Vai causar elevação das enzimas digestivas; Etiologia: obesidade, dieta rica em gordura, colangite, trauma, cálculos biliares, isquemia, parasitas, drogas, neoplasia 1ª ou metástase; Sinais clínicos: dor abdominal (abdome agudo), apatia, anorexia, vômitos, diarreia, hematoquesia, melena; Diagnóstico laboratorial: Amilase: menos específica (produzida também na mucosa intestinal, fígado, glândula salivar, rins, útero e ovários, testículos), de excreção renal (caso haja insuficiência renal, elevará a enzima, que não será excretada – avaliar o rim em conjunto). Valor anormal será de 3 a 4 vezes o VR. Lipase: mais específica (produzida na mucosa intestinal, fígado e rins), de excreção renal (fazer avaliação renal junto), estando anormal quando estiver aumentado de 3 a 4 vezes o VR. Tripsinogênio imunorreativo (TLI): dosado por radioimunoensaio, estando elevado na pancreatite aguda, doença renal e desnutrição. Lipase pancreática felina/canina: snap (teste sorológico rápido), com resultado normal ou anormal. Outros exames: leucograma (leucocitose neutrofílica ou leucopenia por exaustão da medula), trombocitopenia (CID), aumento da glicemia (alteração no pâncreas endócrino), bioquímica hepática (destruição do fígado), USG. 2. IPE: Secreção inadequada de enzimas; Secundária a pancreatite (cicatrização do pâncreas); Sinais clínicos: emagrecimento acentuado, polifagia, fezes volumosas com gordura, esteatorréia; Diagnóstico: exame das fezes (muito volume, alimentos mal digeridos, odor rançoso, pesquisa de gordura, de amido e de fibras musculares), prova do filme de raio x (animal com IPE não tira a parte preta do filme), prova da gelatina (gelatina endurece na geladeira por falta de enzima digestiva nas fezes), TLI (níveis reduzidos nas fezes = diferenciar de síndrome da má absorção por parasitas ou DII). >> AVALIAÇÃO DO PANCREAS ENDOCRINO 1. DIABETES MELLITUS Distúrbio no metabolismo de carboidratos, lipídios, ptns e resposta anormal a ingestão de glicose Etiologia: predisposição genética, destruição imunomediada, pancreatite, ação de glicocorticoides, obesidade; Insulina: secretada em resposta a hiperglicemia no pós-prandial, facilitando a captação celular de glicose, aa, ácidos graxos. Estimula a síntese de glicogênio pelo fígado; Inibe a lipólise, a cetogênese e o catabolismo proteico; Ação hipoglicemiante. Glucagon: ações opostas à insulina, elevando a glicemia (hiperglicemiante); Classificação: tipo I (dependente da insulina) e tipo II (não dependente da insulina); Fisiopatogenia: deficiência da ação insulínica diminuição da captação de glicose pelos tecidos aumento da glicogenólise e gliconeogênese aumento da produção de ácidos graxos (pela quebra dos triglicerídeos) aumento do catabolismo proteico para liberação de aa sinais clínicos. Diagnóstico: Glicemia: jejum de 12h (VR: 70 a 120mg/dl); Glicose sangue total: diferença de 17% da concentração plasmática; Frutosamina (diagnóstico e controle – de 8 a 21 dias – vai avaliar se a glicose estava alta a 21 dias atrás): glicose + albumina; Hemoglobina glicosilada (100 dias): glicose + hemoglobina (vai sofrer interferência por anemia e soro hemolisado); Potássio sérico (quando a glicose entra na célula, leva 1 K+): acidose, hidratação e diurese, ao fazer insulina de ação rápida – regular – pode fazer hipocalemia; Hemograma: avaliar doenças concomitantes, hiperadrenocorticismo; Dosagem de insulina: radioimunoensaio; Hemogasometria: cetoacidose; Bioquímica sérica: hepatopatia/lipidose 2ª (ALT, FA, GGT), pancreatite ou IPE (amilase, lípase, TLI), hiperadrenocorticismo (cortisol pós Dexametasona); Curva glicêmica: vai avaliar a eficácia da insulinoterapia (duração de seu efeito, nº de aplicações, intervalo entre as mesmas e tipo de insulina), sendo mensurada a cada 2h num total de 12h (pico do efeito da insulina = glicemia mais baixa) OBS: observar nadir = ponto mais baixo que a glicose atinge, para que não haja o efeito rebote. Outros exames: urinálise = glicosúria (quando a glicemia ultrapassa o limiar de reabsorção pelo TCP), cetonúria (acetoacético, betahidroxibutírico e acetona), densidade (pouca elevação), sinais de cistite (presença de bactérias, leveduras, leucócitos, piócitos na sedimentoscopia). IV. TESTE FA FUNÇÃO DA ADRENAL Adrenais: glândulas localizadas cranialmente aos rins, simétricas e bilaterais. Divididas em regiões: - medular: produz catecolaminas (adrenalina e noradrenalina); - cortical dividida em 3 regiões: glomerular (produz mineralocorticoides = aldosterona = regula a diurese), fasciculada e reticulada (produzem glicocorticóides e hormônios sexuais). Aldosterona: Faz a reabsorção renal de sódio, cloro e água, secretando hidrogênio e potássio; Responsável pelo controle da pressão sanguínea. Glicocorticóides (cortisol): Produzido a partir do colesterol; Atua em todas as células do organismo; Efeito anti-inflamatorio e imunossupressor (faz linfólise); Hormônio diabetogênico (impede ligação da insulina nos receptores celulares); Estimulante do apetite; Faz o catabolismo proteico (muscular = outras fontes de energia). Regulação hormonal: Feita pelo eixo hipotalâmico – hipofisário - adrenais CRH ACTH cortisol OBS: feedback negativo em caso de muito cortisol. >> PRINCIPAIS DISTURBIOS: 1. HIPERADRENOCORTICISMO (SINDROME DE CUSHING) Hiperfunção do córtex Aumento do glicocorticoides (+ comum que dos mineralocorticóides); Mais comum em cães do que em gatos; Acomete mais animais idosos e de meia idade; Gatos: mais comum em fêmeas; Excesso de gordura é predisponente; Etiologia: a) natural 1º (tumores da adrenal – unilateral com atrofia da outra glândula por feedback negativo) b) 2º dependente da hipófise – bilateral = aumento do ACTH vai estimular as 2 glândulas c) iatrogênico (por administração de corticoides = eixo inibido e atrofia das 2 glândulas – retirada gradativa do corticoide para não causar hipoadreno); Sinais clínicos: poliúria e polidipsia (cortisol inibe ADH), polifagia (glicose não entra na célula), taquipnéia (aumento do metabolismo), aumento do volume abdominal, alopecia endócrina bilateral, fraqueza muscular, letargia e claudicação (frouxidão ligamentar), sinais reprodutivos (castração é importante), diabetes mellitus 2ª (por exaustão pancreática por aumento da produção de insulina); Alterações laboratoriais: leucograma de stress (leucocitose neutrofílica, linfopenia, eosinopenia e monocitose, DNND), aumento da ALT e FA (OBS: cão possui fração da FA dependente de cortisol), aumento do colesterol e triglicerídeos (gliconeogênese), hiperglicemia, hipostenúria (diminuição da densidade por poliúria) ou isostenúria, infecção de trato urinário (glicosúria), proteinúria, hipernatremia e hipocalemia (se houver aumento da aldosterona também). HIPOADRENOCORTICISMO (SINDROME DE ADDISON) Hipofunção da glândula; Normalmente há diminuição de glico e mineralocorticoide; Pouco comum em cães e raro em gatos; Etiologia: a) 1ª adrenal ( por processo imunomediado, infarto isquêmico, tumores não produtivos, iatrogênico = mitotano em cães; 90% clássico: falta de glico e mineralocorticoides/10% atípico: falta de glicocorticóides) b) 2ª hipotálamo ou hipófise ( por isquemia, trauma, iatrogênico = glicocorticoide exógeno inibe ACTH e CRH – 100% atípico: falta de glicocorticóides); Sinais clínicos: depressão, letargia, anorexia, vômito/diarreia, tremores musculares, poliúria, polidipsia, bradicardia, pulso fraco, arritmias (por hipercalemia); Alterações laboratoriais: anemia arregenerativa, leucocitose, neutropenia, eosinofilia e linfocitose, hipercalemia,hiponatremia, hipocloremia, azotemia pré-renal, hiperfosfatemia, hipoglicemia. >> TESTES ESPECIFICOS Dosagem de cortisol: Só é válido após manipulação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal; Método: radioimunoensaio; Coleta: sem stress, em tubo com EDTA, congelamento/descongelamento e hemólise não alteram a concentração do hormônio, não existe variação diurna detectável no cão; Fatores que alteram o cortisol: stress, doença crônica, glicocorticoides exógenos reagem com os kits (exceto Dexametasona = de curta duração), drogas (estrógenos aumentam, progestágenos e andrógenos diminuem). Teste de supressão por dose baixa de Dexametasona Administrar dose baixa de Dexa, que vai inibir o eixo por 8h; Dosar o cortisol com o animal em jejum (valor basal), após 4h da aplicação e depois com 8h da aplicação; Usado para diferenciar HAC pituitário-dependente e tumor de adrenal; Resultado: cães normais (inibe a produção de CRH e ACTH = diminui cortisol por 4 a 8h); cães com HAC PD (hipófise produz muito ACTH = supressão após 4h e ausência da supressão após 8h); cães com HAC por TA (ausência de supressão, pois eixo já é inibido). Teste de estimulação pelo ACTH Para elucidar diagnóstico de hiper ou hipoadrenocorticismo e avaliar tratamento com mitotano; Dosar cortisol basal e aplicar o hormônio ACTH; Dosar cortisol 1h após a aplicação e 2h após a aplicação; Teste: adrenais hiperplásicas e com tumor respondem exageradamente ao ACTH exógeno/adrenais atrofiadas não respondem ao ACTH exógeno; Resultado: cães normais (estimulação dentro dos valores de referência); cães com HAC PD e TA (estimulação exagerada, maior que os valores de referência); cães com HAC iatrogênico e hipoadrenocorticismo (ausência de estimulação). Teste de supressão por dose alta de Dexametasona Semelhante ao de dose baixa; Resultado: supressão do cortisol = HAC PD; não supressão do cortisol = TA. Dosagem de ACTH endógeno Indicação: diferenciar HAC PD/TA/iatrogênico e hipoadrenocorticismo de causa 1ª para causa 2ª; Pouco feito = alto custo e pouca disponibilidade. Relação cortisol/creatinina urinária Dosagem de cortisol e creatinina em urina; De especificidade baixa, sofre influência de outros fatores. Dosagem de 17-hidroxiprogesterona Vai detectar o aumento do precursor do cortisol. V. TESTES DA FUNÇÃO TIREOIDIANA Tireóide: glândula bilobulada, localizada caudalmente à traqueia e secretam T3 e T4 – hormônios tireoidianos. Regulação hormonal: Feita pelo eixo hipotalâmico hipofisário tireoide TRH TSH T3 e T4 Relação T3/T4: T3 é 3x mais potente que T4; T4 é um pró-hormônio (vira T3 para ser usado) Produção = 12 T4: 1 T3 Liberação = 4 T4: 1 T3 Efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos no organismo: Aumento da síntese proteica; Aumento da atividade enzimática; Aumento do metabolismo celular (incremento da atividade das mitocôndrias e transporte de íons através das membranas); Aumenta a lipólise; Aumenta o débito cardíaco e frequência respiratória; Degradação muscular; Regula a liberação de outros hormônios (GH e prolactina). Catabolismo e eliminação T4 se transforma em T3 pela retirada de 1 Iodo (= desiodinação), ocorrendo no SMF, fígado e rins; Mecanismo não desiodinativo: fígado e rins; Eliminação pela urina. >> PATOLOGIAS 1. HIPOTIREOIDISMO CANINO Tireoide secreta T3 e T4 em pouca quantidade; Algumas raças são predispostas, com idade entre 4 e 10 anos; Classificação conforme a localização: a) 1ª - alteração dentro da glândula tireoide: tireoidite linfocítica (destruição imunomediada; atrofia idiopática; congênita; tumores e iatrogênico); b) 2ª - alteração na hipófise: traumatismo hipofisário, doenças infiltrativas na hipófise e falha na produção de TSH; c) 3ª - alteração no hipotálamo: traumatismo hipotalâmico, doenças infiltrativas no hipotálamo e falha na produção de TRH; Sinais clínicos: letargia, obesidade, termofilia, alopecia endócrina, seborreia e piodermite 2ª, hiperpigmentação, pelo opaco e sem brilho, pele espessada e edemaciada, bradicardia, anestro e infertilidade, astenia muscular e ataxia; Alterações laboratoriais: ANN arregenerativa, aumento do colesterol; Diagnóstico: T4 total por RIA, teste de estimulação com TSH, T4 livre por diálise, T4 livre bifásico. 2. HIPERTIREOIDISMO FELINO Aumento da produção dos hormônios tireoidianos; Etiologia: hiperplasia adenomatosa e adenoma funcional; Sinais clínicos: perda de peso, polifagia, poliúria, polidipsia, hiperatividade, vômito, diarreia, taquicardia, aumento do volume fecal e esteatorreia; Alterações laboratoriais: leucocitose, linfopenia, eosinopenia (= stress), policitemia ou Ht normal, aumento de ALT e FA, azotemia; Diagnóstico: T4 total, T4 livre por diálise ou bifásico. VI. PROTEINAS PLASMATICAS Componente mais abundante do plasma, podendo estar na forma simples (só aa) ou conjugada (glicoptns, lipoptns). Funções: Estrutural (colágeno, actina, miosina, queratina); Hormonal (insulina, glucagon, cortisol); Defesa (AC, ptns de fase aguda, sist. complemento); Coagulação (fatores da coagulação, fibrinogênio); Enzimática (enzimas digestivas, hepáticas, pancreáticas); Condutoras de gases (hemoglobina); Transporte plasmático de íons e metabólitos (albumina e transferrina); Manutenção da pressão osmótica (albumina). Síntese de proteínas: Hepatócitos: Estímulo periférico: Albumina – redução da pressão oncótica Ptns de fase aguda – liberação de citocinas inflamatórias, produzidas pelo foco da inflamação. Linfócitos B no baço, fígado e MO: Presença de patógenos no organismo Órgãos específicos: Hipófise, pâncreas, glândula paratireoide Determinação laboratorial: Soro (sem fibrinogênio e fatores de coagulação) x plasma (com fibrinogênio e fatores de coagulação); Métodos colorimétricos: ptns totais (albumina + globulinas) = biureto (ptns totais) e verde de bromocresol (albumina); Eletroforese de ptns – migração no gel de acordo com a carga elétrica (diferenciação das globulinas e verificação se há estimulação de AC): pré-albumina, albumina, alfa globulina, beta globulina, gama globulina. Pré-albumina: responsável pelo transporte de tiroxina – aumento: síndrome nefrótica/diminuição: doença hepática, inflamação; Albumina: mantem a pressão oncótica do sangue e transporte de substâncias. Causas de hipoalbuminemia: excesso de hidratação, perdas hemorrágicas, perdas renais, enteropatias, parasitismo intestinal, inflamação (para evitar a hiperviscosidade do plasma = mecanismo compensatório por globulinas aumentadas), exsudação profunda, perda para o 3º espaço, diminuição da síntese (marcador de IH), diminuição da ingesta proteica. Causa de hiperalbuminemia: desidratação. Globulinas: as causas de hipoglobulinemia são as mesmas de hipoalbuminemia, exceto inflamação (aumento das globulinas e diminuição da albumina). Na ausência de hipoalbuminemia: doenças imunossupressoras, falha na transferência de AC maternos, diminuição de beta ou gama globulinas. Causas de hiperglobulinemia: desidratação (com hiperalbuminemia), aumento de α globulina (resposta inflamatória), aumento de β globulina (resposta inflamatória, síndrome nefrótica, doença hepática aguda ou respostas imunes), aumento de γ globulina (produzido a partir da presença de AG – monoclonais: neoplasias linfoides/policlonais: inflamação). Aumento α globulina: doenças inflamatórias, síndrome nefrótica Aumento β globulina: hepatite crônica ativa, síndrome nefrótica Aumento γ globulina: doenças infecciosas, tumores linfoides. Ptns de fase aguda: Citocinas inflamatórias são produzidas pelo tecido inflamado, mantendo-se elevadas durante a doença e diminuindo conforme a eficácia do tratamento. Resposta inflamatória: - discreta: 50 a 100x valor basal - moderada: 3 a 5x valor basal - intensa: 100 a 1000x valor basal Cão: ptn C reativa e amióide A sérico Gatos: amióideA sérico Equinos: amióide A sérico, haptoglobina moderada: fibrinogênio Bovinos: amióide A sérico