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As Contribuições do Tradutor/Intérprete de 
Libras na Alfabetização de Crianças Surdas 
 
ERINEIDE DANIEL PEREIRA 
INDIRA DE JESUS LOPES 
Fal Estácio – Faculdade Estácio de Natal 
E-MAIL DO ALUNO 
 ​erineidetst@hotmail.com 
 indira.j.lopes@hotmail.com 
NOME DA ORIENTADORA: 
Taziana 
E-MAIL DA ORIENTADORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem como objetivo destacar a importância do tradutor/intérprete de 
libras na alfabetização de crianças surdas, não só no processo educacional, como 
também no desenvolvimento e socialização dos usuários da língua brasileira de sinais 
no ambiente escolar. 
Dessa forma, apresentamos o quanto a política da inclusão contribui de modo 
significativo para o desenvolvimento do senso crítico do aluno surdo, tornando-o capaz 
de exercer a sua cidadania e intervir na construção de uma sociedade mais justa. A 
aquisição da língua de sinais durante o processo de alfabetização do surdo viabiliza ao 
mesmo participar da vida em sociedade lhe garantindo o exercício pleno da cidadania. 
Assim, apresentamos não só as contribuições do profissional tradutor da língua de 
sinais, como também descrevemos sua trajetória de lutas na garantia de direitos e 
principalmente, as principais atribuições desse profissional. 
 
Palavras-chave: ​Alfabetização; Língua de sinais, tradutor/intérprete de libras. 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho visa contribuir para a compreensão dos processos de 
alfabetização do aluno surdo apresentando aos leitores sua devida importância no que se 
refere à formação de novos educadores e à investigação de problemas envolvidos no ato 
educativo. 
Destina-se também na perspectiva de originar contribuições para uma prática 
pedagógica embasada em proposições de estratégias de ensino para a alfabetização do 
aluno surdo a partir das metodologias, concepções e ações docentes, com o intuito de 
analisar a prática docente no processo de alfabetização do aluno surdo, discorrendo e 
identificando as metodologias facilitadoras para esse, a partir da investigação do 
comportamento e desenvolvimento desse aluno durante esse período. 
O tema dessa pesquisa é algo que transita não só nas preocupações dos 
professores, que lidam diretamente com o processo de alfabetização no tocante ao aluno 
surdo, mas também de estudiosos e pesquisadores. 
Baseado nisso, utilizamos obras de autores como; Soares (2006) que aponta 
que alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita e 
letra significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Enquanto 
Quadros (2006, p.19), ratifica que “a educação bilíngue depende da presença de 
professores bilíngues”. O aluno surdo aprende uma língua na qual não fala ou não 
possui maior fluência. 
Assim, apoiados na Declaração de Salamanca 1994 que estimula o aprendizado 
em conjunto independente de suas dificuldades e diferenças, as políticas para educação 
inclusiva atual visam à complementação da formação e não mais a substituição do 
ensino regular por escolas especializada. E Para que o processo de inclusão e 
aprendizado ocorra de maneira natural no ambiente escolar é fundamental que todas as 
escolas se envolvam no aprendizado da Libras, enquanto a segunda língua da 
comunidade escolar, e a interação entre aluno, professor e intérprete é fundamental para 
o aprendizado do aluno Surdo/deficiente auditivo. 
 
 
 
 
A metodologia utilizada na pesquisa, foi a pesquisa de campo, além da coleta 
dados e análises com base em fundamentações teórica para maior compreensão acerca 
do tema. Desenvolver um estudo sobre alfabetização do aluno surdo e identificar 
maneiras de como proporcionar a esses alunos não só o aprendizado como também a 
inclusão no contexto escolar é algo que permeia nossa pesquisa. 
Com isso, apresentaremos o papel de destaque o tradutor de libras tem 
alcançado em sala de aula, frente ao processo de alfabetização de alunos surdos. Muitas 
vezes o papel do intérprete se confunde com o papel do professor, os dois profissionais 
desenvolvem papeis diferente em sala de aula. O professor é a figura responsável pelo 
ensino, assim como por seus alunos. O intérprete atua como mediador entre o professor 
e o aluno, fazendo a interpretação dos conteúdos trabalhados pelo professor para a 
linguagem de sinais. A conduta ética do intérprete os impedem de se envolver além do 
necessário, porém para o intérprete que atua na área educacional é algo impossível já 
que normalmente os alunos da sala sempre veem a figura do intérprete como a de um 
professor e acabam dirigindo-se a ele questionando questões e conteúdos trabalhados 
em sala. 
De modo geral, é sempre recomendado que os intérpretes que atuam em sala de 
aula repassem ao professor qualquer questionamento do aluno, esclarecendo a sua 
função mesmo que ampliada. 
Dessa forma, finalizamos ratificando que a simples presença do intérprete de 
libras em sala de aula não garante o aprendizado do aluno. Mas garante a comunicação e 
a interação de ambos em sala de aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
A metodologia utilizada foi à pesquisa qualitativa com ênfase em leituras 
bibliográficas de autores relacionados ao tema, utilizamos também estudos de caso. Na 
fundamentação teórica, metodológica, mantemos um diálogo com obras de 
pesquisadores que possuem produções nesse campo. 
Essa pesquisa possibilitou a identificação das metodologias utilizadas para o 
processo de alfabetização do aluno surdo, que se reproduzem a partir de uma prática 
voltada para um ambiente interacionista que associa o concreto ao abstrato através da 
linguagem oral e língua de sinais, além do comportamento adotado pelo educador como 
formador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 A Surdez e a legislação inclusiva. 
 
Para compreender a educação dos surdos tem-se início com um breve relato 
histórico e educacional do Surdo nas principais sociedades da época. A busca pelo 
reconhecimento e pela legitimidade da comunidade surda passou de atos 
individualizados a direitos conquistados em leis. 
O atual momento em que vivemos deu ao surdo/deficiente auditivo o 
reconhecimento enquanto uma comunidade com atenção especial. O reconhecimento da 
língua brasileira de sinais (LIBRAS) se tornou um marco para o processo educacional, 
assim como a oficialização profissional do tradutor intérprete de Libras A escola sendo 
um espaço educativo tem como função a preservação e a transmissão cultural e, para 
isso, é essencial que seja um espaço acessível para todas as pessoas, independentemente 
desuas potencialidades ou deficiências. 
Ao se abordar a educação da pessoa surda, é essencial que se conheça como ela 
vem acontecendo atualmente, quais as ferramentas e adaptações utilizadas e, 
especialmente, os personagens que integram esse cenário. Assim, torna-se cada vez 
mais importante compreender o papel do intérprete de LIBRAS, pois seu trabalho está 
relacionado com a interação comunicativa social e cultural para a inserção das pessoas 
com surdez na sociedade. 
Sabe-se que o reconhecimento da Libras como sistema linguístico é muito 
recente e o papel do intérprete ainda precisa ser compreendido nesse contexto. A 
UNESCO somente em 1994 veio a declarar que a língua de sinais é uma língua, 
 
 
abrangendo nessa perspectiva toda a sua complexidade, e que deve ser considerada 
como todos os demais sistemas linguísticos. 
Desenvolver pesquisas nessa área é importante para o conhecimento histórico 
sobre a Língua Brasileira de Sinais e como ferramenta na educação do aluno surdo. Os 
objetivos a serem alcançados com essa pesquisa foram: compreender como acontece o 
processo de ensino-aprendizagem do aluno surdo na escola regular; desenvolver um 
breve relato histórico da Libras como ferramenta de inserção social e valorização da 
pessoa surda; identificar a Libras – Língua Brasileira de Sinais; conhecer o papel do 
intérprete de Libras na escola regular; e realizar um levantamento da forma como a 
legislação aborda a atuação do intérprete de Libras em sala de aula. 
Compreender a história do surdo no contexto educacional exige, anteriormente, 
que se faça uma retrospectiva histórica em torno das filosofias educacionais a eles 
dirigidas. Em diversos momentos o surdo foi colocado à margem da sociedade, tanto 
por ignorância dos demais quanto por incompreensão de suas necessidades e 
capacidades. Isso acontecia nos diversos contextos de convivência econômico, social, 
cultural, educacional e político. Conforme nos aponta Silva (2000, p. 4): Focos de 
atenção são colocados em sua “deficiência auditiva”, mas não nas suas práticas 
discursivas e condições sociais que os tentam definir e controlar. 
. Entretanto, foi só a partir do século XVIII que surgiram as informações sobre 
os surdos na área da educação, viabilizando lhes o seu acesso. A história educacional do 
deficiente auditivo teve grandes avanços nas últimas décadas, porém ainda está longe do 
ideal, ainda se encontra no período atual, algumas pessoas agem com desconhecimento 
e desrespeito para com o surdo, menosprezando suas capacidades de compreensão e 
cognição. 
Porém, a comunidade surda tem se fortalecido significativamente na luta pelos 
seus direitos, na socialização e, especialmente na defesa da Libras como língua, que 
deve ser aprendida e praticada por todos, surdos ou não. 
Dentro desse contexto, apresentamos as legislações fruto de lutas de toda 
comunidade surda para na garantia de direitos, a Lei de Libras 10436/02 e o Decreto n.º 
 
 
5.626/05 são dois documentos fundamentais para garantir os direitos das pessoas surdas, 
especialmente na área da educação. Esses documentos proporcionaram ações da 
comunidade surda em todo o país na luta pela efetivação dos dispositivos propostos e 
pela garantia dos direitos que esses documentos apresentam. 
Muitas dessas lutas decorreram das ações que impactaram, e ainda estão 
impactando, as comunidades surdas de forma geral em todo o Brasil. Essas ações, no 
entanto, não podem ser compreendidas de forma isolada: há um contexto social de forte 
organização da população interessada pelas questões das comunidades surdas, bem 
como o avanço dos debates relativos à singularidade linguística dessa comunidade. 
O nível de organização que encontramos entre as entidades que se dedicam às 
questões relevantes às pessoas surdas Federação Nacional de Educação e Integração dos 
Surdos (Feneis), Associações de Surdos, pesquisas sobre a Língua Brasileira de Sinais 
entre outras, não é o mesmo verificado nas demais demandas da Educação Especial, o 
que justificaria um conjunto de ações bastante focalizado neste grupo (SALERNO, 
2006). 
A Lei nº 10.436 nos leva à ideia de que o surdo precisa ser incluído na 
educação. Ela reconhece a Libras como meio oficial de comunicação em seu artigo 
primeiro “É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua 
Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados”. E ainda 
define no parágrafo único: “Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a 
forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza 
visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de 
transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” 
(Lei nº 10.436, de 24 abril de 2002).” 
A lei 10.436 reconhece a Língua Brasileira de Sinais - Libras e esse reconhecimento 
traz consequência positivas para a comunidade surda, que passam a ver seus direitos 
fundamentados, sendo desvelados pela população em geral, principalmente para as 
vivencias em locais públicos. No ano de 2005, em Brasília, no dia 22 de dezembro, foi 
 
 
assinado o Decreto da Lei de Libras n.º 5.626, que regulamenta a Lei n.º 10.436/2002 no 
que diz respeito à formação de profissionais para atuar na educação de pessoas surdas. 
A primeira questão apresentada no referido Decreto foi a conceituação de 
surdez e sua diferenciação com a deficiência auditiva. O documento traz dois elementos 
que devem ser considerados ao se definir a surdez. São eles: 
Vinculação do conceito de surdez à interação com o mundo através das 
experiências visuais, presentes e manifestas na cultura própria das comunidades surdas 
nas quais a presença da Língua de Sinais é o principal diferenciador; 
O surdo, como podemos inferir, na educação, inclui-se na educação especial. 
Não há, nem na constituição, nem na LDB, nenhum apontamento direto acerca do 
educando surdo, o que leva os sistemas de ensino adotar os métodos que julgarem 
necessários e cabíveis baseando-se na modalidade contida na LDB. Mesmo com a 
ausência do termo “surdo” na legislação, outros documentos foram criados 
posteriormente para defender o surdo, não só no meio educacional, mas como em outros 
contextos da sociedade brasileira. 
Em 19 de dezembro, de 2000, com a lei 10.098 , lei da acessibilidade , 
começam novos esforços para que se reconheçam os direitos dos surdos quanto à 
comunicação. O artigo 18 desta lei estabelece que “O Poder Público implementará a 
formação de profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de 
guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora 
de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação”. 
Dessa forma em 2005, com o decreto 5.626 de 22 de dezembro, o surdo ganha 
mais espaço na sociedade. O decreto regulamenta a lei 10.436 e o artigo18 da lei 
10.098. A primeira característica do decreto, que o difere das legislações até então 
apontadas, é que o termo surdo passa a ser esclarecido e reconhecido. 
Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda àquela que, por ter perda 
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, 
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - 
Libras. 
 
 
Diferenciando o surdo do deficiente auditivo, que é o indivíduo que possui a 
perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por 
audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. O decreto, além 
de adotar corretamente o termo surdo, regulamenta a profissão de intérprete e dá 
garantias especificamente aos surdos. 
Em seguida, em24 de abril de 2002 foi publicada lei reconhecida como Lei da LIBRAS 
– Lei 10.436 – que reconhece a Libras como meio oficial de comunicação. Diz que: 
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a 
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a 
ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira 
de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o 
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura 
gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão 
de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do 
Brasil. 
O reconhecimento da LIBRAS como lei que regula oficialmente esse meio de 
comunicação representou uma grande conquista para todas as comunidades engajadas 
na causa. 
Percebemos que, ao longo dos anos, uma sucessão de leis e documentos 
possibilitou a consolidação e especificação do trabalho do profissional 
tradutor/intérprete de libras. Com a implementação da lei n 10.098 que estabelece 
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com 
deficiência ou com mobilidade reduzida. Compreendemos que muito mais do que 
apenas indicar a importância do acesso à comunicação, essa lei aponta, pela primeira 
vez, a formação de intérpretes de Libras. Com isso, pessoas que, em sua maioria, até 
então atuavam no âmbito religioso e familiar de maneira informal, passaram a 
constituírem-se como profissionais, devido ao conhecimento específico que possuíam. 
Todos esses documentos, e diversos outros, surgem imersos em um contexto 
maior, que é delineado pela luta de movimentos sociais representantes de minorias, a 
oficialização da Libras foi um grande marco para a Comunidade Surda Brasileira, pois 
representou um avanço no direito das pessoas surdas terem acesso comunicação e à 
 
 
informação ao prever intérpretes nas repartições públicas, hospitais, escolas, centros 
comerciais etc. Isso garantiu aos surdos acesso a todos os tipos de comunicação e 
efetivou a sua inclusão social e educacional. 
A diretriz maior da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva é enfatizar a Educação Especial como modalidade de ensino que 
perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional 
especializado, disponibiliza serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta 
alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular. 
Essas políticas e documentos analisados induziram a uma série de ações 
governamentais, na área da surdez, quantitativa e qualitativamente diferentes daquelas 
propostas em décadas anteriores. O Decreto n.º 5626/05 indicou a necessidade de 
formação de profissionais específicos abrindo a possibilidade de destinação de recursos 
para a criação do Curso Superior de Educação à Distância Letras/Libras, para formação 
de professores de Libras, Curso Superior de Educação a Distância de Formação de 
Tradutor-Intérprete de Libras/Língua Portuguesa, criação de Salas de Recurso 
Multifuncionais equipadas com materiais em Libras; Centro de Apoio à Surdez (CAS) 
em várias localidades do país, e divulgação e ensino de Libras em diferentes esferas. 
Assim, neste estudo, o que observamos é que o surdo passou a ter um lugar, 
nunca ocupado antes, nas políticas de educação do nosso país. Esse espaço precisa ser 
aproveitado da melhor forma possível, pois a legislação abre possibilidades e prevê 
recursos que, se reivindicados, podem constituir importante estrutura para o 
oferecimento de uma melhor educação para os surdos e deficientes auditivos. 
 
3.2 PAPEL DO TRADUTOR PARA ALUNOS COM SURDEZ 
 
O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais é um profissional pouco conhecido 
no meio acadêmico. Por ser uma profissão inovadora, ainda há poucos estudos sobre 
ela, principalmente, se fizermos um recorte para analisarmos a configuração 
educacional desta profissão, onde a atuação se dá em diversos níveis de formação, desde 
a educação básica à acadêmica como um todo. No Brasil, segundo Quadros (2004), a 
 
 
presença de intérpretes de língua de sinais foi percebida, notavelmente, em trabalhos 
religiosos por volta dos anos 80. Posteriormente, no início da década de 90, no Rio de 
Janeiro. 
Assim compreendemos que, o papel do tradutor é algo que apesar das 
legislações vigentes, ainda está em processo contínuo de construção e aprimoramento. 
Com o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), recentemente através da 
sanção da lei federal 10.436 de 24 de abril de 2002, a qual foi regulamentada pelo 
decreto federal 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Esses instrumentos legais foram 
imprescindíveis para a posterior regulamentação do exercício da profissão do 
Tradutor/intérprete pela sanção da lei federal 12.319 de 1 de setembro de 2010.Com 
todos esses avanços, as instituições precisaram incluir no seu quadro, profissionais para 
a tradução e interpretação de/para Libras, para garantir a acessibilidade, para que uma 
ponte fosse estabelecida entre elas e o surdo (RODRIGUES, 2012). 
De acordo com (Rodrigues 2012), percebemos que para entendermos melhor o 
papel desse profissional, torna-se necessário analisarmos as questões legais, no que 
concerne à sua formação, atribuições e questões éticas inerentes à profissão. 
Os Intérpretes de Língua de Sinais surgiram, a partir da necessidade da 
comunidade surda de ter esse profissional como auxiliar no seu processo de 
comunicação e, para que isso se tornasse realidade, fez-se necessário que houvesse a 
oficialização da Língua Brasileira de Sinais - Libras. 
Assim, a profissionalização do Tradutor Intérprete de Libras se deu pela sanção 
da lei federal 12.319/2010, que entre outras coisas descreve atividades típicas do cargo, 
como Interpretação simultânea, interpretar diálogos realizados entre pessoas que falam 
idiomas diferentes (Libras e Português); interpretar discursos, palestras, aulas 
expositivas, comentários, explicações, debates, enunciados de questões avaliativas e 
outras reuniões análogas; interpretardiscussões e negociações entre pessoas que falam 
idiomas diferentes (Libras e Português). 
O profissional Tradutor Intérprete de Libras, precisa seguir um padrão de 
condutas ou princípios que são relativas a sua profissão, podemos citar tais exemplos: 
 
 
Imparcialidade, total neutralidade na tradução, não interferindo de forma pessoal, 
Discrição; não se envolver durante seu trabalho com o assunto em questão, 
Confiabilidade/Credibilidade: Sigilo profissional, Fidelidade: ser fiel a interpretação. 
Este profissional deve ser o canal comunicativo do aluno surdo com todos que 
fazem parte da escola, professores, colegas de escola, funcionários, todos de um modo 
em geral. 
O papel do Intérprete, deve ser bem delimitado, tendo em vista que suas 
funções, muitas vezes, não são claramente definidas. Embora haja os que acreditam que 
os Intérpretes devem apenas interpretar, sabe-se que alguns professores, de maneira 
equivocada e por falta de conhecimento mais aprofundado sobre a questão da 
interpretação, atribuem aos Intérpretes a responsabilidade de explicar os conteúdos 
acadêmicos tanto quanto a traduzir as aulas. No entanto, poucos Intérpretes têm preparo 
e formação pedagógica para assumir tal função. 
É necessário compreender, porém, que ser intérprete de Libras/Língua 
Portuguesa não pressupõe, apenas, conhecer as duas línguas, mas ir além da fluência 
delas, já que essas possuem idiomas gramaticalmente distintos e envolvem modalidades 
diferenciadas – a Libras como sistema lingüístico de comunicação 
gestual-visual-espacial e o português na modalidade oral-auditiva – e conhecer 
profundamente as especificidades socioculturais de ambas. 
Nesse contexto, o termo Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais diz respeito ao 
profissional cuja formação lhe habilita a atuar junto ao Surdo trabalhando com a língua 
de sinais e sua conversão para o português oral, bem como os sinais para escrita ou 
escrita para sinais. Vale salientar que toda a tradução envolve sempre uma língua escrita 
e a interpretação sempre envolve línguas faladas/sinalizadas. 
Todavia, o simples conhecimento da estrutura gramatical da língua de sinais 
pelo intérprete não é suficiente; este deve apreender também os valores culturais, 
costumes da comunidade surda, buscando não apenas garantir a “decodificação” dos 
aspectos estruturais das línguas em questão, mas, sobretudo seu aspecto discursivo, a 
constituição de sentidos instituída na relação entre os falantes. 
 
 
Tais especificidades sobre a formação do Intérprete são de extrema importância 
para o conhecer desse profissional. Não basta ao profissional Intérprete ter 
conhecimento da língua de sinais, sendo importante também que esse tenha uma boa 
fluência e versatilidade para interpretar da língua de sinais para a língua portuguesa e 
vice-versa. 
Ao mesmo tempo, características como respeito e postura ética em sua atuação 
com a pessoa surda são fundamentais para o reconhecimento positivo de seu trabalho. 
Com relação à postura ética do intérprete, algumas considerações devem ser destacadas. 
O trabalho do intérprete deverá ser somente o de interpretar e não de ministrar 
aulas de sinais em sala de aula, substituindo o professor em uma escola. Seu papel é o 
de mediador da aprendizagem e não de agente. É necessário, no entanto, refletir também 
sobre a imagem que o aluno surdo tem do profissional Intérprete. Como elemento ativo 
e atuante dentro do processo educativo, o Intérprete precisa ser reconhecido pelo aluno 
Surdo como ator essencial à sua aprendizagem; seu papel como mediador, bem como 
suas competências e o âmbito de sua atuação devem ser devidamente reconhecidos 
pelos alunos para que, à medida que estes se conscientizem sobre tais questões, possam, 
também, apoiar os movimentos que buscam organizar a atuação do Intérprete de Sinais, 
formalizando sua profissionalização. 
Nos últimos anos a carreira profissional de Intérpretes de Língua de Sinais vem 
se fortalecendo através de cursos de formação e capacitação. Esse profissional vem se 
articulando para conquistar seu espaço e o reconhecimento social. Por atuar em uma 
área bastante diversificada, faz-se necessário que esse procure se manter constantemente 
atualizado, tendo em vista que ainda não existem áreas especificas de atuação, ou seja, o 
Intérprete ainda não pode optar por atuar ou não em determinadas áreas. Isso ocorre 
porque até o momento existe ainda um número restrito de profissionais para um amplo 
mercado de trabalho, e ainda pelo fato de que as próprias instituições solicitam sua 
atuação independente do grau de conhecimento que o Intérprete venha a ter sobre 
determinada área. 
Seu âmbito de atuação é variado e, por isso mesmo, seu trabalho como 
intérprete deve ser destituído de qualquer preconceito, pois a ele caberá exercer seu 
 
 
ofício em qualquer situação ou local, como em grupos de conscientização homoafetivas, 
repartições públicas, religiões diversas, entre tantos outros. Assim, o Intérprete, partindo 
do respeito devido pelo Surdo, deverá interpretar todo o contexto necessário, mesmo 
que, pessoalmente, não esteja de acordo com o conteúdo que deva ser interpretado. 
Deverá se pautar, principalmente, no profissionalismo e na ética. 
Dessa forma, percebemos a importância do papel ocupado pelo profissional 
tradutor/intérprete de libras, é preciso muito mais que profissionalismo, e sim romper 
com tabus estabelecidos pela não inclusão de pessoas surdas no contexto sociocultural 
que vivenciamos, pois além de compreender a necessidade de colocar-se no lugar do 
próximo, o profissional que opta por estudar libras, se depara com poucas opções de 
práticas e estudos existentes no meio acadêmico, e esse tem sido um dos fatores 
preponderantes para desestimular os profissionais que buscam aprender a língua de 
sinais. 
Assim compreendemos que, muito ainda temos que avançar na construção e 
apresentação desse profissional a sociedade em geral, pois através de pesquisas acerca 
do tema percebemos ainda muitas dúvidas quanto ao papel do profissional intérprete de 
Libras em sala de aula, que sempre foi atrelado a muita discussão, pois embora muitas 
vezes o papel do intérprete não se distinga com o papel do professor, os dois 
profissionais desenvolvem papeis diferente em sala de aula. 
O professor é a figura central responsável pelo ensino, assim como por seus 
alunos. O intérprete atua como intermediador entre o professor e o aluno surdo, fazendo 
a interpretação dos conteúdos trabalhados pelo professor para a linguagem de sinais. A 
conduta ética do interprete os impedem de se envolver além do necessário, porém para o 
intérprete que atua na área educacional é algo impossível já que cotidianamente os 
alunos da sala sempre veem a figura do intérprete como a de um professor e acaba 
dirigindo a ele questões e conteúdos trabalhados em sala. 
Assimfinalizamos, apresentando que desde seus primórdios, o trabalho 
exercido pelo Tradutor Intérprete de Libras, sempre teve a finalidade de comunicar, 
comunicar a sociedade de um modo em geral que os surdos podem e devem ter “voz”. 
 
 
Não importando o aspecto deste trabalho a mediação da comunicação da língua de 
sinais é a principal função deste profissional. 
Compreendendo assim a extrema importância do papel desse profissional não 
só para alfabetização de crianças surdas, como também a própria socialização, 
desenvolvimento e propagação da cultura a língua brasileira de sinais. 
Dessa forma, ficou claro que a atuação do intérprete vai além de um tradutor, 
os alunos veem neles uma figura essencial para sua inclusão em sala de aula, já que a 
falta de professores capacitados em Libras acaba prejudicando a sua comunicação com 
o aluno. Apesar dos avanços ocorridos na história de vida dos Surdos/deficientes 
auditivos, e diante dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se perceber que apesar de 
algumas dificuldades enfrentados pelos alunos na sala de aula, a escola é um espaço 
efetivo e atuante em promover a inclusão do aluno Surdo/deficiente auditivo na 
sociedade. 
 
 
 
 
 
 
3.3 LEIS QUE REGULAMENTAM A PROFISSÃO 
 
Na década de 1990, o Brasil optou pela construção de um sistema educacional 
inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ao 
mostrar-se consonante com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha). Desta 
forma, o Conselho Nacional de Educação aprovou a Resolução Nº 02/2001 que institui 
as Diretrizes nacionais para educação especial na educação básica. Tais Diretrizes 
incluem os alunos surdos no grupo daqueles com dificuldades de comunicação e 
 
 
sinalização diferenciadas dos demais alunos e que demanda a utilização de linguagens e 
códigos aplicáveis. 
Nesse sentido, se partirmos do princípio que a comunicação é notoriamente um 
fator fundamental para o ser humano, sendo, portanto, o meio pelo qual uma pessoa 
exerce influência sobre outra, podemos afirmar que é a comunicação que permite a 
interação entre os seres humanos e que permite que estes se tornem seres sociais e assim 
se mantenham. Logo, a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, é uma ferramenta que 
possibilita a interação dos surdos e devido à necessidade da comunidade surda de 
possuir um profissional que auxiliasse no processo de comunicação com as pessoas 
ouvintes, surgiram os intérpretes da LIBRAS. No início, a atuação era informal, apenas 
pais ou membros da família das pessoas surdas exerciam essa função. No entanto, para 
que isso ocorresse de modo formal, foi necessária a oficialização da Língua Brasileira 
de Sinais - LIBRAS. 
Vivemos um tempo em que somos convidados, diariamente, a repensar sobre a 
educação como direito de todos, um tempo em que surgem inúmeros questionamentos 
sobre a inclusão escolar dos surdos e o papel do Intérprete de Língua de Sinais e qual 
sua real função em sala de aula. 
A educação do surdo na perspectiva das políticas públicas está voltada à 
garantia de acesso e permanência do surdo nas escolas regulares de ensino. Porém, ao 
mesmo tempo em que a legislação vigente garante o direito linguístico ao surdo de ter 
acesso aos conhecimentos escolares na língua de sinais, o poder público cria uma 
estratégia para manter a ideia de que a educação dos surdos deve ser disponibilizada no 
ensino regular, oferecendo intérprete da língua brasileira de sinais onde houver surdos 
matriculados (BRASIL, 2008). 
Na atual conjuntura, vigoram leis que regulamentam a profissão e determinam 
a formação desse profissional. Uma dessas leis é a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 
2010, que regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de 
Sinais – LIBRAS. 
 
 
Do ponto de vista de Quadros (2004), o desenvolvimento desse profissional 
depende, primeiramente, da evolução social, rumo a uma sociedade mais justa, no que 
concerne ao respeito aos direitos linguísticos da pessoa surda, começando pelo acesso 
ao sistema de educação, o reconhecimento da língua de sinais com status de língua, 
assim como ocorre com a língua oral e, por fim, reconhecer a própria profissão do 
tradutor intérprete da língua de sinais. 
Em segundo lugar, depende da atuação positiva dos governos no que se refere 
às políticas públicas, no sentido de estabelecer serviços de interpretação suficientes para 
atender à demanda, regulamentar a profissão e, também, proporcionar oferta de 
formação de qualidade para os profissionais da área. 
Entretanto, percebemos uma certa resistência das instituições na contratação 
desses profissionais, o que acarreta em danos irreversíveis no processo de alfabetização 
e desenvolvimento de crianças surdas. 
Dentro desse contexto, sente-se a necessidade de apresentar a sociedade o 
papel primordial que o tradutor intérprete exerce, não só na alfabetização de crianças 
surdas, como também na difusão da língua de sinais. É preciso compreender esse 
profissional em sua totalidade. 
Assim, ao tomarmos conhecimento do significado da palavra “Intérprete”, logo 
compreendemos o quão importante é. O intérprete pode ser entendido como um canal 
do saber, de um universo cultural para outro, é importante relembrar que Libras é uma 
Língua, não uma linguagem. Logo, o tradutor constitui-se nesse processo como um 
mediador para a comunicação visual e, por consequência, para inclusão educacional da 
pessoa surda no contexto escolar e em demais situais sociais. É como uma ponte entre a 
comunidade ouvinte e a comunidade surda. 
A preocupação é proporcionar ao sujeito surdo a condição de se incluir na 
sociedade de forma efetiva e completa, reconhecendo suas diferenças e capacidades. É 
neste contexto que está inserido o tradutor intérprete de libras. 
Como já citado anteriormente, o exercício da profissão de Tradutor e intérprete 
de Libras (TILS) é regulamentado pela Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010 e, sob 
 
 
a luz desta lei, o intérprete deverá possuir competência para realizar a interpretação 
simultânea de duas línguas: Libras e Língua Portuguesa. O documento relata sobre os 
meios de formação profissional, os lugares de convalidações de certificado e exames de 
proficiência que são necessárias para sua atuação profissional. (BRASIL, 2010). No 
artigo 6º dessa Lei são descritas as atribuições do tradutor e intérprete, que são: 
I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, 
surdos e surdos cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras 
para a língua oral e vice-versa; II - interpretar, em Língua Brasileira de 
Sinais – Língua Portuguesa, as atividades didático-pedagógicas e 
culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis 
fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos 
conteúdos curriculares; III - atuarnos processos seletivos para cursos 
na instituição de ensino e nos concursos públicos; IV - atuar no apoio 
à acessibilidade aos serviços e às atividades fim das instituições de 
ensino e repartições públicas; V - prestar seus serviços em 
depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais. 
Um dos maiores desafios que esses profissionais enfrentam vem a ser a aceitação da 
equipe escolar, já que não ter este novo profissional em seu quadro docente implica o 
não cumprimento da lei e inúmeros conflitos que destroem com a imagem da 
instituição. 
Outro desafio é a falta de sinais específicos para os conteúdos. Isso se reflete 
no aprendizado e faz com que os surdos tenham mais dificuldade e, em alguns casos, 
continuem defasados se comparados aos alunos ouvintes. Dessa forma, faz-se relevante 
a presença de um grupo de pesquisa em Libras para desenvolver sinais específicos para 
o uso em sala de aula. Assim os TILS devem ter habilidades linguísticas compatíveis 
para conseguirem adequar a explicação destes conteúdos, o que muitas vezes acontece 
sem o apoio do professor regente e acaba deixando o aluno surdo um passo atrás da 
turma. (SANTOS, 2010, p.4). 
Dessa forma, compreendemos que a única forma de assegurar que o 
aprendizado torne-se significativo para os surdos é interpretá-lo na língua de sinais. No 
trabalho com a segunda língua, o professor de sala deve ter um cuidado redobrado e 
sempre fornecer antecipadamente ao intérprete os conteúdos e textos a serem 
 
 
trabalhados, para que este estude a melhor forma de interpretá-los, e essa interação nem 
sempre é possível, o que acarreta em danos para o aprendizado do aluno. 
Como vimos o Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais tem um papel muito 
importante na comunicação entre ouvintes e surdos. Sem essa mediação, a comunicação 
entre esses sujeitos fica interrompida, principalmente, na sala de aula, onde o aluno 
surdo está inserido na sala regular de ensino com os demais colegas e professores 
ouvintes que podem não possuir certo conhecimento nessa língua. 
Sendo assim, é urgente que as propostas pedagógicas contemplem o ensino da 
pessoa surda, englobando mecanismos necessários que a auxilie na percepção do meio 
ambiente e que nela desperte essa consciência crítica e social, necessária a sua vivência 
no âmbito coletivo. 
Dessa forma, a profissão do tradutor intérprete de libras e as lutas e conquistas 
da comunidade surda brasileira caminham lado a lado. Aos poucos, esses profissionais 
estão conquistando seu espaço, porém ainda existem muitas barreiras a serem vencidas, 
e isso exige muito esforço. 
Atualmente, existem várias escolas e universidade públicas e privadas 
espalhadas pelo Brasil, com, no mínimo, um intérprete em seu quadro funcional. Sendo 
assim, o intérprete deve assumir seu papel de educador em conjunto com a equipe 
pedagógica da escola, e mesmo que a avaliação seja responsabilidade do professor, o 
tradutor precisa acompanhar a correção, para que o aluno não seja prejudicado. 
No processo de inclusão escolar, o intérprete educacional passa a ser coautor 
para a efetivação desse ideal em relação aos alunos surdos, este profissional deve 
possuir conhecimentos específicos da área onde atua, além de competência para realizar 
a tradução/interpretação das duas línguas em questão e sua atuação deve seguir a 
constância da ética profissional. 
De qualquer forma, a simples inserção do intérprete não garante a plena 
inclusão e desenvolvimento desses agentes, é preciso que toda a comunidade escolar se 
empenhe, pois para alcançar o sucesso, as forças devem ser unidas em prol da educação 
para todos declarada em Salamanca. 
 
 
Em virtude disto, é possível pensar que os alunos surdos inclusos no contexto 
escolar, nos dão outras possibilidades, outros caminhos, outro lugar onde não haja 
necessidade dos ouvintes narrarem os surdos e a surdez. Desta forma, eles próprios 
podem narrar-se e construir-se da maneira que lhes permita ser diferentes no jeito de 
ser, mas iguais em condições. 
 
 
 
4 PESQUISA E ANÁLISE 
 
O desenvolvimento da pesquisa foi acompanhado por professores e por 
crianças surdas, nas quais conseguimos observar a diferença comportamental nos dias 
que o interprete estava na sala de aula e nos dias que por ventura faltava. Percebemos 
que com a presença do interprete a criança se sente não só mais segura no convívio com 
as demais crianças, como também era nítido seu interesse nos debates estabelecidos em 
sala de aula. 
Dessa forma, compreendemos a importância do tradutor não apenas na 
alfabetização das crianças, mas principalmente no desenvolvimento psicossocial 
 
 
4.1 AÇÃO PRESENCIAL 
 
Tivemos como objetivo de estudos identificar as contribuições e metodologias 
utilizadas pelo tradutor no processo de alfabetização de alunos surdos, como também 
apresentar a importância do tradutor/interprete no convívio escolar e como, 
positivamente, isso contribui para o desenvolvimento sócio educacional do aluno surdo. 
Dessa forma, nos valemos de observações no campo de pesquisa, como 
também de leituras acerca do tema. 
 
 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao inserir um Intérprete da Língua Brasileira de Sinais no contexto escolar, 
tem-se a possibilidade de o aluno surdo poder receber as informações em Libras, através 
de um profissional com competência nessa área. 
Portanto, confirmou-se com este trabalho que “na medida em que a condição 
linguística especial do aluno surdo é respeitada, aumentam as chances de ele 
desenvolver-se e construir novos conhecimentos de maneira satisfatória, em contraponto 
a uma inclusão escolar sem qualquer cuidado especial” (LACERDA, 2000, p. 32). 
A presença de um profissional Intérprete de Libras pode contribuir para que os 
alunos surdos possam usufruir da sua cidadania e aproveitar o máximo das 
possibilidades de interação na sala de aula, juntamente com seus colegas ouvintes; tendo 
os mesmo direitos e oportunidades, demonstrando sua capacidade e potencialidade por 
meio da mediação desse profissional. 
O presente estudo evidenciou no relato a relevância do tradutor intérprete de 
libras na sala de aula para atender as especificidades dos alunos inclusos no ensino 
regular público. Observou-se que a mediação desse profissional foi fundamental para 
que o surdo tivesse sua participação e voz assegurada dentro da sala de aula. Contudo, 
no cotidiano da sala de aula, o intérprete muitas vezes não faz só a ​interpretação do 
conteúdo e a interação na comunicação entre os envolvidos, pois lhe é atribuído às 
funções que cabem ao professor regente e, para não deixar o aluno perdido, acaba 
assumindo uma série de funções que não são de sua atribuição. 
Tendo em vista essa problemática buscou-se trazer considerações relacionadas 
à função do intérprete no âmbito escolar; porque a legislação aponta que a atuação desteprofissional deve ser de mediador na interação do aluno surdo com os envolvidos na 
instituição de ensino. 
Porém, ressaltamos também que, além do conhecimento em LIBRAS para o 
processo inclusivo, é muito importante a participação da família para que o surdo tenha 
sucesso na escola, pois ela é à base legal e moral da vida escolar do aluno, pois é o 
primeiro grupo ao qual ele pertence em seguida, religião, vizinhança, escola, entre 
outros e com tudo isso a ação inclusiva de fazer parte e interagir com esses grupos. 
 
 
 
 
 
 
 
Referencias 
 
BRASIL. Câmara dos Deputados. ​Projeto de Lei 4673/2004​. ​Reconhece a profissão de 
Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências​. Transformado 
na Lei Ordinária 12319/2010. Disponível em: 
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=273676 
Acessado em: 03/05/2019 
 
MASUTTI, Mara Lúcia & SANTOS, Silvana Aguiar dos. ​Intérpretes de Língua de Sinais: 
uma política em construção​. In: QUADROS, Ronice Muller de. Estudos Surdos III. Rio de 
Janeiro: Arara Azul, 2008. 
SANTOS, Itamar; GRILLO, Jocimara; DUTRA, Perpétua Aparecida A. ​Intérprete 
Educacional: teoria versus prática. In​: Revista FENEIS​, ​nº 41, Set-Nov. 2010. pp.26-30. 
Disponível em: 
http://paulohenriquelibras.blogspot.com.br/2011/08/interpreteeducacionalteoria-versus.html​. 
 Acesso em: 15 maio 2019. 
 
SKLIAR, Carlos. ​A surdez: um olhar sobre as diferenças​. Porto Alegre: Editora Mediação, 
1998. 
LACERDA, C. O intérprete educacional de lígua no ensino fundamental: refletindo sobre 
limites e possibilidades. In: LODI, A. et al. (Org). ​Letramento e minorias​. Porto Alegre: 
Mediação, 2002.

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