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As Contribuições do Tradutor/Intérprete de Libras na Alfabetização de Crianças Surdas ERINEIDE DANIEL PEREIRA INDIRA DE JESUS LOPES Fal Estácio – Faculdade Estácio de Natal E-MAIL DO ALUNO erineidetst@hotmail.com indira.j.lopes@hotmail.com NOME DA ORIENTADORA: Taziana E-MAIL DA ORIENTADORA RESUMO O presente artigo tem como objetivo destacar a importância do tradutor/intérprete de libras na alfabetização de crianças surdas, não só no processo educacional, como também no desenvolvimento e socialização dos usuários da língua brasileira de sinais no ambiente escolar. Dessa forma, apresentamos o quanto a política da inclusão contribui de modo significativo para o desenvolvimento do senso crítico do aluno surdo, tornando-o capaz de exercer a sua cidadania e intervir na construção de uma sociedade mais justa. A aquisição da língua de sinais durante o processo de alfabetização do surdo viabiliza ao mesmo participar da vida em sociedade lhe garantindo o exercício pleno da cidadania. Assim, apresentamos não só as contribuições do profissional tradutor da língua de sinais, como também descrevemos sua trajetória de lutas na garantia de direitos e principalmente, as principais atribuições desse profissional. Palavras-chave: Alfabetização; Língua de sinais, tradutor/intérprete de libras. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho visa contribuir para a compreensão dos processos de alfabetização do aluno surdo apresentando aos leitores sua devida importância no que se refere à formação de novos educadores e à investigação de problemas envolvidos no ato educativo. Destina-se também na perspectiva de originar contribuições para uma prática pedagógica embasada em proposições de estratégias de ensino para a alfabetização do aluno surdo a partir das metodologias, concepções e ações docentes, com o intuito de analisar a prática docente no processo de alfabetização do aluno surdo, discorrendo e identificando as metodologias facilitadoras para esse, a partir da investigação do comportamento e desenvolvimento desse aluno durante esse período. O tema dessa pesquisa é algo que transita não só nas preocupações dos professores, que lidam diretamente com o processo de alfabetização no tocante ao aluno surdo, mas também de estudiosos e pesquisadores. Baseado nisso, utilizamos obras de autores como; Soares (2006) que aponta que alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita e letra significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Enquanto Quadros (2006, p.19), ratifica que “a educação bilíngue depende da presença de professores bilíngues”. O aluno surdo aprende uma língua na qual não fala ou não possui maior fluência. Assim, apoiados na Declaração de Salamanca 1994 que estimula o aprendizado em conjunto independente de suas dificuldades e diferenças, as políticas para educação inclusiva atual visam à complementação da formação e não mais a substituição do ensino regular por escolas especializada. E Para que o processo de inclusão e aprendizado ocorra de maneira natural no ambiente escolar é fundamental que todas as escolas se envolvam no aprendizado da Libras, enquanto a segunda língua da comunidade escolar, e a interação entre aluno, professor e intérprete é fundamental para o aprendizado do aluno Surdo/deficiente auditivo. A metodologia utilizada na pesquisa, foi a pesquisa de campo, além da coleta dados e análises com base em fundamentações teórica para maior compreensão acerca do tema. Desenvolver um estudo sobre alfabetização do aluno surdo e identificar maneiras de como proporcionar a esses alunos não só o aprendizado como também a inclusão no contexto escolar é algo que permeia nossa pesquisa. Com isso, apresentaremos o papel de destaque o tradutor de libras tem alcançado em sala de aula, frente ao processo de alfabetização de alunos surdos. Muitas vezes o papel do intérprete se confunde com o papel do professor, os dois profissionais desenvolvem papeis diferente em sala de aula. O professor é a figura responsável pelo ensino, assim como por seus alunos. O intérprete atua como mediador entre o professor e o aluno, fazendo a interpretação dos conteúdos trabalhados pelo professor para a linguagem de sinais. A conduta ética do intérprete os impedem de se envolver além do necessário, porém para o intérprete que atua na área educacional é algo impossível já que normalmente os alunos da sala sempre veem a figura do intérprete como a de um professor e acabam dirigindo-se a ele questionando questões e conteúdos trabalhados em sala. De modo geral, é sempre recomendado que os intérpretes que atuam em sala de aula repassem ao professor qualquer questionamento do aluno, esclarecendo a sua função mesmo que ampliada. Dessa forma, finalizamos ratificando que a simples presença do intérprete de libras em sala de aula não garante o aprendizado do aluno. Mas garante a comunicação e a interação de ambos em sala de aula. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada foi à pesquisa qualitativa com ênfase em leituras bibliográficas de autores relacionados ao tema, utilizamos também estudos de caso. Na fundamentação teórica, metodológica, mantemos um diálogo com obras de pesquisadores que possuem produções nesse campo. Essa pesquisa possibilitou a identificação das metodologias utilizadas para o processo de alfabetização do aluno surdo, que se reproduzem a partir de uma prática voltada para um ambiente interacionista que associa o concreto ao abstrato através da linguagem oral e língua de sinais, além do comportamento adotado pelo educador como formador. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A Surdez e a legislação inclusiva. Para compreender a educação dos surdos tem-se início com um breve relato histórico e educacional do Surdo nas principais sociedades da época. A busca pelo reconhecimento e pela legitimidade da comunidade surda passou de atos individualizados a direitos conquistados em leis. O atual momento em que vivemos deu ao surdo/deficiente auditivo o reconhecimento enquanto uma comunidade com atenção especial. O reconhecimento da língua brasileira de sinais (LIBRAS) se tornou um marco para o processo educacional, assim como a oficialização profissional do tradutor intérprete de Libras A escola sendo um espaço educativo tem como função a preservação e a transmissão cultural e, para isso, é essencial que seja um espaço acessível para todas as pessoas, independentemente desuas potencialidades ou deficiências. Ao se abordar a educação da pessoa surda, é essencial que se conheça como ela vem acontecendo atualmente, quais as ferramentas e adaptações utilizadas e, especialmente, os personagens que integram esse cenário. Assim, torna-se cada vez mais importante compreender o papel do intérprete de LIBRAS, pois seu trabalho está relacionado com a interação comunicativa social e cultural para a inserção das pessoas com surdez na sociedade. Sabe-se que o reconhecimento da Libras como sistema linguístico é muito recente e o papel do intérprete ainda precisa ser compreendido nesse contexto. A UNESCO somente em 1994 veio a declarar que a língua de sinais é uma língua, abrangendo nessa perspectiva toda a sua complexidade, e que deve ser considerada como todos os demais sistemas linguísticos. Desenvolver pesquisas nessa área é importante para o conhecimento histórico sobre a Língua Brasileira de Sinais e como ferramenta na educação do aluno surdo. Os objetivos a serem alcançados com essa pesquisa foram: compreender como acontece o processo de ensino-aprendizagem do aluno surdo na escola regular; desenvolver um breve relato histórico da Libras como ferramenta de inserção social e valorização da pessoa surda; identificar a Libras – Língua Brasileira de Sinais; conhecer o papel do intérprete de Libras na escola regular; e realizar um levantamento da forma como a legislação aborda a atuação do intérprete de Libras em sala de aula. Compreender a história do surdo no contexto educacional exige, anteriormente, que se faça uma retrospectiva histórica em torno das filosofias educacionais a eles dirigidas. Em diversos momentos o surdo foi colocado à margem da sociedade, tanto por ignorância dos demais quanto por incompreensão de suas necessidades e capacidades. Isso acontecia nos diversos contextos de convivência econômico, social, cultural, educacional e político. Conforme nos aponta Silva (2000, p. 4): Focos de atenção são colocados em sua “deficiência auditiva”, mas não nas suas práticas discursivas e condições sociais que os tentam definir e controlar. . Entretanto, foi só a partir do século XVIII que surgiram as informações sobre os surdos na área da educação, viabilizando lhes o seu acesso. A história educacional do deficiente auditivo teve grandes avanços nas últimas décadas, porém ainda está longe do ideal, ainda se encontra no período atual, algumas pessoas agem com desconhecimento e desrespeito para com o surdo, menosprezando suas capacidades de compreensão e cognição. Porém, a comunidade surda tem se fortalecido significativamente na luta pelos seus direitos, na socialização e, especialmente na defesa da Libras como língua, que deve ser aprendida e praticada por todos, surdos ou não. Dentro desse contexto, apresentamos as legislações fruto de lutas de toda comunidade surda para na garantia de direitos, a Lei de Libras 10436/02 e o Decreto n.º 5.626/05 são dois documentos fundamentais para garantir os direitos das pessoas surdas, especialmente na área da educação. Esses documentos proporcionaram ações da comunidade surda em todo o país na luta pela efetivação dos dispositivos propostos e pela garantia dos direitos que esses documentos apresentam. Muitas dessas lutas decorreram das ações que impactaram, e ainda estão impactando, as comunidades surdas de forma geral em todo o Brasil. Essas ações, no entanto, não podem ser compreendidas de forma isolada: há um contexto social de forte organização da população interessada pelas questões das comunidades surdas, bem como o avanço dos debates relativos à singularidade linguística dessa comunidade. O nível de organização que encontramos entre as entidades que se dedicam às questões relevantes às pessoas surdas Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Associações de Surdos, pesquisas sobre a Língua Brasileira de Sinais entre outras, não é o mesmo verificado nas demais demandas da Educação Especial, o que justificaria um conjunto de ações bastante focalizado neste grupo (SALERNO, 2006). A Lei nº 10.436 nos leva à ideia de que o surdo precisa ser incluído na educação. Ela reconhece a Libras como meio oficial de comunicação em seu artigo primeiro “É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados”. E ainda define no parágrafo único: “Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (Lei nº 10.436, de 24 abril de 2002).” A lei 10.436 reconhece a Língua Brasileira de Sinais - Libras e esse reconhecimento traz consequência positivas para a comunidade surda, que passam a ver seus direitos fundamentados, sendo desvelados pela população em geral, principalmente para as vivencias em locais públicos. No ano de 2005, em Brasília, no dia 22 de dezembro, foi assinado o Decreto da Lei de Libras n.º 5.626, que regulamenta a Lei n.º 10.436/2002 no que diz respeito à formação de profissionais para atuar na educação de pessoas surdas. A primeira questão apresentada no referido Decreto foi a conceituação de surdez e sua diferenciação com a deficiência auditiva. O documento traz dois elementos que devem ser considerados ao se definir a surdez. São eles: Vinculação do conceito de surdez à interação com o mundo através das experiências visuais, presentes e manifestas na cultura própria das comunidades surdas nas quais a presença da Língua de Sinais é o principal diferenciador; O surdo, como podemos inferir, na educação, inclui-se na educação especial. Não há, nem na constituição, nem na LDB, nenhum apontamento direto acerca do educando surdo, o que leva os sistemas de ensino adotar os métodos que julgarem necessários e cabíveis baseando-se na modalidade contida na LDB. Mesmo com a ausência do termo “surdo” na legislação, outros documentos foram criados posteriormente para defender o surdo, não só no meio educacional, mas como em outros contextos da sociedade brasileira. Em 19 de dezembro, de 2000, com a lei 10.098 , lei da acessibilidade , começam novos esforços para que se reconheçam os direitos dos surdos quanto à comunicação. O artigo 18 desta lei estabelece que “O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação”. Dessa forma em 2005, com o decreto 5.626 de 22 de dezembro, o surdo ganha mais espaço na sociedade. O decreto regulamenta a lei 10.436 e o artigo18 da lei 10.098. A primeira característica do decreto, que o difere das legislações até então apontadas, é que o termo surdo passa a ser esclarecido e reconhecido. Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda àquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Diferenciando o surdo do deficiente auditivo, que é o indivíduo que possui a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. O decreto, além de adotar corretamente o termo surdo, regulamenta a profissão de intérprete e dá garantias especificamente aos surdos. Em seguida, em24 de abril de 2002 foi publicada lei reconhecida como Lei da LIBRAS – Lei 10.436 – que reconhece a Libras como meio oficial de comunicação. Diz que: Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. O reconhecimento da LIBRAS como lei que regula oficialmente esse meio de comunicação representou uma grande conquista para todas as comunidades engajadas na causa. Percebemos que, ao longo dos anos, uma sucessão de leis e documentos possibilitou a consolidação e especificação do trabalho do profissional tradutor/intérprete de libras. Com a implementação da lei n 10.098 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Compreendemos que muito mais do que apenas indicar a importância do acesso à comunicação, essa lei aponta, pela primeira vez, a formação de intérpretes de Libras. Com isso, pessoas que, em sua maioria, até então atuavam no âmbito religioso e familiar de maneira informal, passaram a constituírem-se como profissionais, devido ao conhecimento específico que possuíam. Todos esses documentos, e diversos outros, surgem imersos em um contexto maior, que é delineado pela luta de movimentos sociais representantes de minorias, a oficialização da Libras foi um grande marco para a Comunidade Surda Brasileira, pois representou um avanço no direito das pessoas surdas terem acesso comunicação e à informação ao prever intérpretes nas repartições públicas, hospitais, escolas, centros comerciais etc. Isso garantiu aos surdos acesso a todos os tipos de comunicação e efetivou a sua inclusão social e educacional. A diretriz maior da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva é enfatizar a Educação Especial como modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular. Essas políticas e documentos analisados induziram a uma série de ações governamentais, na área da surdez, quantitativa e qualitativamente diferentes daquelas propostas em décadas anteriores. O Decreto n.º 5626/05 indicou a necessidade de formação de profissionais específicos abrindo a possibilidade de destinação de recursos para a criação do Curso Superior de Educação à Distância Letras/Libras, para formação de professores de Libras, Curso Superior de Educação a Distância de Formação de Tradutor-Intérprete de Libras/Língua Portuguesa, criação de Salas de Recurso Multifuncionais equipadas com materiais em Libras; Centro de Apoio à Surdez (CAS) em várias localidades do país, e divulgação e ensino de Libras em diferentes esferas. Assim, neste estudo, o que observamos é que o surdo passou a ter um lugar, nunca ocupado antes, nas políticas de educação do nosso país. Esse espaço precisa ser aproveitado da melhor forma possível, pois a legislação abre possibilidades e prevê recursos que, se reivindicados, podem constituir importante estrutura para o oferecimento de uma melhor educação para os surdos e deficientes auditivos. 3.2 PAPEL DO TRADUTOR PARA ALUNOS COM SURDEZ O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais é um profissional pouco conhecido no meio acadêmico. Por ser uma profissão inovadora, ainda há poucos estudos sobre ela, principalmente, se fizermos um recorte para analisarmos a configuração educacional desta profissão, onde a atuação se dá em diversos níveis de formação, desde a educação básica à acadêmica como um todo. No Brasil, segundo Quadros (2004), a presença de intérpretes de língua de sinais foi percebida, notavelmente, em trabalhos religiosos por volta dos anos 80. Posteriormente, no início da década de 90, no Rio de Janeiro. Assim compreendemos que, o papel do tradutor é algo que apesar das legislações vigentes, ainda está em processo contínuo de construção e aprimoramento. Com o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), recentemente através da sanção da lei federal 10.436 de 24 de abril de 2002, a qual foi regulamentada pelo decreto federal 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Esses instrumentos legais foram imprescindíveis para a posterior regulamentação do exercício da profissão do Tradutor/intérprete pela sanção da lei federal 12.319 de 1 de setembro de 2010.Com todos esses avanços, as instituições precisaram incluir no seu quadro, profissionais para a tradução e interpretação de/para Libras, para garantir a acessibilidade, para que uma ponte fosse estabelecida entre elas e o surdo (RODRIGUES, 2012). De acordo com (Rodrigues 2012), percebemos que para entendermos melhor o papel desse profissional, torna-se necessário analisarmos as questões legais, no que concerne à sua formação, atribuições e questões éticas inerentes à profissão. Os Intérpretes de Língua de Sinais surgiram, a partir da necessidade da comunidade surda de ter esse profissional como auxiliar no seu processo de comunicação e, para que isso se tornasse realidade, fez-se necessário que houvesse a oficialização da Língua Brasileira de Sinais - Libras. Assim, a profissionalização do Tradutor Intérprete de Libras se deu pela sanção da lei federal 12.319/2010, que entre outras coisas descreve atividades típicas do cargo, como Interpretação simultânea, interpretar diálogos realizados entre pessoas que falam idiomas diferentes (Libras e Português); interpretar discursos, palestras, aulas expositivas, comentários, explicações, debates, enunciados de questões avaliativas e outras reuniões análogas; interpretardiscussões e negociações entre pessoas que falam idiomas diferentes (Libras e Português). O profissional Tradutor Intérprete de Libras, precisa seguir um padrão de condutas ou princípios que são relativas a sua profissão, podemos citar tais exemplos: Imparcialidade, total neutralidade na tradução, não interferindo de forma pessoal, Discrição; não se envolver durante seu trabalho com o assunto em questão, Confiabilidade/Credibilidade: Sigilo profissional, Fidelidade: ser fiel a interpretação. Este profissional deve ser o canal comunicativo do aluno surdo com todos que fazem parte da escola, professores, colegas de escola, funcionários, todos de um modo em geral. O papel do Intérprete, deve ser bem delimitado, tendo em vista que suas funções, muitas vezes, não são claramente definidas. Embora haja os que acreditam que os Intérpretes devem apenas interpretar, sabe-se que alguns professores, de maneira equivocada e por falta de conhecimento mais aprofundado sobre a questão da interpretação, atribuem aos Intérpretes a responsabilidade de explicar os conteúdos acadêmicos tanto quanto a traduzir as aulas. No entanto, poucos Intérpretes têm preparo e formação pedagógica para assumir tal função. É necessário compreender, porém, que ser intérprete de Libras/Língua Portuguesa não pressupõe, apenas, conhecer as duas línguas, mas ir além da fluência delas, já que essas possuem idiomas gramaticalmente distintos e envolvem modalidades diferenciadas – a Libras como sistema lingüístico de comunicação gestual-visual-espacial e o português na modalidade oral-auditiva – e conhecer profundamente as especificidades socioculturais de ambas. Nesse contexto, o termo Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais diz respeito ao profissional cuja formação lhe habilita a atuar junto ao Surdo trabalhando com a língua de sinais e sua conversão para o português oral, bem como os sinais para escrita ou escrita para sinais. Vale salientar que toda a tradução envolve sempre uma língua escrita e a interpretação sempre envolve línguas faladas/sinalizadas. Todavia, o simples conhecimento da estrutura gramatical da língua de sinais pelo intérprete não é suficiente; este deve apreender também os valores culturais, costumes da comunidade surda, buscando não apenas garantir a “decodificação” dos aspectos estruturais das línguas em questão, mas, sobretudo seu aspecto discursivo, a constituição de sentidos instituída na relação entre os falantes. Tais especificidades sobre a formação do Intérprete são de extrema importância para o conhecer desse profissional. Não basta ao profissional Intérprete ter conhecimento da língua de sinais, sendo importante também que esse tenha uma boa fluência e versatilidade para interpretar da língua de sinais para a língua portuguesa e vice-versa. Ao mesmo tempo, características como respeito e postura ética em sua atuação com a pessoa surda são fundamentais para o reconhecimento positivo de seu trabalho. Com relação à postura ética do intérprete, algumas considerações devem ser destacadas. O trabalho do intérprete deverá ser somente o de interpretar e não de ministrar aulas de sinais em sala de aula, substituindo o professor em uma escola. Seu papel é o de mediador da aprendizagem e não de agente. É necessário, no entanto, refletir também sobre a imagem que o aluno surdo tem do profissional Intérprete. Como elemento ativo e atuante dentro do processo educativo, o Intérprete precisa ser reconhecido pelo aluno Surdo como ator essencial à sua aprendizagem; seu papel como mediador, bem como suas competências e o âmbito de sua atuação devem ser devidamente reconhecidos pelos alunos para que, à medida que estes se conscientizem sobre tais questões, possam, também, apoiar os movimentos que buscam organizar a atuação do Intérprete de Sinais, formalizando sua profissionalização. Nos últimos anos a carreira profissional de Intérpretes de Língua de Sinais vem se fortalecendo através de cursos de formação e capacitação. Esse profissional vem se articulando para conquistar seu espaço e o reconhecimento social. Por atuar em uma área bastante diversificada, faz-se necessário que esse procure se manter constantemente atualizado, tendo em vista que ainda não existem áreas especificas de atuação, ou seja, o Intérprete ainda não pode optar por atuar ou não em determinadas áreas. Isso ocorre porque até o momento existe ainda um número restrito de profissionais para um amplo mercado de trabalho, e ainda pelo fato de que as próprias instituições solicitam sua atuação independente do grau de conhecimento que o Intérprete venha a ter sobre determinada área. Seu âmbito de atuação é variado e, por isso mesmo, seu trabalho como intérprete deve ser destituído de qualquer preconceito, pois a ele caberá exercer seu ofício em qualquer situação ou local, como em grupos de conscientização homoafetivas, repartições públicas, religiões diversas, entre tantos outros. Assim, o Intérprete, partindo do respeito devido pelo Surdo, deverá interpretar todo o contexto necessário, mesmo que, pessoalmente, não esteja de acordo com o conteúdo que deva ser interpretado. Deverá se pautar, principalmente, no profissionalismo e na ética. Dessa forma, percebemos a importância do papel ocupado pelo profissional tradutor/intérprete de libras, é preciso muito mais que profissionalismo, e sim romper com tabus estabelecidos pela não inclusão de pessoas surdas no contexto sociocultural que vivenciamos, pois além de compreender a necessidade de colocar-se no lugar do próximo, o profissional que opta por estudar libras, se depara com poucas opções de práticas e estudos existentes no meio acadêmico, e esse tem sido um dos fatores preponderantes para desestimular os profissionais que buscam aprender a língua de sinais. Assim compreendemos que, muito ainda temos que avançar na construção e apresentação desse profissional a sociedade em geral, pois através de pesquisas acerca do tema percebemos ainda muitas dúvidas quanto ao papel do profissional intérprete de Libras em sala de aula, que sempre foi atrelado a muita discussão, pois embora muitas vezes o papel do intérprete não se distinga com o papel do professor, os dois profissionais desenvolvem papeis diferente em sala de aula. O professor é a figura central responsável pelo ensino, assim como por seus alunos. O intérprete atua como intermediador entre o professor e o aluno surdo, fazendo a interpretação dos conteúdos trabalhados pelo professor para a linguagem de sinais. A conduta ética do interprete os impedem de se envolver além do necessário, porém para o intérprete que atua na área educacional é algo impossível já que cotidianamente os alunos da sala sempre veem a figura do intérprete como a de um professor e acaba dirigindo a ele questões e conteúdos trabalhados em sala. Assimfinalizamos, apresentando que desde seus primórdios, o trabalho exercido pelo Tradutor Intérprete de Libras, sempre teve a finalidade de comunicar, comunicar a sociedade de um modo em geral que os surdos podem e devem ter “voz”. Não importando o aspecto deste trabalho a mediação da comunicação da língua de sinais é a principal função deste profissional. Compreendendo assim a extrema importância do papel desse profissional não só para alfabetização de crianças surdas, como também a própria socialização, desenvolvimento e propagação da cultura a língua brasileira de sinais. Dessa forma, ficou claro que a atuação do intérprete vai além de um tradutor, os alunos veem neles uma figura essencial para sua inclusão em sala de aula, já que a falta de professores capacitados em Libras acaba prejudicando a sua comunicação com o aluno. Apesar dos avanços ocorridos na história de vida dos Surdos/deficientes auditivos, e diante dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se perceber que apesar de algumas dificuldades enfrentados pelos alunos na sala de aula, a escola é um espaço efetivo e atuante em promover a inclusão do aluno Surdo/deficiente auditivo na sociedade. 3.3 LEIS QUE REGULAMENTAM A PROFISSÃO Na década de 1990, o Brasil optou pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ao mostrar-se consonante com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha). Desta forma, o Conselho Nacional de Educação aprovou a Resolução Nº 02/2001 que institui as Diretrizes nacionais para educação especial na educação básica. Tais Diretrizes incluem os alunos surdos no grupo daqueles com dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos e que demanda a utilização de linguagens e códigos aplicáveis. Nesse sentido, se partirmos do princípio que a comunicação é notoriamente um fator fundamental para o ser humano, sendo, portanto, o meio pelo qual uma pessoa exerce influência sobre outra, podemos afirmar que é a comunicação que permite a interação entre os seres humanos e que permite que estes se tornem seres sociais e assim se mantenham. Logo, a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, é uma ferramenta que possibilita a interação dos surdos e devido à necessidade da comunidade surda de possuir um profissional que auxiliasse no processo de comunicação com as pessoas ouvintes, surgiram os intérpretes da LIBRAS. No início, a atuação era informal, apenas pais ou membros da família das pessoas surdas exerciam essa função. No entanto, para que isso ocorresse de modo formal, foi necessária a oficialização da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Vivemos um tempo em que somos convidados, diariamente, a repensar sobre a educação como direito de todos, um tempo em que surgem inúmeros questionamentos sobre a inclusão escolar dos surdos e o papel do Intérprete de Língua de Sinais e qual sua real função em sala de aula. A educação do surdo na perspectiva das políticas públicas está voltada à garantia de acesso e permanência do surdo nas escolas regulares de ensino. Porém, ao mesmo tempo em que a legislação vigente garante o direito linguístico ao surdo de ter acesso aos conhecimentos escolares na língua de sinais, o poder público cria uma estratégia para manter a ideia de que a educação dos surdos deve ser disponibilizada no ensino regular, oferecendo intérprete da língua brasileira de sinais onde houver surdos matriculados (BRASIL, 2008). Na atual conjuntura, vigoram leis que regulamentam a profissão e determinam a formação desse profissional. Uma dessas leis é a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, que regulamenta a profissão de Tradutor e Interprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Do ponto de vista de Quadros (2004), o desenvolvimento desse profissional depende, primeiramente, da evolução social, rumo a uma sociedade mais justa, no que concerne ao respeito aos direitos linguísticos da pessoa surda, começando pelo acesso ao sistema de educação, o reconhecimento da língua de sinais com status de língua, assim como ocorre com a língua oral e, por fim, reconhecer a própria profissão do tradutor intérprete da língua de sinais. Em segundo lugar, depende da atuação positiva dos governos no que se refere às políticas públicas, no sentido de estabelecer serviços de interpretação suficientes para atender à demanda, regulamentar a profissão e, também, proporcionar oferta de formação de qualidade para os profissionais da área. Entretanto, percebemos uma certa resistência das instituições na contratação desses profissionais, o que acarreta em danos irreversíveis no processo de alfabetização e desenvolvimento de crianças surdas. Dentro desse contexto, sente-se a necessidade de apresentar a sociedade o papel primordial que o tradutor intérprete exerce, não só na alfabetização de crianças surdas, como também na difusão da língua de sinais. É preciso compreender esse profissional em sua totalidade. Assim, ao tomarmos conhecimento do significado da palavra “Intérprete”, logo compreendemos o quão importante é. O intérprete pode ser entendido como um canal do saber, de um universo cultural para outro, é importante relembrar que Libras é uma Língua, não uma linguagem. Logo, o tradutor constitui-se nesse processo como um mediador para a comunicação visual e, por consequência, para inclusão educacional da pessoa surda no contexto escolar e em demais situais sociais. É como uma ponte entre a comunidade ouvinte e a comunidade surda. A preocupação é proporcionar ao sujeito surdo a condição de se incluir na sociedade de forma efetiva e completa, reconhecendo suas diferenças e capacidades. É neste contexto que está inserido o tradutor intérprete de libras. Como já citado anteriormente, o exercício da profissão de Tradutor e intérprete de Libras (TILS) é regulamentado pela Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010 e, sob a luz desta lei, o intérprete deverá possuir competência para realizar a interpretação simultânea de duas línguas: Libras e Língua Portuguesa. O documento relata sobre os meios de formação profissional, os lugares de convalidações de certificado e exames de proficiência que são necessárias para sua atuação profissional. (BRASIL, 2010). No artigo 6º dessa Lei são descritas as atribuições do tradutor e intérprete, que são: I - efetuar comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos cegos, surdos-cegos e ouvintes, por meio da Libras para a língua oral e vice-versa; II - interpretar, em Língua Brasileira de Sinais – Língua Portuguesa, as atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas nas instituições de ensino nos níveis fundamental, médio e superior, de forma a viabilizar o acesso aos conteúdos curriculares; III - atuarnos processos seletivos para cursos na instituição de ensino e nos concursos públicos; IV - atuar no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades fim das instituições de ensino e repartições públicas; V - prestar seus serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais. Um dos maiores desafios que esses profissionais enfrentam vem a ser a aceitação da equipe escolar, já que não ter este novo profissional em seu quadro docente implica o não cumprimento da lei e inúmeros conflitos que destroem com a imagem da instituição. Outro desafio é a falta de sinais específicos para os conteúdos. Isso se reflete no aprendizado e faz com que os surdos tenham mais dificuldade e, em alguns casos, continuem defasados se comparados aos alunos ouvintes. Dessa forma, faz-se relevante a presença de um grupo de pesquisa em Libras para desenvolver sinais específicos para o uso em sala de aula. Assim os TILS devem ter habilidades linguísticas compatíveis para conseguirem adequar a explicação destes conteúdos, o que muitas vezes acontece sem o apoio do professor regente e acaba deixando o aluno surdo um passo atrás da turma. (SANTOS, 2010, p.4). Dessa forma, compreendemos que a única forma de assegurar que o aprendizado torne-se significativo para os surdos é interpretá-lo na língua de sinais. No trabalho com a segunda língua, o professor de sala deve ter um cuidado redobrado e sempre fornecer antecipadamente ao intérprete os conteúdos e textos a serem trabalhados, para que este estude a melhor forma de interpretá-los, e essa interação nem sempre é possível, o que acarreta em danos para o aprendizado do aluno. Como vimos o Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais tem um papel muito importante na comunicação entre ouvintes e surdos. Sem essa mediação, a comunicação entre esses sujeitos fica interrompida, principalmente, na sala de aula, onde o aluno surdo está inserido na sala regular de ensino com os demais colegas e professores ouvintes que podem não possuir certo conhecimento nessa língua. Sendo assim, é urgente que as propostas pedagógicas contemplem o ensino da pessoa surda, englobando mecanismos necessários que a auxilie na percepção do meio ambiente e que nela desperte essa consciência crítica e social, necessária a sua vivência no âmbito coletivo. Dessa forma, a profissão do tradutor intérprete de libras e as lutas e conquistas da comunidade surda brasileira caminham lado a lado. Aos poucos, esses profissionais estão conquistando seu espaço, porém ainda existem muitas barreiras a serem vencidas, e isso exige muito esforço. Atualmente, existem várias escolas e universidade públicas e privadas espalhadas pelo Brasil, com, no mínimo, um intérprete em seu quadro funcional. Sendo assim, o intérprete deve assumir seu papel de educador em conjunto com a equipe pedagógica da escola, e mesmo que a avaliação seja responsabilidade do professor, o tradutor precisa acompanhar a correção, para que o aluno não seja prejudicado. No processo de inclusão escolar, o intérprete educacional passa a ser coautor para a efetivação desse ideal em relação aos alunos surdos, este profissional deve possuir conhecimentos específicos da área onde atua, além de competência para realizar a tradução/interpretação das duas línguas em questão e sua atuação deve seguir a constância da ética profissional. De qualquer forma, a simples inserção do intérprete não garante a plena inclusão e desenvolvimento desses agentes, é preciso que toda a comunidade escolar se empenhe, pois para alcançar o sucesso, as forças devem ser unidas em prol da educação para todos declarada em Salamanca. Em virtude disto, é possível pensar que os alunos surdos inclusos no contexto escolar, nos dão outras possibilidades, outros caminhos, outro lugar onde não haja necessidade dos ouvintes narrarem os surdos e a surdez. Desta forma, eles próprios podem narrar-se e construir-se da maneira que lhes permita ser diferentes no jeito de ser, mas iguais em condições. 4 PESQUISA E ANÁLISE O desenvolvimento da pesquisa foi acompanhado por professores e por crianças surdas, nas quais conseguimos observar a diferença comportamental nos dias que o interprete estava na sala de aula e nos dias que por ventura faltava. Percebemos que com a presença do interprete a criança se sente não só mais segura no convívio com as demais crianças, como também era nítido seu interesse nos debates estabelecidos em sala de aula. Dessa forma, compreendemos a importância do tradutor não apenas na alfabetização das crianças, mas principalmente no desenvolvimento psicossocial 4.1 AÇÃO PRESENCIAL Tivemos como objetivo de estudos identificar as contribuições e metodologias utilizadas pelo tradutor no processo de alfabetização de alunos surdos, como também apresentar a importância do tradutor/interprete no convívio escolar e como, positivamente, isso contribui para o desenvolvimento sócio educacional do aluno surdo. Dessa forma, nos valemos de observações no campo de pesquisa, como também de leituras acerca do tema. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao inserir um Intérprete da Língua Brasileira de Sinais no contexto escolar, tem-se a possibilidade de o aluno surdo poder receber as informações em Libras, através de um profissional com competência nessa área. Portanto, confirmou-se com este trabalho que “na medida em que a condição linguística especial do aluno surdo é respeitada, aumentam as chances de ele desenvolver-se e construir novos conhecimentos de maneira satisfatória, em contraponto a uma inclusão escolar sem qualquer cuidado especial” (LACERDA, 2000, p. 32). A presença de um profissional Intérprete de Libras pode contribuir para que os alunos surdos possam usufruir da sua cidadania e aproveitar o máximo das possibilidades de interação na sala de aula, juntamente com seus colegas ouvintes; tendo os mesmo direitos e oportunidades, demonstrando sua capacidade e potencialidade por meio da mediação desse profissional. O presente estudo evidenciou no relato a relevância do tradutor intérprete de libras na sala de aula para atender as especificidades dos alunos inclusos no ensino regular público. Observou-se que a mediação desse profissional foi fundamental para que o surdo tivesse sua participação e voz assegurada dentro da sala de aula. Contudo, no cotidiano da sala de aula, o intérprete muitas vezes não faz só a interpretação do conteúdo e a interação na comunicação entre os envolvidos, pois lhe é atribuído às funções que cabem ao professor regente e, para não deixar o aluno perdido, acaba assumindo uma série de funções que não são de sua atribuição. Tendo em vista essa problemática buscou-se trazer considerações relacionadas à função do intérprete no âmbito escolar; porque a legislação aponta que a atuação desteprofissional deve ser de mediador na interação do aluno surdo com os envolvidos na instituição de ensino. Porém, ressaltamos também que, além do conhecimento em LIBRAS para o processo inclusivo, é muito importante a participação da família para que o surdo tenha sucesso na escola, pois ela é à base legal e moral da vida escolar do aluno, pois é o primeiro grupo ao qual ele pertence em seguida, religião, vizinhança, escola, entre outros e com tudo isso a ação inclusiva de fazer parte e interagir com esses grupos. Referencias BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 4673/2004. Reconhece a profissão de Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Transformado na Lei Ordinária 12319/2010. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=273676 Acessado em: 03/05/2019 MASUTTI, Mara Lúcia & SANTOS, Silvana Aguiar dos. Intérpretes de Língua de Sinais: uma política em construção. In: QUADROS, Ronice Muller de. Estudos Surdos III. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2008. SANTOS, Itamar; GRILLO, Jocimara; DUTRA, Perpétua Aparecida A. Intérprete Educacional: teoria versus prática. In: Revista FENEIS, nº 41, Set-Nov. 2010. pp.26-30. Disponível em: http://paulohenriquelibras.blogspot.com.br/2011/08/interpreteeducacionalteoria-versus.html. Acesso em: 15 maio 2019. SKLIAR, Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998. LACERDA, C. O intérprete educacional de lígua no ensino fundamental: refletindo sobre limites e possibilidades. In: LODI, A. et al. (Org). Letramento e minorias. Porto Alegre: Mediação, 2002.
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