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Rodrigo Andrade ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Civil V o lu m e 5 Direitos Reais Versão 2.0 | 2017.1 www.rodrigoandrade.pro.br Rodrigo Andrade www.rodrigoandrade.pro.br www.direitolevadoaserio.com.br ROTEIRO DE ESTUDOS Direito Civil Volume 5 Direitos Reais Versão 2.0 • 2017.1 Atualizado em 04/02/2017 APRESENTAÇÃO Este material foi desenvolvido pelo Prof. Rodrigo Andrade, para ser utilizado durante as aulas presenciais de Direitos Reais. Como o próprio nome o indica, trata-se de um roteiro de estudos: sua finalidade é dinamizar as aulas, deixando já à sua mão os slides utilizados pelo professor e os dispositivos normativos correlatos, de modo a que você possa se concentrar em fazer suas anotações e esclarecer eventuais dúvidas, ao invés de se preocupar em copiar o que está na lousa. Ao longo das aulas, o professor projetará diversos slides. Cada infográfico neste roteiro corresponde a um slide projetado durante os encontros presenciais. Abaixo de cada infográfico, você encontrará a transcrição dos dispositivos constitucionais, legais e jurisprudenciais relacionados ao assunto ali tratado. Eventualmente, podem constar excertos doutrinários ou outras informações complementares. Em meio aos assuntos, haverá exercícios que deverão ser realizados em sala, durante as aulas. No momento adequado, o professor o instruirá a respeito deles. Esses exercícios têm como objetivo auxiliá-lo ou auxiliá-la na adequada compreensão da matéria, bem como facilitar o processo de aprendizagem, sempre que possível, através de atividades de natureza lúdica. Ao final de cada bloco de assuntos, você encontrará exercícios de fixação, que deverão ser respondidos em casa, e levados para as aulas de revisão em sala, onde serão corrigidos. Sempre que possível, haverá também, ao final de cada unidade, questões de concursos públicos, para que você possa desenvolver a habilidade de responder a questões de múltipla escolha e já possa ir se preparando para provas, como o Exame de Ordem e concursos das mais variadas carreiras. Para que tenha melhor proveito deste material, sugere-se que você o imprima, encaderne e leve para todas as aulas. Assim, poderá facilmente acompanhar o desenvolvimento dos assuntos ao longo do período letivo, o que facilitará sobremaneira seus estudos. É óbvio que este material não substitui o estudo dos livros da melhor doutrina, que será oportunamente indicada ao longo do texto, nem dispensa sua presença nas aulas presenciais: é indispensável que você estude com afinco as lições dos grandes mestres, e leve suas inquietações para os encontros presenciais, a fim de que você, seus colegas e seu professor possam, juntos, construir o conhecimento. Com isso, o Prof. Rodrigo Andrade espera que você possa aproveitar ao máximo o convívio e as atividades propostas neste Roteiro de Estudos. Salvador, 05 de fevereiro de 2017. RODRIGO ANDRADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4 O que se estuda nos Direitos Reais...................................................................................... 4 Metodologia .......................................................................................................................... 4 DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS: DISTINÇÕES ............................................................ 5 1.1 Direitos absolutos versus direitos relativos ................................................................ 5 1.2 Direitos Reais ................................................................................................................. 7 1.3 Situações intermediárias: obrigações propter rem e ônus reais ............................... 8 POSSE ....................................................................................................................................... 10 2.1 Teoria Subjetivista da Posse ....................................................................................... 10 2.2 Teoria Objetivista da Posse .........................................................................................12 2.3 Teoria Subjetivista versus Teoria Objetivista da Posse .............................................15 2.4 Posse no direito brasileiro ...........................................................................................15 2.5 Natureza (jurídica) da posse ....................................................................................... 16 2.6 Detenção ...................................................................................................................... 16 2.7 Classificação da Posse ................................................................................................. 19 2.8 Aquisição da Posse ...................................................................................................... 26 2.9 Perda da Posse ............................................................................................................. 29 2.10 Efeitos da Posse ........................................................................................................... 30 PROPRIEDADE ......................................................................................................................... 33 3.1 Função Social da Propriedade .................................................................................... 35 3.2 Aquisição da Propriedade de Bem Imóvel ................................................................ 38 3.2.1 Usucapião ................................................................................................................................................. 38 3.2.2 Acessão ...................................................................................................................................................... 49 3.3 Aquisição da propriedade de bem móvel .................................................................. 55 3.4 Perda da propriedade ................................................................................................. 59 DIREITOS DE VIZINHANÇA ...................................................................................................... 61 CONDOMÍNIO ..........................................................................................................................66 PROPRIEDADE RESOLÚVEL ..................................................................................................... 71 DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA ................................................................................. 73 7.1 Direitos Reais de Uso e Fruição .................................................................................. 73 7.2 Direito Real de Aquisição ............................................................................................80 7.3 Direitos Reais de Garantia ..........................................................................................80 INTRODUÇÃO O que se estuda nos Direitos Reais Na sistemática do Código Civil vigente (Lei nº 10.406/2002), os Direitos Reais se encontram inseridos numa área mais ampla, intitulada Direito das Coisas. O debate doutrinário sobre a relação entre o direito das coisas e os direitos reais é antigo. Entretanto, o legislador brasileiro optou por chamar de direitos reais aqueles que dizem respeito à relação jurídica fundada na ideia de propriedade, o que deixa de fora a disciplina jurídica da posse. Assim, em síntese, o Direito das Coisas é categoria mais ampla, de quefazem parte os direitos reais e a tutela possessória. Trata-se de um dos pilares do direito civil desde a modernidade, especialmente em culturas inseridas no modo de produção capitalista, que tem como pressuposto central a propriedade individual e privada e sua proteção pelo Estado, razão pela qual esse estudo deve ser feito criticamente, considerando-se os princípios gerais do direito e do sistema constitucional brasileiro. Metodologia Além do clássico método expositivo, os presentes Direitos Reais serão abordados por meio dos mais diferenciados métodos, sempre com o intuito de proporcionar, para o estudante, a melhor e mais eficiente experiência de aprendizagem. Assim, por exemplo, este Roteiro de Estudos é composto por inúmeros exercícios, que contemplam desde questões de concursos públicos a atividades lúdicas, como caça-palavras, palavras cruzadas, exercícios de associação e questões discursivas, a serem resolvidas durante os encontros em sala de aula, individual ou coletivamente. A abordagem do conteúdo programático do componente curricular Direitos Reais contemplará, ainda, o emprego de metodologias ativas, aqui entendidas como o processo de ensino e aprendizagem cuja principal característica é a inserção do estudante como principal agente responsável por sua própria aprendizagem, comprometendo-se ativamente com o desenvolvimento das competências cognitivas, técnicas e comportamentais indispensáveis à sua formação. Dentre as inúmeras ferramentas disponíveis, serão especificamente empregados o método do Estudo de Caso, a Aprendizagem Baseada em Problemas ou PBL (acrônimo para Problem-Based Learning) e a Metodologia para Projetos. Direitos Reais e Direitos Pessoais: distinções 5 Anotações Unidade 1 DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS: DISTINÇÕES 1.1 Direitos absolutos versus direitos relativos INFOGRÁFICO I: DIREITOS REAIS COMO DIREITOS ABSOLUTOS INFOGRÁFICO II: DIREITOS ABSOLUTOS VERSUS DIREITOS RELATIVOS Direitos Reais Direitos Absolutos "A todo direito corresponde um dever" Direitos Absolutos Sujeito Ativo certo e determinado titular de um direito oponível erga omnes Sujeito Passivo toda a coletividade titular de um dever negativo (inação), que não afeta qualquer direito Direitos Relativos Sujeito Ativo certo e determinado (credor) titular de um direito oponível inter partes Sujeito Passivo certo e determinado (devedor) titular de um dever positivo (fato positivo ou omissivo), que o priva de um direito Direitos Reais e Direitos Pessoais: distinções 6 Anotações INFOGRÁFICO III: DIREITOS REAIS VERSUS DIREITOS OBRIGACIONAIS Direitos Reais Direitos Obrigacionais Sujeitos Estabelecem-se entre um sujeito certo e determinado e toda a coletividade. Estabelecem-se entre dois ou mais sujeitos certos e determinados. Objeto Bem material e suscetível de valoração econômica. Prestação do sujeito passivo. Temporariedade Têm caráter duradouro. Têm caráter transitório. Oponibilidade São oponíveis erga omnes. São oponíveis inter partes. Direito de Sequela Geram direito de sequela. Não geram direito de sequela. Taxatividade São taxativamente enumerados pela lei (numerus clausus) São exemplificativamente enumerados pela lei (numerus apertus) ATIVIDADE PARA CLASSE 1 Analise cada proposição abaixo, e indique se se trata de um direito real ou obrigacional. Justifique sua resposta. 1. Platão tem um Fusca 1969 e não gosta que ninguém o dirija. ( ) Direito real ( ) Direito obrigacional _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Aristóteles dirigia distraído, não percebeu que o semáforo estava fechado e bateu no fundo do Fusca 1969 de Platão, causando um prejuízo de R$1.200,00. ( ) Direito real ( ) Direito obrigacional _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Sócrates é dono da “Sei de Nada Oficina Mecânica Ltda.” ( ) Direito real ( ) Direito obrigacional _________________________________________________________ _________________________________________________________ 4. Aristóteles contratou Sócrates para consertar o Fusca 1969 de Platão. ( ) Direito real ( ) Direito obrigacional _________________________________________________________ _________________________________________________________ Direitos Reais e Direitos Pessoais: distinções 7 Anotações 5. Como não fazia serviço de chaparia, “Sei de Nada Oficina Mecânica Ltda.” terceirizou a atividade para a “Delfos Serviços Automotivos Ltda.” ( ) Direito real ( ) Direito obrigacional _________________________________________________________ _________________________________________________________ 1.2 Direitos Reais ATIVIDADE PARA CLASSE 2 Abaixo estão definições de direitos reais e direitos obrigacionais, formuladas por importantes doutrinadores brasileiros. Indique se se trata, em cada caso, do conceito de direitos reais ou obrigacionais. 1. “[...] liame obrigatório, no qual o sujeito ativo é singular e representado por uma só pessoa, enquanto o sujeito passivo é ilimitado em número, sendo que todas as pessoas que ele engloba estão vinculadas pela obrigação passiva de não turbar o exercício do direito do sujeito ativo” (Sílvio Rodrigues). ( ) Direitos reais ( ) Direitos obrigacionais 2. “[...] ato de vontade (autonomia privada) por meio do qual dois ou mais sujeitos se vinculam – em latim, ob + ligare significa vincular – em face de uma ou mais prestações de valor econômico” (Donizetti e Quintella). ( ) Direitos reais ( ) Direitos obrigacionais 3. “[...] complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio” (Bevilácqua). ( ) Direitos reais ( ) Direitos obrigacionais 4. “[...]requer-se primeiramente um comportamento de outra pessoa, como condição de acessibilidade aos bens almejados. Não se cogita de subordinação do devedor ao credor, mas de relações cooperativas, cuja finalidade é a obtenção da prestação da forma mais proveitosa ao credor, com o menor sacrifício do devedor” (Farias e Rosenvald). ( ) Direitos reais ( ) Direitos obrigacionais 5. “[...]se apresentam como referidos a uma coisa, pois são outorgados para a realização pessoal do seu titular, no exercício da posição de vantagem sobre o objeto” (Farias e Rosenvald). ( ) Direitos reais ( ) Direitos obrigacionais Direitos Reais e Direitos Pessoais: distinções 8 Anotações 1.3 Situações intermediárias: obrigações propter rem e ônus reais INFOGRÁFICO IV: OBRIGAÇÕES PROPTER REM E ÔNUS REAIS ATIVIDADE EXTRACLASSE 1 1. Explique o que são, no contexto do direito civil, direitos absolutos. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 2. Explique o que são, no contexto do direito civil, direitos relativos. _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Situações Intermediárias Obrigação vinculada à titularidade de um bem, enquanto esta durar Sucessão no débito fora das hipóteses normais de transmissão das obrigaçõesProprietário devedor responde com todo o seu patrimônio Ônus reais Ambulatórios: movimentam-se de um titular a outro Proprietário devedor responde até o limite do valor do bem Direitos Reais e Direitos Pessoais: distinções 9 Anotações _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 3. Explique, no contexto do direito civil, a(s) distinção(ões) entre direitos absolutos e direitos relativos. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Posse 10 Anotações Unidade 2 POSSE INFOGRÁFICO V: TEORIAS DA POSSE 2.1 Teoria Subjetivista da Posse Posse é o “poder físico sobre a coisa por quem tem a vontade de ser dono e se defende contra agressões” (Savigny, 1803). INFOGRÁFICO VI: TEORIA SUBJETIVISTA DA POSSE Teorias da Posse Teoria Subjetivista Savigny Teoria Objetivista Jhering Posse Elemento Objetivo Corpus Poder físico sobre a coisa Defesa contra agressões Elemento Subjetivo Animus domini Vontade de ser dono Posse 11 Anotações ATIVIDADE PARA CLASSE 3 Analise as situações abaixo1 e especifique se há posse. Justifique suas respostas. 1. Por ocasião da morte do pai de Manuel, este se apoderou da casa do morto, onde passou a residir. _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Berenice tomou um livro emprestado em uma biblioteca pública e o levou para casa. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. César celebrou contrato de locação de um apartamento e nele reside. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 4. Rui, menor de dezesseis anos, herdou do pai uma fazenda, em que vive sua mãe (sua representante legal). A mãe controla a fazenda, em nome de Rui. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 5. Augusto constitui Silvio seu mandatário, e lhe encarrega de vender uma obra de arte a Helena. Antes da tradição a Helena, Silvio tem __________ da coisa. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 1 Todas as situações deste exercício foram retiradas e adaptadas de DONIZETTI, Elpídio; QUINTELLA, Felipe. Curso didático de direito civil. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 661-662. Posse 12 Anotações 6. Caio entrega a Orlando alguns livros para que este tome conta dos bens enquanto Caio estiver fora da cidade, o que configura o depósito. Orlando tem ________ da coisa. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 7. Pontes, que mora na cidade, adquire uma fazenda de Clóvis, no interior. A compra é concluída sem que Pontes saia da cidade. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 8. Manuel furta uma carteira. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2.2 Teoria Objetivista da Posse Para Jhering, posse é a exterioridade (visibilidade) do domínio. Em sua teoria, o elemento subjetivo (animus) está inserido no elemento objetivo (corpus). INFOGRÁFICO VII: TEORIA OBJETIVISTA DA POSSE Posse Elemento Objetivo (corpus) Atitude de dono Elemento subjetivo: vontade de proceder em relação à coisa como procederia o dono (animus) Posse 13 Anotações ATIVIDADE PARA CLASSE 4 Analise as imagens abaixo e julgue se as coisas estão sendo utilizadas em conformidade com seu destino econômico. 1. aaabbb 2. ( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não 3. 4. ( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não 5. 6. ( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não ATIVIDADE EXTRACLASSE 2 1. Conceitue posse, segundo a teoria subjetivista da Savigny. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 2. Enumere os requisitos da posse, segundo a teoria subjetivista de Savigny. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Posse 14 Anotações _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 3. Explique a distinção entre posse e detenção, segundo a teoria subjetivista de Savigny. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 4. Enumere os requisitos da posse, segundo a teoria subjetivista de Savigny. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Conceitue posse, segundo a teoria objetivista de Jhering. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 6. Enumere os requisitos da posse, segundo a teoria objetivista de Jhering. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 7. Explique a distinção entre posse e detenção, segundo a teoria objetivista de Jhering. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Posse 15 Anotações 2.3 Teoria Subjetivista versus Teoria Objetivista da Posse INFOGRÁFICO VIII: TEORIA SUBJETIVISTA VERSUS TEORIA OBJETIVISTA DA POSSE (1) Teoria Subjetivista Teoria Objetivista Corpus (elemento objetivo da posse) Poder físico sobre a coisa. Atos de proprietário, conforme a destinação econômica da coisa. Animus (elemento subjetivo da posse) Intenção ou vontade de dono (animus domini). Intenção de possuir a coisa (affectio tenendi). Detenção Corpus sem animus. Corpus + animus + preceito legal negativo. INFOGRÁFICO IX: TEORIA SUBJETIVISTA VERSUS TEORIA OBJETIVISTA DA POSSE (2) 2.4 Posse no direito brasileiro ATIVIDADE PARA CLASSE 5 Leia os artigos dos Códigos Civis Brasileiros de 1916 e 2002 e identifique a teoria adotada pelo legislador pátrio, em cada diploma. Código Civil de 1916 (Lei nº 3.071/1916), art. 485. Considera-se possuidor todo aquele, que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio, ou propriedade. Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406/2002), art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Posse Proteção Possessória Teoria Subjetivista Dificultada: corpus + animus Teoria Objetivista Facilitada: proteção independe do poder físico sobre a coisa Prova da Posse Teoria Subjetivista Dificultada: prova do corpus e do animus Teoria Objetivista Facilitada: qualquer ato de proprietário Posse 16 Anotações 2.5 Natureza (jurídica) da posse A posse é uma situação de fato ou um direito subjetivo? INFOGRÁFICO X: NATUREZA DA POSSE 2.6 Detenção ATIVIDADE PARA CLASSE 6 Analise os casos hipotéticos abaixo. A. Maria é empregada doméstica. Trabalha há 20 anos na casa de Sheila e José, seus empregadores. Sheila e José são proprietários de um apartamento, onde moram com os filhos há 30 anos. Desde que foi contratada, Maria mora na dependência de empregada localizada no apartamento de Sheila e José. B. Sheila e José têm uma casa de praia. Eustáquio é o caseiro e mora no imóvel, cuidando da propriedade enquanto os donos não estão presentes. C. Fernando é motorista de ônibus da empresa Buzú Transportes. Todos os dias dirige o mesmo ônibus, perfazendo o mesmo itinerário. Agora, responda às seguintes questões: Posse Teoria da posse como estado de fato A posse é uma situação de fato, mas não configura um direito Teoria da posse como direito subjetivo O estar atrelada a uma situação fática não desconfigura a sua natureza de direito subjetivo Teoria eclética A posse é, ao mesmo tempo, uma situação de fato (o poder que o possuidor exerce sobre a coisa) e um direito subjetivo (em razão da proteção jurídica conferida ao possuidor) Posse 17 Anotações 1. O que Maria, Eustáquio e Fernando têm em comum? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Considerando a Teoria Objetivista da Posse e o conceito contido no art. 1.196 do Código Civil, é possível afirmar que Maria, Eustáquio e Fernando preenchem os requisitos da posse? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Caso sejam demitidos, é razoável que Maria e Eustáquio se recusem a deixar o imóvel, e Fernando a devolver o veículo, alegando serem possuidores? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ INFOGRÁFICO XI: DETENÇÃO Código Civil Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou Detenção Detenção Dependente Servidores da Posse Atos de permissão ou tolerância Permissão: comportamento positivo prévio de aquiescência Tolerância: comportamento negativo de condescendência Detenção Autônoma Prática de atos de violência ou clandestinidade Atuação em bens públicos de uso comum do povo ou de uso especial Posse 18 Anotações instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. ATIVIDADE PARA CLASSE 7 Analise os casos hipotéticos abaixo narrados e indique se se trata de posse ou detenção. Em seguida, justifique sua resposta. 1. Fulgêncio é motoboy na empresa Entregas The Moto. Para fazer suas entregas, utiliza uma motocicleta da empresa. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Judite é baiana de acarajé. Todos os dias, há 10 anos, monta sua banca na areia da praia. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Crispim e Magnólia, sua esposa, têm dois carros, mas apenas uma vaga de garagem no prédio ondemoram. Todos os dias, Crispim estaciona seu carro na vaga de seu vizinho, Tomás, que não tem carro. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ 4. Crispim e Magnólia, sua esposa, têm dois carros, mas apenas uma vaga de garagem no prédio onde moram. A fim de resolver o problema de estacionamento, celebraram com Tomás, seu vizinho, que não tem carro, um contrato de locação da vaga de garagem deste. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 5. Joãozinho é estudante de direito na Uni d’Unité. Todos os dias, utiliza o computador da sala de aula para carregar a bateria do Posse 19 Anotações seu celular, muito embora o regimento da instituição proíba a utilização dos computadores pelos estudantes. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ 6. Beiço de Mula mostra a seu amigo Boca de Bode o celular que acabou de roubar de Zezé. ( ) Posse ( ) Detenção _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2.7 Classificação da Posse INFOGRÁFICO XII: POSSE JUSTA E POSSE INJUSTA Código Civil Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Código Penal Art. 161 (alteração de limites) - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. §1º. Na mesma pena incorre quem: I (usurpação de águas) - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas Posse (classificação) Posse Justa Art. 1.200 Posse Injusta Obtida por meio de Violência (vis) Clandestinidade (clam) Precariedade (precario) Posse 20 Anotações alheias; II (Esbulho possessório) - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. §2º. Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. §3º. Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. Art. 162 (supressão ou alteração de marca em animais) - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Art. 168 (Apropriação indébita). Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. §1º. (Aumento de pena) A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. ATIVIDADE PARA CLASSE 8 Analise os casos hipotéticos abaixo narrados e indique se se trata de posse justa ou injusta, especificando, neste caso, o vício. 1. Arquimedes mora de aluguel, no apartamento que pertence a Jeremias. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Railda é estudante de direito. Pegou, por empréstimo, um livro de Direitos Reais na biblioteca da faculdade. O prazo para devolução do livro é amanhã. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Agripino é catador de material para reciclagem. Um dia, procurando por papelão no lixo, encontrou um tênis abandonado, que cabia perfeitamente em seus pés. Hoje, calça esses tênis para trabalhar. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ 4. Semprônio é colega de sala de Railda e, assim como ela, pegou na biblioteca da faculdade um livro de Direitos Reais emprestado. O prazo para devolução do livro venceu ontem, mas Semprônio não o devolveu à biblioteca. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ Posse 21 Anotações 5. Britney possui um anel de ouro, que furtou de uma joalheria, aproveitando o descuido da vendedora. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ 6. Tonga possui um smartphone de última geração, que roubou de um passageiro no último assalto a ônibus de que participou. ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta _________________________________________________________ _________________________________________________________ INFOGRÁFICO XIII: POSSE JURÍDICA E POSSE NATURAL INFOGRÁFICO XIV: POSSE NOVA E POSSE VELHA Código de Processo Civil Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Dispositivo correspondente no CPC/73: art. 924. Posse Jurídica Reconhecida pelo ordenamento jurídico Posse Natural Desprovida (relativamente) de efeitos possessórios Posse (classificação) Posse Nova Até ano e dia Processo: Ação de força nova (art. 558 CPC/15) Posse Velha Mais de ano dia Processo: Ação de força velha (procedimento comum ordinário) Posse 22 Anotações INFOGRÁFICO XV: POSSE COM JUSTO TÍTULO E POSSE SEM JUSTO TÍTULO ATIVIDADE PARA CLASSE 9 Analise os casos hipotéticos abaixo narrados e indique se se trata de posse com ou sem justo título. Justifique a resposta. 1. Arquimedes mora de aluguel, no apartamento que pertence a Jeremias. ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Railda é estudante de direito. Pegou, por empréstimo, um livro de Direitos Reais na biblioteca da faculdade. ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Péricles mora num apartamento de dois quartos, que recebeu de presente de sua mãe, Agarista. ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Posse (classificação) Posse com justo título Obtida por meio hábil a transferir o domínio Posse sem justo título Obtida por qualquer meio que não tenha aptidão para transferir o domínio Posse 23 Anotações 4. Britney possuía um anel de ouro, que furtara de uma joalheria, aproveitando o descuidoda vendedora. O anel foi vendido para Jocasta, que o comprou sem saber que era furtado. ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 5. Antônio é mototaxista numa cidade do interior. Trabalha com uma moto que roubou na capital. ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ INFOGRÁFICO XVI: POSSE DE BOA-FÉ E POSSE DE MÁ-FÉ Código Civil Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. ATIVIDADE PARA CLASSE 10 Analise os casos hipotéticos abaixo narrados e indique se se trata de posse boa-fé ou posse de má-fé. Justifique a resposta. 1. Arquimedes mora de aluguel, no apartamento que pertence a Jeremias. ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé _________________________________________________________ _________________________________________________________ Posse (classificação) Posse de Boa-fé Art. 1.201 Posse de Má-fé Art. 1.202 Posse 24 Anotações 2. Railda é estudante de direito. Pegou, por empréstimo, um livro de Direitos Reais na biblioteca da faculdade. ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé _________________________________________________________ _________________________________________________________ 3. Péricles mora num apartamento de dois quartos, que recebeu de presente de sua mãe, Agarista. ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé _________________________________________________________ _________________________________________________________ 4. Britney possuía um anel de ouro, que furtara de uma joalheria, aproveitando o descuido da vendedora. O anel foi vendido para Jocasta, que o comprou sem saber que era furtado. ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé _________________________________________________________ _________________________________________________________ 5. Antônio é mototaxista numa cidade do interior. Trabalha com uma moto que roubou na capital. ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé _________________________________________________________ _________________________________________________________ INFOGRÁFICO XVII: POSSE DIRETA, INDIRETA E COMPOSSE Código Civil Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. Posse (classificação) Posse Direta Possuidor com poder de uso Posse Indireta Possuidor com poderes inerentes à propriedade, exceto de uso Composse Mesma posse pro indiviso é exercida por mais de um sujeito Posse 25 Anotações Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. [...]. ATIVIDADE PARA CLASSE 11 Resolva as palavras-cruzadas a seguir, a partir das palavras-chave aprendidas até aqui. Horizontal: 4. “Posse _______ é a que se adquire pela força. A violência empregada pelo possuidor para defender a posse, quando turbada ou para reavê-la in continenti, do esbulhador, não constitui vício” (BEVILACQUA, Clovis. Direito das Coisas, v. 1. Brasília: Senado Federal, 2003. p. 50). 5. “O _______ da posse é fenômeno que se verifica quando o proprietário, efetivando uma relação jurídica negocial com terceiro, transfere-lhe o poder de fato sobre a coisa. Apesar de não mais se manter na apreensão da coisa (que está sob o poder de fato do terceiro- contratante), o proprietário continuará sendo reputado possuidor, só que indireto” (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil, v. 5. 8.ed. Salvador: JusPodivm, 2012. p. 117). Posse 26 Anotações 7. “[…] Posse _______, destarte, é aquela isenta de vícios, aquela que não repugna ao direito, por ter sido adquirida por algum dos modos previstos na lei, ou, segundo a técnica romana, a posse adquirida legitimamente, sem vício jurídico externo […]” (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v. 5. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 66). 8. “Observe-se que o ato de locar, de dar a coisa em comodato ou em usufruto, constitui conduta própria de dono, não implicando a perda da posse, que apenas se transmuda em _______” (GONÇALVES, Carlos Roberto. “Direito Civil Brasileiro, v. 5. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 61). Vertical: 1. “Posse _______ é a que se origina do abuso de confiança, por parte daquele que recebera a coisa para restituir e se recusa a fazê-lo” (BEVILACQUA, Clovis. Direito das Coisas, v. 1. Brasília: Senado Federal, 2003. p. 51). 2. “Posse _______ é a que se estabelece às ocultas daqueles que têm interesse na existência dela” (BEVILACQUA, Clovis. Direito das Coisas, v. 1. Brasília: Senado Federal, 2003. p. 50). 3. “[…] O possuidor exerce o poder de fato em razão de um interesse próprio; o _______, no interesse de outrem” (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v. 5. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 44). 6. “Diz-se que é de _______ a posse cujo possuidor lhe ignora o vício, ou não tem conhecimento da sua ilegitimidade” (BEVILACQUA, Clovis. Direito das Coisas, v. 1. Brasília: Senado Federal, 2003. p. 49). 2.8 Aquisição da Posse INFOGRÁFICO XVIII: MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE Código Civil Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Aquisição da Posse Aquisição Originária (ocupação) Coisa sem dono Res nullius Res derelicta Coisa esbulhada Aquisição Derivada (transmissão) Tradição Constituto Possessório Successão hereditária Posse 27 Anotações ATIVIDADE PARA CLASSE 12 Analise os casos hipotéticos abaixo narrados e classifique a posse. 1. A Toyota do Brasil fabricou um automóvel, modelo Corolla. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 2. A concessionária Guebor comprou o automóvel da Toyota. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 3. Platão comprou o automóvel da concessionária Guebor. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 4. Xenofonte surpreendeu Platão no semáforo e, apontando-lhe uma arma, roubou deste o automóvel. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 5. Xenofonte vendeu o automóvel roubado de Platão para Heráclito, sem que este conhecesse sua procedência. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 6. Heráclito emprestou o automóvel para Parmênides. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título 7. Grócio, aproveitando descuido de Parmênides, que havia deixado o automóvel aberto, furtou-o, enquanto este se encontrava em consulta médica. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título Posse 28 Anotações 8. Depois de praticar um assalto a banco, Grócio abandonou o automóvel numa estrada deserta, deixando a chave na ignição. Temístocles encontrou o automóvel abandonado, e o levou para sua casa. ( ) Posse Originária ( ) Posse Derivada ( ) Posse Justa ( ) Posse Injusta ( ) Posse de boa-fé ( ) Posse de má-fé ( ) Posse Jurídica ( ) Posse Natural ( ) Posse com justo título ( ) Posse sem justo título INFOGRÁFICO XIX: QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE Código Civil Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. INFOGRÁFICO XX: AQUISIÇÃO A TÍTULO SINGULAR E AQUISIÇÃO A TÍTULO UNIVERSAL Código Civil Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Quem pode adquirir a posse A própria pessoa que a pretende Diretamente Representante Legal Convencional Terceiro sem mandato Aquisição da Posse A título singular Transferência de coisa individuada A título universal Transferência de uma universalidade de bens Posse 29 Anotações INFOGRÁFICO XXI: PRESUNÇÃO DE POSSE DOS MÓVEIS Código Civil Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. 2.9 Perda da Posse INFOGRÁFICO XXII: PERDA DA POSSE Código Civil Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. Posse de bem imóvel Ausência de prova contrária Posse dos móveis Posse Exercício do Poder de Domínio Perda da Posse Involuntária Posse - Corpus Esbulho Destruição Voluntária Posse - animus Derrelicção Tradição Posse 30 Anotações 2.10 Efeitos da Posse INFOGRÁFICO XXIII: EFEITOS DA POSSE Código Civil Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. §1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. §2º. Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Efeitos da Posse P ro te çã o P o ss es só ri a Autotutela Defesa em sentido estrito Desforço imediato Heterotutela Reintegração de posse Manutenção de posse Interdito Proibitório P er ce p çã o d o s fr u to s R es p o n sa b il id ad e p el a p er d a o u d et er io ra çã o d a co is a Possuidor de boa-fé Possuidor de má-fé In d en iz aç ão p el as b en fe it o ri as Possuidor de boa-fé Possuidor de má-fé U su ca p iã o Posse 31 Anotações Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. Código de Processo Civil Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. §1º. No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. §2º. Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. §3º. O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I- condenação em perdas e danos; II- indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autorrequerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I- evitar nova turbação ou esbulho; II- cumprir-se a tutela provisória ou final. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. Art. 561. Incumbe ao autor provar: I- a sua posse; II- a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III- a data da turbação ou do esbulho; IV- a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração. Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, Posse 32 Anotações contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. §1º. Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. §2º. O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. §3º. O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. §4º. Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. §5º. Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel. Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. Propriedade 33 Anotações Unidade 3 PROPRIEDADE INFOGRÁFICO XXIV: FACULDADES INERENTES AO DIREITO DE PROPRIEDADE Código Civil Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; e XIII - a laje. Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. §1º. O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. §2º. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. §3º. O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. §4º. O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. §5º. No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; Propriedade Usar Fruir DisporReivindicar Possuir Propriedade 34 Anotações pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. INFOGRÁFICO XXV: EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE DO SOLO Código Civil Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial,couberem a outrem. Constituição Federal Art. 20. São bens da União: [...] III- os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; [...] V- os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI- o mar territorial; [...] VIII- os potenciais de energia hidráulica; IX- os recursos minerais, inclusive os do subsolo; [...]. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I- as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União [...]. INFOGRÁFICO XXVI: PRESUNÇÃO DE EXCLUSIVIDADE DA PROPRIEDADE Código Civil Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. Propriedade do Solo Subsolo e espaço aéreo Art. 1.229 Exceções Art. 1.230 Águas Transferência do Domínio Propriedade Plena Propriedade Limitada Propriedade 35 Anotações 3.1 Função Social da Propriedade ATIVIDADE PARA CLASSE 13 Nas situações a seguir, a propriedade está cumprindo sua função social? 1. Uma enorme fazenda se encontra desabitada, os pastos dominados pelo mato, a usina e a casa-grande em ruínas. ( ) Sim ( ) Não 2. Uma enorme fazenda se encontra movimentada pelo plantio de café e pela criação de gado leiteiro. ( ) Sim ( ) Não 3. Kant, que mora sozinho, deixa o rádio ligado no volume máximo todos os dias, ao sair para trabalhar. Seus vizinhos sofrem com o barulho. ( ) Sim ( ) Não 4. Rousseau promove festas nas tardes de sábado, e deixa o rádio ligado em volume razoável, com o fito de entreter os convidados. ( ) Sim ( ) Não INFOGRÁFICO XXVII: FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Constituição da República Federativa do Brasil Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será Função social da propriedade Bem-estar social Dinâmica dos bens Circulação da riqueza Propriedade 36 Anotações objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento [...]. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade [...]. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem- estar dos proprietários e dos trabalhadores. Código Civil Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. §1º. O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. §2º. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. §3º. O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. §4º. O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. §5º. No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001) Art. 2º. A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I– garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II– gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; III– cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; IV– planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; V– oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; VI– ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; h) a exposição da população a riscos de desastres. VII– integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o Propriedade 37 Anotações desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência; VIII– adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência; IX– justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização; X– adequação dos instrumentos de política econômica,tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; XI– recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; XII– proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; XIII– audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população; XIV– regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais; XV– simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais; XVI– isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social. XVII- estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a economia de recursos naturais. XVIII- tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunicações, abastecimento de água e saneamento. Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º desta Lei. ATIVIDADE PARA CLASSE 14 Nas situações a seguir, a propriedade está cumprindo sua função social? 1. O proprietário de terras em que há espécies sobreviventes da Mata Atlântica, vizinhas de uma reserva ambiental, ateia fogo a tudo. ( ) Sim ( ) Não 2. O proprietário de um casarão histórico, tombado pelo IPHAN, pretende demoli-lo. ( ) Sim ( ) Não 3. O proprietário de um terreno em declive, que não é utilizado, remove toda a cobertura vegetal do lote. Posteriormente, durante um temporal, a terra cede e desliza para o imóvel vizinho, causando estragos. ( ) Sim ( ) Não Propriedade 38 Anotações 3.2 Aquisição da Propriedade de Bem Imóvel INFOGRÁFICO XXVIII: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DE IMÓVEL 3.2.1 USUCAPIÃO INFOGRÁFICO XXIX: REQUISITOS GERAIS DA USUCAPIÃO INFOGRÁFICO XXX: MODALIDADES DE USUCAPIÃO DE IMÓVEIS Aquisição da propriedade de bens imóveis Inter vivos Modo derivado Registro do título translativo modo originário Usucapião Acessão Causa mortis Requisitos legais específicos Lapso temporal legal Posse ad usucapionem Usucapião Modalidades usucapião extraordinária usucapião ordinária usucapião especial urbana Individual Coletiva rural usucapião social indenizada usucapião pro-família usucapião indígena Propriedade 39 Anotações INFOGRÁFICO XXXI: USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Código Civil Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. INFOGRÁFICO XXXII: USUCAPIÃO ORDINÁRIA Código Civil Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Usucapião Extraordinária Dispensa justo título e posse de boa-fé Redução de Prazo: art. 1.238, parágrafo único Posse ad usucapionem + 15 anos Usucapião Ordinária Justo título Redução de Prazo: art. 1.242, parágrafo único Posse ad usucapionem + 10 anos + boa-fé + justo título Propriedade 40 Anotações INFOGRÁFICO XXXIII: USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA INDIVIDUAL Constituição da República Federativa do Brasil Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. §1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. §2º. Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. §3º. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Código Civil Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. §1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. §2º. O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) Art. 9º. Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. §1º. O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. §2º. O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. §3º. Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo. Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana: I– o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente; II– os possuidores, em estado de composse; III– como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados. §1º. Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público. §2º. O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis. Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa,
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