Buscar

REVISÃO - D. PENAL III - AV1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO AV1 – D. PENAL III
Homicídio é o ato que consiste em uma pessoa matar a outra. O homicídio pode ser dividido em diferentes 
subcategorias, como o infanticídio, a eutanásia, a pena de morte e defesa; que dependem da circunstância em que 
ocorreu a morte. Estas espécies de homicídio são tratadas diferentemente entre as sociedades, que considera crime a 
maioria delas. No entanto, o homicídio pode deixar de ser punido, por exemplo nos casos de legítima defesa; ou até 
mesmo ser incentivado e ordenado pelo Estado, no caso da pena de morte. 
Homicídio qualificado[editar | editar código-fonte]
O Homicídio em sua forma qualificada é o crime com a maior pena (12 a 30 anos) no direito penal brasileiro e é 
considerado hediondo (juntamente com o homicídio praticado em grupo de extermínio) inserindo-se no mesmo rol em 
que se encontram o estupro, o latrocínio, a extorsão mediante sequestro, etc.. Está previsto no § 2º do art. 121 do 
Código Penal brasileiro.
São estes os elementos que qualificam o homicídio:
•cometer o crime mediante paga ou promessa de recompensa, o chamado assassínio ou homicídio mercenário. A 
recompensa não precisa ser real ou financeira (corrente minoritária). Para a corrente majoritária, essa promessa de 
recompensa deve ter caráter econômico e, mesmo que não seja efetivada, o homicídio permanece qualificado, pois o 
que importa é a motivação do crime;
•cometer o crime por motivo torpe;
•cometer o crime por motivo fútil, que caracteriza-se pelo homicídio como resposta a uma situação 
desproporcionalmente pequena, como por exemplo, matar alguém porque a vitima estava falando alto;
•empregar veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum. Ressalte-se que existe a tortura com morte preterdolosa, que não é um tipo de homicídio qualificado;
•cometer homicídio à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido;
•cometer o crime para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, o chamado 
homicídio por conexão;
•Feminicídio (incluído pela Lei nº 13.104, de 2015): previsto no inciso VI do § 2º, ocorre quando o crime é cometido 
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quais sejam: I - violência doméstica e familiar; II - 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher.[5]
•Homicídio Funcional (incluído pela Lei nº 13.142, de 2015): previsto no inciso VII do § 2º, ocorre quando o crime é 
cometido contra membros das Forças Armadas, segurança pública, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição[6].
Nota: diferentemente do que ocorre em outros países, a premeditação não é circunstância qualificadora na medida 
em que pode demonstrar, inclusive, resistência do agente a cometer crime.
Homicídio privilegiado Por outro lado, se a prática da infração é motivada por relevante valor social ou moral, ou se 
esta é cometida logo após injusta provocação por parte da vítima, a pena pode ser minorada de 1/6 até 1/3 da pena. 
Embora a Lei diga que é apenas uma possibilidade, tem prevalecido a tese da obrigatoriedade da redução da pena, em 
virtude da aplicação dos princípios gerais de Direito Penal, que compelem ao intérprete da Lei a fazê-lo da forma mais 
favorável ao réu.
O valor social que torna o homicídio privilegiado é aquele percebido pela moralidade comum, e não do agente. Assim, 
embora o homicida acredite estar operando sob forte princípio ético, este deve ser compatível com a moralidade média, 
objetivamente verificável, sob pena de não ser aplicável a diminuição de pena.
É importante destacar que quando as circunstâncias de privilégio são de caráter subjetivo, estas não se comunicam ao 
co-autor do crime.
Os Tribunais brasileiros têm enquadrado, embora esta não seja ainda jurisprudência pacífica, a eutanásia como 
homicídio privilegiado.
Também ocorre homicídio privilegiado quando as circunstâncias fáticas diminuíram a capacidade de autocontrole e 
reflexão do agente. Nos termos da Lei, deve o homicídio ocorrer logo em seguida a uma injusta provocação da vítima 
que deixe o agente sob o domínio de violenta emoção.
Não será privilegiado, portanto, o homicídio decorrente de ódio antigo, ou que venha a ser cometido tempos depois da 
agressão da vítima, pois isto retira a suposição de que o agente estava com suas faculdades mentais diminuídas em 
decorrência de violenta emoção.
Nada impede que um homicídio privilegiado seja também qualificado. Por exemplo, é o caso do agente que utiliza meio 
cruel para realizar o homicídio sob violenta emoção logo em seguida de injusta provocação da vítima.
Diferença entre homicídio e induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Um casal por não mais pode viver juntos, resolvem que vão se matar e assim firmam um pacto de morte. Exemplo: João
chega para Maria e diz que ambos vão atirar na própria cabeça. Assim, João entrega a arma de fogo a Maria que atira e
morre, João segura a arma em direção a sua cabeça, mas na hora não tem coragem e desiste. Nesta casuística, João 
responde pelo crime tipificado no art. 122, Código Penal, porque ao firmar o pacto de morte ele induziu, e também, a 
auxiliou quando forneceu a arma de fogo para praticar suicídio.
Diferente será o caso quando João combina com Maria que ele vai atirar na cabeça dela e depois vai atirar na sua. 
Assim, João atira na cabeça de Maria que morre, depois não tem coragem e desiste. Nessa caso, observe que João 
praticou o verbo nuclear do tipo de homicídio, matar alguém. Assim, deve ser imputado a ele o crime do art. 121, 
do Código Penal.
Agora, se eles resolvem que vão se matar ao mesmo tempo, cada um atirando na própria cabeça, também ao mesmo 
tempo. Maria morre, João não. Ele responderá pelo art. 122, do Código Penal por ter induzido e prestado auxílio 
material, quando forneceu a arma de fogo a Maria.
Lesão corporal é resultado de atentado bem sucedido à integridade corporal ou a saúde do ser humano, 
excluído o próprio autor da lesão. O crime pode ser praticado por ação ou omissão.[1]
 ou inutilização de membro, sentido ou função, deformidade permanente ou gere o aborto em gestante.
- a incapacidade permanente para o trabalho é aquela em que é impossível prever, com base no atual estado 
da medicina, quando (ou se) o indivíduo poderá novamente assumir suas funções no mercado de trabalho. Esta 
modalidade pode ter agente operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa.
- enfermidade incurável é aquela que a medicina atual não consegue curar, inclusive as que são tratadas mediante 
tratamentos muito arriscados ou utilizando meios que não os da medicina tradicional. Esta modalidade pode ter agente 
operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa.
- deformidade permanente é o dano estético visível, duradouro e que causa constrangimento à vitima. O fato de 
existirem próteses no mercado, como por exemplo, olho de vidro, não afasta a natureza gravíssima desta lesão. Esta 
modalidade pode ter agente operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa.
- que gere aborto na vítima. Somente admite a forma preterdolosa, pois se o agente agiu com dolo enquadrar-se-á no
crime de aborto propriamente dito. Não admite responsabilidade objetiva, de modo que se o agente desconhecia o fato
da vítima ser gestante, não será gravíssima a lesão. Por não admitir forma dolosa, não admite tentativa da mesma.
1)Bem jurídico tutelado:é a incolumidade pessoal do indivíduo, ou seja, a saúde corporal, saúde mental e saúde
fisiológica(Rogério Sanches).
Ex. Desmaio afeta asaúde mental e fisiológica do indivíduo, não necessariamente corporal e configura lesão corporal.
1) Sujeito ativo da lesão corporal: Trata-se de crime comum
2) Sujeito passivo: Qualquer pessoa pode ser vítima de lesão corporal.
Exceções (sujeito passivo próprio):
2.1) A vítima é própria no art. 129, §1º, IV, do CP (resulta em aceleração de parto) e no art. 129, §2º, V, do CP (resulta
em aborto) – em que a vítima só pode ser gestante.
2.2)lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com que conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, o fato será
enquadrado nos §§ 9º e 10 do art. 129.
2.3)autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição (cf. § 12).
2)Observações iniciais
2.1) A lei penal não pune a autolesão (fato atípico).
Vale observar que se a autolesão for um meio para a prática de outros crimes (como, por exemplo, estelionato através
de fraude para receber cobertura de seguro), ela dará ensejo à punição, mas pela fraude e não pela autolesão (exemplo
artigo 171, §2º do CP) – Crime contra o patrimônio.
2.2) A lesão dispensa que a vítima sinta dor.
2.3) Fernando Capez apresenta observações relevantes quanto as lesões ocorridas durante a prática esportiva: (i) se a
agressão foi cometida dentro dos limites do esporte ou de seus desdobramentos previsíveis; (ii) se o participante
consentiu validamente na sua prática; (iii) se a atividade não for contrária à ordem pública, à moral, aos postulados
éticos que derivam do senso comum das pessoas normais, nem aos bons costumes, não haverá crime. Por outro lado,
estaremos diante de um fato típico no caso de excessos cometidos pelo agente.
2.4) O mesmo autor: trata do transplante de órgãos: para a doutrina, constitui exercício regular de direito a intervenção
cirúrgica realizada em razão da disposição gratuita de órgãos, tecidos ou partes do corpo vivo de pessoa “juridicamente
capaz” animada por finalidade de viabilizar em favor de outrem a realização de transplantes ou de terapia (art. 9º da Lei
n. 9.434/97)
3) Lesão corporal de natureza leve:
Art. 129, do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
1) O conceito de lesão leve se extrai por exclusão, sendo aquela que não é grave, nem gravíssima ou seguida de morte.
2) Fernando Capez diferencia lesão leve. Contravenção penal de vias de fato. Injúria real. Distinção: não se deve
confundir a lesão simples com a contravenção de vias de fato. Esta consiste na violência empregada contra a vítima
sem acarretar qualquer dano ao seu corpo; não há vestígios sensíveis da violência, além do que não há o animus
vulnerandi. S e a violência exercida for ultrajante, havendo a intenção de humilhar, envergonhar a vítima, ofender a sua
dignidade ou decoro, por exemplo, bofetada leve, estaremos diante do crime de injúria real (CP, art. 140, § 2º). S e a
violência não for ultrajante (p. ex., empurrar a vítima), estaremos diante de uma contravenção penal de vias de fato
(LCP, art. 21)
4) Lesão corporal de natureza grave
Art. 129, CP – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem
Art.129, §1º, do CP – Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
1) Para compreender essa qualificadora, é preciso definir o que é ocupação habitual. Ocupação habitual é a atividade
corporal rotineira, não necessariamente ligada a trabalho ou ocupação lucrativa, devendo ser lícita, ainda que imoral.
2) para incidir essa qualificadora, a vítima tem que ficar por mais de 30 dias incapaz de exercer as ocupações habituais,
o médico pedirá novo laudo após 30 dias, com o fim de verificar se a vítima ainda está incapacitada. Previsto no art.
168, § 2º, CPP.
3) A ausência do laudo pericial não impede seja reconhecida a materialidade do delito de lesão corporal de natureza
grave por outros meios. [HC 114.567, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-10-2012, 2ª T, DJE de 7-11-2012.]
II – perigo de vida;
1) Perigo de vida é a probabilidade séria e concreta do êxito letal, devidamente comprovada por perícia. Esse perigo de
vida não pode ser presumido.
2) É, necessariamente, preterdolosa. Só se admite o preterdolo. Na conduta, o agente age com dolo de lesão e o perigo
de vida deve ser fruto de culpa. Se o agente assumiu o risco da morte, ele responderá por tentativa de homicídio.
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
1) Debilidade é a diminuição, redução ou enfraquecimento da capacidade funcional. Permanente é recuperação incerta
e por tempo indeterminado; não significa perpetuidade.
2) Não importa que o enfraquecimento possa se atenuar com aparelhos de prótese ou intervenção cirúrgica.
3) Fernando Capez faz relevante observação diferenciando a lesão grave da gravíssima, em relação a membros e
órgãos: Quando se tratar de membro ou órgão duplo, a supressão de um deles debilita a função, ou seja, há apenas a
diminuição funcional do organismo, pois estando o outro órgão íntegro, não há que se falar em abolição da função.
Este, inclusive, é o posicionamento adotado pela jurisprudência. Assim, caso haja a supressão de um olho ou rim,
haverá lesão grave. S e houver a supressão de ambos, estará caracterizada a perda, e, portanto, lesão gravíssima,
conforme o § 2º, III, do art. 129 do CP. E Rogério Greco complementa afirmando que: “se a vítima somente contava com
um dos rins, uma vez que já havia se submetido a uma cirurgia para extração do outro órgão, a perda do segundo rim,
obrigando-a a realizar, em regime de urgência, um transplante, importará na aplicação da qualificadora correspondente
à lesão gravíssima”.
IV – aceleração de parto:
1) Nessa modalidade de lesão, a vítima é própria (gestante).
2) Aceleração de parto é a expulsão do feto com vida, antes do tempo normal. É o parto prematuro. É necessário que o
feto nasça com vida e sobreviva.
3) Se o bebê nasce sem vida ou, logo em seguida ao parto, morre em razão dos ferimentos, aplica-se o art. 129, § 2º, V,
CP (lesão gravíssima pelo aborto).
4) Em nenhuma dessas hipóteses o agente quer ou assume o risco do aborto.
5) O agente tem que saber ou ter condições de saber que a vítima era gestante. Rogério Greco: “Dessa forma, somente
se pode classificar o comportamento praticado pelo agente como lesão corporal qualificada mediante aceleração de
parto se o seu dolo era tão somente o de produzir lesão em uma mulher que sabidamente se encontrava grávida”. O
autor complementa com o seguinte exemplo: Imagine-se que uma gestante, portadora de obesidade mórbida, grávida,
não conte esse fato a seu marido, que, dado o excesso de gordura da sua mulher, não percebe a gravidez. Após agredi-
la, ela é conduzida ao hospital, havendo a expulsão prematura do feto, que sobrevive”. O marido agressor deverá
responder tão somente pela lesão leve.
5) Lesão Corporal de Natureza Gravíssima (Art. 129, § 2º, CP):
§ 2° Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
1) A vítima deve ficar incapacitada de forma permanente e não temporária. essa incapacidade tenha caráter duradouro,
sem tempo certo para se restabelecer.
2) Essa incapacidade tem quem ser absoluta, porém, Rogério Greco faz oportuna observação: “Se a vítima exercia uma
atividade intelectual e, em razão das lesões sofridas, não mais poderá trabalhar em atividades dessa natureza,
entendemos ser cabível a qualificadora. Mesmo que só pudesse, agora, depois das lesões sofridas, exercer atividades
braçais, ainda assim deveríamos entender pelas lesões qualificadas”.
II – enfermidade incurável;
1) Enfermidadeincurável é transmissão intencional para a vítima de doença para a qual não existe cura, no estágio
atual da medicina.
2) O STJ (HC 160.982) entendeu caracterizar essa circunstância qualificadora a transmissão consciente de AIDS:
“Portanto, caso o agente tenha relação sexual com alguém, sabendo-se contaminado e fazendo-o sem qualquer
proteção, tendo a intenção de transmitir a moléstia ou assumindo o risco de assim causar, deve responder por perigo de
contágio de moléstia grave (art. 131, CP). Consumando-se a transmissão do vírus, afeta a saúde da vítima, gerando
uma enfermidade incurável (ao menos por ora), incidindo, então, na figura do art. 129, § 2.º, II, do CP. Conforme o
estado de saúde da vítima, a transmissão do vírus HIV pode representar a morte; assim sendo, tendo havido ciência do
agente, deve responder por homicídio”.
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
1) Aqui, fala-se em perda ou inutilização, e não em mera debilidade. Perda é amputação ou mutilação. Inutilização é
função inoperante; não meramente enfraquecida; é sem qualquer capacidade de exercer suas atividades próprias.
2) Em se tratando de órgãos duplos (Ex: olhos, ouvidos, rins, testículos, etc.), para a lesão ser gravíssima, ela tem que
atingir ambos os órgãos. Se, por exemplo, a vítima perder somente uma vista, haverá a função diminuída, e não
inutilizada.
IV – deformidade permanente;
1) É o dano estético, aparente, considerável, irreparável pela própria força da natureza, e capaz de provocar impressão
vexatória, ou seja, desconforto para quem olha e humilhação para a vítima.
2) Rogério Greco entende que: “O que se exige para que se configure a qualificadora é que a deformidade tenha certo
significado, quer dizer, não seja um dano insignificante” e depois complementa (…) “mesmo que essa visibilidade
somente seja limitada a algumas pessoas”.
3) O mesmo autor entende que pode haver reversão com cirurgia plástica.
4) Rogério Sanches cita Nelson Hungria e afirma que: A idade, o sexo, a condição social da vítima são de extrema
importância na apreciação da deformidade, pois conforme acentua Nélson Hungria, “ninguém pode duvidar que devam
ser diversamente apreciadas uma cicatriz no rosto de uma bela mulher e outra na carantonha de um Quasímodo; uma
funda marca num torneado pescoço feminino e outra no perigalho de um septuagenário; um sinuoso gilvaz no braço
roliço de uma jovem e outro no braço cabeludo de um cavouqueiro. É evidente que não se pode meter em pé de
igualdade a estética de um homem e a de uma mulher”
V – aborto:
Essa qualificadora é necessariamente preterdolosa. A lesão se dá a título de dolo, e o aborto a título de culpa.
Esse artigo não se confunde com o art. 127, do CP, que traz o aborto qualificado pela lesão grave.
Art. 127, do CP Art. 129, § 2º, V, do CP
Aborto qualificado pela lesão grave. Lesão grave qualificada pelo aborto.
O aborto é com dolo e a lesão grave é culpa. A lesão grave é com dolo e o aborto é culpa.
1. 6) Lesão Corporal Seguida de Morte (Art. 129, § 3º, CP): 
3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-
lo:
Os elementos desse delito são:
a) Conduta dolosa dirigida à ofensa da integridade corporal da vítima;
b) Resultado culposo mais grave (morte);
c) Nexo causal entre conduta e resultado.
Nessa modalidade de lesão, o agente quer a lesão corporal, mas culposamente gera a morte da vítima. E existe um
nexo entre a conduta e o resultado.
A imprevisibilidade do resultado elimina o crime preterdoloso e, nesse caso, o agente responde somente pelas lesões
corporais.
7) Lesão Corporal Privilegiada (Art. 129, § 4º, CP):
Diminuição de pena
4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
ABORTO Do ponto de vista clínico, aborto é a interrupção prematura da gravidez, havendo a retirada do embrião
ou feto do útero da mulher, podendo ser espontâneo (ocorrer por causas naturais) ou induzido (provocado por alguém – 
a própria gestante ou uma outra pessoa).
Em termos legais, a proibição ou permissão do aborto varia de acordo com o país. Alguns países permitem o aborto 
sem restrições, não sendo necessária justificativa da mulher ou autorização judicial para isso
No Brasil, o aborto é crime, independentemente se for provocado pela gestante ou por outra pessoa (médica ou não), 
havendo apenas duas exceções a essa regra. Essa tipificação é estipulada legalmente em quatro artigos do Código 
Penal (artigos 124, 125, 126 e 127, CP) e o texto do artigo 128 traz a hipótese de exclusão da punibilidade.
O aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento é tipificado no texto do artigo 124 do CP, sendo a pena 
estipulada para esse crime a detenção, de um a três anos.
Os artigos 125 e 126, por sua vez, tratam do aborto provocado por terceiro. Se o aborto for provocado sem o 
consentimento da gestante, a pena será de reclusão, de três a dez anos. Caso o aborto seja realizado com o 
consentimento da gestante, a pena para o terceiro será de reclusão, de um a quatro anos. 
Ressalve-se que está estipulado, no parágrafo único do artigo 126 do CP, que, caso o aborto seja realizado com o 
consentimento da gestante, mas ela seja menor de quatorze anos, alienada, débil mental (nos termos utilizados pelo 
CP) ou se o consentimento houver sido obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência, a pena aplicável será 
aquela determinada no artigo 125, ou seja, reclusão, de três a dez anos. Isso porque esses fatores invalidam o 
consentimento da gestante, pela sua incapacidade.
O artigo 127 do CP, a seu turno, traz a forma qualificada do crime do aborto. Caso a gestante sofra lesão corporal de 
natureza grave em razão do aborto ou dos meios empregados para provoca-lo, as penas previstas nos artigos 125 e 
126 do CP são aumentadas em um terço. Caso sobrevenha a morte da gestante pelas mesmas razões, essas penas 
serão duplicadas.
As hipóteses de exclusão da punibilidade do aborto estão previstas no texto do artigo 128 do CP. Não será punido o 
aborto praticado por médico caso se trate de aborto necessário, ou seja, se não houver outro meio de salvar a vida da 
gestante ou se for aborto no caso de gravidez resultante de estupro, desde que seja precedido de consentimento da 
gestante ou, se ela for incapaz, de seu representante legal.
Relevante mencionar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 54 (ADPF 54), na qual o STF declarou 
ser inconstitucional a interpretação que trata o aborto de fetos anencéfalos como conduta tipificada nos artigos 124 e 
126 do CP, pois o aborto é um crime contra a vida e, pela interpretação do STF, o feto anencefálico não possui qualquer 
possibilidade de vida fora da barriga da mãe.
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada 
ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do 
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo,a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
RIXA (Art. 137)
•Concurso necessário (plurissubjetivo);
•Consiste na briga travada, no mínimo, 03 pessoas, sem que possa identificar, de maneira individualizada,
agressor e agredido. Se houver tal possibilidade, trata-se de lesões corporais recíprocas, não rixa.
•A ocorrência de lesão corporal de natureza grave ou morte qualifica o delito de rixa, respondendo por ela,
inclusive, a vítima da lesão grave.
	Homicídio qualificado[editar | editar código-fonte]
	Homicídio privilegiado Por outro lado, se a prática da infração é motivada por relevante valor social ou moral, ou se esta é cometida logo após injusta provocação por parte da vítima, a pena pode ser minorada de 1/6 até 1/3 da pena. Embora a Lei diga que é apenas uma possibilidade, tem prevalecido a tese da obrigatoriedade da redução da pena, em virtude da aplicação dos princípios gerais de Direito Penal, que compelem ao intérprete da Lei a fazê-lo da forma mais favorável ao réu.
	Diferença entre homicídio e induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
	CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
	CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
	CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
	CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Outros materiais