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NEONATOLOGIA Neonatos: Cada espécie possui um termo específico que é considerado neonatos a partir do nascimento. Período mais crítico, pois, todos os sistemas são imaturos. Herbívoros Carnívoros Nascem mais preparados, pois, são presas (enxergam, ouvem, correm, andam melhor) são mais mielinizados. São mais indefesos ao nascer, pois, são predadores (não enxergam, não escutam, etc) são menos mielinizados. 1. Termorregulação: Como os neonatos possuem imaturidade hipotalâmica, eles não conseguem se manter na temperatura ideal. Cães e gatos: São pecilotérmicos, ou seja, nas duas primeiras semanas eles se ajustam a temperatura ambiente e a umidade do ar. Como possuem pele muito fina e nascem com pouco pelo eles perdem calor mais fácil e desidratam rapidamente. Eles utilizam da queima da gordura marrom por horas. O metabolismo é acelerado para ganho de calor, mas não conseguem tremer por conta da baixa mielinização, ou seja, tem vasoconstrição reduzida (perde mais calor). Manter sempre perto da mãe, e deixar em ambiente de 27º a 30º C. O tipo de parto também interfere na temperatura corpórea do feto. Ex.: Cesariana há uma grande queda de temperatura corpórea (T33ºC), é importante manter aquecidos. Grandes animais: Conseguem se termorregular, fazem tremores pela alta mielinização e possuem mais pelos. 2. Sistema Cardiovascular: Os neonatos possuem alta frequência cardíaca, pois, não fazem vasoconstrição, assim tem baixa resistência e alto fluxo de retorno. Peq.: 180 a 220 bpm Grand: 80 a 130 bpm 3. Sistema Respiratório: Ainda é imaturo, porém funciona a partir do momento que nasce. Os neonatos necessitam de 3x mais oxigênio do que os adultos por possuírem frequência cardíaca maior. C.R.F – Capacidade residual funcional: Quando o animal nasce e o liquido é retirado, o pulmão se expande cada vez mais na expiração até um momento que ele se mantém, apenas expira e inspira, assim sobra um ar residual para não ter colabamento. Nos neonatos a CRF é menor, assim eles têm que fazer maior esforço na respiração. Após o descolamento da placenta e o posicionamento no canal vaginal há estímulos para o filhote respirar. Se houver distocias o filhote pode começar a respirar dentro do útero, levando a hipóxia. Com uma massagem devemos retirar o líquido amniótico dos pulmões. NUNCA chacoalhar o neonato, pois, vai retirar o liquido do seu estomago (capa protetora de Ig) que protege contra bactéria do seu intestino. Os neonatos possuem corpo globoso, com musculatura torácica e abdominal imaturas, o que dificulta na respiração (expansão do tórax). Podem evoluir para depressão respiratória. Seus quimiorreceptores presentes nas carótidas são pouco desenvolvidos, assim se o neonato estiver em hipóxia, acidose metabólica ou hipercapnia o SN não irá perceber. 4. Sistema urinário: A filtração não é seletiva, assim perdem nutrientes, eletrólitos, H2O mais facilmente, levando uma desidratação e menor concentração urinaria; Outra característica é a glicosúria; Também pode ocorrer nefrotoxicidade caso o fígado não metabolize corretamente os compostos tóxicos. Uráco persistente: É quando a conexão tubular entre a bexiga e o umbigo ainda sendo funcional, mesmo após o nascimento. Pode ocorrer uma infecção e necessita de cirurgia para consertar o Uráco. 5. Sistema Hepatobiliar: Os hepatócitos não são 100% funcionais, assim as enzimas podem estar 100x mais aumentadas. Pode ocorrer baixa atividade da citocromo P450 (que metaboliza medicamentos), colestase retendo bile podendo afetar processos digestivos. 6. Sistema Hematopoiético: Em um esfregaço de sangue vemos células percussoras (reticulócitos hemácias), ou seja, que ainda não foram maturadas, pois, a medula óssea está imatura, e elas só são maturadas no timo. Anemia progressiva: Pelas células ainda serem imaturas temos anemia progressiva até os 30 dias de vida. Depois aos poucos ele vai produzir mais glóbulos vermelhos (hemácias). * Neonatos hígidos: Os que nascem de parto natural e saudável são chamados de hígidos (Apgar precisa estar maior que 7 e repetir depois de 5min). Com eles, devemos nos preocupar apenas em: Retirar membranas de orifícios. Massagem no tórax para limpeza do pulmão. Jamais chacoalhar o neonato, independente do tipo de parto! Grampear cordão e curar o umbigo. Verificar temperatura corporal e os parâmetros para definir o escore (temperatura corporal, mucosas, peso, tônus muscular, respiração, FC). Verificar se respondem aos estímulos. * Distocias: Os filhotes que passam por um parto distócico, são mais propensos a terem problemas no período neonatal. Podem entrar em acidose metabólica, hipóxia ou hipercapnia por ficarem mais tempo sem O2. Depois que nascem não possuem tônus; Respiram com dificuldade com a boca aberta; Não respondem a estímulos de dor; Entram em cianose, hipóxia; Diminuição de DC; E depressão respiratória. Caso precise intervir (para ajudar) usar luvas, pois, o cheiro é muito importante para eles (em cesárias também). * Cesárias: É a última opção caso esteja ocorrendo um parto distócico. Como os neonatos já estão a mais tempo com a placenta descolada, já apresentam depressão respiratória. Necessitam de anestesia e devido a isso geralmente causa uma depressão fetal. Neonatos de cesariana: Em quanto nascem primeiro deve-se estourar as vesículas e depois descolar a placenta para o filhote não ficar sem ar. Necessitam de maior estimulação, pois, estão em hipóxia, a temperatura corporal pode chegar a 30º, nascem em acidose pelo tempo de espera (respiração ou metabolismo rápido), não possuem reflexo para mamar, menos dor, e acidose intensa. A caseria é indicada em caso de distocias, fertilização in vitro e clonagem. * Grandes animais: As primeiras 24 horas são cruciais para os grandes, é o tempo em que eles estão mais vulneráveis a doenças. Colostro: É o mais importante, pois, possuem nutrientes e Ig que o neonato precisa. Caso ele não tome institivamente, temos que forçar a ingestão. Todos os sistemas já estão funcionando assim que eles nascem, em 24horas eles já andam, mamam, urinam e defecam etc. Caso a mãe rejeite a cria, temos que aplicar sucedâneo e colostro artificial (soro/plasma). A limpeza do ambiente é necessária já que os neonatos, principalmente protos, estão susceptíveis a septicemia, artrite séptica ou doenças infectocontagiosas. Cura do umbigo: Temos que realizar o mais rápido possível, pois, pode gerar infecções pelo uraco persistente que pinga urina e gera inflamação. Onfaloflebite: É a inflamação de todas as estruturas do umbigo, pode necessitar de cauterização ou cirurgia. Potros Síndrome do mau ajustamento: É quando o potro não se adapta com o período neonatal, assim pode estar em estresse, depressão respiratória, não possuem sinais de sucção, hipoglicemia, dispneia e compactação do mecônio. * Pequenos animais: 1 e 2 semanas: São as mais críticas já que eles não escutam, não andam, nem enxergam. Possuem termotropismo positivo (se arrastam até a mãe). Precisam apresentar reflexo de sucção (mamar), estimular reflexo anogenital (urinar e defecar), e ver se possui reflexo flexural (precisa se dobrar que nem caramujo quando é colocado de barriga para cima), eles não têm reflexo de dor até o 7 dia. 2 a 3 semanas: Já conseguem ficar de pé, mamam a cada 2 horas. Com 10 a 11 dias os olhos e conduto auditivo se abrem, porem são ainda não funcionam. 3 semanas a 1 mês: Aparece os caninos e incisivos, possui maturação sensorial e começa asbrincadeiras. A mãe educa e os filhotes começam a se afastar, a fontanela se fecha (responde a orientação). 5 semanas: Já podemos começar a dieta de adaptação com ração, misturando com o leite materno (adaptação do TGI), e fazer vermifugação. * Órfãos: Sempre alimentar de barriga para baixo; Usar mamadeira ou sonda caso não possuam o reflexo de sucção; Administrar soro de animal adulto para adquirir anticorpo. Dar 50 ml/kg de alimento, pois, tem que dobrar de peso todos os dias, começa com uma vez a cada 3 horas, depois vai aumentando.
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