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A TEORIA CIENTÍFICA DE TAYLOR
Teoria Geral da Administração
Carla do Prado Vianna
Cláudio Uberti Silveira
Edinara Motta de Paulo 
Jordana Silveira da Silva
Miriam Gonçalves Maciel 
Prof. Tutor José Pedro Gomes Klein 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Bacharelado em Administração (ADG0820) – Prática do Módulo I
06/10/2016
RESUMO
O tema deste artigo consiste na teoria científica de Frederick Taylor, com intuito de abordar os impactos desta teoria nas organizações nos dias atuais. Frederick Taylor foi um grande contribuinte para a administração, pois inovou e inseriu no pensamento administrativo uma preocupação maior com a organização funcional de uma empresa, ressaltando funções de funcionários, importância de treinamento, aproveitamento do tempo, incentivo à produção, funções dos gerentes, redução de desperdícios e aumento dos lucros. Por meio de pesquisa documental, obteve-se que a teoria científica foi adotada por muitas indústrias na época e ainda se vê seus impactos na administração atual, mesmo esta tendo passado por outras teorias com o passar do tempo, o que evidencia o quão importante os estudos de Frederick Taylor foram para a administração.
Palavras-chave: Administração. Teoria científica. Frederick Taylor. 
1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual está em constante evolução, carecendo de inovações em todos os segmentos a cada dia que passa. E, nesse contexto, encontram-se as empresas, as quais precisam, continuamente, buscar avanços em suas áreas. Logo, muitas foram as mudanças nas organizações, desde as formas de produzir ao modo de se gerirem. A teoria científica de Taylor, por sua vez, muito foi utilizada pelos administradores, e, ainda hoje, mesmo com várias transformações das necessidades das organizações, continua a ser utilizada. Em decorrência, a pesquisa a ser realizada tem por intuito abordar os impactos desta teoria nas organizações nos dias atuais.
Logo, o objetivo geral da presente pesquisa é estudar a teoria científica de Taylor e quais os impactos desta na administração das organizações nos dias atuais, com base nos seguintes objetivos específicos: pesquisar como se constitui a Teoria Científica de Taylor; analisar como as organizações se apropriam desta teoria para administrarem-se; e refletir sobre os impactos da Teoria Geral da Administração nas organizações nos dias atuais.
De cunho documental, a pesquisa está disposta organizada em: Conhecendo e Refletindo sobre a Teoria Científica de Taylor, trazendo apontamentos sobre a organização da teoria, como se inseriu nas organizações e como é vista atualmente; e Considerações Finais, trazendo um fechamento acerca do tema da pesquisa. 
2 CONHECENDO E REFLETINDO SOBRE A TEORIA CIENTÍFICA DE TAYLOR
	Conforme Bartel (2014), a história da administração começou no século XX, com a teoria da Administração Cientifica, a qual foi criada por Frederick Winslow Taylor (1856-1915). Taylor “nasceu na Filadélfia, nos Estados Unidos. Veio de uma família de princípios rígidos e foi educado dentro de uma mentalidade de disciplina, devoção ao trabalho e poupança” (CHIAVENATO, 2014, p.80).
	Taylor fez várias análises acerca das organizações, e publicou dois livros muito significativos para a história da administração. Conforme Chiavenato (2014), o primeiro trabalho foi o livro SHO Management (Administração de Oficinas), em 1903. Taylor iniciou suas pesquisas juntamente dos operários, analisando cada movimento e processo de trabalho, sempre os racionalizando e aperfeiçoando para que a empresa obtivesse melhores resultados (CHIAVENATO, 2014). Seu livro diz que:
1. O objetivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção.
2. Para tal objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações;
3. Os empregados devem ser selecionados e colocados em seus postos com condições de trabalho adequados para que as normas possam ser cumpridas;
4. Os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar as tarefas a fim de cumprir uma produção normal.
5. Deve haver uma atmosfera de cooperação entre a administração e trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico adequado (CHIAVENATO, 2014, p.80-81). 
	Após este estudo, Frederick Taylor continuou suas pesquisas e constatou que as indústrias d padeciam de três males: “vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção para manter seus salários; desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a sua realização; falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho” (CHIAVENATO, 2014, p.81). Foi, então, que o teórico publicou o seu segundo livro, preocupando-se com as tarefas de cada operário, intitulado Princípios de Administração Científica (1911). Para Chiavenato (2014, p.81), na época, o autor concluiu que “a racionalização do trabalho do operário deve ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa, para tornar coerente a aplicação de seus princípios”.
Coltro (2015, p.57) afirma que “Taylor se preocupava com o fato de que a administração industrial de sua época era amadora. Na sua concepção, a gestão poderia e deveria ser formulada como uma disciplina acadêmica”. Para ele, “não havia a necessidade de sindicatos, porquanto os melhores resultados viriam a partir da parceria entre os gestores treinados e qualificados e uma força de trabalho cooperativa e inovadora” (COLTRO, 2015, p.58).
	Preocupado, então, com uma melhora na administração industrial, o sistema Scientific Management, conhecido como Administração Científica, Sistema Taylor, Gerência Científica, Teoria Geral da Administração, entre outros, se constituiu de reflexões sobre as tarefas realizadas na organização, como explica Chiavenato (2014, p.80):
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas tarefas, isto é, nas atividades cotidianas do operário. O nome Administração Científica é decorrente da tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar maior eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração. Taylor teve inúmeros seguidores (como Fantt, Gilbreth, Emerson, Ford e Barth) e provocou uma revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial de sua época. Sua preocupação foi eliminar o desperdício e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicos da engenharia industrial.
Bartel (2014, p.8) afirma que Frederik W. Taylor, “procurou dar ênfase nas atividades operacionais tentando descobrir: como, de que forma e em quanto tempo tudo era feito; bem como os resultados produzidos”. Taylor “procurava acabar com o desperdício, a ociosidade e, ainda, reduzir os custos de produção – fatos provocados pelos operários. Para encontrar a colaboração dos operários, fixava prêmios de produção baseando-se no tempo padrão” (BARTEL, 2014, p.8).
Para Chiavenato (2014, p.82), “a administração científica é uma combinação de: ciência em lugar de empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação, e não individualismo; rendimento máximo, em lugar de produção reduzida; desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcançar maior eficiência e prosperidade”.
	Como se vê, Taylor se preocupava com a organização das tarefas, com o tempo utilizado, com a valorização do funcionário, pensando, sempre, no desempenho da empresa em geral. Nesse sentido, Taylor inovou quando abordou a organização do trabalho, revolucionando a indústria da época através de análises completas do trabalho, incluindo tempo, movimentos, padrões de execução, treinamentos, especialização do pessoal, como gerencia e operários, instalação de sala de planejamento. Isso porque, sua teoria consistia em organizar de modo metódico qualquer estrutura organizacional, levando a empresa a crescer no mercado, visto sua capacidade de organizar e produzir (CHIAVENATO,2014). 
	Segundo Chiavenato (2014, p.83), as bases de aplicação da Administração Científica são:
Estudo de tempo e definição de padrões de produção; supervisão funcional; padronização de ferramentas e instrumentos; planejamento das tarefas e dos cargos; principio de execução; utilização da régua de cálculo e de instrumentos para economizar tempo; fichas de instruções de serviço; prêmios de produção pela execução eficiente das tarefas; definição da rotina de trabalho.
	O esquema criado por Chiavenato (2003 apud BARTEL, 2014), mostra o sistema organizado por Taylor para que uma organização alcance melhores resultados. 
Figura 1 – Abordagem da teoria científica de Taylor
Fonte: Chiavenato (2003, p.68 apud BARTEL, 2014, p.9).
	Visando, então, maiores lucros, Taylor introduziu uma nova visão na organização. Segundo Coltro (2015), o sistema caracterizado por definir as funções operacionais, indivíduos e grupos, de forma clara, passou a adentrar as organizações. Mesmo com o passar do tempo, ainda se vê vestígios da administração científica, principalmente quando “os postos de trabalho são subdivididos; e os ocupantes dos postos de trabalho realizam tarefas repetitivas” (COLTRO, 2015, p.59).
	Conforme Coltro (2015, p.62): 
Por meio de atividades de consultoria, Taylor, introduziu em 1890, entre outras inovações: os sistemas de contabilidade, nos quais os gerentes autorizados poderiam utilizar os registros operacionais com maior eficácia; os sistemas de produção, que permitiam aos gerentes saber mais precisamente o que estava acontecendo no chão de fábrica; estudos de tempos e movimentos, para determinar o que os trabalhadores seriam capazes de fazer; sistemas de taxas de pagamento por peça, para incentivar os funcionários a seguir instruções e muitas outras medidas relacionadas.
	Essa ideia dos gerentes saberem o que ocorre no chão de fábrica é algo ainda visto nas organizações. Já quanto ao pagamento por peças, utilizado por Taylor, para que o funcionário se preocupasse em produzir mais para ganhar mais, pouco é visto nas organizações atuais. Contudo, pode-se dizer que há vestígios desta ideia, visto que as empresas trabalham com metas, e a cada meta atingida pelos funcionários, estes recebem uma bonificação, o que não deixa de ter a mesma ideia central de Taylor, incentivar o funcionário a produzir mais para ganhar mais. Empresas, atualmente, utilizam, também, um Programa de Participação nos Resultados (PPR), que consiste em um programa de bonificação para os funcionários relativa ao lucro obtido pela empresa em um determinado período, incentivando o funcionário a contribuir no crescimento da organização.
	Silva (2008, p.108) afirma que “os princípios da administração científica se basearam na estrutura formal e nos processos das organizações. As pessoas eram vistas como instrumentos de produção e utilizadas para alcançar a eficiência para a organização”. Este pensamento também é ainda visto nas organizações, por mais que haja maior valorização do funcionário, que ele tenha mais voz dentro da empresa, e não seja visto somente como instrumento de produção, ele é utilizado para a eficiência da organização. Cada vez mais se pensa em gestão de pessoas, pois se tem percebido o quanto os funcionários colaboram para o bom desempenho de uma organização. 
	Segundo Bartel (2014, p.85), “na educação dos operários, Taylor descobriu a capacidade de apreenderem através da observação do trabalho dos companheiros, que desempenhavam as tarefas de diferentes maneiras e ferramentas”. Essa percepção de Taylor contribui com a administração atual das empresas, pois hoje se fazem reuniões, se trocam experiências entre os funcionários, assim como se faz treinamentos, para que possam ver como operar, como realizar um trabalho. 
	Silva (2008, p.114) aborda o principio da execução de Taylor: 
Principio da exceção: tudo o que ocorrer na ‘área da normalidade’ não deverá ser objeto de preocupação da alta administração. Esse conselho válido ainda para os dias atuais, e é uma contribuição de Taylor relacionada ao gerente e à delegação. Os gerentes deveriam evitar os detalhes da administração da fábrica, deixando isso para os subordinados e especialistas, preocupando-se apenas com as ‘exceções’. 
	Esta percepção ainda se encontra atualmente, visto que, em grandes empresas, principalmente, há os gerentes, os subgerentes e assim por diante, cada um com suas responsabilidades, e somente o que um não consegue resolver é levado àquele de cargo superior, nesse caso, o gerente só se envolve diretamente em alguns assuntos do chão de fábrica quando há devida necessidade, caso contrário, fica a cargo dos seus subordinados, de acordo com suas orientações desenvolver o processo. 
	Por fim, cabe ressaltar uma das grandes contribuições de Taylor, que é o objetivo principal da administração, “assegurar, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao patrão e ao empregador” (CHIAVENATO, 2014, p.83). Nesse sentido, a administração passa a não olhar apenas para a organização, mas, também, para os funcionários que fazem parte e contribuem para o crescimento dela. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada foi de grande valia, pois proporcionou conhecimento acerca da Teoria Científica de Taylor. Frederick Taylor foi um grande contribuinte para a administração, visto que inovou e inseriu no pensamento administrativo uma preocupação maior com a organização funcional de uma empresa, ressaltando funções de funcionários, importância de treinamento, aproveitamento do tempo, incentivo à produção, funções dos gerentes, redução de desperdícios e aumento dos lucros. 
A teoria científica foi adotada por muitas indústrias na época e ainda se vê seus impactos na administração atual, mesmo esta tendo passado por outras teorias com o passar do tempo, o que evidencia o quão importante os estudos de Frederick Taylor foram para a administração. É possível citar a subdivisão dos cargos, os sistemas de contabilidade, funcionário como parte importante para a eficiência da organização, treinamento dos funcionários.
É perceptível, portanto, que Taylor contribuiu muito para a administração das organizações. Os colaboradores deixaram de ser apenas instrumentos de produção para fazer parte da empresa, peça chave para o seu crescimento. Além de que, todo o sistema de gerência passou a ser organizado, podendo a chefia pensar em ações que levem a empresa ao crescimento, e não apenas preocupar-se em resolver problemas, como antes ocorria. 
Por fim, pode-se dizer que esta pesquisa proporcionou conhecimento referente à história da administração. Sugere-se, então, uma nova pesquisa acerca das demais teorias administrativas, para que se possa comparar as aproximações entre estas, e se ter uma percepção da história da administração de forma mais abrangente. 
REFERÊNCIAS
BARTEL, Gonter. Fundamentos e teoria organizacional. 1. ed. Indaial: Uniasselvi, 2014
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. 7. ed. Barueri: Manole, 2014. 
COLTRO, Alex. Teoria geral da administração. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2015.
SILVA, Reinaldo O. da. Teoria da administração. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

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