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Parte 4 - Decisões de Financiamento e Dividendos AULA 26 Introdução às Decisões de Financiamento e Dividendos Frederico Silva Miana Juiz de Fora 30 Novembro 2016 FIN014 - Gestão Financeira em Engenharia de Produção II 2 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Objetivo básico da aula de hoje... Ao final espera-se que os alunos adquiram os conhecimentos básicos relacionados às decisões de financiamento Iniciar as discussões a respeito das decisões de financiamento e dividendos das empresas, com ênfase inicial nas Decisões de Financiamento e Estrutura de Capital 3 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Referências Bibliográficas para esta aula SAMANEZ Capítulo 7 – Equilíbrio no mercado de capitais – CAPM Capítulo 8 – Ponto de Equilíbrio: Alavancagem Operacional e Financeira Capítulo 9 – Custo do Capital Capítulo 10 – Valor da Empresa e Estrutura de Capital BREALEY & MYERS Capítulo 13: Uma visão geral do Financiamento Corporativo Capítulo 14: Dívidas adicionam valor? Capítulo 15: Financiamento e Avaliação 4 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 1. (Brealey & Myers – Cap. 10): Caso Magna Charter Magna Charter é uma corporação formada por Agnes Magna para oferecer serviços de vôos executivos para o sudeste dos USA. A fundadora acredita que haverá uma demanda pronta das empresas que não justificaria um avião da companhia em tempo integral; mesmo assim irão precisar de um avião de vez em quando. No entanto, o empreendimento não é uma coisa certa. Existe 40% de chance de que a demanda seja baixa no primeiro ano. Se for baixa, existe 60% de chance de que permaneça baixa nos anos subsequentes. Por outro lado, se a demanda for alta existe 80% de chance de que permaneça alta. O problema imediato é decidir que tipo de avião comprar. Um turboélice custa $550.000, e um avião a pistão custa $250.000, porém tem menor capacidade e é menos atraente aos clientes, além de se depreciar mais rapidamente devido ao design antigo. A Sra. Magna acredita que no ano seguinte as aeronaves a pistão de segunda mão estarão disponíveis por apenas $150.000. Isso dá uma idéia à Sra. Magna: por que não começar com um avião a pistão e depois comprar outro se a demanda se mantiver alta? Custará apenas $150.000 para expandir. Se a demanda estiver baixa, a Magna Charter pode aguardar calmamente com uma aeronave pequena e relativamente barata. Monte a árvore de decisão para os anos 1 e 2 da Magna Charter, e em seguida calcule o NPV das duas alternativas (turboélice e pistão – os valores líquidos do Fluxo de Caixa em cada ano serão disponibilizados a seguir), indicando qual decisão a Sra. Magna deve tomar. 5 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 6 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 7 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 8 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 9 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Iremos agora resolver o mesmo exercício anterior, porém agora com uso do software Precision Tree 1. (Brealey & Myers – Cap. 10): Caso Magna Charter Magna Charter é uma corporação formada por Agnes Magna para oferecer serviços de vôos executivos para o sudeste dos USA. A fundadora acredita que haverá uma demanda pronta das empresas que não justificaria um avião da companhia em tempo integral; mesmo assim irão precisar de um avião de vez em quando. No entanto, o empreendimento não é uma coisa certa. Existe 40% de chance de que a demanda seja baixa no primeiro ano. Se for baixa, existe 60% de chance de que permaneça baixa nos anos subsequentes. Por outro lado, se a demanda for alta existe 80% de chance de que permaneça alta. O problema imediato é decidir que tipo de avião comprar. Um turboélice custa $550.000, e um avião a pistão custa $250.000, porém tem menor capacidade e é menos atraente aos clientes, além de se depreciar mais rapidamente devido ao design antigo. A Sra. Magna acredita que no ano seguinte as aeronaves a pistão de segunda mão estarão disponíveis por apenas $150.000. Isso dá uma idéia à Sra. Magna: por que não começar com um avião a pistão e depois comprar outro se a demanda se mantiver alta? Custará apenas $150.000 para expandir. Se a demanda estiver baixa, a Magna Charter pode aguardar calmamente com uma aeronave pequena e relativamente barata. Monte a árvore de decisão para os anos 1 e 2 da Magna Charter, e em seguida calcule o NPV das duas alternativas (turboélice e pistão – os valores líquidos do Fluxo de Caixa em cada ano serão disponibilizados a seguir), indicando qual decisão a Sra. Magna deve tomar. 10 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 11 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão Guia Precision Tree Análise de Decisão Sugestão de Política e Perfil de Risco 12 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Árvore de Decisão 13 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Não há sentido em investir mal apenas por ter financiado bem, pois o objetivo é maximizar a riqueza dos acionistas FinanciamentoDividendos Investimento Estratégia de Finanças Corporativas MAXIMIZAÇÃO DO RETORNO Comparação dos Fluxos de Caixa com o CUSTO DE OPORTUNIDADE (uso alternativo) e não com sua fonte de financiamento!! Quais ativos a empresa deve investir? Como levantar os recursos necessários para os investimentos pretendidos? O que fazer com o resultado dos investimentos? (muitos consideram como parte das decisões de financiamento) Cash is King! Vamos agora iniciar a Parte 4 do Curso, enfocando as Decisões de Financiamento e Dividendos 14 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF O que é Estrutura de Capital e quais as fontes possíveis de Financiamento? Estrutura de CapitalEstrutura de Capital • Estrutura de Capital é a composição da relação Debt / Equity em uma empresa • Endividamento leva em consideração diversos fatores, como: - Prazo: Curto ou Longo - Risco: com ou sem collateral (garantia) - Conversibilidade: dívidas conversíveis ou não em ações - Custo: dívidas comuns ou subsidiadas Fontes de FinanciamentoFontes de Financiamento Autofinanciamento Geração operacional de caixa e retenção de lucros para atividades de investimento Equity (Capital Próprio) Capital dos sócios, via aumento de capital ou emissão de ações (ordinárias ou preferenciais) Debt (Capital de Terceiros) Obtenção de recursos com terceiros via emissão de Debêntures ou via obtenção de empréstimos e financiamentos Assets Debts Equity Balanço Patrimonial 15 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Estrutura de Capital consiste então no balanceamento entre Dívidas e Capital Próprio como fontes de recursos Existência ou não de estrutura ótima de capital é um tema de grande controvérsia prática e acadêmica Existem diversas linhas teóricas de busca de uma estrutura ótima de capital... Existem diversas linhas teóricas de busca de uma estrutura ótima de capital... • Tradicional - Percepção intuitiva de risco e retorno, com possibilidade de criação de valor por meio da estrutura de capital ótima • Modigliani e Miller (MM) – Proposição I (1958) - “Tanto faz” (Lei de Conservação de Valor - Fischer,1930) - Estrutura de capital não importa devido à total separação entre decisões de investimento (ativo) e de financiamento (passivo) - Problema: proposição ingênua • Modigliani e Miller (MM) – Proposição II - Inclusão do tax shield (efeito do benefício de impostos) - 100% dívida (maximização do valor do acionista) - Problema: custos e riscos de falência • Teoria do tradeoff (estática) - Inclusão dos custos de falência - Equilíbrio entre os ganhosmarginais de adição de dívida (tax shield) versus custo marginal da dívida – existência de Estrutura Ótima de Capital - Problema: cálculo de tais ganhos marginais ... mas mesmo as mais atuais não chegaram à uma “fórmula mágica” ... mas mesmo as mais atuais não chegaram à uma “fórmula mágica” • Pecking order (hierarquia de captação) - Base na informação assimétrica - Em condições ideais a ordem de financiamento seria: 1) Caixa Próprio (autofinanciamento via retenção de lucros) 2) Dívidas com Terceiros 3) Lançamento de ações • Oportunismo - Arbitragem entre os diversos meios de financiamento - Baseia-se na existência de ineficiências de mercado - Problema: custos e riscos de falência 16 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Já vimos nas aulas anteriores que Risco e Retorno são grandezas diretamente inter-relacionadas em Finanças Nosso foco agora é a mensuração do Risco Sistêmico, ou seja, da análise da Taxa de Desconto Retorno esperado de um ativo com risco é seu retorno mais provável Retorno esperado de um ativo com risco é seu retorno mais provável Risco deve ser adequadamente tratado na análise empresarial Risco deve ser adequadamente tratado na análise empresarial Risco Sistêmico: ajuste na TAXA de desconto Risco Específico: ajuste no FLUXO do investimento • Equilíbrio Dinâmico: - Preços de ativos tendem a se equilibrar de forma a adequar retornos semelhantes para ativos de risco semelhante • Comportamentos frente ao Risco: - Aversão ao risco: exigência de prêmio para correr o risco - agentes racionais - Neutralidade ao risco: não exigência de retorno adicional para correr risco - Preferência ao risco: em determinadas situações o agente paga um prêmio para entrar em um negócio de risco (jogadores) • Risco descreve uma oportunidade de investimento cujo retorno não é conhecido ex ante, mas cujo conjunto de resultados possíveis e suas probabilidades são conhecidos. 17 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Antes de continuarmos, vamos relembrar a Equação Fundamental do Patrimônio: Ativo = Passivo + PL ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Bens e Direitos Capital de Terceiros Capital Próprio ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Uma empresa não pode aplicar o que não tem, por isso que Origens de Recursos = Aplicações de Recursos APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS ou FONTES DE RECURSOS curto longo maior menor 18 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Beta é uma medida de risco sistemático bastante utilizada para cálculo do Custo da Estrutura de Capital Beta nada mais é que o coeficiente angular de uma curva, atuando de forma similar à elasticidade1 1. O beta aproxima-se mais especificamente do conceito de covariância do que o de elasticidade propriamente dita. Beta é uma importante medida do risco sistemático relacionado à uma empresa Beta é uma importante medida do risco sistemático relacionado à uma empresa Betas de uma empresa decorrem de efeitos como ciclicalidade e alavancagem Betas de uma empresa decorrem de efeitos como ciclicalidade e alavancagem Bativo Bdívida Bequity Ativos geradores de caixa Fontes e origens de recursos• Coeficiente angular de uma função • Medida do risco sistemático de um ativo i: 2 , m mi i Covariância do retorno do ativo i e o mercado m Variância do retorno de mercado • No modelo CAPM, o Beta mede a volatilidade em relação ao prêmio de mercado )( fmfe rrrr )()( ED E ED D eda β 19 Como calcular o Beta na prática? Existem diversas variantes, mas o método mais simples é através de regressões lineares Beta cru (raw) é calculado através de regressão linear simples Beta cru (raw) é calculado através de regressão linear simples Existem diversos ajustes propostos para cálculo do beta... Existem diversos ajustes propostos para cálculo do beta... INCLINAÇÃO (slope), onde: Variável dependente (valores conhecidos y) = retornos empresa Variável independente (valores conhecidos x) = retornos mercado • Calcula-se o retorno do ativo e de um índice (Ibovespa, Ibx) • Em geral utilizam-se retornos mensais de um período de 60 meses • Faz-se a regressão linear para encontrar a inclinação da curva (beta): )ln( 1 t t t i i i c c r Onde: ln = logaritmo natural (neperiano)1r = retorno do ativo i na data t c = cotação do ativo i na data t 1. Retornos em base logarítmica têm a vantagem de poderem ser somados diretamente para se achar o retorno acumulado, o que não ocorre com os retornos percentuais (base variável) ...mas, regra geral, o uso do beta raw não gera prejuízo analítico e é de fácil aplicação • Beta de Blume: - Premissa: betas das empresas tendem a 1 no longo prazo - Correção proposta: peso 1/3 para beta = 1 e peso 2/3 para beta raw • Beta de Vasicek: - Premissa: por conter erro estocástico, o beta deve ser ponderado pelo seu erro - Correção proposta: ponderação do beta raw pelo erro individual, dando-se maior peso para o beta do setor da empresa quando o erro individual for grande 20 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Alavancagem é uma estratégia de maximização da geração de valor (e também do risco...) Alavancagem financeira é o maior uso de dívidas como fonte de recursos Alavancagem financeira é o maior uso de dívidas como fonte de recursos Alavancagem operacional relaciona-se ao peso relativo dos custos dos ativos Alavancagem operacional relaciona-se ao peso relativo dos custos dos ativos Ativo Dívidas Equity Ativo Dívidas Equity )()( ED E ED D edativo 0 50 100 150 200 250 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 Custo Total Volume Custos variáveis Custos fixos DívidasEquity Dívidas Equity • Alavancagem operacional (CF > CV) implica em: - Maiores ganhos de escala - Menor flexibilidade VariávelCusto FixoCusto receitaativo PV PV 1 Fluxo de Caixa = Receita – Custo Fixo – Custo Variável, logo: PVAtivo = PVReceita – PVCusto Fixo – PVCusto Variável • Alavancagem Financeira implica para o capital próprio: - Maiores ganhos proporcionais em caso de retorno positivo - Maiores perdas proporcionais em caso de retorno negativo 21 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Beta deve considerar sempre a alavancagem financeira Efeitos das diferentes estruturas de capital devem sempre ser corrigidos Beta de empresas alavancadas deve ser corrigido para denotar riscos distintos Beta de empresas alavancadas deve ser corrigido para denotar riscos distintos Dados setoriais, inclusive de mercados externos, podem ajudar nesse cálculo Dados setoriais, inclusive de mercados externos, podem ajudar nesse cálculo • Alavancagem financeira altera estrutura de capital, implicando em diferentes riscos de dívida • Efeitos do tax shield (benefício fiscal) também devem ser considerados • Calcula-se o beta levered, endividamento médio e alíquota média de tributação do setor • Desalavanca-se o beta, encontrando-se BU do setor • Alavanca-se o Bu , usando-se a relação D/MV específica da empresa em análise, encontrando- se o novo BL MV DT-11UL Onde: BL = beta levered (empresa alavancada) BU = beta unlevered (empresa não-alavancada) T = tributação D = Dívidas onerosas MV = market value (ou D+E) • Na inexistência de empresas não alavancadas, os dados setoriais permitem o cálculo do o beta levered da empresa 22 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Aplicação Prática Beta raw e Beta levered 1. Calcular o Betau e o BetaL dos principais bancos do setor financeirobrasileiro no período de 2004 a 2009, e estimar qual seria o beta do Banco do Brasil caso ele não fosse listado na bolsa 23 Prof. MSc. Frederico Miana - UFJF Na próxima aula continuaremos discutindo a respeito das Decisões de Financiamento e Dividendos