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Sepse
Mas o que é sepse?
O organismo humano está em constante alerta e luta contra agentes externos que podem prejudicá-lo, como bactérias, vírus, fungos e toxinas.
 
Toda agressão ao organismo provoca uma reação de defesa e essa reação, na maioria das vezes, limita-se ao combate desses agentes, sem danos associados. Porém, em algumas situações, seja pela gravidade e agressividade do agente causador (especialmente alguns tipos de bactérias e vírus), ou pela magnitude da resposta do organismo, esse combate pode acabar em danos secundários à saúde do indivíduo. Ou seja, em resposta a uma infecção, o organismo acaba lançando mão de mecanismos de defesa que acabam por prejudicá-lo.
 
Trata-se de uma síndrome que se caracteriza pelo desequilíbrio entre o oxigênio disponível e o utilizado pelas células.
 
Quando este desequilíbrio não é corrigido pode ocorrer disfunção única ou múltipla de órgãos e sistemas, associada à resposta do organismo frente á um agente infeccioso, que é o que chamamos de sepse, e, em casos mais avançados, choque séptico – popularmente conhecido como infecção generalizada.
  
Traduzindo: sepse é um estado em que pode ocorrer uma incapacidade do sistema circulatório em fornecer fluxo sanguíneo adequado para atender às necessidades metabólicas dos tecidos e órgãos vitais (oxigênio e nutrientes), causada por exacerbação da resposta inflamatória sistêmica (vasodilatação, aumento da permeabilidade dos vasos e acúmulo de leucócitos), que resulta em incapacidade de manter a pressão arterial e consequente diminuição na perfusão sanguínea para os órgãos vitais. Essas alterações acontecem em todo o organismo e são observadas mesmo nos locais onde o agente infeccioso não está presente. 
 
Clinicamente podemos observar queda na pressão arterial, acompanhados por sinais de redução de fluxo sanguíneo nos órgãos ou lesões de outros órgãos (sonolência ou confusão mental, diminuição da produção de urina, queda nas plaquetas, alterações na coagulação sanguínea, distúrbios respiratórios e disfunção cardíaca podem estar presentes). Um marcador usado para ajudar no diagnóstico deste desequilíbrio do fluxo sanguíneo é a dosagem de lactato no sangue venoso ou arterial – ele é um produto do metabolismo anaeróbio e quando está aumentado significa que o organismo está tendo dificuldade em  perfundir adequadamente seus tecidos e fornecer a quantidade de oxigênio mínima para o bom funcionamento dos órgãos.
Choque Séptico
É um estágio mais avançado e mais grave da sepse. Ele acontece quando, apesar das medidas tomadas, o paciente não recupera a pressão arterial e não adequa o fluxo sanguíneo aos órgãos e sistemas.
 
Há ainda outras situações em que a resposta inflamatória do organismo a alguma lesão ou agressão externa também pode estar aumentada e desregulada, resultando em um quadro grave e com características e apresentação semelhantes aos da sepse, porém sem a presença de agente infeccioso – por exemplo, nos casos de pancreatite, queimaduras graves, politrauma e cirurgias extensas. Nesse caso chamamos esse fenômeno de síndrome da resposta inflamatória sistêmica grave – SIRS.
Por se tratar de um quadro grave, a sepse requer tratamento rápido e preciso. Ao identificar um quadro inicial de sepse, deve-se tentar encontrar o foco infeccioso ao mesmo tempo em que o tratamento é instituído. Para identificação do foco, deve-se, além dos exames de rotina, colher culturas de sangue, urina e secreções que o paciente apresente. A imediata instituição de antibiótico de acordo com o foco infeccioso é imperativa e, para corrigir os distúrbios de fluxo sanguíneo aos órgãos e pressão arterial, deve-se iniciar infusão de fluidos por via endovenosa.
 
Nos casos de choque séptico, em que essas medidas não são suficientes para estabelecer a melhora do quadro, deve-se optar por uso de uma medicação que seja capaz de manter a pressão arterial e perfusão adequadas – medicamento vasoativo - noradrenalina. Esses pacientes devem ser tratados e monitorados em unidades de terapia intensiva - UTI.
 
A resposta ao tratamento depende de vários fatores: resposta do organismo à infecção, local e tipo da infecção, agressividade do agente infeccioso (infecções hospitalares costumam ser mais graves), tipo e ação do antibiótico (para aquele determinado agente) e desenvolvimento, ou não, de choque séptico. Esses são dados que não podem ser avaliados de imediato e que só o tempo será capaz de identificar, portanto a resposta ao tratamento da sepse só poderá ser avaliada após horas e, às vezes, dias depois da instituição da terapêutica adequada.
 
A sepse e o choque séptico não tratados ou que não respondem bem às medidas adotadas podem levar ao óbito por falência de múltiplos órgãos. A mortalidade pode variar de 20 a 60% de acordo com a gravidade do caso, especialmente em pacientes que já se encontram internados em UTI, nos idosos, naqueles com algum grau de imunodepressão ou que já apresentam doença de base com comprometimento da saúde (falência hepática, câncer, diabetes, AIDS, transplantados, etc). Porém, quando o tratamento é precoce e preciso, as chances de sobrevivência são boas. Precisamos estar atentos!
Sinais sugestivos de infecção como febre ou diminuição da temperatura corporal, dificuldade para respirar, aumento da frequência cardíaca, sonolência, confusão mental, diminuição da produção de urina, pressão mais baixa que o normal, entre outros, devem ser prontamente valorizados, pois já denotam um comprometimento orgânico importante.
 
Nestas situações, o serviço médico de urgência deve ser procurado.
 
A sepse quando não tratada pode levar ao óbito por falência de múltiplos órgãos. Fique de olho!
Atualizado em: 27/08/2019
Revisão por: Andreia Pardini, enfermeira do Programa de Sepse do Einstein
A Escala de Coma de Glasgow é amplamente utilizada por diversos profissionais da saúde, especialmente por aqueles que trabalham no âmbito hospitalar, com o intuito de definir o estado neurológico de pacientes a partir da análise de seu nível de consciência. É uma ferramenta bastante útil para traçarmos prognósticos da vítima e prevenirmos eventuais sequelas.
Em 2018, essa escala sofreu algumas modificações importantes na sua aplicação, com o intuito de que fossem obtidas informações mais precisas sobre o prognóstico do paciente.
Confira, agora, as mudanças que foram realizadas na nova Escala de Coma de Glasgow:
Fonte: https://www.significados.com.br/escala-de-glasgow/ 
 
1. Inclusão da reatividade pupilar nos critérios de avaliação
Na antiga versão da escala, os únicos critérios avaliados eram: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
Agora, na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, ou seja, a reatividade da pupila à luz. Ao contrário dos  outros critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior resultado apresenta a maior pontuação. Assim, teremos a seguinte atribuição:
2 pontos – Nenhuma reatividade em ambas as pupilas
1 ponto – Sem reação em apenas uma das pupilas
0 pontos – Caso as duas pupilas estejam funcionando normalmente
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2. Mudança no score total: 1 a 15 pontos
 Na antiga versão da Escala de Coma de Glasgow, a pontuação variava de 3 a 15 pontos.
Agora, na nova versão, a escala varia de 1 a 15 pontos.
Isso acontece porque, na nova aplicação, pontuaremos normalmente todos os outros critérios e, após a nota final, o score da reatividade pupilar será subtraído!
Como assim?
O cálculo do score será feito da seguinte forma:
Escore final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2]
Caso todos os critérios estejam normais, teremos um escore de 15 (afinal, as pupilas normais significam 0 pontos a menos!). Entretanto, caso o paciente apresente a menor pontuação em todos os critérios, teremos o escore final de 1!
 
3. Inclusão de “critério não-testável
 Sabemos que nem todos os pacientes são susceptíveisa serem avaliados da forma como a antiga Escala de Glasgow propõe. Por exemplo: pacientes amputados não necessariamente terão uma avaliação fidedigna da resposta motora; pacientes que apresentam surdez não serão responsivos a comandos verbais; pacientes com algum quadro de afasia não necessariamente conseguirão emitir respostas verbais adequadas.
Considerando essas necessidades tão individuais, além das pontuações nos critérios previamente estabelecidos, podemos agora marcá-los como “NÃO TESTÁVEL” (NT).
 
Escala de Ramsay avaliação nível sedação
É um método de avaliação do nível de sedação e um instrumento preponderante que é utilizado à beira do leito em Unidades de Terapia Intensivas por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem devidamente treinados. A aplicabilidade deste instrumento possibilita a atuação direta e intensiva do profissional de enfermagem ofertando ao paciente um trabalho com qualidade.
É um tipo de escala subjetiva, utilizada para avaliar o grau de sedação em pacientes, visando evitar a sedação insuficiente (o paciente pode sentir dores) ou demasiadamente excessiva (colocando-o em risco de morte). Tem sido usado principalmente para avaliar pacientes em unidade de terapia intensiva.
A escala de Ramsay foi descrita pela primeira vez pelo medico Michael Ramsay[ como parte de um estudo sobre o efeito de um esteróide anestésico publicado em 1974. Ela compreende valores que vão de 1 a 6, atribuídos observando as respostas dadas pelo paciente após estímulos e podem ser:
Grau 1: paciente ansioso, agitado;
Grau 2: cooperativo, orientado, tranquilo;
Grau 3: sonolento, atendendo aos comandos;
Grau 4: dormindo, responde rapidamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso;
Grau 5: dormindo, responde lentamente ao estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso;
Grau 6: dormindo, sem resposta.
Referências
Fernando Suparregui Dias, Choque, Editora EDIPUCRS, 2002, ISBN 8574303062, 9788574303062,Pág 555
Borja de la Quintana, Monitorizacion en anestesia, Medicina de Urgencias y Cuidados Intensivos, Editora Elsevier España, 2004, ISBN 8481747084, 9788481747089
«Dallas Physician Elected To Lead International Organ Transplant Society» (em inglês). 20 de agosto de 2009. Consultado em 21 de outubro de 2009