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1 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) Aula 5 – 17ABR2019 📌Competência 🤔Regras de competência. Para que servem? 🗣Professor Diego: “Se prestam para realizar uma divisão do trabalho a ser realizado diante da diversidade de órgãos jurisdicionais existentes. Então quando se estabelece regra de competência nada mais é que, dividir o trabalho de possíveis demandas que venham a surgir perante o poder judiciário.” Se existisse um órgão judiciário único no Brasil: 🌎 Não seria necessário existir regra de competência. Pois todo e qualquer processo seria distribuído neste único órgão. 🤔Como é dividido o trabalho nesses órgãos? Justamente utilizando as regras de competência. Ela divide entre os diversos órgãos jurisdicionais quem vai trabalhar em que modalidade de processo, em qual território etc. 🖐🏻 A jurisdição é uma das manifestações do poder soberano do Estado. 🖐🏻 Dentro da limitação estatal, existem outras limitações, os juízes possuem limitação de atuação, por exemplo. 🖐🏻 As regras de competência têm caráter limitador. 🗣Professor Diego: “Os juízos só podem atuar dentro dos limites da sua competência.” 🖐🏻Juiz = pessoa física / Juízo = localidade 📌Regras de competência Nacional - Art. 21, 22 e 23 do CPC Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. ✳Competência internacional concorrente / exclusiva (ou privativa) ✅Concorrente - 🗣Professor Diego: “O Estado brasileiro admite que aquela ação em que haja competência internacional concorrente, pode ser julgada no Brasil, ou seja, autoridade judiciária brasileira, é competente, mas ela também reconhece a competência de outros estados soberanos para julgar aquela mesma ação. Por isso se fala em concorrência – os dois concorrem igualmente para julgar este caso.” ✅Exclusiva – está ligada a território. 🗣Professor Diego: “O Brasil não admite que nenhum outro país soberano julgue causas relacionadas ao território brasileiro, pois território está relacionado a ideia de soberania. 2 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) Ex.: Na Argentina, dois cidadãos discutem uma ação de usucapião de um imóvel situado no Brasil. Diante da apresentação de provas e o curso normal do processo, a ação é julgada procedente o usucapião, declarando que a propriedade do imóvel, agora é do autor da ação. Esta sentença não tem eficácia imediata no Brasil – pois para que os órgãos executem qualquer sentença estrangeira, antes ela deveria ter sido homologada pelo STJ.” 🤔 Mas qual seria o procedimento? 1 – realizar a tradução da sentença; 2 – dar entrada no STJ, explicando o caso; 3 – pedir a homologação para ser cumprida a sentença no Brasil; 🔙O STJ realizará a análise da sentença, e ao verificar a sentença e o artigo 23, I do CPC, será impossível realizar a homologação: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; ✳Competência constitucional – Art. 92 da CRFB Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Superior Tribunal de Justiça; II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios ✳Competência originária – Art. 102 – 105 da CRFB São processos que iniciam no STJ ou STF. Vale ressaltar, que se ele inicia no STF, não cabe recurso para outro órgão. Ex.: Ação declaratória de inconstitucionalidade ou Ações de controle de constitucionalidade geral. Os artigos 102 até o 105 da CRFB destacam todos as ações de competência originária do STF e STJ. ✳Competência da justiça especializada Órgão criados para tratar especificamente sobre determinadas matérias ou temas. 🗣Professor Diego: “A divisão de Justiça especializada e Justiça comum, se dá com base na ideia de que alguns órgão do judiciário, foram criados com a ideia central de tratar sobre determinados temas específicos. Quando se fala em justiça especializada, seria especializada com base em quê? Com base na matéria, nos assuntos e nos temas que ela vai tratar.” ⚖ Justiça do Trabalho – vai tratar/ discutir questões relacionadas a contrato de trabalho; ⚖ Justiça Militar – versa sobre crimes militares e ⚖ Justiça Eleitoral – versa sobre questões relacionadas ao pleito eleitoral e inclusive, crimes eleitorais. Obs.: Existe uma discussão no STF sobre transportar alguns crimes da “lava jato” que envolvam caixa 2 de campanha, para a Justiça Eleitoral, pelo fato da Justiça Eleitoral ser especializada em questão da matéria. ✳Competência da justiça comum – Art. 109 da CRFB 🗣Professor Diego: “É residual em relação a justiça especializada. Pois só será de competência da justiça comum se não for de competência da justiça especializada. Sendo a análise por eliminação. Por exemplo: 🔎 📄 – Processo A ⚖ Justiça do Trabalho ( ❌ ) ⚖ Justiça Militar ( ❌ ) ⚖Justiça Eleitoral ( ❌ ) Então eu já sei que pertence a Justiça comum, Federal ou Estadual. 3 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) ☝🏻E agora? Como eu vou distribuir adequadamente? Mais uma vez utilizando a regra da eliminação. Uma vez afastadas as hipóteses de competência das justiças especializadas (militar, trabalhista e eleitoral), devemos avaliar a competência da justiça comum, que se divide em Federal e Estadual. Nesse iter, primeiro devemos avaliar se a matéria está reservada à competência da União. Em caso negativo, a competência da Justiça Estadual será fixada em critério residual. ⚖Justiça Federal – se a União for parte ou houver interesse direto ou indireto, necessariamente, será competência da Justiça Federal. Ex.: Caixa Econômica Federal. ⚖Justiça Estadual – é a competência residual da residual. 📌Competência Territorial– Art. 46 do CPC Ou de foro = localidade. Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. § 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. § 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. Regra geral: A competência territorial é no foro de domicílio do réu. ✳Foro do Ausente – vai ser do seu último domicílio. 1🏠Barra 2🏠Méier 🤷 1🏠????? 🤷⁉ 2 🤐 ?? 🌏🌎🌍 🤷⁉ 1🏠Barra 2🏠Méier 👨🏻 👩🏻 ou ou 4 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) ✳Foro do incapaz – será no domicílio do seu representante ou de seu assistente (que geralmente será o foro do próprio incapaz, pois na maioria das vezes, o representante e o guardião são a mesma pessoa). ✳Foro em processos que a União for parte – é no domicílio do réu. Quando a autoria for da União, o contribuinte pode escolher entre o seu domicílio, o local do fato ou o DF. 🗣Professor Diego: “As decisões administrativas não tem a característica de uma decisão judicial, que é a definitividade, diante do trânsito em julgado. Outra característica: a potencialidade de se tornar definitiva.” 📌Ações sobre Direito Real de coisa imóvel – Art. 47 do CPC Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. 🗣Professor Diego: “O juiz que estiver mais próximo da coisa causa do litígio, terá melhor condição de julgar sobre aquilo, sendo uma opção legislativa, desde o Código de 1913. ” 🖐🏻Objeto do litígio – Móvel – domicílio do réu Imóvel – lugar do imóvel 🗣Professor Diego: “Quando eu descubro que a competência é da Justiça comum Federal ou Estadual, devo seguir para a competência territorial. Antes de seguir para a competência de juízo, é preciso verificar se a competência é originária dos órgãos de segunda instância. Por exemplo: Foro – Competência da Justiça Estadual do Rio de Janeiro, Próxima análise: Esta ação começa na 1ª instancia ou na 2ª instancia? 🖐🏻Existem algumas situações que o processo começará na 2ª instância – são excepcionalidades, alguns casos pontuais, que fogem do habitual que é iniciar na 1ª instância.” Onde é possível consultar essas excepcionalidades? ✅Na Constituição Estadual ou ✅Regimento interno do Tribunal. 📌Competência de juízo Ex.: A competência de foro da minha ação é a Comarca de Niterói; Mas dentro da comarca de Niterói onde eu devo propor essa ação? Qual a competência do juízo?? COMARCA DE NITERÓI V A R A D E F A M ÍL IA V A R A C ÍV E L V A R A D E Ó R F Ã O S E S U C E S S Õ E S V A R A C R IM IN A L V A R A E M P R E S A R IA L V A R A D E F A Z E N D A P Ú B L IC A O regimento interno dos Tribunais faz uma divisão de competência, estabelecendo ou atribuindo competência para determinadas varas, relacionadas a determinados assuntos e a determinados temas. A tendência é que fazendo isso, se obtenha julgamentos com melhor qualidade. 5 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) 🎯COMARCA – COMPETÊNCIA TERRITORIAL NO ÂMBITO DA JUSTIÇA ESTADUAL. 🎯SEÇÃO JUDICIÁRIA – COMPETENCIA TERRITORIAL NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL. Algumas comarcas possuem competência única. Geralmente em cidades pequenas, como por exemplo, Silva Jardim. Ex.: vara empresarial, cível, criminal etc. 🗣Professor Diego: “A competência de juízo é aquela que divide as diversas varas existentes numa localidade, atribuindo a cada uma delas, determinada competência em determinada matéria, tema ou assunto.” Ex.: Vara Empresarial – julga ações de empresas em recuperação judicial. 🗣Professor Diego: “Toda vez que uma determinada matéria não estiver vinculada a um juízo específico ou uma vara especializada, a competência residual é da Vara Cível.” 📌Regra de competência absoluta ou relativa ✳Absoluta 🗣Professor Diego: “Foram criadas, pensadas com o objetivo de salvaguardar interesse público, da jurisdição estatal. As normas de competência absoluta, existem para assegurar interesses da própria jurisdição estatal, que são interesses públicos.” 🖐🏻A violação a uma regra de competência absoluta pode ser arguida em qualquer tempo e grau de jurisdição. Mesmo após o transito em julgado, ainda existe possibilidade de analisar aquele julgado que violou uma regra de competência absoluta. ⁉Se as regras de competência absolutas são criadas com o objetivo de salvaguardar interesses públicos, é possível que os particulares alterem regras de competência? ❌ (NÃO) 🖐🏻Não podem ser modificadas por vontade das partes, nem mesmo por vontade do juiz, pois o juiz não está acima do interesse público. ✳Relativa 🗣Professor Diego: “Salvaguardar interesses particulares, privados. Os particulares podem alterar suas regras.” ⁉Se as regras de competência relativas têm como objetivo salvaguardar os interesses privados, é possível que os particulares alterem as regras de competência? ✅ (SIM) 🖐🏻Se uma norma de competência relativa não foi observada, o juiz pode reconhecer de ofício? ❌ (NÃO) ☝🏻 Mas então quem deve ser manifestar??? A parte, pois é dela o interesse. ☝🏻 Existe prazo para se manifestar? Sim, na contestação. 🗣Professor Diego: “Se você consegue entender o objetivo das regras de competência absoluta e das regras de competência relativa, automaticamente consegue compreender todas as consequências oriundas de uma e de outra.” 📌Prorrogação de competência Prorrogação – aquele juízo que era incompetente se tornou competente por causa da inércia do réu. 📄 1 - Ação ⚖ 2 - Juízo relativamente incapaz 🚫 3 - Não arguiu incompetência ⏳ 4 - Ocorre prorrogação de competência. 6 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) Ou: o juiz vai reconhecer que existe uma incompetência e vai enviar o processo para o juízo competente: 🖐🏻Se for um caso de incompetência absoluta – não se altera, somente com reforma legislativa. 📌Critérios absolutos de fixação de competência – Art. 62 do CPC Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. 👉🏻Matéria ou 👉🏻Pessoa ou 👉🏻Função. 🎯Obs.: REGRA DO PROCESSO CIVIL – Reconheceu a incompetência? Remete para o juízo competente. Seja ela incompetênciaabsoluta ou relativa. 📌Critérios relativos de fixação de competência - Art. 63 do CPC Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 👉🏻Valor e 👉🏻Território. 📌Causas de modificação da competência (Não se aplica a competência ABSOLUTA) Existem 4 causas de modificação da competência: 📄 1 - Ação ⚖ 2 - Juízo relativamente incapaz ✅ 3 - Arguiu e acolheu ⚖ 4 - Será encaminhado para o juízo competente. Ex.: Carla propõe uma ação trabalhista na Justiça Estadual. Há incompetência? ✅ (SIM) Relativa ou Absoluta? (Absoluta) 🖐🏻O que se espera que o juiz que teve acesso a esta ação faça? Que ele reconheça a incompetência e mande para o juízo competente. Ex. : Maria propõe uma ação em face de Carlos que tem domicílio em Niterói. Mas maria propõe a ação no Rio de Janeiro. Há incompetência? ✅ (SIM) Relativa ou Absoluta? (Relativa) 🖐🏻Alternativas: 1- Réu pode arguir a incompetência dentro do prazo legal, fazendo isso, o processo será remetido para o juízo competente, o juiz vai acolher a incompetência e vai mandar para o juízo competente. 2- O réu pode não arguir a incompetência, sendo assim, ocorre a prorrogação de competência e o processo continua tramitando na Comarca do Rio de Janeiro. 7 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) ✳ Conexão – está prevista no artigo 55 do CPC. Sempre presume a existência de 2 ou mais ações em curso. Os critérios para que sejam conexos são o pedido ou a causa de pedir. E havendo conexão, tais ações poderão ser reunidas para serem julgadas em conjunto. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput : I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 🗣Professor Diego: “A conexão é uma situação processual que por via reflexa gera modificação de competência, mas isso é apenas uma consequência, não deveria estar tão intimamente atrelado a ideia de competência.” Os objetivos da conexão são: 1- Economia processual, celeridade; 2- Evitar decisões conflitantes. Se uma das ações já foi julgada (sentença de primeiro grau) não poderá reunir. Quando há conexão, geralmente modifica- se a competência. Ex. 1: 🚌 ➡ 🏖 Um ônibus com 45 passageiros segue com destino a Arraial do Cabo. Já próximo a cidade, um problema no freio do ônibus provoca um acidente, nenhuma vítima fatal, mas todos os passageiros ficam feridos em proporções diferentes. ⏳ 1 semana após o acidente, a empresa de ônibus recebe a primeira intimação para uma ação proposta por um passageiro. No dia seguinte, mais uma intimação, dois dias depois chegam mais 4 intimações e até que chegam as 45. 💭Imagine que a empresa tenha que comparecer 45 vezes, levar suas testemunhas todas as vezes em cada audiência etc. 💡 A ideia é que todos os processos que ainda não foram julgados, sejam encaminhados para o mesmo juízo. Assim ajuda a empresa de ônibus na sua defesa, além de agilizar a sentença de todas as ações que será decidida em conjunto pelo mesmo juiz, de maneira a agilizar a conclusão do processo. Ex. 2: 👩🏽🦱Ludmila ingressa com uma ação em face da Anitta. 👩🏻 Todos os dias pela manhã, Anitta aguarda Ludmila sair para trabalhar e profere contra ela xingamentos. 📄 O pedido da Ludmila na ação é que Anitta seja multada todas às vezes que repetir sua atitude e que também seja condenada em dano moral. ⏳Depois de 1 semana, Ludmila conhece um advogado que atuou num caso semelhante e que conseguiu uma boa indenização para a parte autora. Ela então decide entrar com uma nova ação, semelhante a anterior, só que agora com esse novo advogado. ⁉As ações são idênticas ou diferentes? ( ❌ ) idênticas ( ) diferentes 🎯Elementos que identificam uma ação: 👉🏻Partes – as partes permanecem, parte autora: Ludmila e réu: Anitta; 👉🏻Causa de pedir – os xingamentos sofridos por Ludmila diariamente; 👉🏻Pedido – as indenizações e o dano moral. 🎯Atenção!! Litispendência – repetir ação em curso, quando a ação posterior é menor que a primeira, ela será extinta. Tríplice identidade Requisitos da CONEXÃO 8 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) Violação a coisa julgada – repetir ação com transito em julgado. ⁉Como o juiz descobre que já existiu uma ação igual em outro momento ou que esteja tramitando paralelamente? 👉🏻 Isso é uma tese de defesa. Entenda: No caso da Anitta e da Ludmila: O advogado da Anitta vai informar que já existe um processo tramitando em outra vara, em defesa ao segundo processo. O juiz então extingue o segundo processo. Ou se por um acaso a Anitta tiver sido condenada e esse processo tenha transitado em julgado. É de interesse da Anitta informar em sua defesa no segundo processo que houve uma ação semelhante que já teve transito em julgado. 🎯Juízo prevento – Art. 59 do CPC Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Onde o processo foi distribuído em primeiro lugar. Veja no exemplo: 📄 Ação 1 - Ludmila em face da Anitta – 📆 01 de Maio – Juízo 1 ✅ Este processo dará continuidade, pela regra do Art. 59 do CPC. 📄 Ação 2 - Ludmila em face da Anitta – 📆 07 de Maio – Juízo 2 ❌ Este processo será extinto. ✳ Continência – prevista no artigo 56 e 57 do CPC. Os elementos identificadores da demanda: Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 👉🏻Identidade quanto as partes; 👉🏻Identidade quanto a causa de pedir e 👉🏻pedido de uma for mais amplo que o das demais. O que deve se analisar para ver se uma ação é igual a outra, são os elementos identificadores da ação, considerados “código genético” da ação. Se dá entre duas ou mais ações com a mesma causa de pedir. Obs.: o pedido é parecido, pois se fosse igual seria caso de litispendência. O pedido de uma ação por ser mais amplo, irá abranger/ ultrapassar o pedido da outra. 💡 🗣Professor Diego: “Se numa questão de prova, o enunciado disser que as partes são iguais, pode se tratar de continência ou conexão. Mas se as partes forem diferentes, descarte continência. Pois a conexão exige que sejam idênticos: causa de pedir ou pedido, e as partes podem ser iguais.” 📄 📄 Ação 1 Ação 2 Ação 1 – Jan/2018 - Cristiano entra com uma ação declaratória de existência de dívida em face de Carlito a respeito de uma dívida de R$2.000,00 referente a venda de um aparelho celular que não foi pago por Carlito. Ação 2 – Após 2 meses e o Carlito não se manifestar sobre o pagamento da dívida, Cristiano decide entrar com uma ação de cobrança em face de Carlito. Ação 1 Ação 2 9 Fernanda Barcellos – UNESA (Direito Processual Civil I – 2019.1 - Prof. Diego Langone) Ex.: 👨🏻 Dunga jogou areia na frente da casa do Cafú e ainda caiu na varanda. 🧑🏻 O muro do Cafú ficou todo sujo, descascou a pintura que ele havia feito recentemente além de sujar a varanda dele toda. 📄 Cafú entroucom uma ação em face do Dunga pedindo danos materiais. ⏳ 1 semana depois, Cafú entrou com uma outra ação pedindo dano moral em face do Dunga. 👉🏻Identidade quanto as partes – Mesmo réu e mesmo autor da 1ª ação; 👉🏻Identidade quanto a causa de pedir – o 2º pedido se dá em virtude da mesma causa da 1ª ação. 👉🏻Pedidos: 📄 Ação 1 - Dano material 📄 Ação 2 – Dano moral 💡 🗣Professor Diego: “A segunda hipótese de continência, a identidade de partes e causa de pedir, é obrigatório. Se no enunciado da prova é dito que as partes são as mesmas, pode ser conexão ou pode ser continência. É necessário continuar a análise da questão. Entretanto, se na questão diz que as partes são diferentes, já se descarta a continência. Restando como alternativa conexão. O artigo 56 exige identidade de partes e causa de pedir. Se as partes são diferentes, não há que se falar em continência.” Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 💡 🗣Professor Diego: “O que o artigo 57 explica, é que para que haja continência, a ação maior, tem que ser a posterior. É distribuída uma ação propondo uma cobrança de dívida, a ação está tramitando. Enquanto a ação está tramitando, é distribuída uma ação declaratória da existência da dívida que se refere a primeira ação que foi distribuída. É um caso de litispendência, e a segunda ação será extinta, pois o pedido da segunda ação já está incluso na primeira ação.” ✳ Inércia – é a inércia do réu. Se o réu não arguir a competência relativa no prazo e na forma da lei. ✳ Cláusula de eleição de foro – os contratantes podem eleger o foro onde eventual demanda será processada. Previsto no art. 63, I do CPC, autoriza que as partes de comum acordo possam modificar a competência relativa. 🖐🏻As partes não podem por vontade, alterar cláusula de critério absoluto. O pedido da 2ª ação abrange o da 1ª ou vice-versa? ❌ (NÃO) Mas tem conexão? ✅ (SIM) Ação 1 Ação 2
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