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TEXTO DA APS 2 PROBLEMA APRESENTADO PARA APS 2019 SEGUNDO SEMESTRE DIREITO

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2. PROBLEMA APRESENTADO 
Lei atentamente a notícia abaixo: 
Número de caso de tráfico de pessoas atinge recorde em 13 anos, indica relatório 
Publicado em 01/02/2019 
Atualizado em 01/02/2019 
 
O mais recente Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado na terça-feira (29) 
pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) na sede da ONU, em 
Nova Iorque, mostra um número recorde de casos detectados em 2016, mas também a 
maior taxa já registrada de condenação de traficantes. 
“O relatório foi realizado por uma razão simples: se quisermos ter sucesso em enfrentar 
o tráfico de pessoa em todas as suas manifestações, precisamos entender melhor seu 
escopo e sua estrutura”, disse Yuri Fedotov, diretor-executivo do UNODC, em 
apresentação do relatório. “Precisamos avaliar onde tráfico de pessoas está acontecendo, 
quem são as vítimas e quem está cometendo este crime”. 
O mais recente Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, divulgado na terça-feira (29) 
pelo Escritório das Nações Unidades sobre Drogas e Crime (UNODC) na sede da ONU, 
em Nova Iorque, mostra um número recorde de casos detectados em 2016, mas também 
a maior taxa já registrada de condenação de traficantes. 
De acordo com números mais recentes compilados pelo UNODC, as taxas recordes de 
condenação e detecção podem ser um sinal de que países reforçaram suas capacidades 
para identificar vítimas – como através de legislações específicas, coordenação 
intensificada entre entidades da aplicação da lei e melhores serviços de proteção às 
vítimas – ou que o número de casos reais de tráfico aumentou. 
Enquanto em 2003 menos de 20 mil casos foram registrados, o número subiu para mais 
de 25 mil em 2016. 
 Apesar de melhorias em coleta de dados, impunidade prevalece 
Ao longo da última década, a capacidade de autoridades nacionais de monitorar e avaliar 
padrões e fluxos de tráfico de pessoas melhorou em muitas partes do mundo. 
O relatório do UNODC destaca que isso ocorreu por conta de um foco específico da 
comunidade internacional em desenvolver padrões para coleta de dados. Em 2009, 
somente 26 países tinham uma instituição que coletava e disseminava dados sobre casos 
de tráfico. Em 2018, o número subiu para 65. 
No entanto, muitos países na África e na Ásia continuam com baixas taxas de condenação 
e ao mesmo tempo detectam menos vítimas. Segundo o UNODC, “isso não significa 
necessariamente que traficantes não estão ativos”. 
Na realidade, o relatório mostra que vítimas traficadas de áreas com baixas taxas de 
detecção / condenação são encontradas em grandes números em outra áreas do mundo, 
sugerindo que um alto grau de impunidade prevalece nestas regiões com baixos índices 
de relatos. 
“Esta impunidade pode servir como um incentivo para realizar mais tráficos”, alerta o 
relatório. 
Mulheres e meninas continuam sendo principal alvo. 
“Traficantes do mundo continuam mirando mulheres e meninas”, escreveu Fedotov no 
prefácio do relatório. “A vasta maioria das vítimas detectadas de tráfico para exploração 
sexual e 35% das traficadas para trabalho forçado são do sexo feminino”. O relatório 
destaca “diferenças regionais consideráveis no perfil sexual e etário de vítimas de tráfico 
detectadas”. No oeste da África, a maior parte das vítimas detectadas era formada por 
crianças, tanto meninos quanto meninas, enquanto no sul da Ásia, vítima foram 
relatadas igualmente como homens, mulheres e crianças. 
Na região central da Ásia, um percentual maior de homens adultos é detectado, em 
comparação a outras regiões, enquanto na América Central e Caribe mais meninas são 
registradas. 
Exploração sexual é principal forma de tráfico 
A maior parte das vítimas detectadas globalmente é para exploração sexual 
especialmente nas Américas, Europa, leste da Ásia e Pacífico. Na África Subsaariana e 
no oriente Médio, tráfico para trabalho forçado é a forma mais registrada. Nas regiões 
centro e sul da Ásia, tráfico para trabalho forçado e exploração sexual são igualmente 
prevalecentes. 
 Entre outras formas de tráfico de pessoas estão: meninas forçadas ao casamento mais 
comum no sudeste da Ásia; crianças para adoção ilegal, mais comum em países da 
américa Central e do Sul; criminalidade forçada, com relatos principalmente no oeste e 
sul da Europa; e remoção de órgãos, detectada principalmente no Norte da África e 
regiões centro e leste da Europa. 
“Vítimas podem estar em restaurantes, na indústria da pesca, bordéis, fazendas, casas e 
há até mesmo tráfico de órgão e adoção ilegal”, disse Rani Hong, que sobreviveu tráfico 
infantil quando foi levada de sua família na Índia aos 7 anos, submetida a intimidações, 
abusos físicos e escravidão, até ter sido vendida para adoção ilegal no Canadá e 
posteriormente nos Estados Unidos. 
“Foi-me dito pelas minhas testemunhas que, quando cheguei aos Estados Unidos, não 
conseguia andar porque havia sido presa em uma pequena jaula. Isso é o que esta 
indústria está fazendo e isso é o que aconteceu comigo”. 
Muitas outras formas, como tráfico para exploração em pedidos de esmola, ou para 
produção de materiais pornográficos, são relatadas em diferentes partes do mundo. 
Conflitos armados e deslocamento são impulsionadores de tráfico de pessoas. 
O relatório mostra que conflitos armados podem aumentar a vulnerabilidade ao tráfico 
de diferentes maneiras, conforme áreas com fraco Estado de Direito e falta de recursos 
para respostas ao crime fornecem aos traficantes um solo fértil para suas operações, se 
aproveitando de pessoas que precisam desesperadamente de ajuda. 
Grupos armados e outros criminosos podem usar a oportunidade para traficar vítimas 
– incluindo crianças – para exploração sexual, escravidão sexual, casamento forçado, 
combate armado e várias formas de trabalho forçado. Este é o caso, por exemplo, na 
África Subsaariana, norte da África e Oriente Médio, Sudeste asiático e outros lugares. 
Em alguns acampamentos de refugiados no Oriente Médio também foi documentado que 
meninas e mulheres foram “casadas” sem consentimento e sujeitas a exploração sexual 
em países vizinhos. 
Além disso, recrutamento de crianças para uso em combates armados é amplamente 
documentado. O relatório do UNODC destaca que, dentro de zonas de conflito, grupos 
armados podem usar tráfico como estratégia para reafirmar domínio territorial, 
espalhar medo entre civis em territórios onde operam e manter população local sob 
controle. Eles também podem usar mulheres e meninas como “escravas sexuais” ou 
força-las em casamentos para atrair novos possíveis recrutas homens. 
O estudo mostra que em todos os conflitos examinados para o relatório, populações 
deslocadas à força (refugiados ou pessoas deslocadas internamente) foram 
especificamente miradas: de assentamentos de sírios e refugiados iraquianos a afegão e 
rohingyas fugindo de conflito e perseguição. 
Notavelmente, os riscos enfrentados por migrantes e refugiados que viajam por áreas de 
conflito, como Líbia ou partes da África Subsaariana também são bem documentados: 
na Líbia, por exemplo, milícias controlam alguns centros de detenção para migrantes e 
refugiados e estão coagindo migrantes detidos e solicitantes a asilo por diferentes motivos 
exploratórios. 
“Embora estejamos longe de acabar com impunidade, tivemos avanços nos 15 anos desde 
que o Protoloco contra Tráfico de Pessoas entrou em vigor”, disse o chefe do UNODC, 
destacando que “quase todos os países do mundo agora possuem legislação em vigor 
criminalizando tráfico de pessoas”.

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