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PROCESSO DE EXECUÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE DIREITO
PROCESSO DE EXECUÇÃO:
Estrutura Procedimental
GOIÂNIA
2019
LILAINE PEREIRA DA SILVA BORGES
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Estrutura Procedimental
Trabalho apresentado à disciplina Processo Civil III, do curso de Direito da Universidade Federal de Goiás – UFG, como requisito parcial para a obtenção de nota do semestre sob orientação do Prof. Mr. Flávio Buonaduce Borges.
GOIÂNIA
2017
RESUMO
PEREIRA DA SILVA BORGES, Lilaine. Processo de Execução: Estrutura Procedimental 2017. 25 f. Trabalho para avaliação parcial do 6º período – Faculdade de Direito. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2017. 
O processo de execução é a modalidade de demanda pela qual é processada a execução de uma obrigação. Para se chegar a essa fase do processo, deve-se estar comprovada a existência de título executivo extrajudicial que dá certeza do inadimplemento da obrigação existente na base da relação jurídica na qual este foi gerado. Dentro do processo de execução é que se realizam as atividades jurisdicionais relacionadas à efetiva satisfação do direito reconhecido à parte, a partir de atos processuais como a penhora, a transferência de bens do devedor para o credor, a venda em leilão do patrimônio do devedor para pagamento da dívida ao credor, a entrega de um bem ou a necessidade de cumprir determinada obrigação de fazer ou não fazer, entre outros.
Palavras-chave: Execução. Procedimentos. Penhora. Exequente. Executado.
ABSTRACT
PEREIRA DA SILVA BORGES, Lilaine. Processo de Execução: Procedimentos da Execução 2017. 25 f. Trabalho para avaliação parcial do 6º semestre – Faculdade de Direito. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2017. 
The execution process is the mode of demand for which the execution of an obligation is processed. In order to reach this stage of the process, it must be proven the existence of an extrajudicial executive title that gives certainty of the default of the existing obligation on the basis of the legal relationship in which it was generated. Within the execution process, the jurisdictional activities related to the effective satisfaction of the right recognized separately from procedural acts such as seizure, the transfer of assets from the debtor to the creditor, the auctioning of the debtor's assets for payment of the debt to the creditor, the delivery of a good or the need to fulfill certain obligation to do or not to do, among others.
Keywords: Execution. Procediments. Seizure. Exequent. Executed.
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO.......................................................................................
	06
	2
	EXECUÇÃO...........................................................................................
	06
	3.
	PROCEDIMENTOS DA EXECUÇÃO....................................................
	07
	3.1
	Fase Inicial............................................................................................
	07
	3.1.1
	Estrutura Procedimental........................................................................
	07
	3.1.2
	Petição inicial.........................................................................................
	08
	3.1.3
	Efeitos da propositura da ação executiva..............................................
	09
	3.1.4
	Honorários.............................................................................................
	10
	3.1.5
	Citação e possíveis condutas do devedor.............................................
	10
	3.1.6
	Arresto de bens do devedor..................................................................
	11
	3.2
	Fase Preparatória................................................................................
	12
	3.2.1
	Penhora................................................................................................
	12
	3.2.1.1
	Legitimidade para a indicação do bem a penhorar...............................
	12
	3.2.1.2
	Parâmetros legais da penhora..............................................................
	13
	3.2.1.3
	Finalidades e efeitos da penhora..........................................................
	15
	3.2.1.4
	Conceito e natureza da penhora...........................................................
	16
	3.2.1.5
	Objeto e extensão da penhora..............................................................
	17
	3.2.1.6
	Procedimento e aperfeiçoamento da penhora......................................
	17
	3.2.1.7
	Depósito, avaliação e alienação dos bens penhorados........................
	19
	3.3
	Fase Final.............................................................................................
	21
	3.3.1
	Expropriação..........................................................................................
	21
	3.3.1.1
	Adjudicação...........................................................................................
	22
	3.3.1.2
	Alienação...............................................................................................
	22
	4
	LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.............................................................
	23
	5
	CONCLUSÃO........................................................................................
	24
	6
	REFERÊNCIAS.....................................................................................
	25
	
	
	
	
	
	
1 INTRODUÇÃO
O processo de execução é a modalidade de demanda pela qual é processada a execução de uma obrigação. Para se chegar a essa fase do processo, deve-se estar comprovada a existência de título executivo extrajudicial que dá certeza do inadimplemento da obrigação existente na base da relação jurídica na qual este foi gerado. Neste momento, o juiz está autorizado a realizar atos processuais voltados basicamente ao cumprimento forçado daquilo que fora pactuado pelas partes, ou estatuído por decisão judicial, mas não foi cumprido voluntariamente. 
Os atos judiciais do processo de execução distinguem-se dos atos realizados no processo de conhecimento e seguem etapas de uma estrutura procedimental própria, desde a fase inicial até a fase final. Isso porque o processo de conhecimento busca o reconhecimento judicial de qual das partes é titular do direito material objeto do processo, culminando com sentença de mérito; enquanto que o processo de execução objetiva a efetivação do que foi estabelecido no título executivo formado entre credor e devedor, através de atos expropriatórios dos patrimônio do devedor ou medidas coercitivas que forcem o adimplemento daquilo que é devido, com a finalidade de ver satisfeita a obrigação reconhecida no título executivo.
Dentro do processo de execução é que se realizam as atividades jurisdicionais relacionadas à efetiva satisfação do direito reconhecido à parte, a partir de atos processuais como a penhora, a transferência de bens do devedor para o credor, a venda em leilão do patrimônio do devedor para pagamento da dívida ao credor, a entrega de um bem ou a necessidade de cumprir determinada obrigação de fazer ou não fazer, entre outros.
2 EXECUÇÃO
O processo de execução classifica-se quanto à natureza e estabilidade do título executivo, quanto à natureza da obrigação executada e quanto aos sujeitos processuais. A natureza do título executivo pode ser judicial ou extrajudicial e sua estabilidade pode ser definitiva ou provisória; a natureza da obrigação executada pode ser específica ou genérica; e os sujeitos processuais serão especiais ou geral.
O processo de execução, assim como o processo de conhecimento, também é regido por alguns princípios norteadores. 
O princípio do contraditório deve se adequar aos fins buscados pelo processo executivo de modo a equilibrar a necessidade de efetivar o direito do credor nos limites de defesa da parte do executado, e, ao mesmo tempo, de um processo justo; umcontraditório que se distingue daquele do processo cognitivo, mas que deve estar sempre presente.
O princípio da patrimonialidade é o cerne do processo executivo. Isso porque é o patrimônio do devedor que responde pelos seus débitos. Por esse motivo, o processo de execução volta-se exatamente para constranger o patrimônio do devedor e, com isso, alcançar a satisfação do crédito do exequente.
3 PROCEDIMENTOS DA EXECUÇÃO 
3.1 Fase Inicial
	O processo de execução por quantia certa é o procedimento comum pelo qual se processa a execução de obrigação monetária, quando solvente o devedor e o título for extrajudicial. É a partir dele que surgem os demais procedimentos executivos.
3.1.1 Estrutura Procedimental
	O processo de execução possui três fases que se comparam às fases do processo de conhecimento. 1) fase inicial em que se instaura a relação processual e se abre caminho para o uso dos meios executórios; 2) fase preparatória em que entram em cena os mecanismos executivos propriamente ditos; e 3) fase final em que é atuada a sanção e satisfeito o direito do credor.
3.1.2 Petição inicial
	Como a execução é um processo autônomo, ela só se inicia mediante provocação do credor ou de outro a quem a lei configura igual prerrogativa. De forma que o ajuizamento da ação de execução se dá com o protocolo em juízo da petição inicial. Basta que a peça inicial seja sucinta e simples, desde que observados os requisitos da inicial executiva que se encontram nos arts. 798 a 801.
Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente;
II - indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único.  O demonstrativo do débito deverá conter:
I - o índice de correção monetária adotado;
II - a taxa de juros aplicada;
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados;
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
	Na inicial, deve-se formular pedido mediato e imediato. O pedido mediato é feito no caso da obrigação monetária, indicando-se o principal e os acréscimos da quantia pretendida. Já o pedido imediato consiste no pleito de tutela executiva, para o que normalmente bastará, em qualquer ponto da inicial, a mera menção de que se requer, ou se está “propondo”, a execução (art. 798, caput).
	A inicial da ação de execução não dispensa a apresentação da sua causa de pedir, devendo abranger a menção e exibição do título executivo; a narrativa e comprovação da exigibilidade do título; a narrativa do inadimplemento do devedor; e o demonstrativo especificado do débito, atualizado até a data da propositura da ação.
	Nos termos do art. 799, I, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária em favor de terceiros, caberá ao exequente requerer a intimação desse terceiro. De maneira que deve constar da inicial o pedido de intimação de terceiros.
	O exequente tem também a possibilidade de, na inicial, pleitear medidas urgentes, nos termos do art. 799, VIII.
	O credor deve fazer constar da inicial executiva a atribuição de valor à causa. Além de, sempre que possível, indicar os bens do executado passíveis de penhora (art. 798, II, c), contribuindo para maior agilidade e eficiência da execução.
3.1.3 Efeitos da propositura da ação executiva
	Sobre a prescrição na execução e sua interrupção, aplica-se a regra do art. 240, conforme remissão do art. 802:
Art. 802.  Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância ao disposto no § 2o do art. 240, interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente.
Parágrafo único.  A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da ação.
	O prazo prescricional da pretensão executiva fundada em título executivo extrajudicial é variável de acordo com a disciplina específica de cada ato a que a lei confere força executiva. No silêncio da lei, se o caso não se enquadrar em nenhuma regra prescricional específica, aplica-se a regra geral do art. 205 do CC/2002. 
Outro efeito da propositura da ação de execução trata-se da faculdade (e ônus) do credor de promover a averbação, nos registros de bens do devedor, da pendência de tal ação (art. 799, IX). A averbação pode incidir sobre o registro de imóveis, registro de veículos ou registro de quaisquer outros bens penhoráveis que estejam no âmbito da responsabilidade patrimonial.
Além de que, uma vez proposta a demanda executiva, caberá a inscrição do nome do executado em cadastros de inadimplentes (Serasa, SPC etc.), observando o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 782:
Art. 782.  Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana.
§ 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará.
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial.
3.1.4 Honorários
Proposta a execução, tornam-se cabíveis honorários advocatícios, mesmo que haja pronto pagamento por parte do devedor.
Art. 827.  Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
3.1.5 Citação e possíveis condutas do devedor
	Conforme o disposto no art. 249 c/c arts. 829, § 1º, e 830, caput, no processo executivo, a citação do devedor deve efetivar-se através de oficial de justiça. Uma vez frustradas a citação pessoal e a com hora certa e observadas as providências prévias que a lei prevê no art. 830, § 2º, eventualmente se dará por edital.
	Após citado, o devedor tem três para efetuar o pagamento, sob pena de o oficial de justiça proceder imediatamente à penhora de bens e a sua avaliação (art. 829 caput e § 1º). A penhora recairá sobre os bens indicados pelo credor na inicial ou, na falta ou inconsistência dessa indicação, sobre os definidos pelo oficial de justiça.
	O prazo de três dias para pagar é contado a partir da própria citação e é contado em dias úteis, nos termos do art. 219. Caso haja mais de um devedor, o prazo flui independentemente para cada um deles. Já o prazo para embargar, de quinze dias úteis, é contado na forma do art. 231 do CPC/2015.
	O devedor pode ainda, alegar na própria execução, a falta de pressupostos processuais ou de condições da ação de execução. O que provocariaefeito suspensivo, desde que feita no prazo de três dias a partir da citação. Dessa maneira, os bens do devedor não seriam penhorados até que se solucionasse a controvérsia por ele suscitada. A isso se dá o nome de “exceção de pré-executividade.
3.1.6 Arresto de bens do devedor
	Arresto é a penhora prévia dos bens que respondem pela dívida do devedor. Normalmente, procede-se à penhora após a citação e o não pagamento do devedor. 
Todavia, caso aconteça de o devedor não ser encontrado pelo oficial de justiça, mesmo depois de tê-lo procurado de forma razoável, mas encontre apenas bens que respondem pela dívida, o oficial de justiça, em atendimento ao disposto no art. 830, arrestará tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Essa é uma medida tomada ex officio pelo oficial de justiça, sem necessariamente, ter de esperar que o juiz lhe dê a ordem. 
O arresto é a maneira de se evitar que a não localização do devedor impeça o curso normal da execução. É a medida que toma em conta o princípio da máxima utilidade da execução. 
3.2 Fase Preparatória
3.2.1 Penhora
3.2.1.1 Legitimidade para a indicação do bem a penhorar
	Como visto, o executado é citado para pagar em três dias e para embargar no prazo de quinze dias. Não lhe é conferido, portanto, prazo para nomear bens à penhora.
	Ao fim do prazo, não havendo pagamento, o oficial de justiça promoverá diretamente à penhora, independente de nova ordem do juiz, já que o próprio mandado para citação contém desde logo a autorização para penhora e avaliação dos bens penhorados. A priori, a penhora recairá sobre os bens indicados pelo credor já na inicial executiva (art. 798, II, c, e art. 829, § 2º).
	Contudo, pode ser que aconteça de haver dificuldade para o credor e para o oficial de justiça identificarem bens para nomear a penhora. Nesse caso, o juiz pode, de ofício ou por provocação do credor, intimar o devedor para que indique quais são seus bens penhoráveis, assim como sua localização, valor etc., sob pena de atentar contra a dignidade da justiça (art. 774, V).
Art. 829.  [...]
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
	Conforme o disposto no artigo supracitado, a lei atenuou a diretriz pela qual o executado não interfere na definição do bem a penhorar. Todavia, permite-se que o executado, espontaneamente, sugira bem à penhora, mediante a demonstração de que a constrição por ele sugerida é menos onerosa do que aquela proposta pelo exequente e que não trará prejuízo a esse. Cabendo ao juiz examinar os fundamentos apresentados pelas partes e definir qual indicação é mais consentânea com os parâmetros legais da penhora.
	Há também a possibilidade de o devedor obter a substituição do bem inicialmente penhorado (art. 487). Para que isso aconteça, no prazo de dez dias da intimação da penhora, o devedor pode requerer que se substitua o bem penhorado por outro, cabendo-lhe demonstrar que a substituição não prejudicará de modo algum o credor e será menos onerosa para ele, executado.
	O eventual pronunciamento do juiz sobre a definição ou substituição do bem a ser penhorado constitui decisão interlocutória, contra a qual cabe agravo de instrumento. Ao contrário do que ocorre no processo de conhecimento, na execução – tanto no processo autônomo quanto na fase de cumprimento – vigora a plena recorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
3.2.1.2 Parâmetros legais da penhora
	Deve-se observar a gradação legal dos bens sobre os quais preferencialmente deve recair a penhora. Dá-se preferência máxima à penhora de dinheiro e, na sequência, de bens que, na ótica do legislador, seriam mais fáceis de se alienar, conforme disposição no art. 835:
Art. 835.  A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
	
A lei estabelece ainda preferência por bens desembaraçados de ônus (art. 848, IV) e situados na comarca ou seção judiciária em que tramita a execução (art. 848, III). Essas exigências também tomam em conta o princípio da máxima utilidade, e, pelos mesmos motivos que o requisito anterior, não são absolutas.
	Há ainda preferência pelos bens de maior liquidez, aqueles que possam ser alienados de modo relativamente fácil (art. 848, V). Além da consideração da ordem estabelecida no art. 835, a qual foi formulada pelo legislador tendo em vista inclusive a liquidez, esse fator deve ser também tomado em conta autonomamente, cabendo conjugar as duas regras.
	Outra observação importante é que, em princípio, deve-se penhorar o bem que, por lei, contrato ou ato judicial, foi destinado a assegurar a satisfação da dívida (arts. 835, § 3º e 848, III). Todavia, há exceções: (1ª) em caso de perecimento do bem objeto da garantia, outro deverá ser penhorado; (2ª) se o bem objeto da garantia tiver valor inferior ao do débito, outros serão penhorados para completar o valor necessário; (3ª) se o bem objeto da garantia tiver valor muito superior ao do débito, será possível penhorar apenas uma parte de tal bem, caso divisível; se for indivisível, poderá ser penhorado outro bem desde que evidente o excessivo sacrifício na penhora do bem dado em garantia. Caberá ao juiz – considerando a situação concreta e ponderando os princípios da máxima utilidade da execução e do menor sacrifício do devedor – resolver a questão, por decisão fundamentada, contra qual caberá agravo de instrumento; (4ª) se, mesmo não ocorrendo alguma das hipóteses anteriores, o credor optar por (ou concordar com) que a penhora seja feita sobre outro bem.
	Ademais, deve-se penhorar bem ou conjunto de bens em valor suficiente para cobrir o débito, incluindo-se todos os seus acessórios (art. 831). O art. 874, II, prevê a ampliação ou substituição da penhora quando o bem for inferior ao valor da dívida. Todavia, quando houver pedido de substituição com base no art. 847, caberá ao devedor também demonstrar que o bem para o qual sugere que a penhora se transfira é suficiente para cobrir a dívida.
Art. 836.  Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.
	Conforme o art. 836, se os bens encontrados são insuficientes para cobrir a dívida, mas significativos em face do custo do processo executivo,eles devem ser penhorados, a fim de se buscar ao menos a satisfação parcial do crédito. Porém, quando seu valor é menor do que o próprio custo que se teria para levar adiante a execução, sua penhora seria desarrazoada e desproporcional.
	Por fim, a penhora não pode recair sobre bens absolutamente impenhoráveis e apenas poderá atingir os relativamente penhoráveis quando não houver outros disponíveis (art. 833 e 834).
3.2.1.3 Finalidades e efeitos da penhora
	A penhora vincula bem específico à execução. Há, deste modo, especificação da responsabilidade patrimonial: até então, os meios executivos poderiam recair sobre todo e qualquer bem que a integrasse; a partir da penhora, restringir-se-ão, em princípio, ao bem penhorado. Há, assim, a afetação de um determinado bem, que se destinará às finalidades da execução.
A penhora, além disso, presta-se a conservar o bem que foi individualizado. Ela visa ao resguardo de tal bem no curso da execução. Tal conservação pode se dar de forma direta, retirando-se o bem do devedor (apreensão e remoção) para que fique depositado com outrem. Porém, em muitos casos, o bem é mantido na posse do devedor. Mas, mesmo nessa hipótese, continua a presente a função conservativa do bem, pois: (1º) eventual alienação do bem penhorado será ineficaz e (2º) o devedor será responsável por sua conservação e, caso o destrua intencionalmente, estará praticando crime (CP, art. 179).
A penhora confere ao credor preferência em relação a outros credores, da mesma categoria, que penhorem o mesmo bem posteriormente (art. 797). Isso só não ocorrerá se houver sentença declarando a insolvência do devedor – caso em que se instaurará execução “concursal”, em que a penhora não serve de título de preferência. 
3.2.1.4 Conceito e natureza da penhora
	A penhora pode ser conceituada como o ato executivo que afeta determinado bem à execução, permitindo sua ulterior expropriação, e torna os atos de disposição do seu proprietário ineficazes em face do processo.
	É ato público e estatal realizado pelo oficial de justiça como longa manus do juiz. Não é ato privado do credor, ainda que se diga que a penhora é feita no seu interesse. O credor recorre ao Estado, através da ação executiva, e este penhora o bem. Também não ato de disposição do devedor: este apenas se dá a faculdade limitada de pleitear a substituição do bem sujeito à penhora; não se lhe outorga, porém, a possibilidade de não a aceitar.
	Como consequência, a penhora não tem caráter contratual. Ela não decorre de contrato entre credor e devedor e não se confunde com os direitos reais de garantia (penhor, hipoteca etc.), nem mesmo no que concerne à preferência gerada. A penhora produz apenas preferência processual, em relação a outros credores da mesma categoria, e deixa de prevalecer quando o devedor é declarado insolvente.
	Em suma, a penhora tem natureza executiva. É ato típico do processo de execução. Ela dá início à atividade executiva propriamente dita, com a imposição de medidas coativas que independem da colaboração do executado.
	Apesar de também ter função conservativa, a penhora não é ato de natureza cautelar. Sua finalidade principal é a de conservar o bem. Mais do que isso, a penhora visa a qualificar o bem penhorado, para futuramente ser “transformado” em dinheiro. A conservação é secundária e instrumental em relação a este outro fim.
3.2.1.5 Objeto e extensão da penhora
	A penhora poderá recair sobre todo e qualquer bem integrante da responsabilidade patrimonial do executado.
	Sobre a sua extensão, o documento formalizador da penhora indicará se o ato abrange também os acessórios da coisa principal penhorada (art. 838, III). Mas, em caso de omissão, supõe-se que a penhora do principal inclui os acessórios.
	Devemo-nos ater sobre duas hipóteses: (1ª) quando o bem penhorado é de propriedade conjunta do executado e de um terceiro que não responde pela dívida, a penhora recairá apenas sobre a fração do bem titularizada pelo executado. No momento de expropriar o bem, se ele for divisível, será dividido – e se expropriará apenas a parte que cabe ao executado. Mas se o bem for indivisível, terá de ser expropriado por inteiro – entregando-se ao coproprietário não-executado a parte do dinheiro arrecadado que corresponda exatamente à sua cota-parte sobre o bem. A mesma sistemática é aplicável ao bem objeto de meação, quando o outro cônjuge não responde pela dívida (art. 843). (2ª) nos casos em que, sobre um mesmo imóvel, incidem diferentes direitos reais, de titularidade de diferentes pessoas (direito de propriedade coexistente com o direito de superfície), se apenas o titular de um dos direitos é executado – a penhora atingirá apenas o seu direito, e não aquele titularizado pelo sujeito que não responde pela dívida. Todavia, isso deverá ser precisamente indicado na averbação da penhora na matrícula do imóvel (art. 791).
3.2.1.6 Procedimento e aperfeiçoamento da penhora
	Existem duas condições para que ocorra a penhora: existência de citação e inocorrência de pagamento. A penhora é ato complexo, integrado por uma série de outros, comentados a seguir.
	A penhora feita diretamente pelo oficial de justiça, no início do procedimento executivo, quando não há pagamento pelo executado, é formalizada mediante auto de penhora, elaborado pelo próprio oficial de justiça. Se diferentes bens forem penhorados, em momentos distintos, lavrar-se-á um auto para cada penhora. Já quando a penhora derivar do deferimento de um pedido de substituição do bem penhorado, far-se-á sua documentação mediante termo lavrado pelo escrivão.
	A indisponibilização de ativos financeiros do executado e o subsequente aperfeiçoamento da penhora sobre tais bens podem realizar-se por meio de sistema eletrônico, gerido pelo Banco Central (arts. 837 e 854, caput e § 7º). Trata-se daquilo que, na prática, passou-se a designar “penhora online”. Assim, o art. 854 prevê que, para viabilizar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, sem dar ciência prévia ao devedor, determine às instituições financeiras que, havendo ativos, estes sejam desde já indisponibilizados, até o valor da execução. A providência pode e dever ocorrer logo no início da execução, antes mesmo de o devedor ser citado.
	Cada instituição financeira, ao receber a determinação judicial por via eletrônica, verificará se existem ativos financeiros do executado sob sua gestão. Se existirem, desde logo, ela os bloqueará, até o valor objeto da execução – e noticiará ao juízo. Logo depois do bloqueio, o executado é intimado, por seu advogado ou, se ainda não o tiver constituído nos autos, pessoalmente, para se manifestar sobre o bloqueio. Será ônus do executado zelar para que eventual impenhorabilidade dos valores depositados seja respeitada, bem como para que a indisponibilidade excessiva não remanesça por qualquer lapso, cabendo-lhe argui-las e comprová-las no prazo de cinco dias. Se o juiz acolher alguma dessas alegações, deverá determinar à instituição financeira que proceda ao cancelamento da indisponibilidade irregular ou excessiva no prazo de 24 horas.
	Sendo assim, a “penhora on line” aperfeiçoa-se quando rejeitadas as alegações do executado ou quando esse permanecer silente – convertendo-se a indisponibilidade de ativos em penhora, independente de lavratura de termo. O juiz determina à instituição financeira que, no prazo de 24 horas, providencie a transferência dos valores indisponíveis para conta vinculada ao juízo da execução.
3.2.1.7 Depósito, avaliação e alienação dos bens penhorados
	O depósito executivo é um ato integrante da penhora, pelo qual se incumbe alguém da guarda e conservação dos bens penhorados, transferindo-lhe a posse (mediata ou imediata) de tais bens. Assim como a penhora a que está vinculado, o depósito tem natureza executiva, é ato de caráter público e sem índole contratual, diferindo-se do depósito convencional regulado no art. 627 e seguintes do Código Civil.
	Quando a penhora recair sobre dinheiro, pedras e metais preciosos ou papéisde crédito, será preferencialmente nomeado como depositário o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o banco do Estado ou do Distrito Federal, na falta desses, será nomeado um banco particular (art. 840, I). As pedras e metais preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate (art. 840, § 3º).
	No caso de penhora de imóveis rurais, de direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, de máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, em princípio, o executado ficará como depositário (art. 840, III).
	O CPC/2015 prevê que, se os bens penhorados forem móveis, semoventes, imóveis urbanos ou direitos aquisitivos sobre esses últimos, ficarão depositados como o depositário judicial (art. 840, II). Na falta desse atribui-se a unção de depositário preferencialmente ao exequente (art. 840, § 1º). O executado apenas seria investido da condição de depositário nos casos de anuência do exequente ou de difícil remoção do bem (art. 840, § 2º).
	Todavia, mesmo quando o próprio executado ou o exequente for depositário, a função será exercida na condição de auxiliar do juízo, havendo, então, o acúmulo de duas posições processuais.
	O depositário fica incumbido da guarda e conservação do bem penhorado (art. 159), não podendo dispor nem usá-lo a seu bel-prazer. O uso que fizer destinar-se-á à conservação da coisa. No caso de perecimento ou destruição total ou parcial do bem, seja por dolo ou culpa, o depositário responderá por perdas e danos e perderá o direito à remuneração.
	O credor e o executado detêm legitimidade para proporem ação de indenização: o credor quando buscar ser ressarcido dos danos decorrentes do retardo ou frustração da execução, em virtude da perda ou diminuição de valor do bem penhorado; o executado quando pretender ser indenizado por lesão a bem de sua utilidade. Nessa demanda, o depositário é que será o legitimado passivo (Art. 161).
	O depositário tem o dever de entregar o bem depositado assim que o juiz determinar. Se não o fizer sem justa causa, é depositário infiel. A falta de entrega do bem pelo depositário pode caracterizar crime, passível de sanções penais, além de constituir ato atentatório à dignidade da justiça.
	O depositário tem que noticiar para o juiz fatos que impliquem exteriorização da coisa, turbação, esbulho (ou ameaça) de sua posse. Caso haja necessidade de propor ação possessória para defesa do bem depositado, o executado é quem deterá legitimidade para propô-la, vez que permanece com a posse mediata do bem. Todavia, mesmo não sendo o depositário o proprietário do bem, também estará igualmente legitimado a pedir proteção jurisdicional possessória, pois deterá posse direta. Já quanto à demanda reivindicatória (destinada à defesa da propriedade) de bens depositados, só o executado, na condição de proprietário, detém legitimidade ativa.
	O depositário tem ainda o dever de receber os frutos e rendimentos do bem, para em seguida repassá-los ao juízo. Incumbe ao depositário prestar contas em juízo de sua atuação a qualquer momento determinado pelo juiz ou no final do depósito. Sendo que tanto o exequente quanto o executado possuem legitimidade para propor ação de prestação de contas.
	O depositário receberá remuneração por seu trabalho. Para o depositário público, normalmente o valor é objeto da tabela oficial de custas e emolumentos. Quando particular o depositário, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução (art. 160).
	Ressalta-se que os bens penhorados serão avaliados pelo oficial de justiça no momento em que proceder à penhora dos bens (art. 829, § 1º e 870). A avaliação é ato preparatório da expropriação e consiste na perícia ou aferição objetiva pela qual se define o valor dos bens penhorados. A avaliação será dispensada nas seguintes hipóteses:
Art. 871.  Não se procederá à avaliação quando:
I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado.
Parágrafo único.  Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.
3.3 Fase Final
	Após a fase de penhora e avaliação, dá-se início à fase realmente satisfativa da execução, onde se finaliza o processo de execução e cumpre, de modo forçado, a obrigação do devedor frente ao credor.
3.3.1 Expropriação 
Art. 825.  A expropriação consiste em:
I - adjudicação;
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
3.3.1.1 Adjudicação 
	O bem penhorado – móvel ou imóvel – poderá ser adjudicado pelo exequente, transferindo a propriedade do bem e quitando a dívida. Nessa hipótese, não há alienação do bem, mas mera transferência do domínio.
	Em observância ao princípio do contraditório, requerida adjudicação, o executado será intimado do pedido para se manifestar no prazo de cinco dias. (art. 876). Transcorrido esse prazo sem que ele se manifeste, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
	Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo–se a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; ou a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel. 
	Caso não se efetive a adjudicação, ocorrerá a alienação do bem.
3.3.1.2 Alienação
Art. 879.  A alienação far-se-á:
I - por iniciativa particular;
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
	Considerando haver uma prioridade entre as espécies de expropriação, se não houver a adjudicação dos bens penhorados, passa-se para a tentativa de alienação por iniciativa particular, se essa forma for requerida pelo exequente. A alienação por iniciativa particular visa a diminuir as exigências formais e prazos próprios da alienação em hasta pública. De modo que poderá ser alienado o bem por iniciativa particular antes da hasta pública.
	A forma mais usual é a alienação por iniciativa particular do bem penhorado. Todavia, deve–se observar que o leilão judicial deve ser realizado preferencialmente por meio eletrônico, e somente será realizado na modalidade presencial quando impossível por meio eletrônico.
	A alienação judicial por meio eletrônico será realizada de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça, devendo atender aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.
3 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Os procedimentos para a liquidação de sentença estão descritos no Código de Processo Civil nos artigos 509 a 512. A liquidação deve ser realizada antes do cumprimento de sentença ou da execução própria. É iniciada mediante requerimento, que tanto o credor quanto o devedor têm legitimidade para propor. Se a sentença não for totalmente líquida ou ilíquida, é permitido executar de imediato a parte líquida, promovendo a liquidação em autos apartados. 
A sentença não é ilíquida se a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, de modo que também pode ser promovido o cumprimento da sentença de imediato. Para esses casos, o Novo CPC prevê a utilização de um software de atualização financeira desenvolvido e disponibilizado pelo CNJ.
Na liquidação não se rediscute omérito do processo nem se modifica a sentença (§ 4º do art. 509). Pode ser realizada durante a pendência de recurso, desde que o requerente instrua o pedido com as peças pertinentes.
O recurso cabível de decisão em liquidação de sentença, em regra, é o agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo único).
Existem duas modalidades de liquidação de sentença: liquidação por arbitramento e pelo procedimento comum. Na primeira, o juiz determina apresentação de pareceres ou documentos às partes, podendo decidir de plano ou nomear perito. Já na liquidação pelo procedimento comum, a parte requerida será intimada para apresentar CONTESTAÇÃO no prazo de 15 dias, orientando-se no seguimento o processo pelo procedimento comum no CPC.
No entanto, o NCPC também prevê a liquidação para apurar, entre outros casos, o valor da indenização pelo dano processual na litigância de má-fé (§ 3º do art. 81, do NCPC), da indenização pelo prejuízo causado pela efetivação da tutela de urgência na ocorrência das hipóteses dos incisos do art. 302 do NCPC, e o valor da indenização pela hipoteca judiciária decorrente de sentença que resta reformada ou invalidada (art. 495, do NCPC).
 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como o processo de execução é voltado para a satisfação de uma obrigação inadimplida em benefício do exequente, é justificável que ele se realize com base em seus interesses. Sendo assim, a partir deste trabalho, ficou claro a observância do princípio do exato adimplemento durante o processo de execução, onde a tutela jurisdicional proporciona ao credor aquilo que ele teria com o cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor.
De modo que, objetivando contrabalancear o interesse do exequente com os direitos do executado, de modo a permitir que o exato adimplemento do crédito seja obtido de maneira equilibrada e razoável, a execução deve ser a menos onerosa possível ao devedor, contanto que alcance a satisfação integral do credor, o devedor pode ser desonerado na execução.
Por fim, convém destacar que, no procedimento da execução, por se tratar de cobrança de título executivo extrajudicial, suas disposições aplicam-se, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força coercitiva.
6 REFERÊNCIAS
OLIVEIRA NETTO, A. A. de. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para a apresentação de trabalhos acadêmicos. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Visual Books, 2008.
OLIVEIRA NETTO, A. A. de. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para a apresentação de trabalhos acadêmicos. 3. ed. rev. e atual. Florianópolis: Visual Books, 2008.
WANBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 3/ Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini, 16° Edição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
JUSBRASIL. Processo de Execução. Disponível em <https://camilarocharr.jusbrasil.com.br/artigos/183543034/processo-de-execucao> Acessado em 12/12/2017.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. vol. III. 47. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

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