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RELATÓRIO NOTA 10

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
UNIDADE ACADÊMICA DE PSICOLOGIA – UAPSI
COMP. CURRICULAR: PROCESSOS GRUPAIS
DOCENTE: ANDERSON SCARDUA
THAÍSLA BARBOSA MEDEIROS FRANCO
KAROLLAYNNE KARLLA FREIRES DA SILVA
CONSTRUÇÃO GRUPAL DE UMA PEÇA TEATRAL
Campina Grande - PB
Junho, 2019
CONSTRUÇÃO GRUPAL DE UMA PEÇA TEATRAL
Uma tarefa para ser realizada em grupo passa por diversos processos e para se ter uma realização eficaz depende da colaboração de todos. O que é mais fácil, trabalhar em grupo ou sozinho? A presença de outras pessoas influencia no desempenho individual? Na disciplina de processos grupais foi nos dada uma tarefa que tem grande relação com o seu nome, pois envolve uma atividade da turma toda como um grupo. Na maioria das vezes os professores evitam fazer trabalhos com grupos que tenham mais de cinco ou seis pessoas para prevenir que alguns integrantes fiquem sem ter o que fazer, sendo que nesse caso mesmo sabendo que isso poderia ocorrer o professor nos deu essa atividade para analisarmos na prática o que foi visto na teoria.
O grupo que a turma formou é social, pois é composto por duas ou mais pessoas que interagem entre si e são interdependentes. Essa questão da interação algumas vezes não ocorreu como planejado como veremos mais a frente durante a explicação dos fenômenos que ocorreram durante a realização da atividade. 
A primeira grande questão foi sobre qual seria a ação que iriamos realizar em grupo. Foi pensada na realização de uma festa dos 50/60 %, uma roda de conversa ou uma peça teatral; no WhatsApp ainda foram feitas algumas votações, mas não chegamos a um consenso. Segundo Aronson, Wilson e Akert (2002), o pensamento grupal é um modo de pensamento no qual preservar a harmonia e a coesão do grupo é mais importante do que analisar as situações de forma realista. Esse estado de pensamento grupal pode levar as pessoas a efetuar um processo de tomada de decisão de qualidade inferior, pois o grupo não considera todas as escolhas possíveis e também não averigua os riscos da alternativa priorizada. 
 Para evitar este modo de pensamento, os autores sugerem a interferência do líder. Uma atitude que pode ser realizada é o líder separar o grupo em subgrupos que primeiro se reúnam em separado e posteriormente todos se juntem para debater sobre suas diferentes posições. Podemos perceber que essa atividade foi feita em sala de aula quando o professor Anderson dividiu a turma em subgrupos para fazer a análise dos prós e contras das ideias que possuíamos, depois disso ele pediu que todos os subgrupos apresentassem os resultados para os outros grupos. Em razão dessa discussão foi decidido em conjunto que a turma se reuniria para elaborar uma peça teatral. 
A tomada de decisões acerca da atividade foi sempre realizada através de votações para que fosse mais democrática. Moscovici (2003), falou acerca dessa comunicação do grupo, questionando se é dada liberdade para todos falarem e se existe a troca de feedbacks entre os integrantes; pois quando ocorre uma abertura para todos expressarem suas opiniões há a diminuição dos conflitos no grupo. 
A próxima decisão a ser tomada foi sobre o tema que a peça iria abordar, os assuntos votados em sala foi assédio com seis votos, medicalização com cinco votos e racismo sem votos. Quem perdeu a aula votou no tema que mais lhe agradava via WhatsApp, após isso o assunto mais votado foi medicalização. 
O clima do grupo pode possuir desde sentimentos de bem-estar e satisfação até mal-estar e insatisfação, perpassando por períodos de tensão, estresse, entusiasmo, euforia, desilusão e depressão (MOCOVICI, 2003). Esse aspecto nos remete a tentativa do professor de estabelecer um bom clima grupal e também desenvolver uma confiança entre os integrantes do grupo. 
À vista disto, ele fez uma dinâmica na sala de aula, em que no primeiro momento andamos pela sala e quando a música que estava tocando parava formávamos uma dupla com quem estivesse mais perto. Ao formar as duplas, ele pedia determinadas ações como olhar para pessoa por um período de tempo, sentir o cheiro, tocar em algumas partes do corpo. Depois desse momento, nos dividimos em trio, em que duas pessoas ficavam empurrando e segurando ao mesmo a pessoa que estava no meio. Em seguida, ficamos em círculo e uma pessoa ficou sendo amparada por todas, o professor foi uma das que ficou no meio. Para encerrar o professor propôs que uma pessoa recebesse massagem de todos, sendo ele o primeiro deles. Esse dia da dinâmica foi muito proveitoso, porque além de ser algo que torna a aula mais instigante, foi uma maneira de reforçar os laços de confiança entre os integrantes do grupo, pois apesar de sermos um grupo por mais de dois anos a existência de subgrupos causa uma separação entre as pessoas da sala. 
Para uma peça ocorrer é preciso tomar muitas decisões sobre seu formato, personagens, cenário, figurino. Pelo WhatsApp tivemos uma reunião para decidir como seria o teatro, se a peça ia ser contínua e quantas pessoas teriam atuando ativamente e quem seria figurante. Esperava-se que todo mundo exprimisse sua contribuição e que a elaboração da atividade fosse para outro patamar, mas apenas três pessoas de todo o grupo responderam a esse questionamento o que tornou inviável a tomada de decisão naquele momento. A pessoa que até então estava assumindo o papel de líder do grupo tornou a fazer a pergunta em outro dia e obteve um maior número de respostas.
O fato dessas pessoas ignorarem a tomada daquela decisão é explicado pelo conceito de indolência social, que diz existir uma tendência do indivíduo na presença de outros se sair pior em tarefas simples e melhor em tarefas complexas, isso porque seu desempenho individual não poder ser avaliado. O fenômeno da indolência ocorreu diversas vezes ao longo da realização do trabalho, tantos em reuniões em sala como via WhatsApp, entretanto foi possível observar que algumas pessoas foram mais indolentes que outras.
Quando as reuniões ocorriam em sala de aula o nível de indolência caia, embora algumas pessoas continuassem indolentes. Isso pode ser explicado pelo fato que na sala estamos na presença do professor que é o avaliador da tarefa, então as pessoas tentam mostrar serem mais participativas. Por que motivo isso ocorre? A faculdade é uma instituição de educação, e de acordo com Baremblitt (1992) nesse lugar há leis, normas e pautas que dizem como deve se dar a socialização naquele ambiente, servindo para integrar determinado membro a comunidade. Em conformidade com as leis que esse lugar prescreve a figura de maior poder dentro dela é o professor, então os alunos acabam por ter ações diferentes em sua presença para não desrespeitar suas regras. 
	A votação que obteve um maior número de respostas ocorreu nove dias após a reunião que foi fracassada, nela foi votada entre três aspectos principais sobre a peça: se o teatro iria ser sobre medicalização, com ou sem a presença/intervenção do psicólogo; se abordaria a vida de uma pessoa em diferentes contextos/idades ou diferentes pessoas que tem a mesma demanda; e se seria algo contínuo ou uma espécie de flash das cenas. Ao final dessa votação no grupo ficou decidido que teria intervenção do psicólogo, abordaria o contexto de diferentes pessoas e que as cenas passariam em flashs. 
	Essa outra votação foi gerada pela mesma pessoa que direcionou a primeira votação, vale salientar que em muitas vezes ela assumiu um papel de líder e nos conduziu a tomar decisões. De acordo com as experiências de Lewin (1970) existem dois modos de liderar, são eles o autocrático e o democrático. Quando se é imposto à realização de algo que foi determinado pelo líder o grupo é autocrático, mas quando se considera a opinião do grupo a liderança é democrática, havendo a abertura de diversos caminhos. Houve uma rotatividade da ocupação do papel de líder no nosso grupo e isso só foi possível por o líder ser democrático, pois ainda segundo as experiênciasde Lewin em um grupo autocrático existem uma forte barreira erguida pelo líder que impede que outra pessoa suba de status chegando a conquistar a posição de liderança. 
Um acontecimento importante foi outra dinâmica realizada pelo professor. Nela ele pediu que baseado em um ato do texto A solução de um conflito crônico na indústria, nos organizássemos e decidisse quem iria atuar e como se desenrolaria a cena. Por meio da efetuação dessa dinâmica foi possível identificar que a turma conseguia se organizar enquanto grupo e concluir uma tarefa. 
Em sala tivemos mais uma reunião e nessa focamos em decidir aspectos mais práticos da peça, como quem ia atuar de modo ativo e quem ficaria como figurante. Essa decisão foi tomada por cada pessoa, pois alguns se dispuseram a atuar de modo ativo ficando também com a missão de criar seu personagem para ajudar os roteiristas, enquanto outros optaram por fazer a figuração na peça. Devido ao tema da peça, uma colega nos sugeriu fazer o uso de um livro intitulado Guia da Gestão Autônoma da Medicalização para a construção do roteiro. Além disso, o professor sugeriu que fizéssemos um ensaio para perceber como ficaria em partes a peça e o fizemos.
Após o que foi decidido em sala, realizamos uma reunião via WhatsApp para decidir algumas questões que ainda estavam incertas sobre a peça, como: se a cena já começaria com a UBS aberta ou se teria o processo de abertura; se o atendimento individualizado seria mostrado ou se o foco vai ser na roda de conversa. Através dessa votação ficou decidido que o dispositivo começaria aberto e teria algumas cenas com o atendimento individualizado. Depois disso, começamos a pensar acerca da construção do roteiro da apresentação. 
Para o desenvolvimento do roteiro foi criado um link no drive, para que assim houvesse uma construção coletiva do roteiro da peça. Cada pessoa que possuía um papel ativo escreveu as características do seu personagem, exemplo: analfabeta, gosta de tomar remédios, idosa, mora na zona rural. Essa descrição dos personagens serve para auxiliar os roteiristas a iniciar a elaboração da peça. 
Até esse momento foram citadas as etapas pelas quais passamos para a composição da atividade designada, mas o processo ainda não foi concluído. Pichón-Riviére (1988) afirma que durante o processo do trabalho grupal existem três fases, são elas: a pré-tarefa, a tarefa e o projeto. A pré-tarefa se caracteriza pelo uso de técnicas que funcionam a serviço da resistência a mudança, nesse momento o grupo tenta evitar a angústia que esse trabalho vai gerar, podendo ocorrer em qualquer etapa da realização do trabalho e não apenas antes de iniciar. Ademais, quando o grupo se encontra na pré-tarefa a produtividade é nula. Quando o professor nos designou essa atividade com a turma como um grupo a fase da resistência permaneceu por um bom tempo e não foi fácil sair dela para iniciar o desenvolvimento da atividade, já que existiam muitos medos e uma resistência grande à mudança. 
A tarefa é definida como a caminhada do grupo em direção ao objetivo, quando a inicia os sujeitos descobrem sentidos imprevisíveis. A tarefa é complexa e seu percurso pode ser ou não linear, sendo na maioria das vezes recursivo, com avanços e retrocessos. No caso do nosso grupo isso é facilmente observado, pois em determinado momentos decidimos algo e depois notamos que era inviável e voltamos para o ponto inicial. 
A tarefa operativa leva a concepção do projeto, nesse momento o grupo é capaz de propor para si objetivos que vão além dos objetivos que foram decididos inicialmente. Ao chegar nesse estágio observa-se que houve um amadurecimento do grupo e que ele deve chegar ao fim do processo, uma vez que houve a conclusão da tarefa. Nosso grupo se encontra nessa situação e na data ainda a ser definida, estando entre o dia 26 e 28 de junho, concluirá a tarefa com a apresentação da peça sobre medicalização. Em função disso, no nosso último ensaio decidimos alguns pontos importantes, como por exemplo, o figurino de quem vai atuar, os cartazes que estarão na UBS e a sequência das histórias. 
Durante este processo grupal podemos perceber que a existência de um grupo não garante um engajamento de todos. Na nossa turma, tem pessoas tímidas que não conseguem expressar suas ideias e por isso não às traziam na sala de aula, entretanto acreditamos que pelo WhastApp essa característica não tem tanto influência, mas mesmo assim essas pessoas não respondem as mensagens. Além disso, tem algumas que não são tímidas e falam em sala de aula, porém não colaboram com o planejamento da atividade. 
O simples fato de estar diante do outro altera o quadro perceptivo de cada um, proporcionando interação, que é, afinal, comunicação (MOCOVICI, 2003). No último encontro com o professor, ele pediu que avaliássemos o desempenho de cada um da turma no decorrer deste trabalho em grupo. Apesar de termos percebido que algumas pessoas não se engajaram na atividade, o processo de elaborá-la promoveu uma comunicação mais efetiva entre a turma, é evidente que ela não deixou de ser desunida, mas houve uma aproximação maior do que tínhamos antes. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARONSON, E.; WILSON, T.D.; AKERT, R.M. Processos de grupo: a influência nos grupos sociais. In _____, Psicologia social. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
BAREMBLITT, G. Sociedades e Instituições. In _____, Compêndio de Análise institucional e outras correntes: Teoria e prática. Belo Horizonte, MG: Instituto Felix Guattari, 1992.
LEWIN, K. A solução de um conflito crônico na indústria. In _____, Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1970. 
LEWIN, K. Experimentos com espaço social. In _____, Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1970. 
MOSCOVICI, F. Funcionamento e desenvolvimento do grupo. In ______, Desenvolvimento Interpessoal. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. (Cap.8). 
MOSCOVICI, F. Interação no grupo: tarefa e emoção. In ______, Desenvolvimento Interpessoal. Ed. José Olympio, 2003. (Cap. 12). 
PICHÓN-RIVIÉRE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

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