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Estudo de Caso - Zara Moda Rápida

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE OPERAÇÕES, PRODUÇÃO E SERVIÇOS
Resenha Crítica de Caso 
Iara Botelho Leal
Trabalho da disciplina Logística Avançada (Supply Chain Management)
 	Tutor: Prof. Jose Machado Carregosa
Itaboraí/RJ 
2019
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ESTUDO DE CASO: ZARA MODA RÁPIDA
Referência: 
GUEMAWAT Pankaj; NUENO José Luis. - Zara: Moda Rápida - Harvard Business School. 710 - P02. Dezember 21, 2006. Acesso em 26/10/2019 
O estudo e caso relata a trajetória de crescimento rápido e lucrativo da empresa Zara, que pertence ao Grupo Inditex, uma grande rede espanhola de roupas, acessórios, calçados voltados para o público feminino, masculino e nos últimos anos passou a atender também o público infantil. O fundador do Grupo Inditex Amancio Ortega deu início a suas operações no ano de 1975, onde vendia modelo de roupas parecidos com os de grifes famosas, por preços mais baixos. O mesmo tinha o pensamento de que as roupas seriam comodities perecíveis, que deveriam ser consumidos ao invés de ficar guardados em armários, a ideia de inserção no mercado com preço mais acessível e inovação com desenhos e designers fashions possibilitava o consumo impulsionado, logo a empresa teria um grande fluxo de rotatividade. O objetivo principal é produzir rapidamente um produto, e de maneira econômica , as industrias de moda rápida tem uma integração vertical de design, além de produção just-in-time, entrega e vendas. Uma cadeia de suprimentos eficiente é extremamente importante para os varejistas, que precisam desenvolver boas estratégias por causa das forças competitivas, além de reduzir os ciclos de moda.
No decorrer do estudo observa-se que a Zara possui uma “fórmula” para o sucesso da cadeia de suprimentos, que vai além do modelo de visão de negócio convencional. De acordo com o comportamento da cadeia de suprimentos é possível manter uma comunicação com a instituição, permitindo que a cadeia de suprimentos projete, produza e entregue uma peça em até quinze dias.
A Inditex tinha uma proposta de valor que era “moda rápida a preços acessíveis”, onde a fabricação, distribuição, e venda de roupas em quase 5.000 lojas espalhadas em 74 países pelo mundo, se dava por conta do gerenciamento cadeia de valor. A Inditex garante uma logística com o menor prazo, dentro de 24 à 48 horas, pois consegue elaborar em torno de 20.000 novos desenhos por ano, com no mínimo 2 modelos por semana, por loja. Isto acontece devido a 100 por cento do seu estoque ser centralizado na Espanha, onde cada uma das oito marcas possui uma única central, de onde são tomadas todas as decisões, desde a criação do desenho até a distribuição. As oito marcas são: Zara, Zara Home, Massimo Dutti, Bershka, Oysho, Pull&Bear, Stradivarios e Uterque. 
Na Ásia é produzido um terço da produção da Inditex, e a grande maioria se concentra perto de seus principais mercados, mesmo sendo mais caro conforme sua escolha estratégica, compensa pois o tempo de resposta é rápido. Conforme coerência estratégica nenhuma marca da Inditex faz propaganda, promoção, ou qualquer tipo de comunicação externa. Em concordância com sua vantagem estratégica competitiva , todo investimento em marketing é voltado para o ponto de venda. Depois que a Inditex se juntou com um profissional de tecnologia da informação, o José Maria Castellano, a Inditex se tornou mais forte no mercado competitivo, o negócio passou a ser baseado no processo Quick Response, e dentre seus principais concorrentes como a H&M, Gap e Benetton, conseguiu manter seu crescimento e expandir pelo mundo.
A Zara opera no sistema “fast fashion”, moda rápida, pois depende de uma constante troca de informações em todas as partes da cadeia de suprimentos. O processo consiste de clientes a gerente de loja, dos gerentes a especialistas e designers, de projetistas a funcionários de produção, de compradores a subcontratantes e gerentes de armazém, aos distribuidores e assim por diante. A Zara executa três famílias de produtos paralelas (feminina, masculina e infantil), mas operacionalmente distintas, equipes de design, planejamento, vendas, produção dedicadas para cada linha de roupas. O fluxo constante de dados atualizados mitiga o chamado efeito chicote, a tendência das cadeias de suprimento e de todos os sistemas de malha aberta para ampliar pequenos distúrbios. Pequenas alterações nos pedidos de varejo pode gerar grandes flutuações nos pedidos da fábrica, podendo depois ser transmitida através de distribuidores, a Zara permite que os varejistas ajustem 40 a 50 por cento dos seus pedidos, já as outras indústrias somente 20 por cento. Desta maneira a Zara evita a superprodução que gera desperdícios, e vendas com descontos subsequentes predominantes no setor.
A Zara introduz novos produtos nas lojas em pequenas quantidades, ela reduz os custos habituais associados a falta de um determinado item. Os racks vazios não direcionam os clientes para outras lojas, devido aos consumidores terem sempre outras peças novas para escolher, o item em falta no estoque ajuda a vender outro, pois as pessoas ficam felizes em comprar o que podem. A Zara tem uma política informal de movimentação dos itens que não são vendidos dentro de duas ou três semanas, as lojas recebem pequenas remessas e pouco estoque, os riscos de perdas são pequenos, tendo em vista que os itens não vendidos representam menos de 1 por cento do estoque, ao comparar com a média do setor que é de 17 a 20 por cento. Os clientes da Zara ficam motivados a estar sempre visitando as lojas, devido as novas mercadorias serem exibidas em quantidades limitadas, o que dá a impressão de que a mercadoria irá se esgotar rápido. O alto tráfego de clientes nas lojas contorna a necessidade de publicidade, a Zara dedica apenas 0,3 por cento de suas vendas com anúncios, muito menos do que os 3 a 4 por cento que gastam seus concorrentes.
Um fator muito importante é que quando a Zara reduz a quantidade fabricada em cada estilo, ela cria uma escassez artificial. Tal fato induz o cliente a comprar, pois quanto menos disponibilidade, mais desejável é o produto.
Conclui-se que o sucesso da Zara é resultado de sua história e localização, foi a localização das lojas que levou ao sucesso, sempre foi grande a preocupação e exigência para que as lojas sejam alocadas nos melhores locais comerciais, independente do custo. Outro fator importante que contribuiu para o sucesso da Zara moda rápida é ter agilidade, estratégia de negócios e aplicabilidade das informações de mercado. A vantagem competitiva com relação aos concorrentes destaca a rapidez na produção de entrega, pois sempre inova com mudanças de tendência, preços acessíveis, frequente reposição dos produtos em vitrine, e a credibilidade que a Zara passa ao cliente, tendo a satisfação e a boa indicação.
A gestão de gerenciamento da cadeia de fornecimento de circuito fechado, é o ponto chave para o sucesso da Zara moda rápida, pois também inclui a logística reversa, que mantém a sustentabilidade, os resultados positivos e lucros para o negócio.
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