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ALIMENTOS FUNCIONAIS NA PRÁTICA CLÍNICA[1]

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Alimentos Funcionais na Prática Clínica
1
Alimentos Funcionais 
na Prática Clínica
Professora Viviane Ferreira Zanirati
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
2
Introdução 3
Desenvolvimento 4
Contextualização e histórico no Brasil e no mundo 4
Legislação brasileira sobre alimentos funcionais 5
Alegações aprovadas pela ANVISA 6
Alimentos funcionais naturais 7
Flavonoides 8
Aplicação de conhecimentos em nutrição clínica e metabólica 9
Alho e cebola 9
Chás 10
Vinhos e uvas 11
Ervas e especiarias 11
Hortaliças 12
Frutas 12
Soja 13
Oleaginosas 14
Peixes 14
Probióticos e prebióticos 15
Atualidades científicas 16
Perspectiva da utilização do ecossistema marinho no desenvolvimento de alimentos 
funcionais 16
Adição de prebióticos e probióticos em alimentos funcionais específicos para crianças 
e idosos 17
Conclusão 17
Referências bibliográficas 17
SUMÁRIO
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
3
INTRODUÇÃO
Atualmente, são observadas relevantes mudanças 
nas formas de produzir, transformar, comercializar 
e preparar os alimentos, fato que proporcionou 
modificações drásticas nos padrões de consumo 
alimentar e no estilo de vida da população. Tais 
mudanças acarretaram redução na prevalência 
de déficits nutricionais e ocorrência expressiva de 
excesso de peso e suas comorbidades em todas as 
faixas etárias (MALTA et al, 2006; NASSER, 2006; 
LANG, NASCIMENTO, TADDEI, 2009).
Um dos fatores que mais contribuiu para esse 
fato são as práticas alimentares inadequadas, como 
o grande consumo de alimentos de origem animal, 
gorduras, açúcares, alimentos industrializados, com 
grande quantidade de edulcorantes e a relativamente 
baixa ingestão de frutas, legumes, verduras e 
alimentos do grupo dos leites e derivados (BRASIL, 
2008b).
No Brasil, por exemplo, foi verificado que, 
entre 1974 a 2003, houve declínio do consumo de 
alimentos tradicionalmente usados, como arroz 
(-23,0%) e feijão (-30,0%). Por outro lado, ocorreu 
o aumento do consumo de produtos industrializados, 
como refrigerantes (+400%), biscoitos (+400%), 
embutidos (+300%) e refeições prontas (+80%) 
(LEVY-COSTA et al, 2005). 
 Dessa forma, “o consenso científico sobre a 
relação existente entre alimentação, saúde e doença 
vem despertando em todo o mundo o interesse 
no uso dos alimentos como um dos determinantes 
importantes da qualidade de vida” (BRASIL, 1999a). 
Nesse contexto encaixam-se os alimentos 
funcionais, que são aqueles que, além do seu valor 
nutricional, atuam diretamente na prevenção de 
doenças e na garantia de boa saúde e longevidade 
devido à presença de componentes biologicamente 
ativos. Alguns dos benefícios desses alimentos são 
sua atuação no crescimento e no desenvolvimento, 
melhor funcionamento do sistema cardiovascular 
e intestinal e nas funções comportamentais e 
psicológicas, além do papel de defesa no organismo 
contra a oxidação (COSTA; ROSA, 2010; ALISSA; 
FERNS, 2012).
Por esse motivo o interesse pelos alimentos 
funcionais é crescente e tem atraído a atenção de 
profissionais de saúde, consumidores e indústria de 
alimentos. Os alimentos funcionais correspondem a 
entre 5% e 7% do mercado mundial de alimentos 
e, no Brasil, cerca de 15%, com crescimento anual 
de aproximadamente 20% (CUPPARI, 2005; COSTA; 
ROSA, 2010).
Percebe-se assim a importância desses alimentos. 
Destaca-se, porém, que eles fazem parte de uma 
abordagem de estilo de vida abrangente para uma 
saúde adequada, na qual também se incluem dieta 
equilibrada de forma geral, prática de atividade 
física, redução do estresse, manutenção do peso 
corporal saudável e outras práticas de saúde positivas 
(ALISSA; FERNS, 2012).
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
4
DESENVOLVIMENTO
Contextualização e histórico no Brasil e 
no mundo
O conceito de alimentos funcionais foi proposto 
inicialmente no Japão, em meados da década de 
1980, como resultado de esforços para desenvolver 
alimentos que possibilitassem a redução dos 
gastos com saúde pública, considerando a elevada 
expectativa de vida naquele país (STRINGHETA et al, 
2007; COSTA; ROSA, 2010). 
Em 1990, recebeu a designação em inglês de 
FOSHU (foods for specified health use – alimentos 
para uso específico de saúde), que se refere aos 
alimentos usados como parte de uma dieta normal 
que demonstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem 
o risco de doenças crônicas, além de suas funções 
básicas nutricionais (COSTA; ROSA, 2010). 
 O princípio foi rapidamente adotado em outras 
partes do mundo. Entretanto, as denominações das 
alegações, bem como os critérios para sua aprovação, 
variam de acordo com a regulamentação de cada 
país ou bloco econômico (STRINGHETA et al, 2007; 
COSTA; ROSA, 2010). 
A partir da verificação de que o consumidor estava 
sendo confundido com nomenclatura e alegações de 
propriedades não demonstradas cientificamente, a 
tendência do Codex Alimentarius e de vários países 
foi disciplinar as alegações sobre as propriedades 
funcionais dos alimentos ou de seus componentes, 
como também a segurança com base em evidências 
científicas (BRASIL,1999b).
No caso do Brasil, desde o início da década de 
1990 já existiam na Secretaria de Vigilância Sanitária 
pedidos de análise para fins de registro de diversos 
produtos, até então não reconhecidos como alimentos 
pelo conceito tradicional. Somente a partir de 1998, 
após mais de um ano de trabalho e pesquisa, foi 
proposta e aprovada a regulamentação técnica 
para análise de novos alimentos e ingredientes, 
inclusive os chamados “alimentos com alegações de 
propriedades funcionais e/ou de saúde”. 
Fonte: http://www.paopinheirense.com.br/blog
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
5
Esses regulamentos incluem diretrizes básicas 
para avaliação de risco de novos alimentos e 
para comprovação de alegação de propriedade 
funcional e/ou de saúde em rotulagem de alimentos 
(BRASIL,1999b; COSTA; ROSA, 2010). 
Com a mudança no enfoque de análise dos 
alimentos, que passou a considerar o critério de 
risco, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) decidiu constituir, em 1999, a Comissão 
Técnico-Científica de Assessoramento em Alimentos 
Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF), constituída 
por professores e pesquisadores de notório saber 
de universidades e instituições de pesquisa, com 
a função de subsidiar a Diretoria de Alimentos e 
Toxicologia nas decisões relacionadas com esse 
tema. O desenvolvimento do trabalho dessa 
Comissão proporcionou a realização de eventos 
e produção de informes técnicos e resoluções. A 
denominação da CTCAF foi alterada para Comissão 
de Assessoramento Tecnocientífico em Alimentos 
com Alegação de Propriedade Funcional e/ou de 
Saúde e Novos Alimentos (STRINGHETA et al, 2007; 
COSTA; ROSA, 2010).
Legislação brasileira sobre alimentos 
funcionais
A legislação brasileira não define alimento 
funcional. Define alegações de propriedade funcional 
e alegações de propriedades de saúde, estabelece as 
diretrizes para sua utilização, bem como as condições 
de registro (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 
2010).
Assim, alegação de propriedade funcional é 
considerada “aquela relativa ao papel metabólico ou 
fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no 
crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras 
funções normais do organismo humano” (BRASIL, 
1999c). Enquanto alegação de propriedade de saúde 
é aquela que “afirma, sugere ou implica a existência 
de relação entre o alimento ou ingrediente com 
doença ou condição relacionada à saúde” (BRASIL, 
1999c). 
Não são permitidasalegações que façam referência 
à cura ou prevenção de doenças. O alimento ou 
ingrediente que se alega ter propriedades funcionais 
e/ou de saúde deve, além das funções básicas, 
quando se trata de nutriente, produzir efeitos 
metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benéficos à saúde, 
devendo ser seguro para o consumo sem supervisão 
médica. Para apresentarem alegações de propriedade 
funcional e/ou de saúde, tanto os alimentos como as 
substâncias bioativas e os probióticos isolados devem 
ser, obrigatoriamente, registrados junto ao órgão 
competente. O conteúdo da propaganda desses 
produtos não pode ser diferente, em seu significado, 
daquele aprovado para a rotulagem. As alegações 
devem, ainda, estar em consonância com as diretrizes 
das políticas públicas de saúde – Política Nacional 
de Alimentação e Nutrição – PNAN, que apresenta 
interface com a Política Nacional de promoção da 
Saúde – PNPS alimentos (BRASIL,1999b; COSTA; 
ROSA, 2010). 
Após ampla discussão, em 1999, a ANVISA 
aprovou regulamentações que tratam de diretrizes 
básicas:
- Resolução n° 16/99: procedimentos para registro 
de alimentos e/ou novos ingredientes (BRASIL, 
1999d).
- Resolução n° 17/99: avaliação e risco e segurança 
dos alimentos (BRASIL, 1999a).
- Resolução n° 18/99: diretrizes básicas para 
análise e comprovação de alegação de propriedade 
funcional e/ou de saúde alegadas em rotulagem de 
alimentos (BRASIL, 1999b).
- Resolução n° 19/99: procedimentos para registro 
de alimento com alegação de propriedades funcionais 
e/ou de saúde em sua rotulagem (BRASIL, 1999c).
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
6
Posteriormente, a RDC n° 2/2002 forneceu 
diretrizes a ser adotadas para a avaliação de 
segurança, registro e comercialização de substâncias 
bioativas e probióticos isolados com alegação de 
propriedades funcional e/ou, de saúde apresentadas 
como formas farmacêuticas (cápsulas, comprimidos, 
tabletes, pós, granulados, pastilhas, suspensões e 
soluções) (BRASIL, 2002). 
Outras regulamentações, como as Resoluções n° 
22 e nº 23 e os Informes Técnicos nº 9 e n° 19 foram 
aprovadas, além das horizontais, como a Resolução n° 
278, que se aplicam para todos os tipos de alimentos 
(STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010).
Para obter o registro de alimento com alegações, 
a empresa deve apresentar, junto às demais 
documentações, o relatório técnico-científico 
contendo as seguintes informações (BRASIL, 1999ª; 
BRASIL, 1999b; BRASIL, 1999c; BRASIL, 1999d):
- Texto e cópia do leiaute dos dizeres de rotulagem.
- Denominação do produto.
- Finalidade e condições de uso.
- Recomendação de consumo.
- Descrição científica dos ingredientes do produto, 
segundo espécie de origem botânica, animal ou 
mineral, quando for o caso.
- Composição química, com caracterização 
molecular, quando for o caso, e/ou formulação do 
produto.
- Descrição da metodologia analítica para avaliação 
do alimento ou ingrediente objeto de petição.
- Evidências científicas aplicáveis, conforme o 
caso, à comprovação de segurança de uso.
- Ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou 
toxicológicos em animais de experimentação.
- Ensaios bioquímicos.
- Estudos epidemiológicos.
- Ensaios clínicos.
- Comprovação de uso tradicional, observado na 
população, sem danos à saúde.
- Evidências abrangentes da literatura e de 
organismos reconhecidos.
Destaca-se que, após cinco anos, foram reavaliados 
os produtos com alegações de propriedades 
funcionais e/ou, de saúde aprovados desde o ano 
de 1999. Utilizaram-se como base os conhecimentos 
científicos atualizados, bem como relatos e pesquisas 
que demonstraram as dificuldades encontradas pelos 
consumidores em entender o verdadeiro significado 
da característica anunciada para determinados 
produtos contendo alegações. A revisão considerou 
como pressupostos a necessidade de as alegações 
estarem de acordo com as políticas do Ministério 
da Saúde e serem de fácil compreensão pelos 
consumidores, além de cumprirem com o estabelecido 
pelas Resoluções anteriores. Em 2008, a relação de 
alegações aprovadas pela ANVISA foi atualizada 
(STRINGHETA et al, 2007; BRASIL, 2008a).
Alegações aprovadas pela ANVISA
Na tabela 1 estão relacionadas as alegações 
aprovadas pela ANVISA, atualizadas em julho de 
2008. Destaca-se que todas elas apontam que “Seu 
consumo deve ser associado a uma alimentação 
equilibrada e hábitos de vida saudáveis” (BRASIL, 
2008a).
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
7
Tabela 1. Lista de alegações aprovadas pela 
ANVISA em 2008
Alimentos funcionais naturais
Conforme abordado, os alimentos funcionais 
podem ser produtos a que tenham sido adicionados 
componentes ou cuja biodisponibilidade tenha 
sido modificada por processos tecnológicos ou por 
engenharia genética. Destaca-se, porém, que eles 
também podem ser naturais. A tabela 2 mostra 
alguns exemplos:
Tabela 2. Exemplos de alimentos funcionais 
naturais
Ácidos graxos
Ômega 3: auxilia na manutenção de 
níveis saudáveis de triglicerídeos.
Carotenoides
Licopeno: ação antioxidante, que protege 
as células contra os radicais livres.
Luteína: ação antioxidante, que protege 
as células contra os radicais livres.
Zeaxantina: ação antioxidante, que protege 
as células contra os radicais livres.
Fibras alimentares
Fibras alimentares: auxiliam o 
funcionamento do intestino.
Beta glucana: auxilia na redução 
da absorção de colesterol.
Dextrina resistente: auxilia o 
funcionamento do intestino.
Fruto-oligossacarídeo (FOS): contribui 
para o equilíbrio da flora intestinal..
Goma guar parcialmente hidrolisada: 
auxilia o funcionamento do intestino.
Inulina: contribui para o equilíbrio da flora intestinal.
Lactulose: auxilia o funcionamento do intestino.
Polidextrose: auxilia o funcionamento do intestino.
Psillium ou Psyllium: auxilia na redução 
da absorção de gordura.
Quitosana: auxilia na redução da 
absorção de gordura e colesterol.
Fitoesteróis
Fitoesteróis: auxiliam na redução 
da absorção de colesterol.
Polióis
Manitol / xilitol / sorbitol: não produzem 
ácidos que danificam os dentes.
Probióticos
Lactobacillus acidophilus / Lactobacillus casei 
shirota / Lactobacillus casei variedade rhamnosus/ 
Lactobacillus casei variedade defensis/ Lactobacillus 
paracasei/ Lactococcus lactis/ Bifidobacterium bifidum/ 
Bifidobacterium animallis (incluindo a subespécie B. 
lactis) / Bifidobacterium longum/ Enterococcus faecium: 
contribuem para o equilíbrio da flora intestinal.
Proteína de soja
Proteína de soja: o consumo diário de no mínimo 25 g 
de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol.
Nutrientes Fontes Funções
Ácidos 
graxos
Ômega 3 e 6
Peixes, algas 
marinhas
Óleos (soja, 
girassol e oliva)
Intervenção 
na coagulação 
do sangue.
Controle de 
processos 
inflamatórios.
Alicina
Aliina
Sulfeto de 
dialina
Alho Redução do 
colesterol.
Função hipotensora.
Função fibrinolítica 
e anticoagulante.
Bactérias 
benéficas
(probióticos)
Bebidas lácteas 
com lactobacilos 
(leites 
fermentados)
Bifidobacterias 
(iogurtes)
Aumento da 
resistência a 
infecções.
Impedimento 
da colonização 
por bactérias 
patogênicas.
Redução do 
colesterol.
Fibras 
Amido
Cereais (aveia 
e pão)
Verduras 
crucíferas 
(repolho, 
brócolis, couve-
de-bruxelas)
Leguminosas 
(feijão, vagem, 
lentilha)
As fibras dos cereais 
previnem doenças 
cardiovasculares.
As verduras 
protegem contra 
o câncer de cólon 
e do reto, o amido 
presente nos cereais 
e leguminosas 
previne o câncer 
de cólon e reduz 
o colesterol.
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
8
Fonte: ARABBI, 1999
Flavonoides
Os flavonoides são pigmentos que ocorrem 
naturalmente em plantas e que protegem o corpo 
contra danosproduzido por agentes oxidantes, 
tais como raios ultravioletas, poluição ambiental, 
substâncias químicas, entre outros. O corpo humano 
não tem a capacidade de produzi-los, e eles podem 
ser obtidos por alimentos como frutas, vegetais, 
sementes e flores, bem como cerveja, vinho, chá 
verde, chá preto e soja. Eles também podem ser 
usados como suplementos nutricionais, em conjunto 
com algumas vitaminas e minerais (MARTÍNEZ-
FLÓREZ et al, 2002).
Devido à sua estrutura química, os flavonoides 
possuem grande poder antioxidante e exercem efeitos 
terapêuticos em várias patologias, incluindo doenças 
cardiovasculares, aterosclerose e câncer (USDA, 
2007). Tal poder impede a oxidação da lipoproteína 
de baixa densidade (LDL, do inglês low density 
lipoprotein), prevenindo danos ao endotélio e o 
processo de aterosclerose, além de bloquear as fases 
de iniciação e desenvolvimento da carcinogênese 
(COSTA; ROSA, 2010).
Os principais tipos de flavonoides são (MARTÍNEZ-
FLÓREZ et al, 2002): 
1) Bioflavonoides cítricos, como a quercetina e 
o limoneno. A quercetina está presente em cebola, 
maçã, brócolis, cereja, uva e repolho roxo, e o 
limoneno, em limão e lima.
2) Isoflavonoides: estão presentes nos alimentos 
de soja, tais como tofu, leite, proteína vegetal 
texturizada, farinha, missô. 
3) Antocianidinas: estão localizadas nas 
sementes da uva e no vinho.
4) Antocianinas: são pigmentos vegetais 
responsáveis pela coloração avermelhada da cereja.
5) Ácido elágico: é um flavonoide encontrado 
em frutas como as uvas e em vegetais.
6) Catequina: os chá verde e preto são boas 
fontes.
7) Kaemferol: está presente em alho-poró, 
brócolis, rabanete e beterraba. 
Nutrientes Fontes Funções
Fitoestrogênios
Isoflavonas
Lignanas
Leguminosas 
(feijão e soja)
Cereais
Redução do 
estrogênio, 
atuando na 
prevenção do 
câncer de mama.
Flavonoides Vinho tinto
Uva
Antioxidantes.
Inibição da 
formação de 
ateromas.
Licopeno Tomate
Toranja 
vermelha
Proteção contra 
tumores no 
pulmão, na 
próstata e no 
estômago.
Vitaminas 
A, C e E
Betacaroteno
Mineral selênio
Frutas (caqui, 
mamão, laranja, 
limão, acerola)
Hortaliças 
(beterraba, 
espinafre, 
cenoura, 
tomate, 
brócolis, 
repolho)
Ovos e cereais
Antioxidantes.
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
9
APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS EM 
NUTRIÇÃO CLÍNICA E METABÓLICA
A inclusão de alimentos com propriedades 
funcionais capazes de proporcionar equilíbrio 
adequado na ingestão diária de nutrientes pode 
contribuir de modo relevante para a elaboração de 
um cardápio mais saudável para a população (COSTA; 
ROSA, 2010). 
Os alimentos funcionais incluem ampla variedade 
de alimentos que contêm diferentes componentes 
capazes de diversas funções corporais. Dessa 
forma, destacam-se a seguir os principais alimentos 
utilizados na nutrição clínica e seus efeitos sobre a 
saúde-doença.
Alho e cebola 
O alho (Allium sativum) e a cebola (Allium cepa) 
estão entre as mais antigas de todas as plantas 
cultivadas, sendo utilizados como temperos e para o 
tratamento de algumas doenças. Atualmente, também 
já existem evidências de que eles apresentam efeitos 
benéficos sobre doenças cardiovasculares e câncer, 
aplicações como antimicrobianos, antitrombóticos, 
antitumorais e antiartríticos, além de possuir agentes 
com ação hipolipidémica e hipoglicêmica (ALI; 
THOMSON; AFZAL, 2000).
Os efeitos farmacológicos deles têm sido atribuídos 
aos compostos orgânicos sulfurados, abundantes nos 
tecidos dessas espécies, derivados do aminoácido 
cisteína, subdivididos em sulfóxidos de S-alilcisteína 
e γ-glutamil-S-alilcisteína (ALMEIDA; SUYENAGA, 
2009). 
Além disso, o alho também apresenta na sua 
constituição flavonoides, pectinas, saponinas 
esteroides, adenosina, compostos fenólicos e 
mucilagens. Devido aos compostos orgânicos 
sulfurados, ele é considerado antioxidante e atua 
na inibição da peroxidação de lipoproteínas de 
baixa densidade, retardando o desenvolvimento 
de aterosclerose, exercendo efeito satisfatório na 
redução das propriedades aterogênicas do colesterol 
e mantendo a função endotelial, possivelmente pela 
inibição da oxidação de LDL e aumento do HDL 
plasmático (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000; ALMEIDA; 
SUYENAGA, 2009). 
O estudo de Hassan et al (2009), por exemplo, 
comprovou que a administração de alho em 
camundongos teve um papel extremamente benéfico 
para superar efeitos adversos da ingestão de nitrito de 
sódio (fixador de corante alimentar e conservante que 
contribui para a carcinogênese), provavelmente por 
meio de seus compostos antioxidantes e propriedades 
altamente nutritivas. Em outro trabalho, foi verificada 
diminuição na pressão de sangue sistólica em ratos 
hipertensos por meio da administração de extrato 
aquoso de alho (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000; 
HASSAN et al, 2009). 
Quanto à cebola, além dos compostos 
organossulfurados, ela também é rica em flavonoides 
e saponinas (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009).
Em estudo realizado por Gabler et al (2006), 
porcos que receberam durante seis semanas 8,6 
g a 21,4 g de cebola por dia tiveram reduzidos 
os níveis de triglicérides plasmáticos em 15%, 
independentemente da dose. Entretanto, o colesterol 
plasmático total e frações não foi afetados pela 
suplementação desse alimento.
Sabe-se ainda que a quercetina apresenta a 
capacidade de proteger o colesterol LDL da oxidação 
e as saponinas possuem efeito hipocolesterolemiante, 
reduzindo assim o risco de doenças cardiovasculares 
e trombose (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). 
A American Dietetic Association (ADA) indica o 
consumo de 600-900 mg de alho/dia, que equivale 
a aproximadamente um dente de alho cru, para 
redução dos níveis séricos de colesterol e da pressão 
arterial. 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
10
Para se obter esse efeito benéfico, o seu consumo 
deve ser feito imediatamente após o esmagamento do 
bulbo fresco, devido à instabilidade de seus compostos 
orgânicos quando submetidos ao aquecimento (ADA, 
2004; ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). 
Quanto à cebola, são recomendadas 50 gramas 
por dia para melhor aproveitamento das propriedades 
nutricionais e funcionais, sendo preferível seu 
consumo in natura, devido à presença de substâncias 
sensíveis ao calor (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009; 
COSTA; ROSA, 2010).
Chás 
Depois da água, o chá é a bebida mais consumida 
no mundo. É rico em substâncias fenólicas específicas, 
com importantes efeitos benéficos à saúde. Dentre 
os produtos obtidos a partir da Camellia sinensis, 
encontram-se o chá verde, o chá oolong e o chá 
preto (PHILIPPI, 2006; COSTA; ROSA, 2010). 
Contudo, existem diferenças entre eles. O chá 
verde contém maior concentração de compostos 
fenólicos e catequinas por não ser fermentado. Logo 
após a colheita, as folhas passam imediatamente 
pelo vapor, o que inibe a oxidação das catequinas. 
Em seguida, as folhas secam naturalmente, o que 
possibilita a preservação dos polifenóis naturais. Já 
o chá preto é obtido de folhas fermentadas antes de 
serem secas. Primeiro murcha-se as folhas e deixa-
as fermentar e oxidar, para só então elas serem 
enroladas e desidratadas. Finalmente, o chá oolong 
é parcialmente fermentado, dando um produto 
intermediário entre o chá verde e preto (TEICHMANN, 
2000; ORNELLAS, 2001; PHILIPPI, 2006; COSTA; 
ROSA, 2010). 
Sendo assim, o chá verde destaca-se, uma vez 
que estudos demonstram que seu consumo regular 
pode prevenir doenças e agravos não transmissíveis, 
por meio da redução da oxidação das lipoproteínas 
de alta densidade e da pressão arterial, além da 
inibição da agregação plaquetária (OLIVEIRA, 2009). 
Essas ações do chá verde sobre o sistema 
cardiovascular ocorrem devido aos compostos 
bioativos presentes, principalmente as catequinas, 
que possuem potenteação antioxidante e anti-
inflamatória e o poder de quelação dos íons metálicos, 
atuando na interrupção das reações dos radicais 
livres em cadeia, reduzindo dessa forma a oxidação 
lipídica (KURIYAMA et al, 2006; OLIVEIRA, 2009). 
Em uma pesquisa realizada no Japão, foi 
analisada uma amostra composta por 40.530 adultos 
com idades entre 40 e 79 anos, consumidores 
de duas xícaras por dia de chá verde, durante 
aproximadamente sete anos. Foram verificados os 
hábitos alimentares e sociais e os fatores de risco para 
doenças cardiovasculares. Observou-se associação 
com a redução da mortalidade por tais doenças 
nessa população. Ainda, em um estudo realizado 
com 20 fumantes crônicos hipertensos, foi observado 
que o consumo de chá verde auxiliou na redução 
dos níveis pressóricos e na prevenção de doenças 
cardiovasculares (KIM et al, 2006; KURIYAMA et a., 
2006).
A Food and Drug Administration (FDA) recomenda 
o consumo de quatro a seis xícaras de chá verde 
por dia com o intuito de prevenir câncer de esôfago 
e estômago. Quanto à prevenção das doenças 
cardiovasculares, ainda não se sabe ao certo a 
quantidade necessária, porém experimentos em 
humanos demonstram que o consumo de três xícaras 
ao dia já parece exercer benefícios, com redução do 
risco de infarto agudo do miocárdio (FDA, 2008; 
OLIVEIRA, 2009). 
Sabe-se ainda que o suplemento de extrato de 
chá verde pode ser ligeiramente mais eficaz na sua 
ação antioxidante quando comparado ao chá tipo 
infusão. Além disso, o aquecimento pode acarretar 
uma diminuição da biodisponibilidade das catequinas, 
sendo dessa forma melhor optar pela infusão 
preparada com água morna ou fria (OLIVEIRA, 2009).
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
11
Vinhos e uvas
O vinho é uma bebida alcoólica resultante da 
transformação biológica da uva. Reações químicas 
provocadas por leveduras agem sobre os açúcares 
da uva durante o processo de fermentação, fazendo 
com que se transformem em álcool, dando origem ao 
vinho (DOMENEGHINI; LEMES, 2011). 
O vinho possui polifenóis, ou compostos fenólicos, 
substâncias que exercem uma forte ação antioxidante, 
reduzindo o risco de eventos coronários e os níveis 
de pressão arterial, inibindo a agregação plaquetária 
e melhorando a função endotelial (GIEHL et al, 2007; 
DOMENEGHINI; LEMES, 2011). 
Entre os polifenóis, destaca-se o resveratrol, 
encontrado principalmente nas uvas tintas. Ele 
atua como antioxidante e tem efeito na redução da 
viscosidade do sangue, na prevenção da aterosclerose 
e da trombose, além de ter capacidade antitumoral e 
anti-inflamatória. Na uva, essa substância é sintetizada 
por meio da indução de fatores ambientais, como 
radiação ultravioleta e infecção por fungos (ABE et 
al, 2007; DOMENEGHINI; LEMES, 2011). 
Ressalta-se ainda o papel das antocianinas, 
potentes antioxidantes, que contribuem para os 
atributos sensoriais e, principalmente, para a 
coloração do vinho. As catequinas e epicatequinas, 
presentes principalmente nas sementes das uvas, 
são os principais compostos fenólicos responsáveis 
pelo sabor e adstringência de vinhos e sucos de uva. 
Este último possui as mesmas substâncias, porém os 
efeitos não são iguais, diferenciando-se na absorção 
dos polifenóis (ABE et al, 2007; DOMENEGHINI; 
LEMES, 2011).
Em um estudo realizado com uma amostra de 32 
ratos espontaneamente hipertensos, foi verificada 
redução significativa da pressão arterial sistólica 
nos grupos de intervenção, comparados ao grupo 
controle, sendo que o grupo que associava o consumo 
de vinho e a prática do exercício físico foi o que 
apresentou maior redução. Foi esse grupo ainda que 
obteve melhor resultado nos níveis de HDL (SOARES; 
CASTRO; STAHLSCHMIDT, 2011). 
Ainda um estudo de coorte de sete anos verificou 
que homens com consumo moderado de vinho (<60 
g/dia) apresentaram redução da pressão arterial, 
menor risco de mortalidade por todas as causas 
e efeito protetor na mortalidade cardiovascular 
(RENAUD et al, 2004). 
Apesar da falta de evidências científicas 
adequadas, estudos epidemiológicos sugerem que o 
consumo diário de uma pequena taça de vinho tinto 
tem efeito protetor contra doenças cardiovasculares. 
Já segundo a American Heart Association (AHA), a 
recomendação é de duas doses por dia para homens 
e uma para mulheres (equivalente a 90-120 ml por 
dia). Destaca-se que o consumo de vinho deve ser 
regular e moderado para que não traga riscos para 
a saúde, dessa forma, ele pode atuar beneficamente 
no organismo (WILLET & STAMPFER, 2003; GIEHL et 
al, 2007).
Ervas e especiarias
As especiarias são ricas em compostos fenólicos 
com atividade antioxidante, que atuam em 
doenças relacionadas ao estresse oxidativo e à 
dislipidemia. Dessa forma, incentiva-se sua aplicação 
em preparações culinárias para intensificar as 
características organolépticas e melhorar a estabilidade 
oxidativa devido à presença de tais compostos. As 
especiarias mais estudadas são: manjericão, açafrão, 
alecrim, hortelã, sálvia, orégano, curry, tomilho e 
canela (COSTA; ROSA, 2010; MOREIRA, 2013).
A canela, por exemplo, possui efeito 
hipoglicemiante, sendo que, em um estudo realizado 
com pacientes diabéticos tipo 2, a ingestão, durante 
90 dias, de cápsula com 1 g/dia dessa especiaria 
resultou na diminuição dos valores de hemoglobina 
glicada (CRAWFORD, 2009). 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
12
Já o manjericão possui propriedades 
antibacterianas, sendo sugerido que ele possa 
ser utilizado como uma alternativa no combate às 
toxinfecções causadas por E. coli (MARTINS et al, 
2010).
Recomenda-se a utilização de ervas e condimentos 
naturais em substituição ao sal, com o intuito de 
auxiliar na prevenção e controle da hipertensão 
arterial e garantir um maior aporte de antioxidantes 
na dieta. Uma sugestão é a utilização do sal de ervas, 
que inclui sal marinho, alecrim, orégano e manjericão 
nas mesmas proporções. Essa mistura pode ser 
utilizada no preparo das refeições e não oferece 
quantidades muito grandes de ácidos fenólicos 
associados a efeitos colaterais (BRASIL, 2008b; 
COSTA; ROSA, 2010). 
Hortaliças 
As hortaliças são importantes fontes de flavonoides. 
Além disso, a alcachofra e a chicória, por exemplo, 
possuem inulina. Esta apresenta a capacidade de 
diminuir os lipídeos sanguíneos, estabilizar a glicemia 
e favorecer o crescimento de bifidobactérias e 
lactobacilos, sendo considerada assim um prebiótico 
(COSTA; ROSA, 2010). 
A berinjela, por conter polifenóis, saponinas, 
esteroides e flavonoides, possui ação 
hipocolesterolêmica, tendo ainda atividade anti-
inflamatória e analgésica. Brócolis, couve, agrião, 
rúcula e couve-flor são ricos em sulforofano, 
apresentando efeito protetor na prevenção de 
adenoma colorretal e carcinoma hepatocelular. Além 
disso, a alta ingestão dessas hortaliças representa 
baixo risco de desenvolvimento de câncer de mama 
na pós-menopausa (CUPPARI, 2005; COSTA; ROSA, 
2010).
O tomate possui alto teor de licopeno. O principal 
mecanismo de ação desse composto é seu efeito 
antioxidante potente em sequestrar radicais livres 
e regular o mecanismo oxidativo, protegendo assim 
contra o envelhecimento das células e estimulando o 
sistema imunológico. Ele também tem efeito positivo 
na oxidação de LDL e na prevenção do câncer de 
próstata. Além do tomate, seus derivados (ketchup, 
molho, massa, suco) também contribuem para a 
ingestão desse carotenoide (RISSANEN et al, 2003; 
COSTA; ROSA, 2010).
O Guia alimentar para a população brasileira 
recomenda a ingestão de no mínimo três porções de 
hortaliças por dia como parte das refeições (BRASIL, 
2008b). 
Frutas
A importância das frutas na alimentação tem 
uma ampla documentação na literatura, sendo seu 
consumo um dos principais aspectos na diferenciação 
das dietas de populaçõescom menor risco de 
prevalência de doenças crônicas. Entretanto, estudos 
realizados em humanos utilizando a suplementação 
de um composto bioativo específico presente nesses 
alimentos não confirma os efeitos observados nos 
estudos descritivos, nos quais se associa a incidência 
de uma doença a uma determinada dieta pobre ou 
rica em frutas. Isso pode ocorrer pelo fato de que 
esse grupo alimentar contém uma grande quantidade 
de substâncias potencialmente protetoras que 
interagem entre si para ter efeito benéfico (COSTA; 
ROSA, 2010).
As frutas cítricas são particularmente ricas em 
fitoquímicos e apresentam, entre os 4.000 tipos 
existentes, os bioflavonoides mais ativos. Morangos, 
ameixas e uvas são fontes de antocianinas, que 
conferem as pigmentações vermelhas, roxas ou azuis 
dessas frutas (COSTA; ROSA, 2010). 
Além das frutas in natura, um estudo demonstrou 
que as polpas de frutas tropicais comercializadas na 
forma congelada no sul do Brasil contêm elevados 
teores de polifenóis totais e apreciáveis propriedades 
antioxidantes, destacando-se as de acerola e manga 
(KUSKOSKI et al, 2006). 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
13
O Guia alimentar para a população brasileira 
recomenda a ingestão de no mínimo três porções 
frutas por dia nas sobremesas e lanches (BRASIL, 
2008b). 
Soja 
A soja pertence à família das leguminosas e tanto 
ela como sua proteína contêm isoflavonas, além de 
outros compostos fitoquímicos. As isoflavonas são 
classificadas como fitoestrógenos, em função de sua 
fraca atividade estrogênica - cerca de 1/100.000 da do 
estradiol - em mamíferos e por sua estrutura química 
ser bastante semelhante ao estrógeno humano. As 
principais isoflavonas encontradas em produtos de 
soja são a genisteína e a daidzeína (CUPPARI, 2005; 
SIMÃO et al, 2008). 
O consumo de soja ou de suas isoflavonas tem 
apresentado efeitos benéficos à saúde e à prevenção 
de doenças, além de não terem sido relatados efeitos 
adversos com seu uso. As isoflavonas podem prevenir 
a perda óssea pós-menopausa e a osteoporose, além 
de reduzir o risco de alguns cânceres (SIMÃO et al, 
2008; USDA, 2008). 
Elas possuem um efeito de equilíbrio nos níveis 
de estrógenos endógenos que é benéfico durante 
toda a vida da mulher. Na pós-menopausa, quando 
as concentrações endógenas hormonais diminuem, 
os receptores de estrógeno ficam mais disponíveis, 
favorecendo a fraca ação estrogênica das isoflavonas, 
que acaba compensando a deficiência hormonal, 
melhorando os sintomas indesejáveis da síndrome 
do climatério (HAN et al, 2002; SIMÃO et al, 2008).
Um estudo duplo-cego aleatorizado avaliou 
os efeitos das isoflavonas em mulheres na pós-
menopausa. As pacientes foram divididas em dois 
grupos, sendo que um deles recebeu 100 mg de 
isoflavona por dia na forma de cápsulas (intervenção) 
e o outro recebeu placebo (controle). Verificou-se no 
grupo intervenção redução nos níveis de colesterol 
total e no índice de massa corporal, aumento de 
estradiol e atenuação nos sintomas do climatério 
(HAN et al, 2002). 
Em um estudo duplo cego, multicêntrico (15 locais) 
e aleatorizado, 177 pacientes em pós-menopausa, com 
idade média em torno de 55 anos e que referiram ter 
cinco ou mais fogachos diários, foram randomizadas 
para receber 50 mg/dia de isoflavonas ou placebo 
durante 12 semanas. As isoflavonas produziram uma 
redução da incidência e da gravidade dos fogachos 
a partir da segunda semana (UPMALIS et al, 2000).
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que 
a incidência da osteoporose após a menopausa é 
menor na Ásia que no ocidente. Uma das possíveis 
explicações para essa diferença baseia-se na elevada 
ingestão de produtos de soja, ricos em isoflavonas, 
pelas mulheres asiáticas (SIMÃO et al, 2008).
Os mecanismos pelos quais a soja ou as 
isoflavonas são capazes de promover ação protetora 
contra doenças cardiovasculares ainda não estão 
totalmente esclarecidos, mas alguns que foram 
propostos são baseados na ligação das isoflavonas 
a receptores estrógenos dentro das células de 
maneira semelhante ao estradiol, o que influenciaria 
no metabolismo do colesterol e das lipoproteínas, 
acarretando a diminuição nos níveis de colesterol 
total, devido ao aumento na atividade de receptores 
da LDL. Em adição, as isoflavonas poderiam agir como 
antioxidantes, prevenindo a formação de trombos 
e bloqueando a proliferação de células musculares 
lisas nas paredes das artérias (ESTEVES; MONTEIRO, 
2001; SIMÃO et al, 2008). 
Uma meta-análise de 23 trabalhos apontou que 
o efeito do consumo de proteína de soja (20 g a 50 
g) em humanos reduziu o colesterol total (3,77%), a 
LDL (5,25%) e os triacilgliceróis (7,27%) e aumentou 
a HDL em 3,03% (ZHAN et al, 2005). 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
14
Os efeitos benéficos observados em estudos 
experimentais sugerem que a genisteína pode 
ser uma alternativa no tratamento do diabetes, 
principalmente do tipo 2. Devido ao seu efeito 
inibidor da proteína tirosina quinase, ela atuaria 
como um composto regulador da secreção de insulina 
(ESTEVES; MONTEIRO, 2001). 
Em um estudo realizado com 32 mulheres na 
pós-menopausa com diabetes tipo 2 controlada, 
foi verificado que a suplementação de proteína 
de soja (30 g/dia durante 12 semanas) alterou 
favoravelmente a resistência à insulina, o controle 
glicêmico e as lipoproteínas séricas destas pacientes 
melhorando o perfil de risco cardiovascular das 
mesmas (JAYAGOPAL et al, 2002).
Mediante o exposto, destaca-se que o consumo 
de soja, e das isoflavonas nela presentes, tem 
demonstrado efeitos benéficos muito importantes na 
prevenção dos sintomas do climatério e de diversas 
patologias como diabetes, osteoporose e doenças 
cardiovasculares. Para efeito sobre esta última, os 
trabalhos com humanos têm utilizado suplementação 
com isolado protéico de soja na proporção de 25 
g a 50 g/dia, por período de duas a oito semanas 
(CUPPARI, 2005; SIMÃO et al, 2008). 
Oleaginosas 
As oleginosas são ricas em ácidos graxos insaturados 
(ácido oleico, ácido linoleico e ácido alfalinolênico) 
e pobres em ácidos graxos saturados, além de 
serem importantes fontes de proteína vegetal, fibra 
alimentar, vitaminas minerais e fitoquímicos. Entre os 
fitoquímicos, os fitoesteróis podem prevenir o câncer 
e as doenças cardiovasculares. Estudos apontam que 
esses compostos têm efeito anticancerígeno pela 
ação de diferentes mecanismos, como inibição da 
proliferação celular, estimulação da morte celular de 
tumores e modificação de alguns dos hormônios que 
são essenciais para o crescimento celular do tumor. 
Além disso, os fitoesteróis mostram importante efeito 
hipocolesterolêmico por inibirem a absorção dietética 
e biliar de colesterol (COSTA; ROSA, 2010).
Alguns dos alimentos que fazem parte desse 
grupo são amêndoas, avelã, linhaça, castanhas 
e nozes. Dentre essas, destaca-se a linhaça, por 
conter o ácido graxo α-linolênico, que pode ser 
metabolicamente convertido nos ácidos docosa-
hexaenoico e eicosapentaenóico, sendo o primeiro 
essencial para o desenvolvimento do sistema 
nervoso central. A linhaça apresenta também efeito 
antioxidante, anticarcinogênico e antiaterogênico 
(diminuindo a LDL e aumentado a HDL), devido 
à presença de flavonoides, tocoferóis e lignanas 
(ALMEIDA et al, 2009). 
Peixes 
Os peixes e os subprodutos marinhos estão entre 
os principais alimentos funcionais, especialmente 
por serem fonte de ácidos graxos ômega 3. O 
mesmo participa da síntese dos eicosanoides anti-
inflamatórios, auxiliando no tratamento dietético 
de indivíduos com dislipidemias e outras doenças 
(COSTA; ROSA, 2010). 
Os ácidos graxos desempenham importantes 
funções na estrutura das membranas celulares e 
nos processos metabólicos. Em humanos, os ácidos 
linoleico (ômega 6) e alfa-linolênico (ômega 3)são 
necessários para manter em condições normais 
as membranas celulares, as funções cerebrais e 
a transmissão de impulsos nervosos. Eles também 
participam da transferência do oxigênio atmosférico 
para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina 
e da divisão celular, sendo denominados essenciais 
por não serem sintetizados pelo organismo (MARTIN 
et al, 2006). 
O consumo de peixes está associado ao controle 
e prevenção de algumas patologias, como doenças 
cardiovasculares, depressão e artrite reumatoide 
(COSTA; ROSA, 2010). 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
15
Um estudo realizado com adultos e idosos de 
ambos os sexos na Grécia apontou que, em longo 
prazo, o consumo de peixe (300 g por semana) está 
associado a proteção contra arritmia (CHRYSOHOOU 
et al, 2007). A suplementação de óleo de peixe (6,2 
g de ácido eicosapentaenoico e 3,4 gs de ácido 
docosa-hexaenoico/dia) para 30 pacientes levou a 
redução dos sintomas relacionados com a depressão 
(HOOPER et al, 2007). Ainda foi verificado que uma 
dose diária de 3 g de ácido eicosapentaenoico e ácido 
docosa-hexaenoico por um período mínimo de 12 
semanas proporcionou redução dos sintomas de dor 
nas articulações (KREMER, 2000). 
Evidências apontam que a ingestão regular de peixe 
na dieta (aproximadamente três vezes na semana) 
tem efeito positivo sobre níveis de triglicerídeos, 
pressão sanguínea, mecanismo de coagulação e 
do ritmo cardíaco, prevenção de câncer colônico e 
prevenção de aterosclerose. Se esses ácidos graxos 
forem usados em cápsulas, recomenda-se não 
ultrapassar 2 g/dia (COSTA; ROSA, 2010).
Probióticos e prebióticos 
Os probióticos são definidos como microrganismos 
vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano 
intestinal, produzindo efeitos benéficos à saúde do 
indivíduo. Eles são encontrados em produtos lácteos, 
sendo que os lactobacilos e as bifidobactérias 
são atualmente as bactérias probióticas mais 
comercializados em todo o mundo (BRASIL, 2002; 
SAULNIER et al, 2009).
Eles podem exercer seus efeitos competindo com 
patógenos, modificando o ambiente intestinal pela 
redução do pH, em consequência dos produtos da 
fermentação, interagindo e modulando a resposta 
inflamatória e imunológica local e sistêmica. Além 
disso, parecem contribuir para a prevenção e 
encurtamento da duração da diarreia aguda e da 
diarreia associada ao uso de antibióticos (MORAIS; 
JACOB, 2006). 
Existem diferentes mecanismos para prevenir a 
infecção e melhorar o sistema de defesa do hospedeiro 
contra patógenos por meio dos probióticos. A barreira 
de células epiteliais da mucosa é a primeira linha de 
defesa contra o ataque de organismos patogênicos, 
que pode ser melhorada pela promoção da produção 
de mucina ou pela redução da permeabilidade do 
intestino. Dessa forma, impede-se a penetração 
de agentes patogênicos e substâncias tóxicas, e os 
probióticos podem realizar essas ações. Outra linha 
de defesa contra a infecção realizada pelo probiótico 
é a produção de uma variedade de compostos 
antimicrobianos capazes de inibir o crescimento de 
diversos agentes patogênicos de origem alimentar. 
Em geral, as bactérias do ácido láctico produzem 
ácidos orgânicos, predominantemente lactato e 
acetato, que criam um ambiente acídico, inibidor de 
patógenos (SAULNIER et al, 2009).
Prebióticos são carboidratos não digeríveis que 
afetam beneficamente o hospedeiro por estimular 
seletivamente a proliferação e/ou a atividade de uma 
bactéria ou de populações de bactérias desejáveis 
no cólon. Além disso, o prebiótico pode inibir a 
multiplicação de patógenos, principalmente no 
intestino grosso, garantindo benefícios adicionais à 
saúde do hospedeiro (SAAD, 2006). 
Esses compostos podem estimular diretamente 
a imunidade, proteger contra patógenos e facilitar 
o metabolismo de acolhimento e absorção de 
minerais No trato gastrointestinal, os prebióticos 
estimulam seletivamente bactérias benéficas como 
as bifidobactérias e os lactobacilos. Além disso, 
desempenham um papel importante na modulação 
do sistema imunitário de defesa do hospedeiro 
(SAULNIER et al, 2009).
É importante destacar que, apesar de todos 
os prováveis efeitos benéficos dos probióticos e 
prebióticos, a maioria dos estudos é experimental 
ou in vitro, sendo necessária a relização de mais 
pesquisas para melhor definição de tipo e quantidade 
a utilizar na prática (COSTA; ROSA, 2010). 
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
16
ATUALIDADES CIENTÍFICAS
Tem ocorrido um esforço conjunto entre os 
cientistas para explorar e utilizar diferentes fontes 
para desenvolver alimentos funcionais e atender à 
demanda cada vez maior por parte dos consumidores, 
que buscam o papel deles na promoção da saúde 
(MENDIS; KIM, 2011). Sendo assim, algumas 
atualidades sobre esse assunto estão destacadas 
abaixo.
Perspectiva da utilização do ecossistema 
marinho no desenvolvimento de 
alimentos funcionais
Considerando a diversidade de produtos 
bioquímicos em algas marinhas, uma tendência 
crescente em todo mundo é a utilização delas no 
desenvolvimento de alimentos funcionais. Proteínas, 
peptídeos, aminoácidos, polissacarídeos, fenóis, 
lipideos, vitaminas e minerais, bem como suas 
propriedades funcionais, demonstram o provável 
sucesso de potenciais produtos alimentares funcionais 
à base de algas (MENDIS; KIM, 2011).
Da mesma forma, tem sido explorado o uso 
de pepinos do mar (invertebrados marinhos) no 
desenvolvimento de alimentos funcionais. Eles 
possuem um impressionante perfil de nutrientes, 
como vitamina A, vitaminas do complexo B e minerais, 
especialmente cálcio, magnésio, ferro e zinco, além 
de uma grande variedade de compostos bioativos, 
como saponinas, polissacarídeos sulfatados, esteróis, 
compostos fenólicos, peptídeos, glicoproteínas 
e ácidos graxos essenciais. Possuem efeito 
anticancerígeno, anticoagulante, anti-hipertensivo, 
anti-inflamatório, antioxidante, antimicrobiano 
eantitrombótico e auxiliam na cicatrização de feridas 
(BORDBAR; ANWAR; SAARI, 2011). 
efeito anticancerígeno, anticoagulante, anti-
hipertensivo, anti-inflamatório, antioxidante, 
antimicrobiano, anti-trombótico e auxiliam na 
cicatrização de feridas
Fonte: http://endocrinosaude.com/2011/02/alimentos-funcionais
Alimentos Funcionais na Prática Clínica
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Adição de prebióticos e probióticos em 
alimentos funcionais específicos para 
crianças e idosos
Estudos têm demonstrado o impacto potencialmente 
vasto de prebióticos sobre a composição da flora 
intestinal, por meio da estimulação de produção 
de comensais intestinais benéficos que não sejam 
bactérias de ácido láctico. Esses resultados abrem 
outras áreas interessantes da pesquisa para a 
descoberta de novas cepas e combinações com 
probióticos (SAULNIER et al, 2009).
Ainda são necessários estudos clínicos com 
humanos para investigar dose adequada, duração 
e efeitos específicos de cada cepa probiótica e/
ou prebiótica quando incorporada em matrizes de 
alimentos para diferentes populações, tais como 
crianças e idosos que têm composição microbiana 
do intestino e estado imunológico diferenciados. 
Dessa forma, uma atenção especial vem sendo dada 
à adição de prebióticos e probióticos em alimentos 
funcionais para esses ciclos da vida (SAULNIER et al, 
2009).
Isso porque, no caso de pessoas idosas, há 
um elevado número de bactérias prejudiciais em 
detrimento dos grupos mais benéfico, além de terem 
um risco mais elevado de câncer de cólon. Por outro 
lado, estudos preliminares mostram que probióticos 
no início da vida podem reduzir a ocorrência de 
dermatite atópica. E a adição de prebióticos em 
fórmulas para lactentes associa-se com mudança do 
perfil da microbiota intestinal em relação aos lactentes 
que recebem fórmula láctea sem prebióticos, com 
proteção contra infecções e diminuiçãoda incidência 
de alergias (MORAIS; JACOB, 2006; SAULNIER et al, 
2009).
Por fim, elucidando os mecanismos dos prebióticos 
e probióticos, os cientistas podem criar e aprimorar 
alimentos funcionais adaptados para melhorar a 
saúde do hospedeiro (SAULNIER et al, 2009).
CONCLUSÃO
O conhecimento recente de que, além de atender 
às necessidades nutricionais, os hábitos alimentares 
podem modular vários funções no corpo e 
desempenhar papéis benéficos em algumas doenças 
demonstra o interesse cada vez maior nos alimentos 
funcionais. E muitos são os alimentos que apresentam 
tal propriedade, por possuírem uma grande variedade 
de compostos bioativos (ROBERFROID, 2000; COSTA; 
ROSA, 2010). 
Dessa forma, já está esclarecido que esses 
alimentos devem ser consumidos em maior 
proporção quando comparados a outros. Entretanto, 
mais estudos são necessários para melhor elucidação 
da quantidade necessária e do modo de ingestão 
desses compostos para auxiliar a recomendação de 
um alimento para determinado fim (COSTA & ROSA, 
2010). 
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