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Alimentos Funcionais na Prática Clínica 1 Alimentos Funcionais na Prática Clínica Professora Viviane Ferreira Zanirati Alimentos Funcionais na Prática Clínica 2 Introdução 3 Desenvolvimento 4 Contextualização e histórico no Brasil e no mundo 4 Legislação brasileira sobre alimentos funcionais 5 Alegações aprovadas pela ANVISA 6 Alimentos funcionais naturais 7 Flavonoides 8 Aplicação de conhecimentos em nutrição clínica e metabólica 9 Alho e cebola 9 Chás 10 Vinhos e uvas 11 Ervas e especiarias 11 Hortaliças 12 Frutas 12 Soja 13 Oleaginosas 14 Peixes 14 Probióticos e prebióticos 15 Atualidades científicas 16 Perspectiva da utilização do ecossistema marinho no desenvolvimento de alimentos funcionais 16 Adição de prebióticos e probióticos em alimentos funcionais específicos para crianças e idosos 17 Conclusão 17 Referências bibliográficas 17 SUMÁRIO Alimentos Funcionais na Prática Clínica 3 INTRODUÇÃO Atualmente, são observadas relevantes mudanças nas formas de produzir, transformar, comercializar e preparar os alimentos, fato que proporcionou modificações drásticas nos padrões de consumo alimentar e no estilo de vida da população. Tais mudanças acarretaram redução na prevalência de déficits nutricionais e ocorrência expressiva de excesso de peso e suas comorbidades em todas as faixas etárias (MALTA et al, 2006; NASSER, 2006; LANG, NASCIMENTO, TADDEI, 2009). Um dos fatores que mais contribuiu para esse fato são as práticas alimentares inadequadas, como o grande consumo de alimentos de origem animal, gorduras, açúcares, alimentos industrializados, com grande quantidade de edulcorantes e a relativamente baixa ingestão de frutas, legumes, verduras e alimentos do grupo dos leites e derivados (BRASIL, 2008b). No Brasil, por exemplo, foi verificado que, entre 1974 a 2003, houve declínio do consumo de alimentos tradicionalmente usados, como arroz (-23,0%) e feijão (-30,0%). Por outro lado, ocorreu o aumento do consumo de produtos industrializados, como refrigerantes (+400%), biscoitos (+400%), embutidos (+300%) e refeições prontas (+80%) (LEVY-COSTA et al, 2005). Dessa forma, “o consenso científico sobre a relação existente entre alimentação, saúde e doença vem despertando em todo o mundo o interesse no uso dos alimentos como um dos determinantes importantes da qualidade de vida” (BRASIL, 1999a). Nesse contexto encaixam-se os alimentos funcionais, que são aqueles que, além do seu valor nutricional, atuam diretamente na prevenção de doenças e na garantia de boa saúde e longevidade devido à presença de componentes biologicamente ativos. Alguns dos benefícios desses alimentos são sua atuação no crescimento e no desenvolvimento, melhor funcionamento do sistema cardiovascular e intestinal e nas funções comportamentais e psicológicas, além do papel de defesa no organismo contra a oxidação (COSTA; ROSA, 2010; ALISSA; FERNS, 2012). Por esse motivo o interesse pelos alimentos funcionais é crescente e tem atraído a atenção de profissionais de saúde, consumidores e indústria de alimentos. Os alimentos funcionais correspondem a entre 5% e 7% do mercado mundial de alimentos e, no Brasil, cerca de 15%, com crescimento anual de aproximadamente 20% (CUPPARI, 2005; COSTA; ROSA, 2010). Percebe-se assim a importância desses alimentos. Destaca-se, porém, que eles fazem parte de uma abordagem de estilo de vida abrangente para uma saúde adequada, na qual também se incluem dieta equilibrada de forma geral, prática de atividade física, redução do estresse, manutenção do peso corporal saudável e outras práticas de saúde positivas (ALISSA; FERNS, 2012). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 4 DESENVOLVIMENTO Contextualização e histórico no Brasil e no mundo O conceito de alimentos funcionais foi proposto inicialmente no Japão, em meados da década de 1980, como resultado de esforços para desenvolver alimentos que possibilitassem a redução dos gastos com saúde pública, considerando a elevada expectativa de vida naquele país (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010). Em 1990, recebeu a designação em inglês de FOSHU (foods for specified health use – alimentos para uso específico de saúde), que se refere aos alimentos usados como parte de uma dieta normal que demonstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem o risco de doenças crônicas, além de suas funções básicas nutricionais (COSTA; ROSA, 2010). O princípio foi rapidamente adotado em outras partes do mundo. Entretanto, as denominações das alegações, bem como os critérios para sua aprovação, variam de acordo com a regulamentação de cada país ou bloco econômico (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010). A partir da verificação de que o consumidor estava sendo confundido com nomenclatura e alegações de propriedades não demonstradas cientificamente, a tendência do Codex Alimentarius e de vários países foi disciplinar as alegações sobre as propriedades funcionais dos alimentos ou de seus componentes, como também a segurança com base em evidências científicas (BRASIL,1999b). No caso do Brasil, desde o início da década de 1990 já existiam na Secretaria de Vigilância Sanitária pedidos de análise para fins de registro de diversos produtos, até então não reconhecidos como alimentos pelo conceito tradicional. Somente a partir de 1998, após mais de um ano de trabalho e pesquisa, foi proposta e aprovada a regulamentação técnica para análise de novos alimentos e ingredientes, inclusive os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde”. Fonte: http://www.paopinheirense.com.br/blog Alimentos Funcionais na Prática Clínica 5 Esses regulamentos incluem diretrizes básicas para avaliação de risco de novos alimentos e para comprovação de alegação de propriedade funcional e/ou de saúde em rotulagem de alimentos (BRASIL,1999b; COSTA; ROSA, 2010). Com a mudança no enfoque de análise dos alimentos, que passou a considerar o critério de risco, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) decidiu constituir, em 1999, a Comissão Técnico-Científica de Assessoramento em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF), constituída por professores e pesquisadores de notório saber de universidades e instituições de pesquisa, com a função de subsidiar a Diretoria de Alimentos e Toxicologia nas decisões relacionadas com esse tema. O desenvolvimento do trabalho dessa Comissão proporcionou a realização de eventos e produção de informes técnicos e resoluções. A denominação da CTCAF foi alterada para Comissão de Assessoramento Tecnocientífico em Alimentos com Alegação de Propriedade Funcional e/ou de Saúde e Novos Alimentos (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010). Legislação brasileira sobre alimentos funcionais A legislação brasileira não define alimento funcional. Define alegações de propriedade funcional e alegações de propriedades de saúde, estabelece as diretrizes para sua utilização, bem como as condições de registro (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010). Assim, alegação de propriedade funcional é considerada “aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano” (BRASIL, 1999c). Enquanto alegação de propriedade de saúde é aquela que “afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde” (BRASIL, 1999c). Não são permitidasalegações que façam referência à cura ou prevenção de doenças. O alimento ou ingrediente que se alega ter propriedades funcionais e/ou de saúde deve, além das funções básicas, quando se trata de nutriente, produzir efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo sem supervisão médica. Para apresentarem alegações de propriedade funcional e/ou de saúde, tanto os alimentos como as substâncias bioativas e os probióticos isolados devem ser, obrigatoriamente, registrados junto ao órgão competente. O conteúdo da propaganda desses produtos não pode ser diferente, em seu significado, daquele aprovado para a rotulagem. As alegações devem, ainda, estar em consonância com as diretrizes das políticas públicas de saúde – Política Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN, que apresenta interface com a Política Nacional de promoção da Saúde – PNPS alimentos (BRASIL,1999b; COSTA; ROSA, 2010). Após ampla discussão, em 1999, a ANVISA aprovou regulamentações que tratam de diretrizes básicas: - Resolução n° 16/99: procedimentos para registro de alimentos e/ou novos ingredientes (BRASIL, 1999d). - Resolução n° 17/99: avaliação e risco e segurança dos alimentos (BRASIL, 1999a). - Resolução n° 18/99: diretrizes básicas para análise e comprovação de alegação de propriedade funcional e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos (BRASIL, 1999b). - Resolução n° 19/99: procedimentos para registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde em sua rotulagem (BRASIL, 1999c). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 6 Posteriormente, a RDC n° 2/2002 forneceu diretrizes a ser adotadas para a avaliação de segurança, registro e comercialização de substâncias bioativas e probióticos isolados com alegação de propriedades funcional e/ou, de saúde apresentadas como formas farmacêuticas (cápsulas, comprimidos, tabletes, pós, granulados, pastilhas, suspensões e soluções) (BRASIL, 2002). Outras regulamentações, como as Resoluções n° 22 e nº 23 e os Informes Técnicos nº 9 e n° 19 foram aprovadas, além das horizontais, como a Resolução n° 278, que se aplicam para todos os tipos de alimentos (STRINGHETA et al, 2007; COSTA; ROSA, 2010). Para obter o registro de alimento com alegações, a empresa deve apresentar, junto às demais documentações, o relatório técnico-científico contendo as seguintes informações (BRASIL, 1999ª; BRASIL, 1999b; BRASIL, 1999c; BRASIL, 1999d): - Texto e cópia do leiaute dos dizeres de rotulagem. - Denominação do produto. - Finalidade e condições de uso. - Recomendação de consumo. - Descrição científica dos ingredientes do produto, segundo espécie de origem botânica, animal ou mineral, quando for o caso. - Composição química, com caracterização molecular, quando for o caso, e/ou formulação do produto. - Descrição da metodologia analítica para avaliação do alimento ou ingrediente objeto de petição. - Evidências científicas aplicáveis, conforme o caso, à comprovação de segurança de uso. - Ensaios nutricionais e/ou fisiológicos e/ou toxicológicos em animais de experimentação. - Ensaios bioquímicos. - Estudos epidemiológicos. - Ensaios clínicos. - Comprovação de uso tradicional, observado na população, sem danos à saúde. - Evidências abrangentes da literatura e de organismos reconhecidos. Destaca-se que, após cinco anos, foram reavaliados os produtos com alegações de propriedades funcionais e/ou, de saúde aprovados desde o ano de 1999. Utilizaram-se como base os conhecimentos científicos atualizados, bem como relatos e pesquisas que demonstraram as dificuldades encontradas pelos consumidores em entender o verdadeiro significado da característica anunciada para determinados produtos contendo alegações. A revisão considerou como pressupostos a necessidade de as alegações estarem de acordo com as políticas do Ministério da Saúde e serem de fácil compreensão pelos consumidores, além de cumprirem com o estabelecido pelas Resoluções anteriores. Em 2008, a relação de alegações aprovadas pela ANVISA foi atualizada (STRINGHETA et al, 2007; BRASIL, 2008a). Alegações aprovadas pela ANVISA Na tabela 1 estão relacionadas as alegações aprovadas pela ANVISA, atualizadas em julho de 2008. Destaca-se que todas elas apontam que “Seu consumo deve ser associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis” (BRASIL, 2008a). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 7 Tabela 1. Lista de alegações aprovadas pela ANVISA em 2008 Alimentos funcionais naturais Conforme abordado, os alimentos funcionais podem ser produtos a que tenham sido adicionados componentes ou cuja biodisponibilidade tenha sido modificada por processos tecnológicos ou por engenharia genética. Destaca-se, porém, que eles também podem ser naturais. A tabela 2 mostra alguns exemplos: Tabela 2. Exemplos de alimentos funcionais naturais Ácidos graxos Ômega 3: auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos. Carotenoides Licopeno: ação antioxidante, que protege as células contra os radicais livres. Luteína: ação antioxidante, que protege as células contra os radicais livres. Zeaxantina: ação antioxidante, que protege as células contra os radicais livres. Fibras alimentares Fibras alimentares: auxiliam o funcionamento do intestino. Beta glucana: auxilia na redução da absorção de colesterol. Dextrina resistente: auxilia o funcionamento do intestino. Fruto-oligossacarídeo (FOS): contribui para o equilíbrio da flora intestinal.. Goma guar parcialmente hidrolisada: auxilia o funcionamento do intestino. Inulina: contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Lactulose: auxilia o funcionamento do intestino. Polidextrose: auxilia o funcionamento do intestino. Psillium ou Psyllium: auxilia na redução da absorção de gordura. Quitosana: auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol. Fitoesteróis Fitoesteróis: auxiliam na redução da absorção de colesterol. Polióis Manitol / xilitol / sorbitol: não produzem ácidos que danificam os dentes. Probióticos Lactobacillus acidophilus / Lactobacillus casei shirota / Lactobacillus casei variedade rhamnosus/ Lactobacillus casei variedade defensis/ Lactobacillus paracasei/ Lactococcus lactis/ Bifidobacterium bifidum/ Bifidobacterium animallis (incluindo a subespécie B. lactis) / Bifidobacterium longum/ Enterococcus faecium: contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. Proteína de soja Proteína de soja: o consumo diário de no mínimo 25 g de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Nutrientes Fontes Funções Ácidos graxos Ômega 3 e 6 Peixes, algas marinhas Óleos (soja, girassol e oliva) Intervenção na coagulação do sangue. Controle de processos inflamatórios. Alicina Aliina Sulfeto de dialina Alho Redução do colesterol. Função hipotensora. Função fibrinolítica e anticoagulante. Bactérias benéficas (probióticos) Bebidas lácteas com lactobacilos (leites fermentados) Bifidobacterias (iogurtes) Aumento da resistência a infecções. Impedimento da colonização por bactérias patogênicas. Redução do colesterol. Fibras Amido Cereais (aveia e pão) Verduras crucíferas (repolho, brócolis, couve- de-bruxelas) Leguminosas (feijão, vagem, lentilha) As fibras dos cereais previnem doenças cardiovasculares. As verduras protegem contra o câncer de cólon e do reto, o amido presente nos cereais e leguminosas previne o câncer de cólon e reduz o colesterol. Alimentos Funcionais na Prática Clínica 8 Fonte: ARABBI, 1999 Flavonoides Os flavonoides são pigmentos que ocorrem naturalmente em plantas e que protegem o corpo contra danosproduzido por agentes oxidantes, tais como raios ultravioletas, poluição ambiental, substâncias químicas, entre outros. O corpo humano não tem a capacidade de produzi-los, e eles podem ser obtidos por alimentos como frutas, vegetais, sementes e flores, bem como cerveja, vinho, chá verde, chá preto e soja. Eles também podem ser usados como suplementos nutricionais, em conjunto com algumas vitaminas e minerais (MARTÍNEZ- FLÓREZ et al, 2002). Devido à sua estrutura química, os flavonoides possuem grande poder antioxidante e exercem efeitos terapêuticos em várias patologias, incluindo doenças cardiovasculares, aterosclerose e câncer (USDA, 2007). Tal poder impede a oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL, do inglês low density lipoprotein), prevenindo danos ao endotélio e o processo de aterosclerose, além de bloquear as fases de iniciação e desenvolvimento da carcinogênese (COSTA; ROSA, 2010). Os principais tipos de flavonoides são (MARTÍNEZ- FLÓREZ et al, 2002): 1) Bioflavonoides cítricos, como a quercetina e o limoneno. A quercetina está presente em cebola, maçã, brócolis, cereja, uva e repolho roxo, e o limoneno, em limão e lima. 2) Isoflavonoides: estão presentes nos alimentos de soja, tais como tofu, leite, proteína vegetal texturizada, farinha, missô. 3) Antocianidinas: estão localizadas nas sementes da uva e no vinho. 4) Antocianinas: são pigmentos vegetais responsáveis pela coloração avermelhada da cereja. 5) Ácido elágico: é um flavonoide encontrado em frutas como as uvas e em vegetais. 6) Catequina: os chá verde e preto são boas fontes. 7) Kaemferol: está presente em alho-poró, brócolis, rabanete e beterraba. Nutrientes Fontes Funções Fitoestrogênios Isoflavonas Lignanas Leguminosas (feijão e soja) Cereais Redução do estrogênio, atuando na prevenção do câncer de mama. Flavonoides Vinho tinto Uva Antioxidantes. Inibição da formação de ateromas. Licopeno Tomate Toranja vermelha Proteção contra tumores no pulmão, na próstata e no estômago. Vitaminas A, C e E Betacaroteno Mineral selênio Frutas (caqui, mamão, laranja, limão, acerola) Hortaliças (beterraba, espinafre, cenoura, tomate, brócolis, repolho) Ovos e cereais Antioxidantes. Alimentos Funcionais na Prática Clínica 9 APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA E METABÓLICA A inclusão de alimentos com propriedades funcionais capazes de proporcionar equilíbrio adequado na ingestão diária de nutrientes pode contribuir de modo relevante para a elaboração de um cardápio mais saudável para a população (COSTA; ROSA, 2010). Os alimentos funcionais incluem ampla variedade de alimentos que contêm diferentes componentes capazes de diversas funções corporais. Dessa forma, destacam-se a seguir os principais alimentos utilizados na nutrição clínica e seus efeitos sobre a saúde-doença. Alho e cebola O alho (Allium sativum) e a cebola (Allium cepa) estão entre as mais antigas de todas as plantas cultivadas, sendo utilizados como temperos e para o tratamento de algumas doenças. Atualmente, também já existem evidências de que eles apresentam efeitos benéficos sobre doenças cardiovasculares e câncer, aplicações como antimicrobianos, antitrombóticos, antitumorais e antiartríticos, além de possuir agentes com ação hipolipidémica e hipoglicêmica (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000). Os efeitos farmacológicos deles têm sido atribuídos aos compostos orgânicos sulfurados, abundantes nos tecidos dessas espécies, derivados do aminoácido cisteína, subdivididos em sulfóxidos de S-alilcisteína e γ-glutamil-S-alilcisteína (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). Além disso, o alho também apresenta na sua constituição flavonoides, pectinas, saponinas esteroides, adenosina, compostos fenólicos e mucilagens. Devido aos compostos orgânicos sulfurados, ele é considerado antioxidante e atua na inibição da peroxidação de lipoproteínas de baixa densidade, retardando o desenvolvimento de aterosclerose, exercendo efeito satisfatório na redução das propriedades aterogênicas do colesterol e mantendo a função endotelial, possivelmente pela inibição da oxidação de LDL e aumento do HDL plasmático (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000; ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). O estudo de Hassan et al (2009), por exemplo, comprovou que a administração de alho em camundongos teve um papel extremamente benéfico para superar efeitos adversos da ingestão de nitrito de sódio (fixador de corante alimentar e conservante que contribui para a carcinogênese), provavelmente por meio de seus compostos antioxidantes e propriedades altamente nutritivas. Em outro trabalho, foi verificada diminuição na pressão de sangue sistólica em ratos hipertensos por meio da administração de extrato aquoso de alho (ALI; THOMSON; AFZAL, 2000; HASSAN et al, 2009). Quanto à cebola, além dos compostos organossulfurados, ela também é rica em flavonoides e saponinas (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). Em estudo realizado por Gabler et al (2006), porcos que receberam durante seis semanas 8,6 g a 21,4 g de cebola por dia tiveram reduzidos os níveis de triglicérides plasmáticos em 15%, independentemente da dose. Entretanto, o colesterol plasmático total e frações não foi afetados pela suplementação desse alimento. Sabe-se ainda que a quercetina apresenta a capacidade de proteger o colesterol LDL da oxidação e as saponinas possuem efeito hipocolesterolemiante, reduzindo assim o risco de doenças cardiovasculares e trombose (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). A American Dietetic Association (ADA) indica o consumo de 600-900 mg de alho/dia, que equivale a aproximadamente um dente de alho cru, para redução dos níveis séricos de colesterol e da pressão arterial. Alimentos Funcionais na Prática Clínica 10 Para se obter esse efeito benéfico, o seu consumo deve ser feito imediatamente após o esmagamento do bulbo fresco, devido à instabilidade de seus compostos orgânicos quando submetidos ao aquecimento (ADA, 2004; ALMEIDA; SUYENAGA, 2009). Quanto à cebola, são recomendadas 50 gramas por dia para melhor aproveitamento das propriedades nutricionais e funcionais, sendo preferível seu consumo in natura, devido à presença de substâncias sensíveis ao calor (ALMEIDA; SUYENAGA, 2009; COSTA; ROSA, 2010). Chás Depois da água, o chá é a bebida mais consumida no mundo. É rico em substâncias fenólicas específicas, com importantes efeitos benéficos à saúde. Dentre os produtos obtidos a partir da Camellia sinensis, encontram-se o chá verde, o chá oolong e o chá preto (PHILIPPI, 2006; COSTA; ROSA, 2010). Contudo, existem diferenças entre eles. O chá verde contém maior concentração de compostos fenólicos e catequinas por não ser fermentado. Logo após a colheita, as folhas passam imediatamente pelo vapor, o que inibe a oxidação das catequinas. Em seguida, as folhas secam naturalmente, o que possibilita a preservação dos polifenóis naturais. Já o chá preto é obtido de folhas fermentadas antes de serem secas. Primeiro murcha-se as folhas e deixa- as fermentar e oxidar, para só então elas serem enroladas e desidratadas. Finalmente, o chá oolong é parcialmente fermentado, dando um produto intermediário entre o chá verde e preto (TEICHMANN, 2000; ORNELLAS, 2001; PHILIPPI, 2006; COSTA; ROSA, 2010). Sendo assim, o chá verde destaca-se, uma vez que estudos demonstram que seu consumo regular pode prevenir doenças e agravos não transmissíveis, por meio da redução da oxidação das lipoproteínas de alta densidade e da pressão arterial, além da inibição da agregação plaquetária (OLIVEIRA, 2009). Essas ações do chá verde sobre o sistema cardiovascular ocorrem devido aos compostos bioativos presentes, principalmente as catequinas, que possuem potenteação antioxidante e anti- inflamatória e o poder de quelação dos íons metálicos, atuando na interrupção das reações dos radicais livres em cadeia, reduzindo dessa forma a oxidação lipídica (KURIYAMA et al, 2006; OLIVEIRA, 2009). Em uma pesquisa realizada no Japão, foi analisada uma amostra composta por 40.530 adultos com idades entre 40 e 79 anos, consumidores de duas xícaras por dia de chá verde, durante aproximadamente sete anos. Foram verificados os hábitos alimentares e sociais e os fatores de risco para doenças cardiovasculares. Observou-se associação com a redução da mortalidade por tais doenças nessa população. Ainda, em um estudo realizado com 20 fumantes crônicos hipertensos, foi observado que o consumo de chá verde auxiliou na redução dos níveis pressóricos e na prevenção de doenças cardiovasculares (KIM et al, 2006; KURIYAMA et a., 2006). A Food and Drug Administration (FDA) recomenda o consumo de quatro a seis xícaras de chá verde por dia com o intuito de prevenir câncer de esôfago e estômago. Quanto à prevenção das doenças cardiovasculares, ainda não se sabe ao certo a quantidade necessária, porém experimentos em humanos demonstram que o consumo de três xícaras ao dia já parece exercer benefícios, com redução do risco de infarto agudo do miocárdio (FDA, 2008; OLIVEIRA, 2009). Sabe-se ainda que o suplemento de extrato de chá verde pode ser ligeiramente mais eficaz na sua ação antioxidante quando comparado ao chá tipo infusão. Além disso, o aquecimento pode acarretar uma diminuição da biodisponibilidade das catequinas, sendo dessa forma melhor optar pela infusão preparada com água morna ou fria (OLIVEIRA, 2009). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 11 Vinhos e uvas O vinho é uma bebida alcoólica resultante da transformação biológica da uva. Reações químicas provocadas por leveduras agem sobre os açúcares da uva durante o processo de fermentação, fazendo com que se transformem em álcool, dando origem ao vinho (DOMENEGHINI; LEMES, 2011). O vinho possui polifenóis, ou compostos fenólicos, substâncias que exercem uma forte ação antioxidante, reduzindo o risco de eventos coronários e os níveis de pressão arterial, inibindo a agregação plaquetária e melhorando a função endotelial (GIEHL et al, 2007; DOMENEGHINI; LEMES, 2011). Entre os polifenóis, destaca-se o resveratrol, encontrado principalmente nas uvas tintas. Ele atua como antioxidante e tem efeito na redução da viscosidade do sangue, na prevenção da aterosclerose e da trombose, além de ter capacidade antitumoral e anti-inflamatória. Na uva, essa substância é sintetizada por meio da indução de fatores ambientais, como radiação ultravioleta e infecção por fungos (ABE et al, 2007; DOMENEGHINI; LEMES, 2011). Ressalta-se ainda o papel das antocianinas, potentes antioxidantes, que contribuem para os atributos sensoriais e, principalmente, para a coloração do vinho. As catequinas e epicatequinas, presentes principalmente nas sementes das uvas, são os principais compostos fenólicos responsáveis pelo sabor e adstringência de vinhos e sucos de uva. Este último possui as mesmas substâncias, porém os efeitos não são iguais, diferenciando-se na absorção dos polifenóis (ABE et al, 2007; DOMENEGHINI; LEMES, 2011). Em um estudo realizado com uma amostra de 32 ratos espontaneamente hipertensos, foi verificada redução significativa da pressão arterial sistólica nos grupos de intervenção, comparados ao grupo controle, sendo que o grupo que associava o consumo de vinho e a prática do exercício físico foi o que apresentou maior redução. Foi esse grupo ainda que obteve melhor resultado nos níveis de HDL (SOARES; CASTRO; STAHLSCHMIDT, 2011). Ainda um estudo de coorte de sete anos verificou que homens com consumo moderado de vinho (<60 g/dia) apresentaram redução da pressão arterial, menor risco de mortalidade por todas as causas e efeito protetor na mortalidade cardiovascular (RENAUD et al, 2004). Apesar da falta de evidências científicas adequadas, estudos epidemiológicos sugerem que o consumo diário de uma pequena taça de vinho tinto tem efeito protetor contra doenças cardiovasculares. Já segundo a American Heart Association (AHA), a recomendação é de duas doses por dia para homens e uma para mulheres (equivalente a 90-120 ml por dia). Destaca-se que o consumo de vinho deve ser regular e moderado para que não traga riscos para a saúde, dessa forma, ele pode atuar beneficamente no organismo (WILLET & STAMPFER, 2003; GIEHL et al, 2007). Ervas e especiarias As especiarias são ricas em compostos fenólicos com atividade antioxidante, que atuam em doenças relacionadas ao estresse oxidativo e à dislipidemia. Dessa forma, incentiva-se sua aplicação em preparações culinárias para intensificar as características organolépticas e melhorar a estabilidade oxidativa devido à presença de tais compostos. As especiarias mais estudadas são: manjericão, açafrão, alecrim, hortelã, sálvia, orégano, curry, tomilho e canela (COSTA; ROSA, 2010; MOREIRA, 2013). A canela, por exemplo, possui efeito hipoglicemiante, sendo que, em um estudo realizado com pacientes diabéticos tipo 2, a ingestão, durante 90 dias, de cápsula com 1 g/dia dessa especiaria resultou na diminuição dos valores de hemoglobina glicada (CRAWFORD, 2009). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 12 Já o manjericão possui propriedades antibacterianas, sendo sugerido que ele possa ser utilizado como uma alternativa no combate às toxinfecções causadas por E. coli (MARTINS et al, 2010). Recomenda-se a utilização de ervas e condimentos naturais em substituição ao sal, com o intuito de auxiliar na prevenção e controle da hipertensão arterial e garantir um maior aporte de antioxidantes na dieta. Uma sugestão é a utilização do sal de ervas, que inclui sal marinho, alecrim, orégano e manjericão nas mesmas proporções. Essa mistura pode ser utilizada no preparo das refeições e não oferece quantidades muito grandes de ácidos fenólicos associados a efeitos colaterais (BRASIL, 2008b; COSTA; ROSA, 2010). Hortaliças As hortaliças são importantes fontes de flavonoides. Além disso, a alcachofra e a chicória, por exemplo, possuem inulina. Esta apresenta a capacidade de diminuir os lipídeos sanguíneos, estabilizar a glicemia e favorecer o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos, sendo considerada assim um prebiótico (COSTA; ROSA, 2010). A berinjela, por conter polifenóis, saponinas, esteroides e flavonoides, possui ação hipocolesterolêmica, tendo ainda atividade anti- inflamatória e analgésica. Brócolis, couve, agrião, rúcula e couve-flor são ricos em sulforofano, apresentando efeito protetor na prevenção de adenoma colorretal e carcinoma hepatocelular. Além disso, a alta ingestão dessas hortaliças representa baixo risco de desenvolvimento de câncer de mama na pós-menopausa (CUPPARI, 2005; COSTA; ROSA, 2010). O tomate possui alto teor de licopeno. O principal mecanismo de ação desse composto é seu efeito antioxidante potente em sequestrar radicais livres e regular o mecanismo oxidativo, protegendo assim contra o envelhecimento das células e estimulando o sistema imunológico. Ele também tem efeito positivo na oxidação de LDL e na prevenção do câncer de próstata. Além do tomate, seus derivados (ketchup, molho, massa, suco) também contribuem para a ingestão desse carotenoide (RISSANEN et al, 2003; COSTA; ROSA, 2010). O Guia alimentar para a população brasileira recomenda a ingestão de no mínimo três porções de hortaliças por dia como parte das refeições (BRASIL, 2008b). Frutas A importância das frutas na alimentação tem uma ampla documentação na literatura, sendo seu consumo um dos principais aspectos na diferenciação das dietas de populaçõescom menor risco de prevalência de doenças crônicas. Entretanto, estudos realizados em humanos utilizando a suplementação de um composto bioativo específico presente nesses alimentos não confirma os efeitos observados nos estudos descritivos, nos quais se associa a incidência de uma doença a uma determinada dieta pobre ou rica em frutas. Isso pode ocorrer pelo fato de que esse grupo alimentar contém uma grande quantidade de substâncias potencialmente protetoras que interagem entre si para ter efeito benéfico (COSTA; ROSA, 2010). As frutas cítricas são particularmente ricas em fitoquímicos e apresentam, entre os 4.000 tipos existentes, os bioflavonoides mais ativos. Morangos, ameixas e uvas são fontes de antocianinas, que conferem as pigmentações vermelhas, roxas ou azuis dessas frutas (COSTA; ROSA, 2010). Além das frutas in natura, um estudo demonstrou que as polpas de frutas tropicais comercializadas na forma congelada no sul do Brasil contêm elevados teores de polifenóis totais e apreciáveis propriedades antioxidantes, destacando-se as de acerola e manga (KUSKOSKI et al, 2006). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 13 O Guia alimentar para a população brasileira recomenda a ingestão de no mínimo três porções frutas por dia nas sobremesas e lanches (BRASIL, 2008b). Soja A soja pertence à família das leguminosas e tanto ela como sua proteína contêm isoflavonas, além de outros compostos fitoquímicos. As isoflavonas são classificadas como fitoestrógenos, em função de sua fraca atividade estrogênica - cerca de 1/100.000 da do estradiol - em mamíferos e por sua estrutura química ser bastante semelhante ao estrógeno humano. As principais isoflavonas encontradas em produtos de soja são a genisteína e a daidzeína (CUPPARI, 2005; SIMÃO et al, 2008). O consumo de soja ou de suas isoflavonas tem apresentado efeitos benéficos à saúde e à prevenção de doenças, além de não terem sido relatados efeitos adversos com seu uso. As isoflavonas podem prevenir a perda óssea pós-menopausa e a osteoporose, além de reduzir o risco de alguns cânceres (SIMÃO et al, 2008; USDA, 2008). Elas possuem um efeito de equilíbrio nos níveis de estrógenos endógenos que é benéfico durante toda a vida da mulher. Na pós-menopausa, quando as concentrações endógenas hormonais diminuem, os receptores de estrógeno ficam mais disponíveis, favorecendo a fraca ação estrogênica das isoflavonas, que acaba compensando a deficiência hormonal, melhorando os sintomas indesejáveis da síndrome do climatério (HAN et al, 2002; SIMÃO et al, 2008). Um estudo duplo-cego aleatorizado avaliou os efeitos das isoflavonas em mulheres na pós- menopausa. As pacientes foram divididas em dois grupos, sendo que um deles recebeu 100 mg de isoflavona por dia na forma de cápsulas (intervenção) e o outro recebeu placebo (controle). Verificou-se no grupo intervenção redução nos níveis de colesterol total e no índice de massa corporal, aumento de estradiol e atenuação nos sintomas do climatério (HAN et al, 2002). Em um estudo duplo cego, multicêntrico (15 locais) e aleatorizado, 177 pacientes em pós-menopausa, com idade média em torno de 55 anos e que referiram ter cinco ou mais fogachos diários, foram randomizadas para receber 50 mg/dia de isoflavonas ou placebo durante 12 semanas. As isoflavonas produziram uma redução da incidência e da gravidade dos fogachos a partir da segunda semana (UPMALIS et al, 2000). Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a incidência da osteoporose após a menopausa é menor na Ásia que no ocidente. Uma das possíveis explicações para essa diferença baseia-se na elevada ingestão de produtos de soja, ricos em isoflavonas, pelas mulheres asiáticas (SIMÃO et al, 2008). Os mecanismos pelos quais a soja ou as isoflavonas são capazes de promover ação protetora contra doenças cardiovasculares ainda não estão totalmente esclarecidos, mas alguns que foram propostos são baseados na ligação das isoflavonas a receptores estrógenos dentro das células de maneira semelhante ao estradiol, o que influenciaria no metabolismo do colesterol e das lipoproteínas, acarretando a diminuição nos níveis de colesterol total, devido ao aumento na atividade de receptores da LDL. Em adição, as isoflavonas poderiam agir como antioxidantes, prevenindo a formação de trombos e bloqueando a proliferação de células musculares lisas nas paredes das artérias (ESTEVES; MONTEIRO, 2001; SIMÃO et al, 2008). Uma meta-análise de 23 trabalhos apontou que o efeito do consumo de proteína de soja (20 g a 50 g) em humanos reduziu o colesterol total (3,77%), a LDL (5,25%) e os triacilgliceróis (7,27%) e aumentou a HDL em 3,03% (ZHAN et al, 2005). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 14 Os efeitos benéficos observados em estudos experimentais sugerem que a genisteína pode ser uma alternativa no tratamento do diabetes, principalmente do tipo 2. Devido ao seu efeito inibidor da proteína tirosina quinase, ela atuaria como um composto regulador da secreção de insulina (ESTEVES; MONTEIRO, 2001). Em um estudo realizado com 32 mulheres na pós-menopausa com diabetes tipo 2 controlada, foi verificado que a suplementação de proteína de soja (30 g/dia durante 12 semanas) alterou favoravelmente a resistência à insulina, o controle glicêmico e as lipoproteínas séricas destas pacientes melhorando o perfil de risco cardiovascular das mesmas (JAYAGOPAL et al, 2002). Mediante o exposto, destaca-se que o consumo de soja, e das isoflavonas nela presentes, tem demonstrado efeitos benéficos muito importantes na prevenção dos sintomas do climatério e de diversas patologias como diabetes, osteoporose e doenças cardiovasculares. Para efeito sobre esta última, os trabalhos com humanos têm utilizado suplementação com isolado protéico de soja na proporção de 25 g a 50 g/dia, por período de duas a oito semanas (CUPPARI, 2005; SIMÃO et al, 2008). Oleaginosas As oleginosas são ricas em ácidos graxos insaturados (ácido oleico, ácido linoleico e ácido alfalinolênico) e pobres em ácidos graxos saturados, além de serem importantes fontes de proteína vegetal, fibra alimentar, vitaminas minerais e fitoquímicos. Entre os fitoquímicos, os fitoesteróis podem prevenir o câncer e as doenças cardiovasculares. Estudos apontam que esses compostos têm efeito anticancerígeno pela ação de diferentes mecanismos, como inibição da proliferação celular, estimulação da morte celular de tumores e modificação de alguns dos hormônios que são essenciais para o crescimento celular do tumor. Além disso, os fitoesteróis mostram importante efeito hipocolesterolêmico por inibirem a absorção dietética e biliar de colesterol (COSTA; ROSA, 2010). Alguns dos alimentos que fazem parte desse grupo são amêndoas, avelã, linhaça, castanhas e nozes. Dentre essas, destaca-se a linhaça, por conter o ácido graxo α-linolênico, que pode ser metabolicamente convertido nos ácidos docosa- hexaenoico e eicosapentaenóico, sendo o primeiro essencial para o desenvolvimento do sistema nervoso central. A linhaça apresenta também efeito antioxidante, anticarcinogênico e antiaterogênico (diminuindo a LDL e aumentado a HDL), devido à presença de flavonoides, tocoferóis e lignanas (ALMEIDA et al, 2009). Peixes Os peixes e os subprodutos marinhos estão entre os principais alimentos funcionais, especialmente por serem fonte de ácidos graxos ômega 3. O mesmo participa da síntese dos eicosanoides anti- inflamatórios, auxiliando no tratamento dietético de indivíduos com dislipidemias e outras doenças (COSTA; ROSA, 2010). Os ácidos graxos desempenham importantes funções na estrutura das membranas celulares e nos processos metabólicos. Em humanos, os ácidos linoleico (ômega 6) e alfa-linolênico (ômega 3)são necessários para manter em condições normais as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos. Eles também participam da transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina e da divisão celular, sendo denominados essenciais por não serem sintetizados pelo organismo (MARTIN et al, 2006). O consumo de peixes está associado ao controle e prevenção de algumas patologias, como doenças cardiovasculares, depressão e artrite reumatoide (COSTA; ROSA, 2010). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 15 Um estudo realizado com adultos e idosos de ambos os sexos na Grécia apontou que, em longo prazo, o consumo de peixe (300 g por semana) está associado a proteção contra arritmia (CHRYSOHOOU et al, 2007). A suplementação de óleo de peixe (6,2 g de ácido eicosapentaenoico e 3,4 gs de ácido docosa-hexaenoico/dia) para 30 pacientes levou a redução dos sintomas relacionados com a depressão (HOOPER et al, 2007). Ainda foi verificado que uma dose diária de 3 g de ácido eicosapentaenoico e ácido docosa-hexaenoico por um período mínimo de 12 semanas proporcionou redução dos sintomas de dor nas articulações (KREMER, 2000). Evidências apontam que a ingestão regular de peixe na dieta (aproximadamente três vezes na semana) tem efeito positivo sobre níveis de triglicerídeos, pressão sanguínea, mecanismo de coagulação e do ritmo cardíaco, prevenção de câncer colônico e prevenção de aterosclerose. Se esses ácidos graxos forem usados em cápsulas, recomenda-se não ultrapassar 2 g/dia (COSTA; ROSA, 2010). Probióticos e prebióticos Os probióticos são definidos como microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal, produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Eles são encontrados em produtos lácteos, sendo que os lactobacilos e as bifidobactérias são atualmente as bactérias probióticas mais comercializados em todo o mundo (BRASIL, 2002; SAULNIER et al, 2009). Eles podem exercer seus efeitos competindo com patógenos, modificando o ambiente intestinal pela redução do pH, em consequência dos produtos da fermentação, interagindo e modulando a resposta inflamatória e imunológica local e sistêmica. Além disso, parecem contribuir para a prevenção e encurtamento da duração da diarreia aguda e da diarreia associada ao uso de antibióticos (MORAIS; JACOB, 2006). Existem diferentes mecanismos para prevenir a infecção e melhorar o sistema de defesa do hospedeiro contra patógenos por meio dos probióticos. A barreira de células epiteliais da mucosa é a primeira linha de defesa contra o ataque de organismos patogênicos, que pode ser melhorada pela promoção da produção de mucina ou pela redução da permeabilidade do intestino. Dessa forma, impede-se a penetração de agentes patogênicos e substâncias tóxicas, e os probióticos podem realizar essas ações. Outra linha de defesa contra a infecção realizada pelo probiótico é a produção de uma variedade de compostos antimicrobianos capazes de inibir o crescimento de diversos agentes patogênicos de origem alimentar. Em geral, as bactérias do ácido láctico produzem ácidos orgânicos, predominantemente lactato e acetato, que criam um ambiente acídico, inibidor de patógenos (SAULNIER et al, 2009). Prebióticos são carboidratos não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro por estimular seletivamente a proliferação e/ou a atividade de uma bactéria ou de populações de bactérias desejáveis no cólon. Além disso, o prebiótico pode inibir a multiplicação de patógenos, principalmente no intestino grosso, garantindo benefícios adicionais à saúde do hospedeiro (SAAD, 2006). Esses compostos podem estimular diretamente a imunidade, proteger contra patógenos e facilitar o metabolismo de acolhimento e absorção de minerais No trato gastrointestinal, os prebióticos estimulam seletivamente bactérias benéficas como as bifidobactérias e os lactobacilos. Além disso, desempenham um papel importante na modulação do sistema imunitário de defesa do hospedeiro (SAULNIER et al, 2009). É importante destacar que, apesar de todos os prováveis efeitos benéficos dos probióticos e prebióticos, a maioria dos estudos é experimental ou in vitro, sendo necessária a relização de mais pesquisas para melhor definição de tipo e quantidade a utilizar na prática (COSTA; ROSA, 2010). Alimentos Funcionais na Prática Clínica 16 ATUALIDADES CIENTÍFICAS Tem ocorrido um esforço conjunto entre os cientistas para explorar e utilizar diferentes fontes para desenvolver alimentos funcionais e atender à demanda cada vez maior por parte dos consumidores, que buscam o papel deles na promoção da saúde (MENDIS; KIM, 2011). Sendo assim, algumas atualidades sobre esse assunto estão destacadas abaixo. Perspectiva da utilização do ecossistema marinho no desenvolvimento de alimentos funcionais Considerando a diversidade de produtos bioquímicos em algas marinhas, uma tendência crescente em todo mundo é a utilização delas no desenvolvimento de alimentos funcionais. Proteínas, peptídeos, aminoácidos, polissacarídeos, fenóis, lipideos, vitaminas e minerais, bem como suas propriedades funcionais, demonstram o provável sucesso de potenciais produtos alimentares funcionais à base de algas (MENDIS; KIM, 2011). Da mesma forma, tem sido explorado o uso de pepinos do mar (invertebrados marinhos) no desenvolvimento de alimentos funcionais. Eles possuem um impressionante perfil de nutrientes, como vitamina A, vitaminas do complexo B e minerais, especialmente cálcio, magnésio, ferro e zinco, além de uma grande variedade de compostos bioativos, como saponinas, polissacarídeos sulfatados, esteróis, compostos fenólicos, peptídeos, glicoproteínas e ácidos graxos essenciais. Possuem efeito anticancerígeno, anticoagulante, anti-hipertensivo, anti-inflamatório, antioxidante, antimicrobiano eantitrombótico e auxiliam na cicatrização de feridas (BORDBAR; ANWAR; SAARI, 2011). efeito anticancerígeno, anticoagulante, anti- hipertensivo, anti-inflamatório, antioxidante, antimicrobiano, anti-trombótico e auxiliam na cicatrização de feridas Fonte: http://endocrinosaude.com/2011/02/alimentos-funcionais Alimentos Funcionais na Prática Clínica 17 Adição de prebióticos e probióticos em alimentos funcionais específicos para crianças e idosos Estudos têm demonstrado o impacto potencialmente vasto de prebióticos sobre a composição da flora intestinal, por meio da estimulação de produção de comensais intestinais benéficos que não sejam bactérias de ácido láctico. Esses resultados abrem outras áreas interessantes da pesquisa para a descoberta de novas cepas e combinações com probióticos (SAULNIER et al, 2009). Ainda são necessários estudos clínicos com humanos para investigar dose adequada, duração e efeitos específicos de cada cepa probiótica e/ ou prebiótica quando incorporada em matrizes de alimentos para diferentes populações, tais como crianças e idosos que têm composição microbiana do intestino e estado imunológico diferenciados. Dessa forma, uma atenção especial vem sendo dada à adição de prebióticos e probióticos em alimentos funcionais para esses ciclos da vida (SAULNIER et al, 2009). Isso porque, no caso de pessoas idosas, há um elevado número de bactérias prejudiciais em detrimento dos grupos mais benéfico, além de terem um risco mais elevado de câncer de cólon. Por outro lado, estudos preliminares mostram que probióticos no início da vida podem reduzir a ocorrência de dermatite atópica. E a adição de prebióticos em fórmulas para lactentes associa-se com mudança do perfil da microbiota intestinal em relação aos lactentes que recebem fórmula láctea sem prebióticos, com proteção contra infecções e diminuiçãoda incidência de alergias (MORAIS; JACOB, 2006; SAULNIER et al, 2009). Por fim, elucidando os mecanismos dos prebióticos e probióticos, os cientistas podem criar e aprimorar alimentos funcionais adaptados para melhorar a saúde do hospedeiro (SAULNIER et al, 2009). CONCLUSÃO O conhecimento recente de que, além de atender às necessidades nutricionais, os hábitos alimentares podem modular vários funções no corpo e desempenhar papéis benéficos em algumas doenças demonstra o interesse cada vez maior nos alimentos funcionais. E muitos são os alimentos que apresentam tal propriedade, por possuírem uma grande variedade de compostos bioativos (ROBERFROID, 2000; COSTA; ROSA, 2010). Dessa forma, já está esclarecido que esses alimentos devem ser consumidos em maior proporção quando comparados a outros. Entretanto, mais estudos são necessários para melhor elucidação da quantidade necessária e do modo de ingestão desses compostos para auxiliar a recomendação de um alimento para determinado fim (COSTA & ROSA, 2010). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABE, Lucile Tiemi et al. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante de cultivares de uvas Vitis labrusca L. e Vitis vinifera L. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 2, p. 394-400, 2007. AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION (ADA). Position of the American Dietetic Association: functional foods. Journal of the American Dietetic Association, n. 104, p. 814-26, 2004. ALI, M.; THOMSON, M.; AFZAL, M. Garlic and onions: their effect on eicosanoid metabolism and its clinical relevance. Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids, v. 62, n. 2, p. 55-73, 2000. 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