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UNINASSAU
PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO POPULAR
TAIS ROBERTA DOS SANTOS
PROFª: ANDREA LÊDO
TUTOR: AILTON DIAS
Olá, estudante! Chegou o momento de iniciar a nossa última atividade e acredito que ao longo da nossa jornada de estudo você adquiriu importantes conceitos para sua formação acadêmica. 
Vamos iniciar a nossa atividade contextualizada! Conto com sua total atenção na elaboração do seu relatório. Antes peço que faça a leitura do estudo de caso abaixo: 
ESTUDO DE CASO
ESCOLA INDÍGENA RESGATA TRADIÇÃO EM AULAS INCLUSIVAS DE GEOGRAFIA
Meu nome é Luiz Weymilawa Surui, pertenço ao clã G̃apg̃ir, do povo indígena Paiter Surui. Nasci e cresci na aldeia G̃apg̃ir, situada a 60 quilômetros do município de Cacoal (RO). Sou professor das disciplinas de história, geografia e filosofia na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio José do Carmo Santana. No atual contexto, no qual sofremos pressão de madeireiros e garimpeiros que desejam explorar de maneira ilegal as riquezas naturais de nossa terra, o mundo Paiter está em ameaça. Por isso, decidi realizar o projeto Lap G̃up (Nossa casa, nosso lar) para fortalecer a identidade indígena dos estudantes, não como sujeitos à parte da história nacional e mundial, mas como povos que fazem parte dos processos históricos. O motivo principal que me levou a realizar esse trabalho foi superar preconceitos e buscar novas alternativas de sobrevivência e preservação do etnoconhecimento do meu povo Paiter. 
As atividades foram realizadas com 32 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Dois garotos – Oykoeter Mateus Surui e Oykaanoh Talisson Surui –, ambos do 8° ano, têm deficiência auditiva. Sempre pensei muito na questão da inclusão de Mateus e Talisson em minhas aulas. Já havia observado que eles não conseguiam acompanhar a turma e como não tínhamos um profissional especializado para esses casos, nunca soube como tratar a situação, embora conseguisse me comunicar com eles por meio de alguns sinais. Na aldeia, não temos ainda um alfabeto manual oficial. Cada família cria uma linguagem com seus filhos. Passei, então, a observá-los no dia a dia. Percebi que os dois eram muito sociáveis, estavam sempre dando risada e contando histórias por meio de gestos para seus colegas. Contei com esse entrosamento entre as crianças, que já estavam habituadas a muitos dos sinais usados pelos meninos, para melhorar nossa comunicação. 
	
A disciplina de geografia foi trabalhada na escola indígena da mesma forma que eram trabalhadas nas instituições dos não indígenas por muitos anos. Penso que isso se deu porque os professores não eram indígenas e não havia material pedagógico especifico sobre nossa cultura. Considerando a necessidade de buscar valorizar a cultura Paiter Surui, que sofreu grandes perdas a partir do contato com a sociedade não indígena, esse projeto procurou retomar a tradição da construção da casa tradicional. 
Como povo indígena nosso etnoconhecimento não está fragmentado e todos os conhecimentos estão interligados. Embora a geografia seja a disciplina principal do projeto, também trabalhei como tema transversal a pluralidade cultural, tratando de temas como identidade, língua materna e as culturas material e imaterial Paiter. “Nossa casa, nosso lar” foi executado durante três meses, em várias etapas, entre elas: 
• Estudo de conceitos; 
• Análise de mapas da aldeia; 
• Reconhecimento de vínculos ancestrais; 
• Palestra com os sabedores sobre arquitetura Paiter e os tipos de moradia; 
• Aulas práticas na floresta para pesquisa de materiais; 
• Construção de uma maquete da Lap G̃up; 
• Produção de textos e desenhos; 
• Apresentação final dos trabalhos com participação dos mais velhos da aldeia. 
Durante o desenvolvimento do projeto, observei bastante as singularidades dos dois estudantes surdos. Buscava por seus pontos fortes, a partir dos quais eu poderia estimula-los e, assim, incluí-los nas atividades propostas. Nas tarefas realizadas em sala de aula, eles sofriam bastante para acompanhar o resto da turma. Mateus desenhou, mas não escreveu. Já Talisson disse que não conseguia desenhar. Fui, então, investindo nas outras etapas, aquelas nas quais eles participavam executando as tarefas em tempo hábil. Notei que eram muito habilidosos nas aulas fora da sala, como nas idas à floresta para coleta de materiais. 
Devido à ausência dos trabalhos escritos e à dificuldade de se comunicar, estava convencido de que os dois alunos não conseguiriam realizar a apresentação final. Resolvi fazer uma última tentativa, porque, apesar das barreiras, eles participaram assiduamente do projeto. Chamei os dois garotos para um ensaio antes da etapa final e para minha surpresa eles disseram que gostariam de se apresentar. Talisson confessou que havia feito o desenho solicitado em casa, mas não o entregou por medo de mostra-lo em frente à turma. Isso me sensibilizou bastante. Usei, então, outra metodologia com eles: construímos os textos juntos e, durante a apresentação, os colegas os auxiliaram lendo as informações enquanto os desenhos eram projetados. Em um primeiro momento, pensei que avaliaria Talisson e Mateus de forma diferente. Contudo, eles acabaram cumprindo os mesmos objetivos que os outros estudantes e todos foram avaliados por igual. Tenho que ressaltar que a ajuda das crianças foi fundamental; despidas de preconceitos, elas se integram totalmente com os alunos com deficiência. 
Tenho muitas dificuldades como professor de escola indígena. No geral, não temos diretor, zelador, merendeira, secretaria, telefone etc. O docente acaba fazendo um pouco de cada função. O que mais lamento é a falta de recursos, como materiais específicos e a internet, que poderia ser uma grande ferramenta de pesquisa. 
Apesar das dificuldades, gostei muito dessa experiência. Ela me ajudou a ser mais flexível e a buscar novas alternativas para esses alunos. Não me refiro somente a Mateus e Talisson, mas a todos, da educação infantil ao ensino médio. É preciso buscar novas metodologias, pesquisar, experimentar, mas, acima de tudo, contar com muita sensibilidade. 
Projeto vencedor do Prêmio Educador Nota 10 de 2016- Texto Adaptado do site – www.diversa.org.br 
Fonte: https://www.diversa.org.br/relatos-de-experiencia/escola-indigena-resgata-tradicao-em-aulas-inclusivas-de-geografia/
1. Após a leitura deste relato, redija uma dissertação com até 30 linhas contendo suas considerações a respeito do texto lido. Observe as seguintes diretrizes de análise do estudo de caso: 
De que forma surge o saber indígena neste projeto aplicado pelo professor e como isso é reaproveitado? 
Foi superando preconceitos e buscando novas alternativas de sobrevivência e preservação do etnoconhecimento do povo Paiter. 
buscando novas metodologias, pesquisando, experimentando, mas, acima de tudo, tendo muita sensibilidade.
Os alunos indígenas são sujeitos do seu próprio saber? Se estiverem apropriados dos saberes poderão ser sujeitos de sua própria transformação social? 
Entrosamento entre as crianças, que já estavam habituadas a muitos dos sinais usados pelos meninos, para melhorar nossa comunicação
Na sua visão qual foi a perspectiva teórico conceitual que o professor teve ao criar este projeto de geografia? Você considera que ele soube aproveitar o histórico da etnia em suas aulas? Por que? 
Embora a geografia seja a disciplina principal do projeto, também trabalhei como tema transversal a pluralidade cultural, tratando de temas como identidade, língua materna e as culturas material e imaterial Paiter. “Nossa casa, nosso lar” foi executado durante três meses, em várias etapas, entre elas: 
• Estudo de conceitos; 
• Análise de mapas da aldeia; 
• Reconhecimento de vínculos ancestrais; 
• Palestra com os sabedores sobre arquitetura Paiter e os tipos de moradia; 
• Aulas práticas na floresta para pesquisa de materiais; 
• Construção de uma maquete da Lap G̃up; 
• Produção de textos e desenhos; 
• Apresentaçãofinal dos trabalhos com participação dos mais velhos da aldeia. 
Descreva suas impressões gerais sobre este relato de caso.
A relação que a professora criou determinou uma interferência positiva no processo de ensino-aprendizagem. A capacidade dela de sentir, reagir, planejar e decidir a torna capaz de alterar o curso dos acontecimentos. 
Os melhores professores são aqueles que avaliam, analisam e sistematizam o comportamento e a comunicação entre seus alunos, estabelecem interação, demonstram afetividade e apresentam soluções.
“Uma das belas compensações da vida é que nenhum ser humano pode sinceramente tentar ajudar o outro sem ajudar a si mesmo” (EMERSON apud CHAPMAN, 2009, p. 14). 
Se o professor sinceramente colocasse, como ponto de partida de seu trabalho, o caráter de explicar, tendo preocupação em identificar fatores que causam ou colaboram com entraves na aprendizagem, ele não somente ajudaria os alunos, como seu dia a dia seria muito mais saudável. 
Essa professora conseguiu demonstrar amor pelos educandos usando mais palavras de afirmação e observando as capacidades de cada um, muitos professores só criticam e observam os pontos negativos de seus alunos; no entanto, todo ser humano tem qualidades a serem exploradas.
Ela otimizou o seu tempo, não ficou apenas preocupada com metas, planejamentos, relatórios e notas, muitos professores restringem o tempo somente para ministrar suas aulas, ela deu abertura aos alunos para tirarem dúvidas ou fazerem indagações que permitiram alargar seus conhecimentos.
Ela foi presente, adaptou sua aula a partir da realidade da comunidade, regatando valores e cultura através das músicas do povo Paiter, passeios extraclasse e até mesmo ministrando a aula em outro ambiente, como nas idas à floresta para coleta de materiais, um presente que foi dado aos seu alunos.
O professor deve oferecer ajuda sempre que perceber algo diferente em seu aluno; muitas vezes, uma palavra de conforto faz toda a diferença, cumprimentar dando as mãos ou um abraço respeitosamente faz o aluno sentir-se amado e mais atento ao que o professor irá falar. 	
Todos admiram um professor que demonstra amor pela profissão e pelos alunos. O amor verdadeiro é algo que parte internamente, mas só se realiza através de atitudes e ações. 
A análise e influência do professor quanto à afetividade e aos aspectos psicológicos, culturais e sociais no processo de aprendizagem do aluno por vezes acontecem em meio às dificuldades, pois é a oportunidade de o professor experimentar e compartilhar o amor para com seu aluno. 
A principal barreira entre professor e aluno é a falta de atitude por parte dele mesmo.
A solução para problemas em sala de aula é começar pelos pequenos gestos de gentileza, de empatia e ter atitude de transformação! 
 O bom professor é aquele que consegue enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento e levar seu pensamento até a realidade do aluno. Essa professora conseguiu fazer isso com maestria!!!
Referências
CHAPMAN, Gary. O amor como estilo de vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.
FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991.
FLEURI, R. M. Educar para quê? Contra o autoritarismo da relação pedagógica na Escola. São Paulo: Cortez, 1997.
FREITAS, L. B. L. A produção da ignorância na escola: uma análise crítica do ensino da língua escrita na sala de aula. São Paulo: Cortez, 1998.

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