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O PAPEL DO ENFERMEIRO NO GERENCIAMENTO DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Maria Aparecida Ribeiro Nunes
RESUMO
O gerenciamento na Central de Material e Esterilização requer do enfermeiro conhecimento e prática na atualidade para realização do seu trabalho. O objetivo deste trabalho é discutir o papel gerencial de enfermagem, descrever as funções do enfermeiro na CME, abordando as teorias administrativas e suas influências no campo da enfermagem. O método utilizado foi de pesquisa de revisão integrativa da literatura, realizada em artigos científicos online, de janeiro a junho de 2019, totalizando 14 artigos. O resultado evidenciou que o gerenciamento de enfermagem não está voltado somente para a área burocrática, sendo evidente que a assistência e a administração de enfermagem são complementares. O gerenciamento na Central de material e Esterilização envolve o conhecimento em tecnologia, em gestão de pessoal, os processos de esterilização e ações voltadas para o desenvolvimento organizacional. É notado o enfermeiro convergir para atividades administrativas, educativas e necessariamente de pesquisas quando ocupa o cargo de gerência, evidenciando que mesmo em cuidados indiretos ao paciente são priorizadas atitudes em favor da promoção e recuperação da saúde dos clientes do Estabelecimento de Assistência a Saúde. 
Palavras-chave: Gerenciamento. Enfermagem. Central de material e Esterilização.
ABSTRACT
Management in the Material and Sterilization Center requires the nurse to have current knowledge and practice in order to carry out her work. The main purpose of this project is to discuss the nursing managerial role, aiming to describe the nursing functions at CME, addressing the administrative theories and its influences on the nursing area. The applied method was some searching on integrative literature review, performed at scientific article online, from January until June of 2019, adding up to 14 articles. The outcome pointed out that the nursing management is not only related to the bureaucratic area, but also the assistance and nursing administration are complementary. The Management in the Material center and Sterilization involves knowledge in technology, in human resources management, the Sterilization processes and actions aimed at organizational development. It is important to emphasize that the nurse focus on administrative activities, educational and necessarily on searching when it holds the position of management, proving that even in indirect patient care the patient are given priority in order to promote and recover the patient's health of the Establishment of Human Health Care.	
Keywords: Management. Nursing. Material center and Sterilization
1.INTRODUÇÃO
O trabalho inserido na CME tem a finalidade de colaborar com os outros setores do Estabelecimento de Assistência a Saúde (EAS), focado em oferecer serviços com qualidade e sem danos físicos ou psicológicos a quem possa vir utilizá-los, é o local indispensável dentro de uma instituição hospitalar, com tecnologia e avanços em novos conhecimentos cirúrgicos, para aperfeiçoamento do resultado desta unidade (PEZZIL; LEITE, 2010). 
As atividades realizadas pela equipe de enfermagem sob o gerenciamento do enfermeiro tem o objetivo de beneficiar aos colaboradores e ao paciente, com a limpeza, desinfecção e esterilização dos instrumentos e artigos cirúrgicos, não os colocando em risco e causando contaminação através da transmissão de microorganismos (OURIQUES, MACHADO; 2013).
Segundo Padovese et al (2013), as tarefas são executadas por funcionários, treinados e capacitados, em diversos processos para garantir continuamente a segurança do paciente, destacando a importância das habilidades e conhecimentos técnicos e científicos, a fim de, lidar com artigos críticos e semicríticos, pois as atividades são complexas e requerem critérios já estabelecidos. 
As atribuições da enfermagem geralmente se resumem ao cuidado com o ser humano através das ações diretas, pois prioriza esse ato em sua formação acadêmica, contudo, o trabalho de gerenciamento da enfermeira no CME consta de saber acerca do comportamento humano, desenvolver conhecimentos técnico-científico, administrativos, assistenciais, lidar com conflitos, desenvolver o trabalho de forma restrita e indireta, por vezes invisível pelos demais setores (GIL; CAMELO; LAUS, 2013). 
O enfermeiro precisa direcionar o conhecimento que obteve a respeito de esterilização para os processos adequados, apresentando qualidade e confiança nos materiais que passam pelo processo de esterilização, além de valorizar os recursos humanos através do desenvolvimento nas potencialidades da equipe (LUCON et al, 2017).
Buscar conhecimentos tecnológicos e científicos para ajustar a atuação da CME com as outras unidades de trabalho da instituição deve ser visto como um dos principais objetivos do enfermeiro na ação de gerenciamento,
Mas o que mostra a literatura a respeito do gerenciamento da enfermeira na Central de material e Esterilização? 
Sendo relevante o trabalho da enfermeira na CME o objetivo deste trabalho é:
- Avaliar as evidências disponíveis da literatura sobre o papel do enfermeiro no gerenciamento da Central de material e Esterilização, com a finalidade específica de descrever as funções da enfermeira na CME, discutir as teorias administrativas e suas influências no campo da saúde. O enfermeiro na gestão da CME tem como objeto de trabalho buscar conhecimentos tecnológicos e científicos e ajustar a atuação da CME com as outras unidades de trabalho da instituição hospitalar. 
2.REFERENCIAL TEÓRICO
A história da CME é associada aos fatores predisponentes à falta de limpeza adequada dos materiais ou, se limpos, eram armazenados de maneira inapropriada, de forma a possibilitar o aparecimento de infecções pós-cirúrgicas. De acordo com os autores supracitados, o CME veio para participar do desenvolvimento em procedimentos cirúrgicos, monitorar e reger o controle de infecções e manter melhoria nas condições de desinfecção e esterilização (COSTA AGUIAR; SOARES; COSTA SILVA, 2009).
Na década de 1940, as CMEs não eram centralizadas, os materiais eram preparados nas unidades de internação e então encaminhados ao CME para serem esterilizados e devolvidos ao setor de origem, sendo responsáveis pela limpeza, preparo e armazenamento dos artigos a equipe de enfermagem (SOUZA, 2010). Conforme as novas técnicas cirúrgicas surgiam e a inovação de novos artigos médicos, a partir de 1970, foi preciso rever a construção de um local específico para limpeza, preparo e armazenamento dos materiais cirúrgicos, tornando assim uma unidade única para esterilização (SOUZA, 2010). 
A CME é um campo de atuação não exclusivo em apenas abranger cuidados direcionados ao paciente, mas que interage com os profissionais de saúde, a diretoria geral hospitalar e todos que atuam em diversas atividades dentro das unidades da assistência de saúde (COSTA AGUIAR; SOARES; COSTA SILVA, 2009), sendo uma área específica na utilização de conhecimentos científicos, no emprego de novas tecnologias, relevante no trabalho de esterilização e armazenamento de materiais e interligado com as outras unidades consumidoras (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
Por causa da demanda de cirurgias e pessoas doentes, os EAS investiram em unidades de internação, com clínicas de diagnósticos e terapia, leitos em maior quantidade, C.C (centros cirúrgicos), com áreas próprias para lavagem das mãos para assistência cirúrgica, salas adequadamente centralizadas, vestiários separados conforme o gênero de pessoas e, prioritariamente, o CME localizado em acesso próximo para suprir a demanda do C.C.(FUSCO; SPIRI, 2014).
Conforme o pressuposto anterior, ao ganhar um espaço único, a CME torna-se o apoio técnico de todas as unidades de cuidados, com o objetivo de prover artigos cirúrgicos devidamente processados e esterilizados, para atendimento e cuidados diretos a indivíduos necessitados da assistência à saúde,com supervisão de um profissional de enfermagem graduado e responsável em responder a todas as atividades exercidas, gerenciando todos os processos deste setor (FUSCO; SPIRI, 2014).
A consolidação das CMEs teve como fator decisivo a atenção voltada da equipe de enfermagem para controle de infecções nas instituições hospitalares, por causar impacto na qualidade do atendimento do serviço e um aumento no custo da assistência e internações prolongadas (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
Atualmente, a CME é supervisionada por profissional de enfermagem de nível superior, responsável técnico, que lidera a equipe de enfermagem, a qual tem a tarefa de receber, realizar a limpeza, o preparo e esterilização de artigos médicos hospitalares para provimento das unidades hospitalares (HOYASHI; RODRIGUES; OLIVEIRA, 2015).
Na Enfermagem, administrar significa influenciar e motivar os indivíduos para o envolvimento em atividades específicas, sendo estas desenvolvidas com competência e responsabilidade, de maneira a garantir um ambiente saudável e obter resultados satisfatórios (FISCHER; WAIANDT; FONSECA, 2011).
Partindo dessa premissa, as teorias administrativas surgiram com grande influência em ambientes hospitalares, integralizando a assistência do cuidado com produtividade, otimização de tarefas e qualificação profissional, colocando em evidência a complexidade do serviço no campo da saúde. A Teoria da Administração Clássica de Henry Fayol (1841 -1925) fragmentou o trabalho em planejamento e execução, linhas de montagem, máquinas especializadas para maior eficiência da empresa, determinando que prever, organizar, comandar e controlar faz parte da administração, desmotivando os trabalhadores ao trazer desequilíbrios na carga horária associada ao gerenciamento rigoroso (PAIVA et al, 2010).
A Teoria Científica de Frederick W. Taylor (1856 – 1915) propagou-se na Era da Revolução Industrial e objetivou em métodos para alcance da produtividade máxima, em que operários seriam colocados sobre rígida gerência, separando os mais aptos para determinadas funções, padronização de tarefas, e meio incentivadores de salários e retribuições induzindo a ideia de que as pessoas são motivadas por interesses materiais, por isso o termo homo economicus da época (MORORÓ et al, 2017).
As instituições empresariais que buscam criatividade, qualidade e atendimento com excelência ressaltam que, pessoas são atores nas empresas e recursos importantes na construção de relacionamentos interpessoais, colaborando entre si em atividades rotineiras a caminho de objetivos comuns entre si e as organizações (TREVIZAN et al, 2011).
A Teoria Neoclássica apresenta Peter F. Drucker, considerado o pai da Administração Moderna, Ernest Dale, Harold Koontz, Michael Jucius, George Terry e Louis Allen como seus maiores fundadores, uma teoria considerada eclética, na exaltação aos objetivos, que cautelava a eficiência, para busca da eficácia através dos fins e resultados (AMARAL; NUNES, 2017).
Esta teoria centralizou sua dinâmica nos objetivos das instituições, interferindo nos ideais das Relações Humanas, ao evidenciar que o comportamento dessa teoria se baseava nas diversidades humanas e não nos aspectos econômicos, pois as empresas deveriam focar-se mais na ênfase dos resultados e metas alcançadas (PAIVA et al, 2010).
A Teoria das Relações Humanas veio confrontar as teorias de Fayol e taylorismo, ao expor a ideia de que o trabalhador não produz através de incentivos e trabalhos individuais, mas seu desempenho se mostra também em grupo, ao participar do planejamento organizacional, visando uma democratização em que todos são participantes, sendo a teoria que incentivou o trabalho em equipe nos EAS (MORORÓ et al, 2017).
A Teoria Estruturalista surgiu em 1947 juntamente com a Teoria Neoclássica, com a intenção de mostrar a interligação de aspectos que a Teoria das Relações Humanas e Teoria Clássica mantinham em comum, porém em oposição de ideias, como por exemplo, o conflito de grupos nas organizações, reconhecendo que este poderia ser um comportamento incentivador para o desenvolvimento das instituições (PAIVA et al, 2010). 
Conforme as Teorias da Administração tinham como foco as tarefas e os elementos organizacionais, a Teoria Comportamental manifestou-se no fim da década de 50, com destaque no comportamento humano dentro do ambiente organizacional, apoiando-se na Teoria da Motivação humana, ao enfatizar que, quando as necessidades humanas são respeitadas, levam às pessoas a motivação e a busca de objetivos alcançáveis compartilhando o trabalho em grupo (PAIVA et al, 2010).
O aparecimento de novas indústrias fez com que as organizações apresentassem uma eficiência mais adequada de trabalho, nascendo assim a Teoria Burocrática fundamentada em regulamentos, padrões de comportamento, centrado em hierarquia e controle do trabalho, e a Enfermagem acompanhou essa ideia com manutenção de procedimentos e rotinas, centralização nos objetivos organizacionais, a atuação da enfermeira na área de gerenciamento e desenvolvimento de condições adequadas no cuidado ao paciente, priorizando ações para promoção e recuperação da pessoa em cuidados de saúde (PAIVA et al, 2010).
Gerenciamento na enfermagem é o trabalho no campo da gerência e a função de assistência, realizada pelo enfermeiro nas diversas organizações de saúde, que avalia o planejamento adequado, ordena aos liderados as ações necessárias para antever um resultado satisfatório e potencializador da equipe de saúde (SANTOS et al, 2013).
Para atender as grandes demandas de mudanças tecnológicas e sociais, o panorama no mundo organizacional tem conduzido os profissionais a constantes buscas de aperfeiçoamento e neste mesmo contexto, as instituições de saúde têm caminhado lado a lado com estas mudanças alcançando a Enfermagem (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
O profissional de enfermagem na função de gerenciamento evolui para áreas diversas da instituição hospitalar, além da assistencial, convergindo para as atividades administrativas, educativas e necessariamente de pesquisas, em benfeitoria ao paciente e para o Estabelecimento de Assistência a Saúde e crescimento pessoal, por outro lado, muitos profissionais entendem que gerenciar é liderar uma equipe e não se envolver em cuidados diretos ao paciente, e que o trabalho realizado na CME em gerenciamento é para nível burocrático e jurídico, não respondendo as práticas técnico assistenciais de enfermagem (SANTOS et al, 2013).
Por isso, as instituições hospitalares têm procurado no mercado de trabalho profissional com perfil de liderança, com conhecimento científico e a exigência de pessoas com proatividade, curso de especialidade e por vezes apresentar alguma experiência nos cuidados assistenciais de saúde (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
Acima desta complexidade em entender os processos realizados em CME, o enfermeiro que toma a frente deste setor precisa estar firme em suas decisões de que, todos os procedimentos realizados passam por sua supervisão, e, portanto deve ser capacitada e qualificada para o atendimento requerido nesta função (PADOVEZE; FIGUEIREDO; PELAES, 2013).
As novas tecnologias têm contribuído para que as instituições de saúde percebam o aumento da competividade em novos serviços, e assim estudos são realizados na área de gerenciamento para que possam entender qual a forma correta na administração do serviço hospitalar e no cuidado assistencial ao cliente (FURUKAWA; CUNHA, 2011). 
Na CME, as ações voltadas para o gerenciamento evidenciam-se em artigos hospitalares e no comportamento dos colaboradores e suas dificuldades no processamento de materiais, entendendo que a assistência ao paciente é de forma indireta (PEZZI; LEITE, 2010), lembrando que as práticas realizadas nesta unidade requer embasamento teórico para que seja efetuada (PADOVEZE; FIGUEIREDO; PELAES, 2013).
Desde o início da história da saúde, o trabalho gerencial na direção da enfermagem, defende os princípios da Administração clássica, científica e burocrática com o objetivo de aprimoraro desenvolvimento dos trabalhadores e dar condições assistenciais aos clientes, porém, o gerenciamento em enfermagem não está voltado apenas para a área burocrática, sendo evidente que a assistência e a administração de enfermagem são complementares. A gerência é um dos processos do trabalho que envolve a centralização do poder, a liderança, a tomada de decisões e a gestão de pessoas (ALMEIDA et al, 2011). 
Continuando com Almeida (et al, 2011), envolvidos nestes processos estão os conhecimentos econômicos e sociais que a enfermeira deve utilizar fornecendo informações e indicativos para a instituição de saúde, assim, trabalhar os recursos materiais e financeiros na espera de um planejamento livre de riscos.
Portanto, os serviços fornecidos pela CME necessitam atender a demanda com respostas satisfatórias as instituições de saúde, com profissionais que exerçam a valorização do conhecimento científico, qualificando suas ações para atenderem as crescentes mudanças da atualidade, nos quais a enfermeira está inserida (COSTA AGUIAR; SOARES; COSTA SILVA, 2009).
O enfermeiro no gerenciamento é voltado a ações no desenvolvimento da organização, um ambiente adequado para a comodidade do paciente e que, a equipe de enfermagem venha trabalhar de forma satisfeita e produtiva, provendo uma assistência de saúde de forma agradável integral ao cliente (MORORÓ, et al, 2017). 
Apesar da complementaridade da assistência de enfermagem com gerenciamento, há a contrapartida de enfermeiros com boa desenvoltura em atendimento direto ao cliente, tendo fragilidades na atuação gerencial; como também acontece um trabalho gerencial de excelência e o atendimento direto ao paciente comprometido pela falta de uma comunicação adequada (LANZONI, 2015).
Atualmente, os estabelecimentos de assistência à saúde são complexos, vivem em constantes mudanças tecnológicas, com equipes multiprofissionais, e o enfermeiro fazendo parte desse contexto, cabe a ele a responsabilidade e desempenho de funções que não tem participação apenas nos cuidados assistenciais, mas inclui funções administrativas e gerenciamento, envolvendo dinamismo articulado para adaptação constante do seu trabalho (ALMEIDA et al, 2011).
Conforme Lucon et al (2017), o enfermeiro pós graduado, em sua maioria desconhece a tarefa realizada na CME ou possui um conhecimento fragmentado, não o favorecendo a vaga de emprego, porém, exerce o papel de gerente sem o devido treinamento para desenvolver essa contribuição neste setor de trabalho.
O enfermeiro atento às tarefas que são destinadas ao seu cargo estará comprometido no envolvimento de dar a sua equipe mais segurança e confiança, pois o adequado processamento dos artigos hospitalares vai garantir o desempenho e eficácia dos materiais para as demais unidades hospitalares (ASCARI et al, 2013).
Na função de gerenciamento o enfermeiro tem o dever de prover recursos de materiais para o setor, pois com a intervenção tecnológica, as complexidades cirúrgicas e assistenciais tem se manifestado mais presente e exigindo do profissional mais conhecimento e atualidade para a qualidade da assistencia mais responsável e positiva (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
O gerente de enfermagem é responsável pela administração em serviços de saúde escalando posições de proximidade com a diretoria hospitalar, e por vezes em tomar decisões que alcancem este patamar, assumindo competências de alto desempenho em colaboração com as finalidades organizacionais (OURIQUES; MACHADO, 2013).
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Esta metodologia remete a pesquisas anteriores de artigos online publicados nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Sendo assim, escolhidas literaturas que agregaram na questão proposta sobre o que mostra a literatura a respeito da atuação da enfermeira na Central de material e Esterilização?
O caminho desta revisão integrativa previu etapas como formulação do problema, coleta de dados, avaliação dos artigos pesquisados, apresentação dos resultados e conclusões. Os artigos coletados abordaram o papel gerencial do enfermeiro na Central de material e Esterilização, apresentando características das teorias administrativas. 
Foram selecionados 42 artigos, e como critério de exclusão foi estabelecido que, artigos científicos anteriores a 2008, desatualizados, materiais em língua estrangeira seriam desclassificados. Como critério de inclusão foi separado 13 artigos do ano de 2009 a 2019, na língua portuguesa, material compreensível e com rigor científico. 
Os resultados estão em ordem alfabética de acordo com as referências, e todas as autorias citadas. Identificação dos artigos por ano, objetivo, resultados e recomendações/conclusões. O período de elaboração deste estudo compreendeu os meses de janeiro a junho de 2019. Como descritores foram escolhida palavras chave como Gerenciamento, Enfermagem e Central de material e Esterilização.
RESULTADOS 
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	Instrumentos gerenciais utilizados na tomada de decisão do enfermeiro no contexto hospitalar
	
ALMEIDA et al, 2011
	Reconhecer os instrumentos gerenciais
utilizados na prática profissional de enfermeiros, como apoio para a tomada de decisão.
	Emergiu a categoria empírica Instrumentos gerenciais de apoio à tomada de decisão, que permitiu a apreensão de seis subcategorias: planejamento, Procedimentos Operacionais Padrão, administração do tempo liderança, autonomia, mediação de conflitos e negociação.
	Propõe-se que a instituição e o Serviço de Enfermagem disponibilizem aos enfermeiros atualização sobre os saberes gerenciais para o desenvolvimento de competências, com vistas a uma atuação mais efetiva e segura, assistência mais qualificada e maior satisfação profissional.
	O processo de esterilização de materiais em serviços de saúde. 
	ASCARI et al, 2013.
	Conhecer o processamento
de materiais odonto-médico-hospitalares e como o enfermeiro se insere nesse processo, através de pesquisa
Integrativa em banco de dados eletrônicos da Biblioteca
Virtual em Saúde.
	Diversos fatores influenciam o processo de esterilização
odonto-médico-hospitalares como o fluxo dos materiais, o tipo de limpeza, a escolha dos invólucros de
acordo com o método de esterilização.
	O adequado reprocessamento de materiais necessita de um olhar mais atento do enfermeiro visando maior segurança aos pacientes, profissionais e serviços de saúde, principalmente
acerca dos testes e registros do processo de esterilização
praticados.
	Biossegurança no Centro de materiais e esterilização: dúvidas dos profissionais. 
	BORGHETI; VIEGAS; CAREGNATO, 2016.
	Conhecer as dúvidas dos profissionais da
Saúde sobre biossegurança no Centro Material e Esterilização (CME) e refletir sobre as 
	Na análise emergiram quatro categorias temáticas das dúvidas mais frequentes denominadas: soluções; equipamentos e 
	A maioria dos profissionais que encaminharam dúvidas foram enfermeiros. As dúvidas mais frequentes sobre biossegurança relacionavam-se a soluções usadas, 
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	
	
	respostas emitidas.
	materiais; Legislação; e validação do processo. Evidenciou-seforte relação entre CME e Controle de Infecção Hospitalar (CHI), tantos nos questionamentos quanto nas respostas. 
	equipamentos e materiais. As respostas foram fundamentadas na legislação vigente e emitidas por profissionais com experiência.
	Perfil da equipe de Enfermagem e percepções do trabalho realizado em uma central de materiais
	BUGS et al, 2017.
	Traçar o perfil da equipe de enfermagem da Central de Materiais de Esterilização (CME) de um hospital-escola,
identificando os processos de educação continuada desenvolvidos na unidade e as percepções da equipe sobre o processo de trabalho realizado.
Método: estudo descritivo de natureza quantiqualitativa
	Foram entrevistados 16 profissionais de enfermagem (técnicos, auxiliares e enfermeiros) atuantes no setor. Receberam treinamento ao entrar na
CME (50%) e foram capacitados nos últimos dois anos (56%).
	Os resultados revelam a necessidade de apoio a esses profissionais, que reconhecem sua
prática como fundamental, porém requerem aprendizado, desenvolvido na forma de educação continuada, tendo em vista a melhoria da saúde do trabalhador. Ressalta-se a necessidade de mais pesquisas envolvendo os profissionais de enfermagem de CME.
	Análise dos indicadores de qualidade de Centros de material e Esterilização de hospitais públicos acreditados.
	FUSCO; SPIRI, 2014.
	Descrever e analisar os indicadores de qualidade de Centros de Material e Esterilização de hospitais
públicos acreditados do Estado de São Paulo e sua gestão pelos responsáveis do setor.
	Constatam a dificuldade dos
responsáveis em pontuar os indicadores específicos do setor e os referidos foram os de produção e pesquisa de satisfação do cliente
que não retratam a qualidade efetiva do serviço, são
	Baixa especificidade e baixa sensibilidade dos critérios da Organização Nacional de Acreditação.
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	
	
	
	fragmentados, sem consolidação de resultados na busca de melhorias.
	
	Atividades do enfermeiro do Centro de material e esterilização em instituições hospitalares.
	GIL; CAMELO; LAUS, 2013.
	Identificar as atividades dos enfermeiros de Centro de Material e Esterilização
de instituições hospitalares, segundo o perfil de atividades e frequência de realização.
	Evidenciam, em relação ao perfil dos respondentes, faixa etária entre 21 e 30 anos e com especialização na área de Centro de Material.
e Esterilização (33,4%).
	Evidencia-se a necessidade de incorporar novas questões
sobre o futuro do trabalho no Centro de Material e Esterilização, sugerindo o desenvolvimento de novas pesquisas na área.
	Prática operacional do enfermeiro no Centro de Material e Esterilização: revisão integrativa.
	GONÇALVES et al, 2015
	Analisar as evidências científicas relacionadas à prática operacional do enfermeiro em centro de material e esterilização.
	Selecionaram-se dois artigos para compor a amostra.
	Torna-se fundamental aprimorar os estudos para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a temática em questão e que produzam evidências significativas relativas à prática operacional do enfermeiro em centro de material e esterilização.
	Central de material e esterilização na formação do Enfermeiro: proposta de um Manual de Práticas.
	HOYASHI; RODRIGUES; OLIVEIRA, 2015.
	Identificar as concepções
prévias sobre a CME, descrever as dificuldades encontradas por acadêmicos de enfermagem em associar o ensino teórico com a prática, identificar instrumentos do ensino teórico-prático que possam auxiliar os sujeitos da
pesquisa e levantar temas relevantes para a elaboração de 
	Apontaram que embora eles tivessem algum conhecimento prévio sobre
a CME, identificaram certo grau de dificuldade na aprendizagem.
	Acredita-se que a utilização
de um manual prático da CME, poderá contribuir para o ensino e estimular debates entre alunos e professores
confrontando a teoria ao exercício da prática, o que poderá possibilitar uma análise crítica dos problemas atuais.
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	
	
	um manual de práticas para o ensino acadêmico.
	
	
	Formação do enfermeiro para atuar na Central de Esterilização
	LUCON et al, 2017
	Compreender a formação do enfermeiro para atuar na Central de Material Esterilizado (CME).
	Identificadas duas categorias
temáticas: a formação do enfermeiro pautada no modelo tecnicista e a perspectiva da formação generalista. Constatou-se que o mundo do trabalho e a
formação estão entrelaçados, sendo que a graduação contribui para o desenvolvimento de profissionais competentes e éticos, considerando as suas realidades
nos processos de formação.
	Independente da proposta curricular das instituições de ensino, os enfermeiros tiveram dificuldades para
o aprofundamento quanto ao tema proposto, mas colaboraram com sugestões de transformações das práticas de ensino e aprendizagem para atuação
dos enfermeiros na CME e que essa formação possa ser repensada mais adequadamente.
	Enfermagem no processo de esterilização de material.
	OURIQUES; MACHADO, 2013.
	Analisar o processo de trabalho dos profissionais
de enfermagem atuantes no CC e CME,
sobre esterilização de material cirúrgico.
	O enfermeiro deve alcançar a valorização
profissional, voltar seu olhar
para o cuidado, humanização e
fundamentar em pesquisas científicas e ações efetivas de educação permanente em saúde.
	Demonstrar o processo de
trabalho e as dificuldades, contribuir para
reflexão dos participantes e estimular a produção de conhecimento nessa área.
	Necessidades de aprendizagem de enfermeiros sobre processos de esterilização.
	PADOVEZE et al, 2013.
	Analisar o processo de trabalho de profissionais de enfermagem atuantes no Centro Cirúrgico e Centro de
	Mostram a descrição dos procedimentos envolvidos no processo de esterilização, as dificuldades no processo de trabalho e a
	Concluiu—se que os trabalhadores tem conhecimento incipiente das etapas do processo de esterilização, encontrando na educação permanente em 
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	
	
	material e Esterilização quanto a esterilização de material cirúrgico em hospital público de Porto Alegre – RS.
	educação permanente em saúde como meio possível de superar as dificuldades.
	saúde a possibilidade da redução de falhas no processo de trabalho, assim como da adoção de uma postura reflexiva acerca da importancia de seu trabalho.
	Necessidades de aprendizagem de enfermeiros sobre processos de esterilização.
	PADOVEZE et al, 2013.
	Analisar o processo de trabalho dos profissionais de enfermagem atuantes no Centro Cirúrgico
e Centro de Material e Esterilização quanto à esterilização de material cirúrgico em um hospital público de Porto Alegre-RS.
	Mostram a
descrição dos procedimentos envolvidos no processo de esterilização, as dificuldadesno processo de trabalho e a educação permanente em saúde como meio possível de superar as dificuldades.
	Concluiu-se que os trabalhadores têm conhecimento incipiente das etapas
do processo de esterilização, encontrando na educação permanente em saúde a possibilidade da redução de falhas no processo de
trabalho, assim como da adoção de uma postura reflexiva acerca da importância de seu trabalho.
	Investigação em Central de material e esterilização utilizando a Teoria Fundamentada em Dados
	PEZZIL; LEITE, 2010.
	Identificar o significado da prática gerencial em CME,
descrever seu processo, e construir um modelo teórico sobre gerenciamento de recursos humanos.
	Baseadas nos dados coletados e realidades de cada CME encontram cinco categorias, além do fenômeno central.
	Processo de atuação básica dos enfermeiros está atrelado à experiência na gerência de pessoal, conhecimento do
processo de trabalho e ciência de suas realidades.
	Conhecimento do enfermeiro sobre o processo de trabalho na Central de Material de Esterilização
	SANTO et al, 2019
	Analisar o conhecimento do enfermeiro sobre o processo de trabalho na central de material de esterilização. 
	A literatura relata que o enfermeiro possui déficits de conhecimento advindos de sua formação profissional relacionados a temas do processo de trabalho na Central de Material de Esterilização.
	As ações deste setor contribuem muito para a minimização de eventos adversos. Contudo, o setor só é lembrado quando algo de errado acontece, revelando a importância de conhecimento sobre o processo de trabalho na Central de Material de Esterilização.
Tabela 1 – Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa. 
 (Continua) 
	TITULO DO ARTIGO
	AUTORES/ ANO
	OBJETIVO
	RESULTADOS
	RECOMENDAÇOES
/CONCLUSÕES
	Análise das condições de trabalho na Central de materiais esterilizados do Hospital Municipal de Barra do Bugres
	SOUZA et al, 2010
	 Analisar as condições de trabalho na Central de Materiais Esterilizados do Hospital Municipal de Barra do Bugres.
	A análise demonstrou que todos os membros da equipe da CME sentem satisfação em desenvolver suas atividades laborais junto setor e 100% afirmaram que não foram submetidas a processos de treinamento ao ingressarem neste serviço.
	Percebeu-se negligência por parte dos trabalhadores e também dos gestores quanto à efetiva utilização dos equipamentos. Destaca-se a necessidade de melhoria nas condições físicas e implantação de programas e medidas visando melhorar a qualificação do pessoal e das condições de trabalho no setor, impactando positivamente a qualidade do serviço prestado pelo setor aos pacientes do hospital.
 
DISCUSSÃO
Dos 13 artigos pesquisados, seis deles descrevem o processo de gerenciamento, e como conclusão a importância das habilidades gerenciais da enfermeira na Central de material e Esterilização, com características das atividades no dimensionamento dos recursos humanos e a responsabilidade da enfermeira em conhecer os instrumentos da prática gerencial. 
No conteúdo gerencial também foi caracterizado a tomada de decisão e solução de problemas mediante conflitos internos sem teor teórico, mostrando a resolução de conflitos apenas pela observação comportamental da equipe de trabalho (ALMEIDA et al, 2011).
Na parte técnica, seis artigos apresentam os processos e a prática operacional, evidenciando o conhecimento científico e afirmam que, as habilidades técnicas da enfermeira na CME devem estar direcionadas ao trabalho na assistência prática por meio do preparo de instrumentais cirúrgicos, legitimando seu gerenciamento através da coordenação da equipe de enfermagem (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
Três artigos mostraram a importância da educação continuada para alcançar resultados aceitáveis através das ações educativas e, manter o padrão educacional fluente com a diminuição de erros nos processos de trabalho (PADOVEZE et al, 2013).
No processo de gerenciamento, a enfermeira da CME teve a atribuição e responsabilidade da averiguação de materiais médicos hospitalares e a programação dos procedimentos cirúrgicos, identificando conformidades ou não, determinando ações de planejamento e supervisão alinhadas às etapas de processamento de produtos (SANTO et al, 2019).
O fato da invisibilidade da enfermeira de CME demonstrou que muitos vêm o cuidado indireto irrelevante no atendimento ao paciente, apresentando a ideia de um trabalho insignificante, sem reconhecimento dos demais colaboradores da instituição; porém, é um profissional com conhecimento estruturado em um setor que requer muita dedicação (GIL; CAMELO; LAUS, 2013).
A CME se interliga com todas as unidades existentes da instituição hospitalar procurando atender a toda demanda, entretanto determinadas circunstâncias sucedem sendo necessário meios rápidos e de improvisação; por isso, é importante atentar-se, pois são situações que não podem se tornar rotineiras, interferindo nos serviços do setor (OURIQUES; MACHADO, 2013).
De acordo com Hoyaschi e Rodrigues (2015), a enfermeira precisa se adaptar a instituição de saúde e adotar medidas dinâmicas e não permitir rotinas que quebrem os processamentos, prejudicando o cuidado na assistência, por isso o gerenciamento deve estar voltado a protocolos e normas que devem ser seguidas. 
O CME deve estar adequado às normas e procedimentos estabelecidos, pois seu trabalho é influenciador na prevenção e controle das infecções, por isso a enfermeira tem o papel de supervisionar e armazenar os materiais esterilizados, prover e antecipar os artigos necessários, antecipando situações adversas que venham prejudicar o andamento das ações pré-estabelecidas (OURIQUES; MACHADO, 2013).
O conhecimento em equipamentos, artigos cirúrgicos e procedimentos são de vital importância para a enfermeira atuante na unidade da CME, pois caracteriza como uma das áreas do saber com a finalidade de assegurar ao paciente materiais qualificáveis para seu uso (LUCON et al, 2017).
O processo de esterilização desconhecido pela enfermeira evidencia a carência de conhecimentos relacionados à unidade de CME, portanto, por ser um setor peculiar engajado em serviços diferenciados dos outros na instituição hospitalar, é importante a atualização da gerente mediante cursos de capacitação para que, avalie a equipe que se encontra sobre seu gerenciamento e os habilite para a função que foi proposta (SANTO, 2019). 
Por ser uma unidade primordial na instituição de saúde, fundamental no preparo, esterilização e disposição dos materiais cirúrgicos, torna-se necessário uma equipe alinhada com os objetivos da CME, por isso, é de suma importância pessoas com treinamento para atendimento das necessidades de outras unidades dentro do contexto hospitalar (BUGS et al, 2017).
A inovação de materiais para procedimentos cirúrgicos fez com que o mercado de trabalho exigisse profissionais capacitados e interessados na área de esterilização, inclusive exercendo a função em gerenciamento de pessoal, planejamento de ações para melhoria dos processos, coordenação e avaliar os procedimentos realizados e a assistência de enfermagem (GONÇALVES et al, 2015).
No complemento de conhecimento á graduação, é concedida à enfermeira da unidade de material e esterilização realizar cursos atualizados de infecção hospitalar e emprego das novas tecnologias, para suprir suas privações individuais de aprendizagem e adaptação no mercado de trabalho (PADOVEZE et al, 2013).
Os serviços de saúde reconhecem as teorias da Escola de Administração científica e Administração clássica como os pilares da história no gerenciamento em enfermagem, onde os princípios marcantes deste conjunto de conhecimento são alcance de produtividade máxima, gerência rigorosa, meios de incentivoatravés de salários ou recompensas, divisão dos trabalhos em planejamento e execução contínua, o qual trouxe insatisfação dos trabalhadores da época, e atualmente em muitas instituições de saúde tem sido atitudes conflitantes entre mão de obra e gerentes (ALMEIDA et al, 2011).
Mediante esse fato, quando os recursos humanos são poucos, o trabalho realizado nos setores de uma instituição hospitalar fica prejudicado, portanto, na CME não é diferente, pois a baixa quantidade de funcionários transparece na qualidade da resposta do serviço prestado, afetando de igual modo os demais setores do estabelecimento de saúde (BUGS et al, 2017).
Por causa disso, a falta de um planejamento alinhado com ações para aperfeiçoamento contínuo das atividades constitui impedimento para os processos adequados do trabalho, trazendo insatisfação das funções que antes foram programadas, retirando o foco das estratégias de maior importância (FUSCO; SPIRI, 2014). 
Muitos colaboradores não querem exercer o trabalho da assistência na unidade da CME, por julgarem um local menos visível dos demais setores, associando o processo de trabalho fora de sua capacidade técnica, porém a enfermeira trabalha sistematicamente, ajustando as situações desfavoráveis, e por conhecerem as condições de trabalho e comportamento humana, se encarrega da melhoria no cuidado indireto, visualizando a qualidade da manutenção dos serviços apresentados (PEZZIL; LEITE, 2009)
A habilidade conceitual é a terceira relacionada ao gerenciamento de enfermagem no CME, que envolve ações para a consolidação dos processos do setor exigindo conhecimentos específicos e científicos para serem estabelecidas, buscando a valorização na qualidade do serviço e uma das maneiras para qualificar e treinar a equipe da enfermagem é proporcionar a valorização dos recursos humanos, a fim de oferecer um trabalho de assistência digna ao cliente mesmo que seja de maneira indireta (BUGS et al, 2017).
A enfermeira responsável tem a capacidade de persuadir por meio da educação continuada, o desenvolvimento da equipe de enfermagem, tornando os colaboradores mais participativos mediante situações inesperadas, mas também como atenuante ela tem obrigações, por vezes, insignificantes aos olhos dos colaboradores, fazendo-a trabalhar de maneira estratégica, propondo aos gerenciados o abandono de comportamentos indesejáveis que prejudicam a rotina do setor. (SANTO 2019).
Muitas causas podem dificultar a continuação do trabalho, sendo a falta de comunicação um agravante nos processos, e a educação continuada permite que em reuniões os problemas sejam expostos, permitindo verbalizar sentimentos que interferem no andamento das tarefas e dessa forma no coletivo, torna-se evidente a necessidade de atitudes de mudança (OURIQUES; MACHADO, 2013). 
O gerenciamento tem várias faces como, por exemplo, exigência de maior capacidade em tomada de decisões e soluções de problemas, busca de conhecimento humano e científico, adaptação ao mercado de trabalho, e todas essas ações qualifica o trabalho da enfermeira atuante na gerência, subsidiando melhores processos de esterilização (PADOVEZE et al, 2013).
CONCLUSÕES
Através desta revisão integrativa da literatura, foi possível observar a importância do gerenciamento dentro da Central de material e esterilização no âmbito hospitalar, pois as atividades realizadas nesta unidade contribuem para diminuir a incidência de eventos adversos ligados intervenções cirúrgicas ou procedimentos não invasivos. Infelizmente, muitas vezes este setor é lembrado quando algo de inesperado e prejudicial acontece, envolvendo então a participação da enfermeira em responder pelo problema apresentado. A enfermeira é de suma importância fundamental nesta unidade, porém é preciso que a mesma tenha conhecimento abrangente para esta área, pois será dela e para ela a cobrança do trabalho realizado na obtenção de resultados satisfatórios para o estabelecimento de assistência a saúde. 
Contudo, a enfermeira no gerenciamento da CME deve apresentar um trabalho criativo, ter habilidades além da assistência direta ao paciente, querer conhecer o perfil de sua equipe, e saber lidar com gerenciamento de conflito, situações inesperadas, e acompanhar as mudanças tecnológicas para estar atuante no mercado de trabalho. Na unidade de Centro de Material e esterilização ela deve se preparar para várias funções, desde o gerenciamento até o conhecimento administrativo, na técnica e conceitual de suas atividades, como obter insumos para o setor e preparar a equipe para diversas situações. 
Os resultados dos processos realizados na CME podem ser satisfatórios ou frustrantes, vai depender da gerência, pois é necessário entender que é um desafio para quem esta a frente do gerenciamento, onde toda a instituição de saúde depende do trabalho para não ocorrer danos a saúde de um paciente ou mesmo de um colaborador. 
Dentro do contexto da CME, o trabalho da enfermeira precisa ser de um olhar visionário, enxergar além do que está sendo feito é extremamente importante, é preciso ver os resultados que salvam vidas; e o processo de esterilização, desde a limpeza até o uso dos materiais médico-hospitalares precisam estar sobre o olhar atento de uma pessoa preparada para saber os riscos que acontecem 
O papel fundamental é conhecer os instrumentos gerenciais, as técnicas de cada processo realizado, saber lidar com gerenciamento humano e seus conflitos. Esta investigação de pesquisa integrativa evidenciou a necessidade de conhecimento das atividades na CME, e a avaliar os diferentes processos com o objetivo de aprimoramento da prática gerencial.
REFERÊNCIAS
 
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