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Modulo III - ECT - SEMINÁRIO III

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
Seminário III
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA
Questões
Defina o conceito “decadência” no âmbito do direito tributário.
Decadência é a perda do direito do Fisco ou do contribuinte em razão da inércia dentro de um período de tempo determinado, a depender da normal individual e concreta posta.
Para o Fisco é a perda do direito de constituição do débito tributário, já para o contribuinte é a perda do direito de repetição de indébito tributário. 
Com base na bibliografia indicada para desenvolvimento deste seminário apresente as diferentes acepções do conceito “decadência”. 
Com base na bibliografia de Eurico de Santi e Aurora Tomazini, cinco são as acepções para fixação do critério temporal decadência do direito do Fisco e duas acepções para fixação do critério temporal da decadência do direito do contribuinte.
São elas: Decadência do direito do Fisco: 1. Não previsão de pagamento antecipado, não ocorrência do pagamento antecipado, não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, não ocorrência de anulação. 
não ocorrência do pagamento antecipado (independe de previsão), não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, existência de notificação, não ocorrência de anulação. 
ocorrência do pagamento antecipado (com previsão de pagamento), não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ausência de notificação, não ocorrência de anulação.
previsão de pagamento antecipado, ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ocorrência de notificação e não ocorrência de anulação.
existência de decisão administrativa ou judicial que anule lançamento anterior. 
Decadência do direito do contribuinte: 1. Não ocorrência de anulação de decisão anterior que motivou o pagamento.
2. Anulação de decisão anterior que motivou o pagamento, desde que dentro do prazo de 5 anos do pagamento. 
Construa a respectiva estrutura normativa para cada acepção (ex. NGA, NIC, antecedente, consequente...), indicando quai(is) dessa(s) estrutura(s) normativa(s)) são norma em sentido estrito. 
Decadência do direito do Fisco: 1. Norma geral abstrata > Não previsão de pagamento antecipado, não ocorrência do pagamento antecipado, não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele que ocorreu o evento tributário.
Norma geral abstrata > não ocorrência do pagamento antecipado (independe de previsão), não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, existência de notificação, não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos da data da notificação.
Norma geral abstrata > ocorrência do pagamento antecipado (com previsão de pagamento), não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ausência de notificação, não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do evento tributário.
Norma geral abstrata > previsão de pagamento antecipado, ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ocorrência de notificação e não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do “ato norma administrativo formalizador do ilícito tributário”.[2: Aurora Tomazini de Carvalho, Decadência e prescrição em Direito Tributário, pág. 46. ]
Norma geral abstrata > existência de decisão administrativa ou judicial que anule lançamento anterior. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos da decisão anulatória do lançamento anterior.
Decadência do direito do contribuinte: 1. Não ocorrência de anulação de decisão anterior que motivou o pagamento. Norma individual concreta: Perda do direito de repetir o indébito administrativamente a contar o prazo de 5 anos da data do pagamento. 
2. Anulação de decisão anterior que motivou o pagamento, desde que dentro do prazo de 5 anos do pagamento. Perda do direito de repetir o indébito administrativamente a contar o prazo de 5 anos da data do pagamento. Norma individual concreta: Perda do direito de repetir o indébito administrativamente a contar o prazo de 5 anos da data da reforma da decisão que havia motivado o pagamento. 
É correta a afirmação de que a decadência opera-se automática e infalivelmente? Justifique sua resposta.
Quanto à afirmação que a decadência ocorre de forma automática e infalível, importante anotar que há divergência doutrinária. 
Na lição de Paulo de Barros de Carvalho, a decadência não se opera de forma automática e infalível, pois tal ato não se realiza apenas com a realização da hipótese prevista na norma. Isto é, as normas não incidem por conta própria, sendo imprescindível a participação do homem para que seja demonstrada a efetiva ocorrência concreta da decadência prevista em norma geral e abstrata. Ainda, o jurista afirma que somente o ser humano tem a capacidade de fazer a conexão entre norma e acontecimento. 
Quanto aos efeitos da decadência em relação ao crédito tributário (arts. 150 e 173, do CTN), pode-se afirmar que sejam: (i) extintivos ou (ii) impeditivos? Justifique sua resposta. 
Os efeitos da decadência, de acordo com o art. 156 do CTN, é causa de extinção do crédito tributário.
É correto também dizer que a ocorrência da decadência impede o Fisco de lançar o crédito tributário. No entanto, nos deparamos muitas vezes com lançamentos nos quais o Fisco não tinha legitimidade para constituí-lo, uma vez operada a decadência. Nesses casos, a obrigação tributária é extinta no momento da desconstituição do lançamento, uma vez que não poderia de início nem ter sido lançada. 
(e) Diferençar, se possível: (i) decadência do direito de lançar: perda da competência administrativa do Fisco de constituição do crédito tributário (ii) prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário: aqui, há a constituição do crédito tributário e a prescrição ocasiona a perda do direito do Fisco de promover a Execução Fiscal, (iii) decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito tributário: Perda da legitimidade do contribuinte de repetição do indébito na esfera administrativa e (iv) prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário: Perda da legitimidade do contribuinte de repetição do indébito na esfera judicial.
2.	Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos entes federativos, responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei ordinária, podem estabelecer prazo diverso do constante no CTN para a decadência e prescrição de seus créditos? E mediante lei complementar estadual ou municipal? (Vide anexo I e Súmula Vinculante n. 8 do STF).[3: . Súmula Vinculante n. 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Dec.-lei 1.569/77 e os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam da prescrição e decadência de crédito tributário.”]
Dispõe a CF no art. 146, inciso III: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Assim, somente cabe à lei complementar dispor sobre prescrição e decadência, sendo inconstitucional lei ordinária que verse sobre o assunto, isto é, é defeso União, Estados, DF e Municípios estabelecerem prazos diversos do constante do CTN. 
Ademais, ainda que se trate de lei complementar estadual ou municipal, é proibido a disposição de prazo diverso do CTN, eis que o intuito da Constituição Federal é disciplinar de forma homogênea as matérias de prescrição e decadência em matéria tributária. A permissão
3.	Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao “lançamento por homologação”? Se não houver o que homologar, o prazo passa a ser o dos tributos sujeitos ao lançamento de ofício (vide anexos II e III)? E no caso de fraude (vide anexo IV)? 
4.	Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se entende por “medida preparatória indispensável ao lançamento”? Tal medida tem apenas o condão de antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I ou pode também postergá-lo? Trata-se de causa de interrupção do prazo decadencial? (Vide anexo V e VI).
5.	A Lei n. 11.051/04 trouxe previsão de prescrição intercorrente no processo judicial. Quanto ao processo administrativo fiscal, existe prescrição intercorrente no seu curso? E no decorrer do processo executivo fiscal? Qual é o tratamento mais adequado em caso de falta de intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que determina sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente? É possível que a decretação da prescrição intercorrente seja ilidida? Justificar (vide anexos VII, VIII e IX e X).
6.	Qual o marco inicial da contagem do prazo para redirecionamento da execução fiscal contra os sócios? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional? É possível compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. (Vide anexos XI, XII e XIII)
7.	Sobre a decadência/prescrição do direito de repetir o indébito tributário pergunta-se:
a) Quais indébitos estão sujeitos ao art. 3º da LC n. 118/05: todos, independente da data do pagamento indevido; aqueles cuja restituição seja requerida depois do termo inicial de sua vigência; ou somente os pagamentos efetuados após iniciada sua vigência? Justificar (vide anexos XIV e XV).
b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação de efeitos), como fica o prazo para repetir o indébito tributário? Conta-se do pagamento indevido ou o termo inicial seria a “data da declaração de inconstitucionalidade da lei que fundamentou o gravame”? (Vide anexos XVI e XVII).
Sugestão para pesquisa suplementar
•	Livro III, capítulo V: “Decadência e prescrição em matéria tributária”, de Christine Mendonça, Curso de especialização em direito tributário – Homenagem a Paulo de Barros Carvalho, coord. Eurico Marcos Diniz de Santi. São Paulo: Forense. 
•	Artigo: “Decadência e prescrição em razão dos julgamentos do STJ e do STF nas relações continuativas tributárias”, de Luís Cesar Souza de Queiroz, in VIII Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
•	Artigo: “O art. 3º da lei complementar 118/2005, princípio da irretroatividade e lei interpretativa”, de Paulo de Barros Carvalho, Revista de Direito Tributárion. 93/09-23.
•	Artigo: “Decadência e prescrição – mesa de debates A”, participação de Paulo de Barros Carvalho, Estevão Horvath e Luciano Amaro, Revista de Direito Tributário n. 75/19-43.
•	Artigo: “Decadência e prescrição do direito do contribuinte e a LC 118:entre regras e princípios, de Eurico Marcos Diniz de Santi, in Decadência e prescrição em matéria tributária, coord. Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: MP.
•	 Artigo: “Lançamento por homologação – Decadência e pedido de restituição”, de Paulo de Barros Carvalho, publicado no Repertório IOB de Jurisprudência, 1ª Quinzena de Fevereiro de 1997, n. 3/97, Caderno 1, p. 77-82.
•	Parecer PGFN n. 1.154/2005 – Prescrição intercorrente. Artigo 40, § 4º, da Lei n. 6.830/80. Aplicação no âmbito da PGFN.
•	Parecer PGFN n. 877/2003 – Prescrição do crédito da União. Ocorrência. Possibilidade de reconhecimento pela PGFN.
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