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A INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS

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A INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS MEDIANTE A MUSICALIZAÇÃO
Gisele Pereira1
Ana Paula Lisboa Ataide2
	
RESUMO
O presente trabalho apresenta um estudo por meio de pesquisa bibliográfica acerca da área de concentração, metodologia de ensino abordando a contribuição das linguagens mediante a musicalização no desenvolvimento das crianças. Teve-se como objetivo de refletir a concepção de infância e suas linguagens mediante a musicalização. A musicalização na Educação Infantil está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a autoestima, a socialização das crianças dessa fase, cantando ou dançando, a música é como linguagem que proporciona diversos benefícios para elas e é uma grande aliada no desenvolvimento e no processo de ensino-aprendizagem. A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar está tão rica atividade também dentro das salas de aula. Afirma-se que os professores dessa etapa possuem diversas oportunidades a fim de apresentar para as crianças permitindo os mesmos se ressignificam suas habilidades.
Palavras-chave: Linguagem. Infância. Musicalização.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo discutiu a influência da linguagem no cotidiano infantil através da musicalização, sendo assim a escolha do tema justifica-se pela relevância da musicalização linguagem fundamental para o processo de ensino e aprendizagem.
A educação infantil é umas das modalidades de ensino da Educação Básica que se destina as crianças de zero aos seis anos de idade que vem crescendo no cenário educacional brasileiro tornando obrigatoriedade de sua oferta desde 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Se quisermos compreender melhor os conceitos de infância na atualidade é necessário que busquemos as configurações históricas impostas à infância no decorrer da história, sendo assim, podemos entendê-las como um fato que vem sendo constituído a partir de diversos movimentos sociais e históricos de uma determinada época.
Sendo assim, é nessa primeira etapa da educação básica que a psicomotricidade infantil deve ser entendida como um processo que desenvolver habilidades necessárias para o crescimento das crianças. 
Diante dessa perspectiva, a musicalização como produto histórico-cultural e como linguagem, a qual é usada como forma de comunicação e expressão de sentimentos a ideias, além de se tornar um instrumento pedagógico que permite às crianças construírem conhecimentos acerca da mesma.
A música é um meio de expressão de ideias e sentimentos, sendo também uma forma de linguagem muito apreciada pelas pessoas. É raro encontrarmos alguém que não a aprecie e, por isso, dificilmente perguntamos se alguém gosta de música; a pergunta que geralmente é feita refere-se ao tipo de música de que se gosta. As crianças também a apreciam e, desde muito cedo, elas adquirem importância em suas vidas. Com certeza, todo adulto lembra-se de alguma música que marcou sua infância e, junto com essa lembrança, deve recordar as sensações que acompanharam tal execução. Além de sensações, através da experiência musical são desenvolvidas capacidades que serão importantes durante o desenvolvimento infantil.
A evolução da criança em seus diversos níveis auditiva, linguístico, emocional e cognitivo ocorre também durante todo o seu desenvolvimento, na medida em que, através da música e de suas características peculiares, a criança vai desenvolvendo aspectos de sua percepção auditiva que serão importantes para o desenvolvimento geral de sua comunicação, favorecendo também a sua integração social. 
Nesse sentido, tem-se por objetivo de refletir a concepção de infância e suas linguagens mediante a musicalização no cotidiano da educação infantil na qual se faz necessária no desenvolvimento das crianças, sendo um dos motivos do presente nesse trabalho, acreditando na importância de promover a evolução das crianças, integrando diversos aspectos.
2. A CONSTITUIÇÃO DE INFÂNCIA E CRIANÇA NA SOCIEDADE
O conceito de infância é um fenômeno histórico que se modificou a partir de transformações sociais e econômicas da sociedade. Deste modo é possível afirmar a compreensão sobre o sentimento de infância se modificou chegando aos dias de hoje.
Na Idade Média, pode observar que as crianças eram vistas como um “adulto em miniatura”, um sujeito que sabia menos, concebia-se a infância nessa época como uma transição para a vida adulta.
Pinto (1997, p. 44) em seus estudos referentes à infância, diz:
(...) a infância constitui uma realidade que começa a ganhar a partir do século XVI e XVII (...) as mudanças de sensibilidades que se começa a verificar a partir do Renascimento tendem a definir a integração no mundo adulto cada vez para mais tarde e marca, com fronteiras bem definidas, o tempo da infância, progressivamente ligado ao conceito de aprendizagem e de escolarização. Importa, no entanto, sublinhar que se tratou de um movimento extremante lento, inicialmente bastante circunscrito às classes mais abastadas.
Áries (1981, p.156) relata que “na sociedade medieval as crianças a partir do momento em que passavam a agir sem a gentileza de sua mãe, ingressavam na comunidade dos adultos e não se distinguiam mais destes”. Ou seja, as crianças eram representadas como adultos em miniatura, eram vestidos e expostos aos mesmos costumes dos adultos, pois os pequenos não tinham tratamentos diferenciados, nem um momento próprio, neste período não tinha essa liberdade com as crianças, como se pode chamar nos dias de hoje de “sentimento de infância”. 
Áries faz a afirmativa surpreendente de que o mundo medieval ignorava a infância. O que faltava era qualquer sentimento de I’enfance, qualquer consciência da particularidade infantil’, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. [...] A civilização medieval não percebia um período transitório entre a infância e a idade adulta. Seu ponto de partida, então, era uma sociedade que percebia as pessoas de menos idade como adultos em menor escala (ÁRIES, 1981 apud HEYWOOD, 2004, p. 23).
As crianças nesse momento não eram concebidas nem mesmo tratadas como crianças, sua infância nessa fase as crianças eram vistas como sem expressões, sem personalidades que carregava a falta de valorização dos pequenos na primeira infância. 
Nota-se que a configuração de infância na Roma Antiga, ao nascimento de uma criança “não era apenas fato biológico”, mas também um fato de aceitação paterna, pois o pai erguia a criança do chão e aceitava a criação desta criança, sendo este um ato de adoção. Diante desta perspectiva, conforme Veyne (1989), durante este período da história, a contracepção, o aborto, o abandono e a morte das crianças eram atitudes da época que aconteciam diariamente. 
Veyne (1989) relata que:
A criança que o pai não levantar será exposta diante da casa ou num monturo público; quem quiser a recolha. Igualmente será enjeitada se o pai estiver ausente, o tive ordenado à mulher grávida [...] Enjeitavam ou afogavam crianças malformadas (nisso não havia raiva, e sim razão, diz Sêneca: é preciso separar o que é bom do que não pode servir para nada), ou ainda os filhos de sua filha que “cometeu uma falta”. Entretanto, o abandono dos filhos legítimos tinha como causa principal a miséria de uns e a política patrimonial de outros. [...], contudo mesmo os mais ricos podiam enjeitar um filho indesejado cujo nascimento pudesse perturbar disposições testamentárias já estabelecidas (VEYNE, 1989, p.24).
O autor Áries (1981) relata que a relação das crianças na infância se transformou a partir da propagação de recentes pensamentos e condutas da Igreja Católica. Destas condutas surgiram outros modelos de família que evidenciam a importância do laço familiar. Já no século XVIII a Igreja Católica, começou a acusar os indivíduos que matassem as crianças de praticarem bruxaria.
Diante disso, no século X e XI o sacramento do matrimônio e gerar filhos passaram
a ser considerados sagrados, e nessa perspectiva a infância passou a ser reconhecida. Heywood (2004) “ressalta com base no discurso cristão do “culto ao menino Jesus” e do massacre de inocentes” praticados por Herodes. 
Segundo o pensamento do autor, passou-se a propagar a ideia que as crianças são mediadoras do céu e da terra, que detém falas de sabedorias, surgindo assim à perspectiva do sentimento de infância (Heywood, 2004, p. 02). 
Desde século XVIII os princípios e sentimento de infância, em que a concepção de infância se efetivou, passaram-se a considerá-las além do ponto de vista biológico, sendo tratadas com especificidades, passando a serem percebidas em suas singularidades por disporem seus sentimentos.
Para Áries (1981, p. 168), o sentimento da infância desenvolveu-se simultaneamente aos sentimentos da família, desenvolvendo por meio da intimidade e fala familiar de modo que a família volta-se para a criança.
Nesta perspectiva, a criança deve ser amada e educada, sendo estes, deveres que constituíram a base da família na sociedade. Esta transformação provocou nos sujeitos o planejamento dos nascimentos dos pequenos, pois os pais passaram a sentir a responsabilidades das futuras crianças que nasceriam.
Segundo Gélis (1991), o sentimento de infância não se expôs de maneira uniformizada, este fato deve-se à diversidade de entendimentos, mas observa-se que neste período houve maior preocupação dos responsáveis juntamente com a educação e saúde das crianças. 
Neste mesmo período, Gélis (1991) relata o surgimento da individualização, a visão da criança como sujeito, caracterizando-a como seu mundo particular. Nesta perspectiva, os pais começaram a se preocupar com a educação de suas crianças e disponibilizar a elas um mundo próprio.
Áries (1981) discorre que nesse mesmo período as crianças passaram ser o centro das famílias devido à ligação com as figuras de anjos que eram tomados como seres puros e divinos. Este conceito trouxe a ideia de que a criança se convertesse alvo do controle da família, bem como do meio da qual estivesse inserida. Diante disso, favoreceu-se para criação das instituições escolares e a partir disso as crianças passaram a ser reconhecidas como indivíduos sociais, inseridas no conjunto, na qual a família demonstrava a preocupação e o interesse pela saúde e educação.
Neste período a sociedade passou a perceber as crianças como sujeitos pertencentes à sociedade, que têm “vez e voz”, tem sua forma de vivê-la, que influenciam e por ela também são influenciadas. Diante disso, Gagnebin (1997) relata que a garantia na infância um local fundamental e único com a finalidade de proporcionar felicidade e contato com a natureza que a cerca, e nesta perspectiva o adulto tinha como obrigação, reconhecer e defender.
Segundo a autora, a infância não é:
O rasto vergonhoso de nossa natureza corrupta e animal, mas sim, o testemunho precioso de uma linguagem dos sentimentos autênticos e verdadeiros, ainda não corrompidos pela convivência mundana. Assim se elabora uma pedagogia do respeito à criação, da celebração de sua naturalidade, de sua autenticidade, de sua inocência em oposição ao mundo adulto [...] (GAGNEBIN, 1997, p. 94).
Desta maneira, a sociedade passou a pensar em instituições especificas para estas crianças ficarem, dentre elas a escola. As instituições de ensino foram criadas especificadamente a fim de disciplinar e educar as crianças. 
Segundo Costa (2009), a escola surge com concepções na qual a primeira infância período da vida que precisa ser tratada e moldada. Nos dias atuais, as crianças são conhecidas como ser histórico instruído por diversos fatores, seja eles, sociais, econômicos e culturais ou até mesmo políticos. 
Partindo dessa concepção, cria-se uma visão romantizada das crianças, com momentos de encanto e ludicidade com diversas propriedades inexistentes presentes determinados contextos sociais. Diante isso, as expressões de infância se modificam conforme a situação das crianças em suas famílias, na classe social, às questões ligadas a gênero, etnia, comunidade em geral. Sendo assim, as crianças não podem ser desvinculadas do mundo, pois os pequenos encontram-se no mundo como são hoje, abarca esse mundo, é influenciado por ele, mas também influencia e constrói concepções através do mundo.
Para Cohn (2005), a Antropologia ao estudar as concepções de cultura passa a compreender as crianças como atores sociais, criando seus próprios papéis. Deste modo é vista como um ser social íntegro. Conforme os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil (2009), “em seu desenvolvimento, a criança encaminha-se sua autonomia: toda etapa descoberta estende inúmeras oportunidades de expressão e atuação.” E, a educação infantil, abre diversas possibilidades para a aquisição da criança. 
Por esse motivo, as crianças têm ser ouvidas, inclusive porque é na escola elas devem ter a possibilidade de se apresentarem através de diferentes linguagens. Nesta perspectiva, Malaguzzi (1999, p. 61) relata da escassez de ocasionarmos as crianças falarem, de ouvir o que elas têm a nos expor, até porque, o autor “as coisas relacionadas às crianças e para as crianças somente são aprendidas através delas mesmas”.
 Nesta circunstância, a criança deve ser respeitada e ser tratada como sujeitos de direitos e a sociedade necessita oferecerem meios para que esta tenha condições de compreender e se desenvolver com qualidade, compreendendo que a experiência na Educação Infantil de qualidade pode contribuir para o alcance deste objetivo.
A Educação Infantil no país atualmente, abarca crianças de 0 (zero) aos 05 (cinco ) anos de idade, porém seu reconhecimento das contribuições de vários atos sociais para, instituí-la como deve do Estado.
Conforme a perspectiva, com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (art. 208, IV) se assegura que a educação deve ser efetivada e garantida para todas as etapas da educação básica.
A Constituição Brasileira apresenta paradigmas sobre direitos específicos das crianças, que não sejam aqueles reduzidos no âmbito do Direito da Família. 
Com a promulgação da lei n° 11.114/2005 houve a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração torna-se obrigatória a matrícula das crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental. Essa nova lei também modificou os art. 6°, 32 e 87 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, lei n° 9.394/1996). 
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, art. 29, a importância da Educação Infantil está assim explicitada: a educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996)3 . 
A partir da LDB (1996) as creches e as pré-escolas passaram a integrar às instituições que oferecem a Educação Básica. Atualmente já se reconhece a importância dos primeiros anos de vida do ser humano e que esta fase exige uma atenção toda especial. Sabe-se, ainda, que é na escola que a criança vivencia parte essencial do seu processo de desenvolvimento.
 No entanto a LDB, em seu art. 314, mostra as regras para a organização da Educação Infantil, quais sejam:
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; 
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; 
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança (BRASIL, 1996).
Assim como, de acordo com as legislações, a aflição do Estado não deve ser
somente a de ofertar o ensino na Educação Infantil, mas também o de organizar as orientações pedagógicas. Com toda essa riqueza a Educação Infantil transforma-se um direito adquirido das crianças e um dever do Estado e se estabelece como a primeira etapa da Educação Básica do Sistema de Ensino Brasileiro, devendo cumprir duas funções que são educar e cuidar. 
Nessa perspectiva, as recomendações e discursos na área da Educação Infantil precisam estar entrelaçados com a prática do professor. Assim, conclui-se que há bastante o que se fazer pela Educação Infantil. 
Há que se disseminar e melhorar a qualidade dos atendimentos oferecidos às crianças e isto significa entre outras ações, com base nos Indicadores de Qualidade na Educação Infantil (2009), ampliar a rede de escolas e profissionais empenhados, criativos e compromissados com a qualidade.
Independentemente de termo a Educação Infantil, ter aparecido por meio da Lei de Diretrizes e Base (LDB) de 1996, pode-se perceber que esse campo já existe no país, mas seu reconhecimento e a garantia de direitos são recentes. 
Os princípios, propostas e também os debates na área da Educação Infantil precisam estar alinhados com a práxis. Nessa perspectiva, constata-se que há muito que se fazer pela Educação Infantil. Há que se ampliar e melhorar a qualidade ao atendimento das crianças garantindo seus direitos.
2.2. O USO DE MÚLTIPLAS LINGUAGENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	Quando referimos que a linguagem perpassa o trabalho desenvolvido na Educação Infantil, caminha juntamente com as brincadeiras e as interações que constitui os eixos da prática pedagógica junto às crianças.
	Kramer (2011) discorre sobre esse aspecto
A linguagem vincula-se à imaginação, à criação, ao diálogo, à expressão de saberes, afetos, valores; constitui a consciência e organiza a conduta: nela e através dela, são assimilados conceitos e preconceitos. A linguagem verbal – materializada nas relações sociais como oralidade ou como escrita – tem todas essas características e as potencializa. (KRAMER, 2011, p.76)
Consecutivamente, as falas sobre linguagens nos remetem à linguagem escrita e verbal, sendo assim, são de grande valia para o desenvolvimento infantil aonde as crianças estabeleçam relações positivas com a linguagem, leitura e a escrita desde muito pequena.
As ações pedagógicas desenvolvidas na Educação Infantil a linguagem oral é um dos eixos norteadores no desenvolvimento dos trabalhos, pois contribui significativamente na interação com mundo que acerca constituindo-se e desenvolvendo-se.
Palomo (2001) enfatiza que a linguagem é um sistema complexo de significação e comunicação, e pode ser de dois tipos: a verbal, cujos sinais são as palavras e a não-verbal, que emprega outros sinais, como as imagens, os sons, os gestos.
Diante disso, sabe-se que as crianças são constituídas de múltiplas linguagens na qual fazem parte do cotidiano infantil através das vivências lúdicas desenvolvendo a imaginação, representação e o simbolismo, onde a linguagem proporciona às crianças diversas maneiras de comunicação e expressão.
Através das aulas que envolva a linguagem, auxilia na formação da personalidade, dá independência e desperta a criatividades das crianças na qual torna as aulas prazerosas e também atrativas, pois as crianças constroem seu próprio conhecimento a todo o momento, ressignificando constantemente na qual partem das interações que estabelecem com as próprias crianças e os adultos que estão inseridos no seu cotidiano.
Como salienta Buss-Simão (2006, p. 04) é a prática pedagógica na Educação Infantil irá contribuir: 
[...] Para ampliação das linguagens, das interações e da leitura do mundo por parte das crianças [...] deve permitir que os mesmo desempenhem um papel mais ativo em seus movimentos, respeitando seus interesses e necessidades e que, nesta faixa etária, só pode se caracterizar pela brincadeira.
Pois o tempo da infância é um momento do lúdico, de brincadeira de faz de conta, do movimento, de risos e choros, de exploração de tempo/espaço e de fazer tudo outra vez, sempre repetindo um movimento que é novo e dinâmico ao mesmo tempo na qual a linguagem está presente intrinsecamente. 
A Educação Infantil deveria objetivar o desenvolvimento das crianças procurando formar seres críticos, criativos, independentes, conscientes e responsáveis, os conteúdos trabalhados devem ser aplicados de forma lúdica, e os instrumentos devem ser adequados às necessidades delas. 
Segundo Melo (2015, p.25) Vygotsky “[...] construiu uma teoria que pudesse explicar a origem e evolução da consciência humana, ou seja, a evolução das estruturas psicológicas superiores do homem em seu processo de desenvolvimento”. Na concepção vygotskyana, são através da linguagem, em contextos interacionais, que ocorre o desenvolvimento das estruturas psicológicas superiores das crianças da Educação Infantil.
Para Vygotsky (1978) o fenômeno da linguagem está presente no enredo da sociedade no percurso histórico dentro de um contexto cultural e social, que oportuniza mudança no desenvolvimento cultural da sociedade e que acaba moldando o próprio homem, que a cria.
Os trabalhos desenvolvidos na Educação Infantil relacionados a múltiplas linguagens ocupam lugar indispensável, pois cumprem o papel de mediação entre as relações existentes no ambiente educacional voltado a Educação Infantil, sendo assim, a linguagem em ambientes da Educação Infantil possibilita as crianças interagirem com a cultura e natureza que acercam.
Faria (2007) evidência o que entende por linguagem; 
 A capacidade humana de compartilhar significados que nos constitui e possibilita elaborar e partilhar a vida com os outros, apropriando-se da cultura, produzindo-a e transformando-a. Estrutura-se por meio de múltiplas formas: a linguagem oral, gestual, plástica, visual, o brincar, a linguagem musical, escrita, virtual, etc. (FARIA, 2007, p. 62)
Nos espaços de Educação Infantil devem-se enfatizar as atividades a partir de diversas linguagens onde as crianças compartilham significados em suas relações cotidianas e ressignificam seu enredo através da cultura que está inserido.
No processo de ensino- aprendizagem das crianças da educação infantil não se limita a simples exercícios de habilidades e repetições, mas sim de capacitar a criança a refletir sobre sua realidade auxiliando na formação de uma identidade e autonomia levando-o a exercê-la de maneira social e significativa.
Segundo Sayão, (1999), estas formas de expressão, vividas e percebidas pelo brincar, representam a totalidade do ‘ser criança’ e precisariam estar garantidas na organização curricular da sua educação (...) e não enquadradas em áreas do conhecimento e alocadas em disciplinas. (1999, p. 234)
Nesta forma de expressão a brincadeira, a música dentre outras coisas que podem ser apresentadas as crianças de maneira lúdica tem função educativa, e junto a ela, inúmeras possibilidades de vivências do corpo e movimento, estabelecendo contato afetivo e harmonioso entre as crianças, e em diferentes ambientes de suas realidades intencionalidade da linguagem desses espaços.
2.2. A RELEVÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE MANEIRA LÚDICA
A música presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas, rituais religiosos, etc. “Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia” (BRASIL, 1998, p. 45). 
Atualmente existem várias definições para música. De um modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações. 
A música também pode ser definida como uma forma linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e outros artifícios, para expressar algo a alguém. Para Houaiss (apud Bréscia, 2003, p. 25) a música é “[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte
de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização etc”. 
 De acordo com Gainza (1988, p. 22): “A música e o som, enquanto energia estimulam o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‘a ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau”.
Na pedagogia, com o surgimento e o desenvolvimento da psicologia e as suas consequentes descobertas, contar com novas técnicas e instrumentos para trabalhar o processo de ensino-aprendizagem. Diversas atividades lúdicas vieram então contribuir para a Educação Infantil. Pois estas facilitam a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal. Sendo a música dentre elas de maior importância por ser universal e por arrebatar não só as crianças, mas também os adolescentes e os adultos.
“A música trabalha aspectos importantes para o desenvolvimento educacional da criança e tem como objetivo desenvolver a capacidade de percepção e concentração através do lúdico” (BRITO, 2003, p. 28).
Estudos evidenciam que a música facilita o desenvolvimento da criança e está diretamente relacionada com o sucesso no processo de ensino e a aprendizagem desta. O desenvolvimento humano é proporcionado pelas conexões realizadas no cérebro. Quando estão cantando, as crianças também trabalham sua concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, principalmente porque, juntamente com o cantar, ocorre com frequência o desejo ou a sugestão para mexer o corpo acompanhando o ritmo e criando novas formas de dança e expressão corporal.
“A música na Educação Infantil é uma linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos por meio da organização entre o som e o silêncio” (BRASIL, 1998, p. 45).
A criança já começa a perceber a música a partir de seu ambiente e da relação que mantém com as pessoas que convive. Inicialmente na barriga da mãe, ouvindo as batidas de seu coração que a criança percebe a música, escutando o que a mãe escuta. Normalmente, as músicas clássicas deixam a maioria dos bebês bem calmos na barriga da mãe. 
Os ritmos comumente produzidos pelos bebês não servem apenas para expressar suas necessidades vitais, mas são elementos prioritários para o desenvolvimento da linguagem, em especial a musical. Isso porque a expressão sonora é acessível à criança antes da palavra, sendo bastante comum que ela cante antes de falar.
Diante de um recém-nascido, é quase instintivo: a gente começa a cantarolar, seja para fazê-lo dormir, seja para distraí-lo. E é desse jeito lúdico que a criança vai sendo apresentada à música. Mais do que um passatempo, pesquisas têm demonstrado que o contato com as canções pode reduzir a agressividade e ajudar nos processos de desenvolvimento da fala. 
Um estudo realizado na Universidade McMaster, no Canadá, por exemplo, comparou crianças com idade entre quatro e seis anos. As que tinham aulas de música se saíram melhor em testes de memória, alfabetização e matemática do que os pequenos sem intimidade com batuques e acordes. “Os ritmos musicais complementam estímulos necessários ao desenvolvimento das diferenças cognitivas no cérebro” (BRITO, 2003, p. 34).
A importância da música no processo educacional infantil está no fato de que esta consegue, de certa forma, trabalhar a personalidade da criança, uma vez que consegue promover nela o desenvolvimento de hábitos, atitudes e comportamentos que expressam sentimentos e emoções, como atesta Gainza (1988, p. 95):
Em todo processo educativo confunde-se dois aspectos necessários e complementares: por um lado à noção de desenvolvimento e crescimento (o conceito atual de educação está intimamente ligado à ideia de desenvolvimento); por outro, a noção de alegria, de prazer, num sentido amplo. [...] Educar-se na música é crescer plenamente e com alegria. Desenvolver sem dar alegria não é suficiente. Dar alegria sem desenvolver, tampouco é educar.
Ao se envolverem em atividades musicais, as crianças melhoram sua acuidade auditiva, aprimoram e ampliam a coordenação viso-motora, suas capacidades de compreensão, interpretação e raciocínio, descobrem sua relação com o meio em que vivem, desenvolvem a expressão corporal e a linguagem oral. Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança. Quanto mais elas têm oportunidade de comparar as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua inteligência, seus conhecimentos vão se desenvolvendo.
A música também auxilia na fase de adaptação à escola, ou mesmo na comunicação não verbal. As crianças da Educação Infantil, muito pequenas, tendem a retrair-se e não ter contato com ninguém. Não falam, não murmuram, no máximo emitem sons com um determinado ritmo. Muitas vezes o educador conversa com essa criança, por meio de uma comunicação não verbal, ele tenta murmurar como a criança e vai conseguindo promover uma adaptação desta criança.
Segundo Bréscia (2003, p. 34):
Cantar, murmurar ou assobiar fornece elementos sonoros e também afetivos, através da intensidade do som, inflexão da voz, entonação, contato de olho e contato corporal, que serão importantes para a evolução do bebê no sentido auditivo, lingüístico, emocional e cognitivo. Isso ocorre também durante todo o desenvolvimento infantil, pois através da música e de suas características peculiares, tais como ritmos variados e estrutura de texto diferenciada, muitas vezes com utilização de rimas, a criança vai desenvolvendo aspectos de sua percepção auditiva, que serão importantes para a evolução geral de sua comunicação, favorecendo também a sua integração social.
No setor lingüístico percebemos a possibilidade de estimular a criança a ampliar seu vocabulário, uma vez que, através da música, ela se sente motivada a descobrir o significado de novas palavras que depois incorpora a seu repertório. Todos esses benefícios são estendidos não só à linguagem falada, mas também à escrita, na medida em que boa percepção, bom vocabulário e conhecimento de estruturas de texto são elementos importantes para ser bom leitor e bom escritor.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
	
O presente trabalho teve como finalidade esclarecer um pouco mais sobre a infância e suas linguagens mediante a musicalização no ambiente de educação infantil etapa essencial para o desenvolvimento das crianças, na qual foram descritas no decorrer deste trabalho. 
Para Bruyne (1991, p.29) a metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da riqueza na produção dos resultados.
 Considerando objetivo principal do trabalho é refletir a inserção da música no cotidiano da educação infantil através das linguagens que a música possibilita para o desenvolvimento, assunto que contribui efetivamente na educação. Diante disso, partindo do contexto o trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico referente ao tema abordado na qual se utilizou as plataformas de pesquisar que ajudaram na construção do mesmo, tais como: Periódicos da Capes, revistas cientificas, livros de autores pertinentes da área.
A pesquisa bibliografia uma das etapas essencial na área da investigação científica, um trabalho minucioso que necessita de um trabalho árduo, dedicação e também muita atenção a fim de levantar bibliografias na busca do conhecimento com a intenção de facilitar o caminho percorrido para coletar as informações desejadas nesse trabalho.
Segundo os autores Lakatos e Marconi (1999, p. 73):
A pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes
e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicadas quer gravadas.
Os estudos se deram pela análise de materiais escritos utilizados como fonte de informações, tendo como referência bancos de dados, estes materiais foram fundamentais para a realização do presente trabalho, serviram de suporte para compreender a musicalização na educação infantil. 
Nessa perspectiva de buscar o que foi produzido cientificamente nessa determinada área do conhecimento, a pesquisa bibliográfica é relevante que proporciona o conhecimento do pesquisador amadurecendo nas leituras e escritas a fim de fazer as novas descobertas.
Acerca da pesquisa bibliográfica, Marconi e Lakatos (1996) também discorrem sobre as contribuições, ao afirmar que a pesquisa bibliográfica ou fonte secundária trata-se do levantamento de todas as bibliografias já publicadas, em formas de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. 
Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com tudo aquilo que foi sobre o tema escolhido a ser pesquisado, dentro dessas informações dos autores até aqui trabalhados, entende-se que o pesquisador em relação à pesquisa bibliográfica deve ter muita atenção com as fontes secundárias, pois podem apresentar dados coletados dessas fontes serão equivocados na qual prejudicará o resultado do trabalho.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultado obteve-se artigos bancos relevante que auxiliaram na construção deste trabalho, as análises dos artigos selecionados que contribuíram na leitura e elaboração desse trabalho permitiram identificar a visão de diversos autores que defende o tema abordado de maneira sucinta e objetiva, os dados achados foram descritos no decorrer da produção deste trabalho ampliando o conhecimento acadêmico.
Compreendeu-se que a musicalização é uma linguagem expressiva no cotidiano da Educação Infantil, na qual possibilita as crianças explorarem as suas múltiplas linguagens presente nesta atividade lúdica, que possibilita a percepção, a expressão e a comunicação.
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos, etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados. (RCNEI, 1998, p.48)
Ao se trabalhar com musicalização no ambiente de Educação Infantil possibilita diversas sensações prazerosas para as crianças a fim de facilitar o desenvolvimento em diversos aspectos colaborando na expressão de emoções, ampliando a cultura para formação integral das crianças. 
Segundo Oliveira et.al (1998) ressalta que a criança quando escuta música, ela se concentra e tende a acompanhá-la, cantando e fazendo movimentos significativos com o corpo, na qual desenvolve o senso de ritmo nos pequenos onde aprendem a ouvir diversas culturas pertencente na música facilitando a aprendizagem e ressignificando seus contextos.
Na Educação Infantil é essencial a estimular as crianças a realizar as descobertas que a música proporciona no cotidiano onde os professores enriquecem o repertório musical das crianças com atividades lúdicas que envolvem a musicalização.
A atividade lúdica tem o objetivo de produzir prazer e se divertir ao mesmo tempo quem pratica esta atividade percebe-se que ela vem acompanhada de inúmeras brincadeiras para enriquecer nossos conhecimentos de forma prazerosa na educação. Na educação infantil o lúdico propicia as crianças uma série de desenvolvimentos benéficos, que vai desencadeando seu aprendizado.
A ludicidade traz para o nosso cotidiano a interação um com o outro, para se realizar as atividades do meio lúdico que nos auxilia por brinquedo, jogos e brincadeiras até mesmo a música, pois possui objetos necessários, O lúdico na educação infantil permite que as crianças tenham desempenhos frequente na sua educação, auxilia a criança no seu comportamento, desenvolvem a imaginação, criatividade e capacidade motora de raciocínio.
Conforme Brito (2003, p.23) reafirma que a “música é linguagem que organiza, intencionalmente, os signos sonoros e o silêncio no cotidiano” que relacionamos com questões de espaço e tempo. 
A autora Bréscia afirma que a música contribui para o desenvolvimento das crianças no ambiente escolar. 
Ao trabalhar com som, a criança aguça sua audição, ao acompanhar gestos, ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons, ela está estabelecendo relações com o ambiente em que vive. O aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo. (2003, p.82)
 Dentro dessa linguagem, existe uma diversidade de estilos musicais que podem fazer parte da vida das crianças, desde músicas populares brasileiras –MPB, músicas clássicas eruditas, músicas folclóricas e outros. Por isso, a música precisa ser tomada como conteúdo relevante pelos professores na Educação Infantil.
	Percebe-se que a musicalização na Educação Infantil é um processo contínuo de inserção das crianças no mundo, as vivências proporcionadas e também a compreensão musical, sendo assim, essas atividades lúdica/musicalização proporcionar diversas sensações nessa etapa.
Diante disso, acredita-se que ao desenvolver metodologia de ensino através da ludicidade e musicalização oferecer conhecimento de uma forma prazerosa estimulando a imaginação, e os conhecimentos adquiridos contribuam para a formação de sua personalidade, habilidades e competências.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste trabalho, pode-se concluir que é fundamenta a inserção da Musicalização na Educação Infantil contribuição para formação e desenvolvimento das crianças na qual estão inseridos com uma vasta diversidade de possibilidade a ser trabalhada explorando a linguagem musical, que permite as crianças expressarem-se e integrarem-se socialmente. 
A partir das reflexões apresentadas neste texto podemos destacar a importância da linguagem evidenciando a Musicalização na Educação Infantil, pois desenvolve trabalhos como movimento, a linguagem corporal, e a cultura das crianças através de atividades lúdicas como jogos e brincadeiras e também música.
A música é de suma importância para o desenvolvimento do ensino infantil para alcançar de formas pedagógicas o desenvolvimento e crescimentos das crianças o brincam para criança significa criar situações que ela possa entra em contato com diferentes movimentos cultural que o corpo pode realizar, quais podem entender com as várias práticas corporais que são elaboradas pelos seres humanos ao longo de nossas histórias.
Conclui-se que as diversas áreas do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. De acordo com esta perspectiva, a música é concebida como um universo que conjuga expressão de sentimentos, ideias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo e com o meio em que vive. Ao atender diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social e emocional, a música pode ser considerada um agente facilitador do processo de linguagem no âmbito educacional, principalmente na Educação Infantil. 
Quando estão cantando, as crianças trabalham sua concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, principalmente porque, juntamente com o cantar, ocorre com frequência o desejo ou a sugestão para mexer o corpo acompanhando o ritmo e criando novas formas de dança e expressão corporal. A presença da música auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com habilidades
lingüísticas e lógico-matemáticas ao desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo.
A associação da música, enquanto atividade lúdica, com os outros recursos dos quais dispõem o educador, facilita o processo de ensino-aprendizagem, pois incentiva a criatividade do educando através do amplo leque de possibilidades que a música disponibiliza.
Nesse sentido faz-se necessária a sensibilização dos educadores para despertar a conscientização quanto às possibilidades da música para favorecer o bem-estar e o crescimento das potencialidades das crianças, pois ela fala diretamente ao corpo, à mente e às emoções. 
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1 Gisele Pereira, cursando licenciatura em pedagogia.
2, professora do curso de licenciatura em pedagogia
Centro Universitário Leonardo da Vinci– UNIASSELVI– Licenciatura em Pedagogia (Código da Turma) – Prática de Pesquisa–27/10/2019

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