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recomendações nutricionais gestação

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.saúde materno infantil ARTlGO/RESEARCH REPORT
Necessidades e recomendacões
#
nutricionais na gesta,ão
Nutritional needs and advices for pregnancy
RESUMO Andréa Fraga
Este artigo propõe uma revisão sobre a influência das alterações fisio- Guimarães1
lógicas sobre as necessidades nutricionais de gestantes, Também apre- Sandra Maria Chemin
senta uma discussão atualizada sobre os requerimentos de energia, Seabra da Silva~
macronutrientes (proteína, carboidratos, lipídeos) e micronutrientes
(vitaminas e minerais), A análise final indica a necessidade de se
rever constantemente os requerimentos nutricionais, uma vez que a
alimentação equilibrada de gestante é um fator que predispõe a neo-
natos saudáveis e melhoria da qualidade de vida,
DESCRITORES
Gravidez, Nutrição da mãe
ABSTRACT 'Nutricionista graduada pelas
Th ' d. th ' nfl f h ' I ' I Faculdades Integradas
e present paper alms to lSCUSS e 1 uence o p YSIO oglca S" C 'I E ' I '
tauO amlO, specla IS em
changes on nutritional needs of pregnant women. It also presents an Nutrição Clinica pelo Centro
up-to-date discussion on energy, as well as macronutrients (protein, Universitário São Camilo,
carbohydrates, and lipides) and micronutrients (vitamins and mine- Mestre em Farmacologia pelo
rals), requirements during pregnancy. The analyses afilie results point Departamento de Fisiologia da
., ..UNIFESP/EPM, Docente do Centro
to the needs for a constant rea pp ralsal of nutrltlonal requlrements, '" '.-' S- C ,
[ournvershano ao aml
since a balanced nutrition for pregnant women is one of lhe predis- 2Nutricionista pela Faculdade de
posing factors for healthy newborn infants as well as for lhe better- Saúde Pública -USE Conselheira
ment of their quality of life, do Conselho Federal de
Nutricionistas e do Conselho de
Segurança Alimenta/: Coordenado-
KEYWORDS ra do Curso de Nutrição do
Pregnancy; Mother's nutrition Centro Universitário São Camilo
36 CADERNOS' Centro Universitário S. Camilo, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 36-49, abr./jun, 2003
~-
INTRODUÇÃO PRINCIPAIS ALTERACÕES
.'-
FlSIOLOGICAS DA GESTAÇAO
Assim como todos os seres vivos, os huma-
nos só perpetuam sua espécie se mantiverem as Para entender os requerimentos nutricionais
condições de seu meio ambiente e obtiverem durante a gravidez é preciso inicialmente conhe-
uma alimentação equilibrada, que lhes forneça cer quais são as principais alterações fisiológicas
subsídios para a manutenção da saúde, Na fase acima referidas:
gestacional a intervenção nutricional tem como .a taxa de metabolismo basal (TMB) pode
objetivo a 'proteção e promoção da saúde da elev~r-se 15% a 20% ~ partir do,32 mês para o
gestante e do feto, Nesta fase, a necessidade de suprlill~nto das necess1dades feta1s (Fagen, 2002;
nutrientes sofre influência de uma série de fato- McGaruty et aI, 2003; Saunders, 2002);
f ' , 1, , . 1 , .A' A .o metabolismo dos hidratos de carbono
res: 1S10 Og1CO, pS1CO Og1CO e anatom1CO, s , 1 d fu - d - d h A.
..-, -está a tera o ém nçao a açao e ormoruos
modif1caçoes que ocorrem no orgarusmo nao da - d f ..A' h, ..gestaçao como a gono atro ma conoruca u-
refletem urucamente na necess1dade de energ1a, I A' 1 ' , A ,
, " .mana, actogeruo p acentàno, estrogeruo, proges-
mas tambem de Illlcronutr1entes. Uma d1eta ba- t rti' 1 1 t ' 1 d.' erona, co so, pro ac ma e g ucagon, que e-
lanceada mterfere dlfetame~te no ganho de peso sencadeiam mecanismos regulatórios antiinsulí-
e no adequado desenvolv1~:nto fetal, nicos comprometendo a utilização periférica da
O estudo tem como objetivo apresentar uma glicose e conseqüentemente elevando o nível
discussão atualizada sobre os requerimentos nu- da glicemia (Yamashita et aI, 2000). Tais fatores
tticionais da gestante e sobre os principais pro- parecem exercer papellipolítico e antiinsulínico
blemas que podem advir de uma dieta desba- (Butte et aI, 1999), Segundo Catalano (1994),
lanceada. podemos então afirmar que a própria gestação
Como objetivos específicos relaciona as pode induzir um estado diabetogênico decor-
principais alterações fisiológicas da gestação rente de resistência periférica à insulina;
e suas relações com as necessidades nutri- .o metabolismo lipídico apresenta-se sob
cionais, o predomínio da lipólise com o objetivo de pre-
servar glicose para o consumo fetal e sistema
METODOLOGIA nervoso central materno. Como conseqüência:, é
comum encontrarmos elevados níveis de lipídios
O presente trabalho caracteriza-se como um plasmáticos (Saunders, 2002); ,
tud d d t ' ", '_c .o metabolismo de proteínas tambem se
es o e u 1VO porque reune vanas 111l0rma-- d 1.. tif . h encontra alterado pelo aumento do processo de
çoes a rteratura C1en 1ca para c egar a uma, , ..
, d ' .d l 'd d E' d ' d 1 smtese prote1ca, o que pode levar o orgarusmom 1V1 ua 1 a e, um estu o caractenza o pe o d d " .d 1 , ti'
.., , .materno a per as e ammoaC1 os pasma cos
levantamento b1bhográfico de vanos aspectos, d h d 'l ' - d --., geran o emo 1 U1çao por re uçao na pressao
de manelfa. que perm~te o seu a~pl.o e detal~a- coloidosmótica do plasma e conseqüentemen-
do conhec1mento a flill de reurur 1nformaçoes te provocar o edema no organismo materno
tão numerosas e detalhadas quanto possível, com (Saunders, 2002);
objetivo de aprender a totalidade da situação. .o sistema circulatório passa por modifica-
Quanto ao procedimento do método: o ções importantes durante a gravidez em função
estudo envolve uma pesquisa de revisão biblio- do aumento do requerimento do suprimento de
gráfica do tema em tela, O levantamento foi sangue (oxigênio e nutrientes) para o feto, Assim
realizado em artigos científicos e textos de publi- ocorre o aumento da eritropoiese, aumento do
cações nacionais e estrangeiras, com o objetivo volume sangüíneo em até 50% e do débito cardía-
de obter informações atuais sobre necessidades co entre 30e 400/0, conseqüentemente ocorre uma
e recomendações nutricionais na gestação, hipertrofia cardíaca decorrente do maior trabalho
CADERNOS. Centro Universitário S, Cami1o. São Paulo, v. 9, n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003 37
r
.do coração, Entretanto, a hemodiluição sugere .o sistema respiratório também passa por
queda nos níveis de hemoglobina e hematócrito, modificações. Parece haver uma participação
ou seja, uma "anemia fisiológica" (Souza et aI, importante da progesterona no mecanismo de
2002, Fagen, 2002; Saunders, 2002); aumento da capacidade de ventilação pulmonar
.o sistema urinário se adapta ao aumento com o objetivo de: aumentar a pO2 para supri-
do volume sangüíneo e ao elevado processo mento materno e fetal e, diminuir a pCO2 resul-
metabólico da gestação, elevando a taxa de fil- tante do aumento dos processos metabólicos
tração glomerular e capacidade de depuração (Saunders, 2002);
de metabólitos. Entretanto, a ação de hormônios .modificações psicológicas podem ser de-
como a aldosterona reduz a capacidade de correntes de fatores hormonais como, por exem-
excreção de água e sódio podendo contribuir pIo, a ação da progesterona, que pode ser res-
para a retenção hídrica, e o, ~dema, T~~b~m é ponsável pelo comportamento introspectivo da
comum encontrarmos ghcosuna e protemuna em gestante, as catecolaminas e corticóides, que
gestantes (~agen, 2.002; ,S~unders, 2002),; A podem ser os responsáveis pela labilidade emo-
.o sIstema dIgestono sofre forte Influen- cional (depressão, euforia etc). Ainda é preciso
cia da ação dos hormônios da gestação (Fagen, .d c t ' ltu ' tra2002 .
S d 2002 ' COnsI erar os Ia ores SOCIO-CU rals, como a n-
, aun ers, ), ,- d ' -, I d lh -- d A' , A sIçao a poslçao socla e mu er para mae, a
-a açao oestrogeruo causa nauseas, vo- .A. ,.
' t ,. ( .' I t ) , InfluencIa das crenças, tabus, mItos e amda a
mI os matmals pnnclpa men e e anoreXIa no
12 t ' tr .relação da mulher com seu corpo e com seu
nmes e, ., , .
~ a ação da gonodatrofina coriônica, pro- companheIro, famIlIares e amIgos (Saunders,
gesterona e também do estrôgênio reduz o pH 2002), " -
salivar aumentando os riscos de gengivite e cá- Como podemosperceber a partlclpaçao do
fie dentária' ) sistema endócrino é fundamental para a adapta-
-a ação dá progesterona causa hipotonia ção do organismo da mulher para a nova situa-
! do aparelho digestório diminuindo o trànsito in- ção: a gravidez, O Quadro 1 mostra áS princi-
i testinal podendo levar a mulher a apresentar pais funções dos hormônios da gestação.
obstipação intestinal, náuseas, pirose, refluxo Todas essas adaptações visam ao desenvol-
gastroesofágico. Parece que a importância da re- vimento adequado do concepto e a preparar o
dução do trânsito intestinal está no aumento da organismo materno para o parto e para a lac-
capacidade de absorção intestinal de nutrientes; c1ação,
ACÃO DOS HORMÔNIOS SOBRE.-
O ORGANISMO DURANTE A GESTAÇAO
HORMÔNIOS SECREÇÃO EFEITOS PRINCIPAIS 3.
Gonadotrofina Coriônica Humana Células do trofoblastos e Impede rejeição do embrião
placenta Estimula secreção de relaxina (ovário)
Inibe contração uterina
Progesterona Placenta Reduz motilidade gastrintestinal /z.
Diminui contração uterina %
Deposição de gordura materna ~
Aumenta excreção renal sódio z."Estimula apetite c
Reduz proteínas séricas
I Estimulo função tiroideana
ri E t ' PI t Hiperpigmentação cutânea
s rogeno acen a I b I' I '
A lera meta o Ismo 9 Icose
Diminui apetite
Aumento da mama, útero e genitália
Lactogênio Placenta Ação mamotrófica
Placentário Humano Estimula neoglicogênese
Somatomamotrofina Eleva glicemia
Promove lipólise
Quadro 1
Fonte: Adaptado de Saunders (2002),
38 CADERNOS. Centro Universitário S, Cami1o, São Paulo, v, 9, n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003
" -o ORGANIS~~Ã:U=~T~O:~~:;::Ã~O~C-;NTlNUÇ "'8
HORMÔNIOS SECREÇÃO EFEITOS PRINCIPAIS z..c~
Tireotropina Coriônica Humana Placenta Estimula produção de hormônios tiroideanos
Hormônio de Crescimento Hipófise anterior Eleva glicemia
Estimula crescimento ósseo
Promove retenção de nitrogênio
Prolactina Hipófise anterior Desenvolvimento da mama
Produção de leite
Relaxina Ovários e placenta Relaxamento dos ligamentos da sínfese pubiana
Tiroxina Tireóide Regula velocidade de oxidação celular (taxa
metabólica basal)
I I' n P.' IA Reduz glicemia -produção de energia
nsu I a ancreas ce f' '
Promove slntese de gordura
Glucagon Pâncreas EI I.. I I ' ' I'C' II evaglcemlapeaglcogenolseeu asa
Cortisol Córtex adrenal Eleva glicemia pela proteólise tecidual
Aldosterona Córtex adrenal Promove retenção renal de sódio e excreção
potássio
Edema
Renina -Angiotensina Rins Estimula secreção de aldosterona
Promove retenção sódio e água
Aumenta a sede
Calcitocina Paratireóide Inibe reabsorção óssea de cálcio.-
Quadro 1
Ponte: Adaptado de Saunders (2002).
NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES Energia
NUTRICIONAIS NA GESTAÇÃO
As exigências energéticas estão aumentadas
Segundo a Sociedade Brasileira de Alimen- por conta do aumento da taxa metabólica basal
tação e Nutrição (1990) necessidade nutricional que suporta o custo energético do crescimento e
é definida como a quantidade de energia e nu- desenvolvimento dos produtos da concepção, dos
trientes biodisponíveis nos alimentos que um ajustes fisiológicos acima descritos, e atividade
indivíduo deve ingerir para atender suas neces- física materna (Saunders, Bessa, 2002).
sidades fisiológicas, já o conceito de recomen- O requerimento energético materno é mai-
dação nutricional compreende as quantidades or no 22 e 32 trimestres da gestação, fase em que
de energia e de nutrientes que devem ser con- ocorre hiperplasia e hipertrofia celular do feto e
sumidos para satisfazer as necessidades nu- deposição de reserva materna. Em estudos com
tricionais. animais prenhes é possível identificar uma
Como já foi dito anteriormente, as altera- ingestão alimentar superior ao período pré-ges-
ções fisiológicas da gestação determinam as tacional na segunda metade da gestação em
necessidades nutricionais desse período. ,As- resposta ao aumento da demanda energética
sim, torna-se imprescindível o atendimento dos dessa fase (Luz, Griggio, 1990; Luz, Griggio,
requerimentos nutricionais durante a gravidez 1992). Foi discutido por McGanity et aI (2003)
para que esta seja levada a termo com suces- que, em países desenvolvidos, mulheres grávi-
so, ou seja, proporcionando adequado ganho das apresentam ingestão calórica de 60 a 80%
ponderal gestacional e bom resultado obstétri- acima das recomendações para mulheres não
co definido pelo perfeito desenvolvimento do grávidas.
bebê e nascimento em idade gestacional apro- O balanço energético positivo na gestação
priada. implica aumento no ganho de peso corporal
CADERNOS. Centro Universitário S. Camilo. São Paulo. v. 9. n. 2, p. 36-49, abr,/jun. 2003 39
materno em função do peso do feto e placenta, A análise da dieta habitual da gestante pode
hipertrofia do útero e de reserva adicional de ser feita por uma adequada avaliação nutricional
gordura própria da gestação (Luz, Griggio, 1990; dietética, onde instrumentos como o registro
Luz, Griggio, 1992; Luz, Griggio, 1996; Luz, alimentar e a freqüência de consumo alimentar
Griggio, 1998; Griggio et aI, 1997) a fim de ga- parecem ser bastante úteis (Wei et aI, 1999). Além
rantir substrato para o período de lactação, da informação sobre o conteúdo energético e
quando ocorre maior demanda energética para protéico da dieta, esses instrumentos podem
a produção do leite (Andrews, 1986; Trayhurn, identificar o hábito alimentar da gestante apon-
1989). tando ou não consumo abusivo de alimentos de
Assim sendo, torna-se evidente que a baixa baixo valor nutricional e elevada densidade
ingestão energética compromete o desenvolvi- calórica, de bebidas alcoólicas e de café e ainda
mento do bebê. a presença de tabus, alergias e intolerâncias ali-
Vickers et aI (2001), em estudo sobre des- mentares. Um estudo realizado por Giddenset
nutrição intra-uterina, demonstraram que a cur- aI (2000) conseguiu por meio desses instrumen-
va de crescimento dos animais que sofreram tos de avaliação dietética identificar desvios ali-
desnutrição in útero foi paralela à curva de seus mentares importantes em gestantes.
controles e que somente mediante uma dieta O primeiro passo para a estimativa da ne-
hipercalórica, foi possível a equiparação do cres- cessidade energética durante a gestação é a
cimento dos animais do grupo de desnutridos. avaliação nutricional da gestante e a programa-
Além do comprometimento antropométrico dos ção de ganho de peso.
filhos de mães desnutridas, também já está des- O Ministério da Saúde desde 2000 tem ado-
crito na literatura que a desnutrição materna po- tado a curva de ganho de peso proposta pelo
de aumentar o risco de obesidade e de diabetes Centro Latino-Americano de Perinatologia e
tipo 2 na fase adulta dessas crianças (Bertin et Desenvolvimento Humano (OPS/OMS, 1996).
aI, 2002, Roseboom et aI, 2001). Esse instrumento (Gráfico 1) permite avaliar o
Por outro lado o ganho de peso excessivo ganho de peso em relação à idade gestacional e
também compromete o resultado obstétrico. considera adequado o ganho de 8 a 16 kg du-
Nucci et aI (2001) encontrou uma ocorrência de rante toda a gestação. A avaliação do ganho de
25% de sobrepeso em gestantes e demonstrou peso gestacional não é um indicador exclusiva-
que o excesso de peso está diretamente relaci- mente do estado nutricional da gestante, mas
onado à maior incidência de diabetes gestacional, também é considerado um indicador da evolu-
síndrome hipertensiva da gestação, pré-eclam- ção da gestação, ou seja, do desenvolvimento
psia, macrossomia. O ganho de peso gestacional de bebê (Kaiser, Allen, 2002).
acima do recomendado além de causar danos Alguns trabalhos como o de Ricalde et aI
ao bebê e à mãe durante a gestação, pode ainda (1998) estão buscando outras alternativas para a
predizer a obesidade da mulher com o passar avaliação do estado nutricional gestacional. Nesse
dos anos (Rooney, Schauberger, 2002). estudo, os autores encontraram correlação esta-
Deste modo podemos entender que o mais tisticamente significante entre a circunferência
adequado para um bomresultado obstétrico é do braço da mãe e o ganho de peso gestacional.
que a gestante apresente uma ingestão alimen- No entanto, atualmente o ganho de peso
tar condizente com seu gasto energético. ainda é indicador mais amplamente utilizado e
Entretanto, segundo Abrams (1994) e King recomendado por órgãos públicos como o adota-
(2000), é impossível predizer com exatidão o do pelo Ministério da Saúde Brasileiro. A maior
custo energético da gestação, pois é preciso crítica a esse instrumento é o fato de ele não
considerar as características individuais de cada considerar o estado nutricional pré-gestacional,
gestação, tais como o estado nutricional pré- de tal forma que o ganho de 8 a 16 kg é consi-
gestacional e as reservas maternas, fatores am- derado adequado para qualquer gestante, seja
bientais, sociais, econômicos e outros que ain- ela desnutrida, obesa ou eutrófica (Saunders,
da não foram identificados. Abrams (1994) su- Bessa, 2002).
gere que a avaliação da dieta habitual, as equa- Sendo assim parece ser apropriado progra-
ções para estimativa de gasto energético, o ga- mar o ganho de peso da gestante pela proposta
nho de peso gestacional podem auxiliar no do Instute of Medicine (1992), que considera o
cálculo aproximado das exigências energéticas estado nutricional pré-gestacional para a pro-
maternas. gramação de ganho de peso (Quadro 2).
40 CADERNOS' Centro Universitário S. Camilo. São ~uIo. v. 9. n. 2. p. 36-49. abr./jun. 2003
r
GANHO DE PESO MATERNO EM RELACÃO, .
A IDADE GESTACIONAL
!!
kg P90
15
13
11 P50
9
~ P 25
~ 7
s-
ai
E
~ 5
3
1
o
20 24 28 32 36 40
Amenarréia (semanais)
Gráfico 1
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde, 2000.
Vale lembrar que se trata de um padrão de Onde:
referência da população norte-americana. , .
Para gestantes adolescentes, programa-se a. TMB = taxa m:tabohca basal pode ser
ganho de aproximadamente 1 kg a mais do calculada pelas equaçoes:
que o recomendado para gestantes adultas. Para 10 a 18 anos = 12,2 x peso + 746
gestação gemelar programa-se ganho de peso 1.8 a 30 anos = 14, 7 x peso + 496
total de 16 a 20 kg, ou seja, ganho semanal de 30 a 60 anos = 8,7 x peso +829
0,75 kg no 22 e 32 trimestres (10M, 1992), Luke b. peso = gestantes com estado nutricional
et aI (1997) identificaram que a orientação nu- normal = peso pré-gestacional
tricional para gestantes de gêmeos foi funda- gestantes obesas = peso pré-gestacional
mental para o ~adequado ganho de peso mater- gestantes baixo peso = peso adequado para
no e dos bebes. sua estatura e idade
Depois de programar o ganho de peso da
gestante, pode-se calcular o gasto energético da c. FA = fator atividade física, ou seja:
gestante. Existem vários formas para a estimati- leve (1,56)
va do gasto energético durante a gravidez: moderada (1,64)
.A estimativa de gasto energético na ges- intensa (1,82)
tação segundo FAO/OMS (1996) propõe em pri-
meiro lugar o cálculo do gasto energético da d. Adicional energético da gestação
mulher por meio da seguinte equação: A OMS adotou o custo energético adicional
de 80000 Kcal adicional durante toda a gesta-
NET (necessidade energética total) = ção. Esse custo energético proporciona ganho
TMB x FA + adicional de gestação de peso total materno de 12,5 kg, recém-nasci-
do de 3,3 kg e um baixo risco de complicações.
CADERNOS. Centro Universitário S. Camilo, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003 41
I ' I ;; .o Ministério da Saúde (2000) propõe que,
ADICIONAL ENE~GETICO para gestantes com peso pré-gestacional normal,
NA GESTAÇAO deve-se utilizar como referência para necessida-
, .de energética da gestação a ingestão habitual
ADICIONAL ENERGETICOjDIA PERIODO adicionada de 300Kcal a partir do 22 trimestre.
..o Já para gestantes obesas deve-se ajustar a inges-
+ 285 kcal (gestantes ativas) A partir do 1 tão energética de tal forma a não estimular o
+ 200 kcal (gestantes sedentárias) trimestre h d ' 8kgan O e peso supenor a g e para a gestante
+ 300 kcal A partir do 20 de baixo peso o acréscimo de 300Kcal deve ser
trimestre f . I d '" d -
w_- elto ogo no lagnostico a gestaçao,
Vale ressaltar que a restrição energética-pro-
Quadro 2 ,. d - lhFonte: FAO/OMS (1985) e NRC/RDA (1989) telca urante a gestaçao para mu eres em so-
brepeso ou que estão com elevado ganho de
peso gestacional parece não trazer benefícios para
É possível ainda calcular do adicional ener- o concepto, muito pelo contrário, parece com-
gético individual diário segundo o ganho de peso prometer seu desenvolvimento (Kramer, 2000),
onde:
Ganho ponderal de 12,5 kg ~ 80000 kcal Protéicas
Ganho ponderal de xxx kg ~ xxx kcal que
deve dividido pelo n2 de dias até a 40i semana, Em função da elevada síntese protéica du-
Essa proposta da OMS permite um ganho rante a gravidez, torna-se fundamental a oferta
de 0,4 kg /semana no 22 trimestre (a partir da adequada de proteína dietética, uma vez que o
14i sem gestacional) e ganho de 0,3 kg /semana requerimento protéico é determinado pela quan-
no 32 trimestre (a partir da 28i sem gestacional), tidade mínima de proteína dietética suficiente
Esse ganho de peso atende tanto o padrão de para atender a demanda de síntese e impedir
ganho de peso recomendado pelo CLAP como perdas de proteínas corporais (OMS, 1998),
o ganho recomendado pelo IMO, Assim como para o requerimento energéti-
.A estimativa de gasto energético na ges- co, a OMS estabeleceu que o requerimento pro-
tação segundo o NRC/RDA (1989) propõe o cál- téico da gestante deve proporcionar o ganho de
culo do gasto energético da mulher consideran- peso corporal materno de 12,5kg e 'peso ao
do a relação entre a faixa etária e seu peso nascer do bebê de 3,3kg, Segundo dados da OMS
corporal (quadro 4), O NRC/RDA recomenda (1998), isso significa o consumo adicional de 6g
também um custo energético adicional de 300 de proteína/dia durante as 40 semanas gestacio-
Kcal para toda a gestação. Entretanto sugere que nais, ou ainda 1,2g, 6,lg, 10,7g no 12, 22 e 32
para gestantes desnutridas e adolescentes o adi- trimestre respectivamente, considerando que, a
cional de 300 Kcal seja feito a partir do 12 tri- parti:, do 22 trimestre, oc~rre a ~aior rete~ção
mestre e que para eutróficas e obesas o incre- protelca decorrente da hlpertrofla dos tecidos
mento de 300 Kcal seja feito somente a partir do maternos e do feto.
22 trimestre e ainda aconselha o uso do peso Ainda segundo a OMS, em populações onde
'd I d t 'd b há o consumo de dieta mista, ou seja, composta1 ea para esnu n as e o esas. , ' ,
por protemas de alto valor blologico e baixo
valor biológico, origem animal e vegetal respec-
, tivamente, a recomendação de ingestão protéica
ESTIMATIVA DO GASTO ENERGETICO deve ser de 0,91g/kg de peso/dia,
PARA MULHERES Deste modo, a OMS (1998) recomenda que
a necessidade protéica da mulher grávida deve
IDADE CALORIASjKG DE PESO ser estimada pela referência acima, isto é 0,91g/
kg/dia, acrescida de 6g ao dia. Já o NRC/RDA
11-14 anos 47 (1989) recomenda o acréscimo de 10 g/dia.
15-1 8 anos 40
19-24 anos 38 Carboidratos e lipídios
25-50 anos 36
Bem como para qualquer indivíduo sadio,
Quadro 3 independente do seu sexo, faixa etária ou esta-
Fonte: NRC/RDA (1989) do fisiológico, durante a gestação devemos
42 CADERNOS. Centro Universitário S. Cami1o, São Paulo,v. 9. n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003
~ estimular hábitos alimentares saudáveis no sen- e ômega 6 na gestação e recentemente foi pu-
tindo de prevenir doenças crônicas degenerati- blicado um estudo de Helland et aI. (2003) onde
vaso Fisberg et aI. (2002) descreveram que pare- o consumo durante a gestação de ácidos graxos
ce haver uma tendência na comunidade científi- poliinsaturados ômega-3 demonstrou ter efeito
ca em acreditar que, para uma vida saudável, é benéfico no QI dos seus filhos.
preciso estimular um padrão dietético com bai-
xo conteúdo de gorduras totais, colesterol e açú- Vitaminas e Minerais
car, com alto teor de fibras, consumo preferen-
cial de gorduras poli e monoinsaturadas e basea- Bem como os macronutrientes,durante a
do principalmente em alimentos in natura em gravidez ocorre um incremento no requerimen-
detrimento dos industrializados. to de micronutrientes para reserva materna e
A distribuição de carboidratos de dieta da manutenção do desenvolvimento do feto.
gestante, em relação ao conteúdo energético Desde 1997 as recomendações diárias
total, é igual(àquela recomendada para o indiví- (RDA) de minerais e vitaminas propostas pelo
duo sadio, C;u seja, deve ficar em torno de 50 a Food and Nutrition Board/National Research
60% do valor energético total, assim como des- Council em 1989, vem sendo revisadas e publi-
creve Phillipi et aI (1999) quando da elaboração cadas pelo Food and Nutrition Board/lnstitute
do Guia Alimentar Brasileiro. of Medicine. As novas recomendações foram re-
Porém, como já foi descrito anteriormente, nomeadas para Dietary Reference Intakes (DRI)
estudos mostram que a própria gestação pode e já foram editadas e encontram-se disponíveis
induzir um estado diabetogênico (Catalano, 1994; para planejamento e avaliação da dieta de indi-
Butte et aI, 1999; Yamashita et aI, 2000). víduos e coletividades. As ingestões dietéticas
Assim sendo vale considerar a recomenda- de referência (DRI) são um conjunto de valores
ção do Ministéri~ da Saúde (2000) e da ADA de referência para a ingestão de nutrientes e
(1999) para que o consumo abusivo de hidratos trazem a distinção entre necessidade média es-
de carbono simples deva ser desencorajado em timada (~AR),~a quota diária r~come~da~a
função das alterações no metabolismo desses (~A), a 1~gestao adequ~d~ (AI) e mgestao. ma-
nutrientes durante a gravidez. Saunders (2002c) ~ toleravel (UL). A,ma1s 1mport~nte mod~ca-
descreve a importância do consumo de 20 a 35g ç~o no que se re.fere as gestantes e a d~terml?~-
de fibras no controle dos níveis glicêmicos na çao das necess1dades segundo a faIXa etana
ta -(Saunders et aI, 2002). Os valores de DRIs para
ges çao.E 1 - 1.' d o .dad gestantes estão no Quadro 4.m re açao aos 1P1 10S, o mesmo CUl o ,. d ~ .d 1.
d..-Vanos estu os tem S1 o rea 1za os com o
preventivo de compllcaçoes deve ser adotado, .-
d 30 0L d 1 ' .objetivo de avalIar o efe1to da mgestao de vlta-
ou seja, nao exce er 70 o va or energetico ..,
1 Ph ' ll " 1 (1999) 1 d minas e mmerâ1s sobre a saude da gestante e do
tota , 1 1P1 et a ,e lm1tar a mgestao e ~ ...
d d 1 ._c' 10 0L bebe, por ISSO vale a pena dIscutirmos alguns
gor uras satura as em va ores l1Uenores a 70 e 1 d . d ' 1.
.., resu ta os 1mportantes os u limos anos.
gorduras polunsaturadas em ate 10% por conta A ..
A 1 fu d t 1~ ., ..vltamma tem pape n amen a no
da tendenc1a ao aumento de acldos graxos 11- d 1 . t . t c t 1 .
esenvo Vlmen o e cresclmen o le a, por 1SS0,
vres, e em casos de h1per11pemla deve-se amda .. 1 t .. tr. t d tpnnClpa men e no pnme1ro lmes re e ges a-
11~lt~r ,a.mgesta~ de colesterol em 200mg/dla ção, tanto o baixo como o alto consumo dessa
(Mmlsteno da Saude, 2000; ADA, 1999). vitamina tem sido associado a defeitos de má
A restriçã~ severa de lipídios durante a formação congênita. A deficiência de vitamina A
gestação parece não ser interessante, pois existe tem sido apontada como uma das principais
uma importante participação dos lipídios na causas de mortalidade materna na Ásia e a su-
mielinização dos neurônios do feto,. sendo as- plementação dessa vitamina ou do seu precur-
sim dietas hipolipídicas poderiam comprome- sor, o ~ caroteno, parece reduzir esses índices
ter o desenvolvimeflto neurológico do bebê (Christian, 2002).
(Hornstra, 2000; Salvati, 2000). Segundo Hornstra O consumo de ~ caroteno durante a gesta-
(2000), o consumo materno de ácidos graxos ção tem sido estimulado pela sua ação antioxi-
trans deve ser desestimulado, pois pode com- dante. Estudos mostram que a ingestão de ~ ca-
prometer a concentração de ácidos graxos es- roteno é capaz de diminuir a lesão endotelial e
senciais nos recém-nascidos. Também Hornstra deste modo reduzir os riscos de pré-eclampsia e
(2000) já discutia a importância do consumo de eclampsia na síndrome hipertensiva da gestação
uma relação maior entre ácidos graxos ômega 3 (Ramakrishnan et aI, 1999).
CADERNOS. Centro Universitário S. Carnilo. São Paulo, v. 9, n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003 43
-DRIS PARA VITAMINAS E MINERAIS -111-
PARA MULHERES GESTANTES
IDADE VII A VII D VII E VII K VII B1 VII B2 VII B6 VII BI2 VII Bs VII ( FOLATO
~g ~g ~g ~g ~g ~g ~g ~g ~g ~g ~g
14-18 750 5 15 75 1,4 1,4 1,9 2,6 18 80 600
19-30 770 5 15 90 1,4 1,4 1,9 2,6 18 85 600
31-50 770 5 15 90 1,4 1,4 1,9 2,6 18 85 600
IDADE Fe (a P ln (u (r Mg Ma I F Se
mg mg mg mg ~Ig mg mg mg mg mg mg
14-18 27 1300 1250 13 1000 29 400 2 200 3 60
19-30 27 1000 700 11 1000 30 350 2 200 3 60
31-50 27 1000 700 11 1000 30 360 2,6 200 3 60
Quadro 4
Fonte: Adaptado de Saunders et ai. (2002).
A deficiência de vitamina D durante a ges- dade vascular) o que pode elevar o risco de
tação tem sido apontada como a principal causa parto prematuro. Isso se deve à participação des-
de hipocalcemia neonatal, hipoplasia do esmal- sa vitamina na síntese de colágeno (IaM, 1990;
te dos dentes e retardo do crescimento fetal, Ramakrishnan et aI, 1999).
pela: sua participação na homeostase do cálcio e O ácido fólico atua como coenzima da sín-:
fósforo (Fagen, 2002). tese de ácidos nucléicos, sendo vital para a sín-
O principal papel da vitamina E é sua ação tese protéica e divisão celular, conseqüentemente
antioxidante que protege as membranas celula- sua deficiência pode ocasionar alterações na
res da deterioração dos radicais livres de oxigê- síntese de DNA e alterações cromossômicas
nio, desta forma estudos experimentais sugerem (Ramakrishnan et aI, 1999). Durante a gestação
que seu consumo parece proteger anormalida- ocorre um aumento da demanda de folato entre
des neurológicas, anemia hemolítica e aborta- 25 e 50% em função do aumento na eritropoiese
mento (IaM, 1990; Ramakrishnan et aI, 1999). e desenvolvimento do feto. Existem evidências
A vitamina Bl ou tiamina e a vitamina B2 ou cien(tficas de que a deficiência materna de folato
riboflavina são extremamente necessárias no está associada a defeitos do tubo neural (DTN),
metabolismo das proteínas, lipídios e carboidra- entre eles a anencefalia e espinha bífida, e con-
tos, por isso a deficiência pode ser associada ao seqüentemente maior incidência de abortos e
prejuízo do desenvolvimento cerebral do feto, prematuridade (Cha, 1996).
baixo peso ao nascer, defeitos congênitos e morte Segundo Cha (1996), toda mulher em ida-
ao nascer (IaM, 1990; Ramakrishnan et aI, 1999). de fértil deve aumentar a ingestão de alimentos
Assim como outras vitaminas do complexo fonte de ácido fólico, porém ainda não há con-
B, a vitamina B6 ou piridoxina está diretamente senso sobre a suplementação. Uma dieta nor-
ligada aos processos metabólicos. Além disso, mal raramente é capaz de cobrir as necessida-
apresenta papel fundamental na síntese de neu~ des de folato, por isso a OMS recomenda a
rotransmissores. Pelo seu envolvimento com o suplementação de ácido fólico e o enriqueci-
sistema nervoso central, a pirid<?xina tem sido mento de alimentos industrializados para mU-
utilizada como colaboradora no tratamento da lheres em idade reprodutiva (Nogueira et aI,
hiperemese gravídica (Ramakrishnan et aI, 1999). 2002).
Estudos mostram também que seu consumo em A Sociedade Brasileira de Medicina Fetal
quantidades adequadas está diretamente relacio- recomenda suplementação de 0,4 a 1mg de folato
nado com efeitos positivos no índice de APGAR para mulheres em idade reprodutiva com risco
(IaM, 1990; Ramakrishnan et aI, 1999). ou histórico de DTN fetal e suplementação de 4
Baixos níveis de vitamina C estão associa- mg/dia até a sa semana gestacional, isto é, a
dos à ruptura de membrana prematura (fragili- fase mais crítica para DTN (Cha, 1996).
44 CADERNOS. Centro Universitário S. C31nilo, São Paulo, v. 9, D. 2, p. 3649, abr./jun. 2003
A maior necessidade de suprimento sangüí- consumo diário de 6g de sal ao dia permitea
neo eleva o requerimento de ferro principalmen- adequação do consumo de sódio (Saunders,
te a partir do 22 trimestre. A adequada ingestão 2002).
de ferro permite a formação de reserva materna Pela importante participação no sistema
garantindo o suprimento de O2 para o feto, pre- imunológico, alguns oligoelementos também têm
venindo anemia e assegurando maior tolerância sido estudados. Entre eles o selênio e o cobre.
para hemorragia pós-parto (Christian, 2002; No- Dylewski et aI (2002) demonstrou que a baixa
gueira et aI, 2002). Portanto, a deficiência de ingestão de selênio pela gestante pode reduzir a
ferro na gestação está associada a maiores índi- concentração de selênio no bebê levando a um
ces de mortalidade materna e fetal (Christian, comprometimento do sistema imunológico do
2002; Nogueira et aI, 2002). recém-nascido. Segundo os resultados de Prohas-
É recomendável a ingestão diária de alimen- ka e Brokate (2002), a ação da deficiência de
tos fonte e suplementação com sais ferrosos a cobre ainda precisa ser estudada, mas parece
partir do 22 trimestre. É importante também orien- que existe relação entre o conteúdo de cobre da
tar a gestante para melhorar a biodisponibilidade dieta materna e a capacidade de sobrevida de
do ferro da sua dieta por meio de recursos die- animais recém-nascidos.
téticos como: estimular o consumo de alimentos
fonte de vitamina C e evitar o consumo de ali- Substâncias nocivas
mentos fonte de cálcio, café, chá juntamente com
alimentos fonte de ~erro. ..,. , O consumo de bebidas alcoólicas na gesta-
A recomendaçao do Mm1steno da Saude ção tem sido associado ao baixo peso ao nascer
(2000) é que a partir do 22- trimestre (20a sema- ao descolamento prematuro da placenta, à m~
na) faça-se a suplementaçao de fer;o de 60mg formação congênita e abortamento. Estudos ex-
(300mg ~e sulfato f~rroso -1 dragea) para a perimentais como o de Sakata et aI (2002) con-
prevençao da anem1a para todas as mulheres. firmam a ação deletéria do álcool sobre a forrna-
Na vigência de anemia (hemoglobina < 11gidl) ção do sistema nervoso do feto.
faça-se a prescrição de ~80mg de ferro (900. ~g A ingestão abusiva de cafeína parece estar
sulfato ferroso -3 drageas) e que se solic1te . d lt d b t ' tr. d .,.
d ' o 6 d. f. d aSSOC1a a a resu a os o s e 1COS eslavorave1S,nova osagem apos 3 -O 1as a 1m e se ...
.- d h I b. d
pnnc1palmente quando estiver atuando em con-
morutorar a concentraçao e emog o ma on e .
-., '. Junto com outros fatores adversos ao bom de-
a suplementaçao deve ser mantida ate que atin- I . d - Ai d -.
.,. . 11 gidl senvo Vimento a gestaçao. n a nao ex1stem
a ruve1s su enores a m .-.
J T P b . l -.recomendaçoes nesse sentido, mas sugere-se que
anto o erro como o 10 ato sao nutr1entes .- d .' . d d -
Ia mgestao e calema seja mo era a e nao u tra-
frequentemente defic1entes em d1etas de grupos 300 gid . 2 d .' Id . (I .. (N . I 2002) passe m 1a ou copos e cale 1a Fagen,
popu aC10na1S ogue1ra et a , .
Nogueira et aI (2002) também apontam a 2002).
.mp rt A . d Z . d d . t d t t o consumo de edulcorantes durante a ges-
1 o anC1a o mco a 1e a ages an e e a_, A .
relação da sua deficiência no resultado obstétri- taçao e um assunto bastante polernlco. Segundo
co ruim. Saunders (2002c), os mais indicados são asparta-
Em função da necessidade de mineralização me, sucralose e acesul~ame,K, ~ois sabid~mente
óssea do feto e reserva materna para lactação, apresentam me~os efeitos a saude,da m~e e do
a necessidade materna de ingestão de cálcio se f~to; para sugenr o uso da f~tose, e ?reC1S~ co~-
eleva em relação ao período pré-gestacional, s1derar seu alt~ c~s~o e ?, fiSCO de h1per?li~e~1a
principalmente em gestantes adolescentes (Pren- em g~stante~ d1abeticas, Ja o uso de.estev10s1~10s,
tice, 2000; Ramakrishnan et aI" 1999). A ingestão sacanna ~ c1clamat~.devem ~er ev1tados: Onen-
adequada de cálcio parece reduzir o risco de t~-s~ ~ le1tura e anali~e dos rotulos de .alimentos
síndrome hipertensiva da gestação e pré-eclam- d1eteticos, que tambem devem ser ev1tados.
psia (Christian, 2002; Prentice, 2000). Recomen- -
da-se suplementação em gestantes com baixa RECOMENDAÇOES GERAIS
ingestão de alimentos fonte (Ministério da Saú-
de.. 2000). Giddens et aI. (2002) encontrou deficiência
O edema é um processo natural (fisiológico) na ingestão alimentar de gestantes adolescentes
da gestação, sendo assim a dieta da gestante deve e adultas de cálcio, magnésio, zinco, ferro, fi-
ser moderada em sódio. Sua restrição deve ser bras, folato, vitamina D e E. Nascimento e Souza
feita somente em casos clínicos especiais. O (2002), avaliando a dieta de gestantes no Muni-
CADERNOS. Centro Universitário S. Cami1o, São Paulo, v. 9, n. 2. p. 36-49, abr./jun. 2003 45
cípio de São Paulo, encontraram consumo ade- Segundo Kaiser e Allen (2002), a American
quado de energia, bem como adequada distri- Dietetic Association sugere que os componen-
buição de proteínas, lipídios e carboidratos. En- tes-chaves para um ganho de peso apropriado e
tretanto, o estudo mostrou consumo dietético conseqüente resultado obstétrico positivo é a
inadequado de ferro, cálcio e ácido fólico. No- orientação.nutricional adequada o~de dev.emos:
gueira et aI (2002) também encontraram consu- .estlmul.a: o consumo de dleta vana~ e
mo adequado de energia e proteína e deficiên- balance.a?a .utlllzand~ como re~urso educaclo-
cia no consumo de ferro, ácido fólico e zinco nal a Plraml~de de ~lmd ~nto~ (Fzgural);
t d 1 t d P ' , .conSl erar a m lcaçao oportuna e pres-
em gestan es a o escen es o laul. .-., ..
D d 'd d cnçao apropnada de suplementos de vltammas
a os como esses sugerem a necessl a e .,
d . 1 .- d d' b 1 d e mmerals;e se estlmu ar a mgestao e leta a ancea a, d ".;; d ' 1 1 tra.esencoraJar a mges...o e a coo e ou s
variada c.om ali~~ntos in n~tura,Kaiser e Allen substâncias nocivas (cigarro e drogas ilícitas);
(2002) e mdustrlahzados ennquecldos (Damton- .orientar moderação no consumo de café
Hill, Nalubola, 2002) e ainda a sugestão de su- e alimentos ricos em cafeína;
plementação (Shrimpton, Schultink, 2002) quan- .orientar técnicas de manipulação de ali-
do não houver adequação no consumo de micro- mentos, para assegurar a qualidade microbioló-
nutrientes via alimentos da dieta. gica da alimentação,
Lapido (2000) discute o fato de que existe Giddens et aI (2000), ao identificar deficiên-
a necessidade de um ampla discussão sobre os cia na alimentação de gestantes, sugere que o
possíveis benefícios da prescrição de multivi- cuidado nutricional pré-natal além do ganho de
tamínicos e minerais de forma sistemática com peso deve incorporar em sua rotina o monitora-
o objetivo de prevenir carências nutricionais na mento da ingestão alimentar da gestante para o
gestação. diagnóstico e intervenção nutricional precoce,
PIRÂMIDE DE ALIMENTOS
Açúcares e doces = ].2 porções
Óleos e gorduras = ].2 porções
Carnes e ovos = ].2 porções
leite e derivados = 3 porções
leguminosas = ] porçõa
Frutas = 3.5 porções
Hortaliças = 4-5 porções
Figura 1
Fonte: Pbillipi et al (1999)
46 CADERNOS' Centro Universitário S, Camilo, São Paulo, v. 9,n. 2, p. 36-49, abr./jun. 2003~
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Recebido em 10 de dezembro de 2002
Aprovado em 06 de fevereiro de 2003
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