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w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 2 Introdução Escrever um livro que envolva um tema tão conflitante como liderança pode parecer tarefa fácil, mas não o é, visto que há uma tendência na busca de respostas simples e diretas. Essa tendência, que se pode chamar de “receitas”, indica que os leitores querem algo que possa ser implantado imediatamente. Poucos entendem a complexidade existente no processo de desenvolvimento da liderança, logo, não seria honesto ou minimamente sério um ebook que não alertasse os leitores para a dificuldade do tema. Como as empresas estão cada dia mais preocupadas com o processo de liderança, o tema desperta interesse em qualquer âmbito. Muito do conteúdo aqui exposto pode ser considerado prescritivo e em alguns casos complexos, mas o principal objetivos deste ebook relacionar a teoria com a prática da liderança. Você quer aprender a ser um líder de sucesso? Entender e desenvolver aquelas características fundamentais para a liderança de equipes bem sucedidas? Alcançar resultados extraordinários? Se você deseja aprender a desenvolver sua capacidade de liderar equipes focada em resultados de alta performance, continue lendo esse e-book! Acredito que ao fim da leitura você poderá se destacar na sua organização! Mas para se destacar no meio da multidão, não basta ter boa vontade. Você também precisa conhecer e aplicar algumas técnicas de liderança que trataremos ao longo desse ebook! Portanto se você deseja levar sua liderança para um nível superior, leia nosso ebook LIDERANÇA – 17 competências fundamentais do líder de sucesso. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 3 O que você vai aprender neste ebook: O sucesso das organizações empresariais, públicas e sem fins lucrativos, cada vez mais, tem relação direta com a capacidade de liderança de seus gestores. Para isso, é fundamental que você entenda quais são as competências fundamentais para se tornar um grande líder. Para você se tornar um grande líder, será necessário desenvolver as 17 competências fundamentais que estão presentes nesse ebook: • Iniciativa • Ambição • Coragem • Flexibilidade • Humildade • Comunicação • Integridade e confiança • Persistência • Intuição • Disciplina • Liderar pelo exemplo • Aprendizado constante • Dar significados as coisas • Capacidade para servir • Empatia • Senso de justiça • Capacidade para avaliar Agora você já sabe quais são as competências fundamentais em que precisa se desenvolver. Obrigado por baixar esse ebook gratuito e tenha uma ótima leitura! w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Página 18 Página 21 Página 23 Página 26 Página 31 Página 37 Página 39 Página 41 Página 43 Página 44 Página 46 Página 48 Página 50 Página 52 Página 53 Página 54 Página 56 4 Sobre a Gestor de Si A Gestor de Si nasceu da inquietação de três pessoas. Mas quem são esses três sujeitos? Bem amigos, primeiro vou dar o nome deles! Os nomes deles são: Carlos César Ronchi, Nehemias Bandeira e Paulo Eduardo P. C. Ronchi. Como podem ver meu nome está inserido aí em cima. Graças a Deus tive o privilegio de ter o Carlos Ronchi como meu pai e posso afirmar que além de pai é meu eterno professor. Quando eu estava no colégio ele era meu professor de matemática, já na faculdade era professor de economia, mas sua melhor aula na vida foi e continua sendo a de ser meu pai. Com ele o aprendizado é constante e nunca há tempo ruim. Nehemias Bandeira é o professor que eu gostaria que tivesse lecionado para min na faculdade de economia. Mas infelizmente isso não aconteceu! Mas nas surpresas da vida o conheci por intermédio do Carlos Ronchi (meu pai) e desde então tenho aprendido a desenvolver a capacidade de me tornar um melhor orador, professor e palestrante. Nehemias é daqueles que possui a capacidade de magnetizar o ouvinte, seja numa conversa em um almoço ou em suas aulas e palestras (que toda oportunidade existente eu vou lá para conferir e aprender mais)! w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 5 Sobre a Gestor de Si Agora meu amigo, tenho a difícil tarefa de me apresentar. Quem sou eu? Bem, meu nome vocês já sabem. Sou daquelas pessoas inquietas, que gosta de aprender e melhorar um pouquinho todos os dias. Levo comigo uma frase que ouvi do Erico Rocha e que me impactou muito. Espero que ela possa lhe ajudar também. “Progresso é mais importante que perfeição” Não posso deixar de mencionar um grande líder que tive em um dos trabalhos em que atuei. O senhor Márcio Bastos Medeiros que costumava repetir: “O ótimo é inimigo do bom” Bem meus amigos, já falei demais. Dedicamos nosso tempo para ajudá-lo a desenvolver sua capacidade de liderança com esse ebook e outros materiais em nosso site www.gestordesi.com.br e nosso blog www.gestordesi.com.br/blog. Aproveito para deixar nossas redes sociais para que você possa nos seguir e compartilhar nossos conteúdos com seus amigos! Boa Leitura! w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r http://www.gestordesi.com.br/ http://www.gestordesi.com.br/blog https://www.instagram.com/gestordesi/ https://www.facebook.com/gestordesi/ 6 Sobre Carlos César Ronchi É Consultor, Escritor, Professor de graduação e pós-graduação e Palestrante. Graduado em Economia, Pós-graduado em Marketing, Mestre em Administração. Autor de diversos livros: Narcisismo nas Organizações: o drama do individualismo no mundo do trabalho (2016); Qualidade de vida e trabalho: fatores psicossociais e da organização (2015); Cultura e as organizações: antropologia, cultura brasileira e o homem (2012); Cultura e as organizações: as interrelações em um ambiente transformacional (2012); Sentido do Trabalho: saúde e qualidade de vida (2010); O processo da liderança: conceitos, tipos e aplicações (2007); e coautor dos livros Cultura organizacional: teoria e pesquisa (2005); Economia e meio ambiente: quem vai pagar a conta? (2007) e DNA Corporativo: as percepções sobre a realidade organizacional (2008). w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Carlos César Ronchi 7 Sobre Nehemias Bandeira Consultor, pastor, palestrante, escritor e professor de graduação e pós-graduação. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Maranhão. Especialista em Planejamento Estratégico de Recursos Humanos, Mestre em Administração pela FEAD-MG. Coach com Formação Internacional pela ICI. Autor dos livros: Anônimos (2000), O tempo e a eternidade (2002), Alcance o seu milagre (2006), O caminho dos vencedores (2010), O reino de Deus: Perdão e Graça (2012) e Relacionamento com Deus: os descaminhos da religião e o caminho da graça. Nehemias Bandeira possui diversos artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Nehemias Bandeira 8 Sobre Paulo E. P. C. Ronchi Consultor, palestrante e professor de graduação e pós-graduação. Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão (2010). MBA Executivo em Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais -IBMEC (2012). Mestre em Desenvolvimento Socioeconômico pela UFMA. Possui ampla experiência profissional obtidos em 16 anos de carreira atuando no setor privado e público. Sua experiência profissional está fortemente ligada a temas como: planejamento estratégico, gestão por resultados, orçamento e gerenciamento de projetos. Possui um portifólio de projetos que totalizam 5,2 bilhões de reais. É professor de cursos de pós-graduação na área de gestão nas disciplinas de Gestão Econômico-Financeira, Gestão de Projetos e Orçamento Público. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Paulo E. P. C. Ronchi 9 O papel do líder nas organizações No ambiente das empresas e organizações em geral, a convivência com a mudança, paradoxalmente, deveria ser uma constante. Entretanto, tem-se observado que as pessoas aceitam argumentos intelectuais, compreendem a necessidade de mudar e demonstram compromisso com a mesma, mas acabam recorrendo ao quelhes é familiar. Esse cenário provoca uma reflexão que é justificada por Lindsay (2002, p.393) como: “Essa tendência a voltar ao costumeiro não é um traço cultural em si, mas indica alguns desafios maiores àqueles que desejam promover uma visão diferente e mais próspera do futuro”. Tudo isso demonstra a percepção de que não há mais espaço para a estabilidade No entanto, fica evidente as dificuldades existentes em lidar com o gerenciamento da mudança no ambiente organizacional, reforçando a necessidade do desenvolvimento de uma liderança transformadora, equilibrada e voltada para servir aos interesses coletivos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r I I !( 1 1 1 1 1 1 1 , ... -... /, , ...... ,: I \ 1 \ I _ ....._ __ , ! ... - , , ' , \ , I 11' ~""":]T I / ... -, , , \, I I 10 O papel do líder nas organizações As mudanças de ordem política, econômica e social têm transformado o mundo em um ambiente mais aberto. A transformação é necessária para obter sucesso, e as organizações devem estar preparadas para responder as mudanças ocorridas na sociedade. É imprescindível que elas sejam dinâmicas e possam detectar futuras necessidades ou satisfações da sociedade. Contudo, Morgan (2002, p.291) expõe que a contradição está profundamente enraizada quando expressa que “ novos futuros potenciais sempre criam oposições com o status quo”. Ele segue a linha de raciocínio ponderando o antagonismo existente em inovar e evitar erros, cortar custos e elevar o moral, ser flexível e respeitar regras, colaborar e competir. Esses antagonismos têm causado problemas intensos nas organizações, pois os profissionais sentem numa situação limite, sentem o preço e o desgaste de se viver nesse ambiente complexo e mutável, o que reforça a necessidade da liderança. O líder necessita estabelecer uma estrutura para a implantação de um processo de mudança sustentável que deve mapear as necessidades dos envolvidos, que pressupõe a união entre todos os integrantes da organização, visando à sustentação e o alcance dos objetivos organizacionais, liderados por pessoas que saibam conduzir esse processo. Mapear e criar instrumento adequado para medir o resultado das mudanças pode minimizar os seus impactos, afinal, o conhecimento contínuo e o trabalho em equipe podem ocorrer em um hormônico processo de interação. O significado do conhecimento, como processo contínuo e proativo, está associado diretamente às invenções, inovações e descobertas, que produzirão um novo conhecimento. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 11 O papel do líder nas organizações Todas as organizações são consideradas um sistema aberto, formado por pessoas que compõem uma estrutura social com funções e papéis definidos, havendo interações e coalizões, para que se consiga alcançar o seu principal objetivo, que é suprir a necessidade ou atender aos desejos de uma sociedade. Motta (1999, p. xiii) expressa que “ a mudança alcança as pessoas e as instituições, de forma tão gradual e imperceptível quanto global e estrondosa”. Como se pode notar, com a evolução, necessidades e desejos mudam, fato que certamente influencia os objetivos de cada organização, a qual impõe novos processos de transformações e mudanças. Cabe ao líder estabelecer um clima de constante vigilância, juntamente com a sua equipe, para perceber essas mudanças e transformações. Morgan (2002, p.250) expressa a ideia de transformação utilizando-se do pensamento de Heráclito que, por volta de 500 a.C., dizia: “não se pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas estão continuamente entrando na corrente”. Continuando sua analogia, o autor relata que o filósofo grego observava: “tudo flui e nada permanece; tudo passa e nada continua fixo”. Os momentos de transformações constituem potencialmente numa oportunidade para a reorganização dos processos, de modo que haja eficácia e evolução. Com eles, as necessidades e os desejos mudam e, consequentemente, os valores e costumes das pessoas. Surge, assim, a possibilidade de que as organizações também mudem e se adaptem ao novo contexto social. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 12 O papel do líder nas organizações Na estruturação das organizações transformando a sociedade, Freitas (2000, p. 30) conclui: “As sociedades, em geral, os indivíduos, as famílias e as organizações em particular, têm sofrido impactos desse vendaval que está sendo chamado de idade da informação, terceira onda, sociedade pós-industrial, era do conhecimento, sociedade de serviços ou ainda sociedade do conhecimento”. Nas organizações, os impactos das transformações podem ser medidos por intermédio da quantidade de processos de racionalização e novos modelos de gestão que são desenvolvidos e que acabam alcançando a sociedade, sejam através de produtos ou de conhecimentos. Percebe-se uma intensa fragmentação de valores e crenças que criam um cenário que apresenta impactos em todos os níveis, seja no individual ou no coletivo das organizações, causando ampla transformação na sociedade. Motta (2001, p. 11) cita que “a velocidade da mudança e a erosão do presente dão a impressão de ruptura, quando na verdade é uma aceleração da continuidade das mudanças da modernidade”. Nesse ambiente de mudanças constantes o papel do líder aparece como crucial para a evolução das organizações. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 13 O papel do líder nas organizações Kouzes e Posner (1997, pp. 55-56) expressam que “os líderes devem ser agentes da mudança e da inovação. [...] Ao considerarem as melhores experiências pessoais de liderança e os papéis que exerceram como agente de mudança, vislumbram três lições importantes”: 1. “As pessoas que se tornam líderes nem sempre buscam os desafios. Os desafios também procuram líderes. 2. As oportunidades de desafiar o status quo e implantar mudanças abrem a portas para que a pessoa dê o melhor de si. O desafio constitui o ambiente motivador por excelência. 3. As oportunidades desafiadoras fazem aflorar com frequência capacidades e habilidades que as pessoas desconheciam possuir. Ao receberem oportunidades e apoio, as pessoas comuns fazem coisas extraordinárias nas organizações”. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 14 O papel do líder nas organizações As resistências contidas nas empresas são decorrentes das perspectivas de não considerar o inconsciente dos indivíduos no âmbito da construção da realidade coletiva, e como isso afeta os processos de mudanças. Na proposição para reforçar essa resistência, Morgan (1998, p. 221) lança mão da ideia de Plantão que, em A República, discorria sobre a prisão psíquica, escrevendo: “É verdade que a cultura dá-nos nosso mundo, mas ela aprisiona-nos nesse mundo!”. Com um enfoque mais cuidadoso pode-se perceber que essa metáfora da prisão psíquica alerta-nos sobre “as patologias que podem acompanhar nossas maneiras de pensar e encorajar-nos a questionar as premissas fundamentais sobre as quais representamos a realidade diária”. Cabe ao líder o ponto determinante de poder acompanhar e administrar os níveis de ansiedade, insegurança e angústia resultantes de um possível processo de mudança que possa gerar conflitos e disputas em torno dela. Oliveira (1999) explica que quando somos pressionados, há uma tendência para agir de acordo com as pressões impostas pelo grupo. Estes casos ocorrem de maneira muito mais intensa do que suspeita a maioria das pessoas. Os membros dos grupos estão preparados, em certas ocasiões, para acatar decisões que vão contra suas ideias, quando os colegas argumentarem nesse sentido. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 15 O papel do líder nas organizações Howard Schultz (1999) em seu livro sobre a Starbucks explica que: “o líder de uma empresa não pode, e nem deve, ser sempre o líder da torcida. Precisa estar desposto a permitir que seu pessoal veja os pontos fracos e a dor, contanto que os entendam no contexto das maioresrealizações da empresa. Eu acredito que, se você igualar aos seus funcionários nos tempos difíceis, eles confiarão mais em você quando disser que as coisas estão indo bem”. As organizações bem-sucedidas administram a liderança e a formação de líderes de uma fora estratégica, pois já perceberam que não basta estimular a liderança de forma casual, é preciso criar uma estrutura para desenvolver e gerenciar a liderança de forma perene. Em tempos tão difíceis, deve-se saber estruturar o processe de liderança, para que se possa realmente conseguir obter resultados. As transformações radicais que as organizações estão vivenciando, normalmente não acontecem somente nos escalões mais altos, mas em todos os níveis. A propósito de tudo o que as organizações podem fazer para a formação de líderes, cabe ao indivíduo a busca de conhecimento que possa prepara-lo para assumir essa posição, o ambiente de profunda transformação e a necessidade preeminente de se alcançar metas e comandar as pessoas aos resultados desejados. Essa necessidade constante de alcançar resultados sucessivos e cada vez em menor espaço de tempo tem causado uma crise nos profissionais e nas organizações. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 16 O papel do líder nas organizações Nunca as organizações precisaram tanto de líderes que possam influenciar as pessoas e ao mesmo tempo tornar o ambiente mais equilibrado, impedindo que todos sejam tragados pelo trabalho. A liderança pode significar a capacidade que alguém tem de influenciar as pessoas a agir, a buscar um significado para tudo o que se está fazendo, acreditando que aquilo vale a pena fazer. Bolt (1996) expressa que o novo imperativo da liderança é o processo tridimensional, holístico e abrangente, que reconhece o poder do raciocínio, do conhecimento e da habilidade, sendo que cada elemento é igualmente essencial na equação da liderança. Apresentando numa estrutura conforme a Figura a seguir: w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Profissional Mentalidade e recursos necessários para identificar e abordar desafios profissionais e globais. Liderança Capacidade de liderança plenamente desenvolvida, necessária para conduzir de modo confiável a organização ao futuro. Pessoal Habilidades de eficácia pessoal, necessárias para atingir excelência, equilíbrio e contínua renovação. Estrutura Tridimensional Fonte: Bolt, James F., “Desenvolvendo líderes tridimensionais”, In: O líder do futuro, 1996, p. 175. 17 O papel do líder nas organizações Diante dessa situação, não se quer aqui estabelecer uma receita para formação de líderes, mas sim enumerar as principais habilidades que um líder precisa desenvolver para poder influenciar seus liderados e levá-los a buscarem as melhores práticas organizacionais. A possibilidade de transformação da liderança por meio do contínuo autoconhecimento, independe do tipo de organização em que se trabalha. É comum a necessidade de incorporar na prática essas habilidades para que o líder consiga fazer as pessoas alcançarem o sucesso, tanto da organização quando dos seus envolvidos, tornando o ambiente propício para o clima de companheirismo, trabalho em equipe e integridade dos valores. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 18 Iniciativa Ao analisar as pessoas que conseguiram grandes feitos, sejam para o mundo ou mesmo dentro de uma organização, percebe-se que elas só fizeram porque tiveram iniciativas. Essa é uma habilidade importante para qualquer pessoa que deseje liderar ou mesmo executar algum projeto, o que não significa querer assumir o papel de herói, mas apenas querer fazer as coisas acontecerem, dentro de um ambiente equilibrado. Iniciativa não significa agir sem pensar ou passar por cima dos outros. Na maioria dos casos observamos que somos bons em pensar como as coisas poderiam ser feitas, mas não temos uma iniciativa consistente que permita gerar resultados. Hill (1991) identifica que um líder necessita fundamentalmente ter iniciativa; uma vez escolhido o objetivo, é seu dever transformá-lo em realidade, o que faz necessário transformar a iniciativa em um hábito. O autor descreve que a iniciativa e a liderança são termos associados, sendo que a primeira consiste em fazer o que é preciso, sem que alguém determine o que necessita ser feito. Líderes sabem que sua iniciativa servirá de exemplo para sua equipe; se você consegue fazer as coisas acontecerem, sua equipe também o fará. Não se pode deixar as coisas ao acaso, deve-se ter uma iniciativa inabalável, para fazer tudo o que for necessário, para gerar melhores resultados, não importando as dificuldades. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 19 Iniciativa Os liderados esperam do líder a ação. Para cumprir metas grandiosas, o líder precisa mobilizar seus liderados e ter consciência da necessidade de não somente “dar o pontapé inicial”, mas também de direcionar, apoiar e emanar a iniciativa. A iniciativa deve ser consistente, pela razão de que não podemos nos dar ao luxo de começarmos algo e não conseguirmos alcançar o resultado desejado, é preciso sempre se mostrar disposto a agir e fazer as coisas acontecerem, percebendo e aproveitando as oportunidades geradas. As pessoas esperam e contam com a iniciativa do líder. Senge (2000 p. 19) conclui que “as iniciativas que impulsionam mudanças profundas invariavelmente transmitem às pessoas um sentido, uma aspiração mais acabada”. Kouzes e Posner (1997, p. 83) relatam que “as pessoas se inspiram naqueles que tomam iniciativa e que arriscam a segurança pessoal em benefício de uma causa”. Ter iniciativa não significa passar por cima de tudo e de todos, mas saber negociar, envolver, cooptar as pessoas e fazê-las dar o melhor de se pela causa que elas mesmas ajudaram a encontrar. O líder, além de possuir iniciativa, também necessita estimulá-las em sua equipe, afinal muitas das decisões necessárias ocorrem na frente da batalha, no mercado, logo pessoas devem ter iniciativa para tomar decisões que são impossíveis de protelar sem que haja prejuízos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 20 Iniciativa Carlzon (1994) cita um exemplo interessante ocorrido no SAS (Scandinavian Airlines), a respeito da necessidade de estimular empregados a tomar decisões e assumir um risco. Um importante executivo sueco pediu, via o rádio de seu jatinho, ao aproximar-se do Aeroporto Kennedy, que fosse comunicado a SAS o seu atraso; apesar de não ser claro, implicitamente dever-se-ia fazer o avião esperá-lo. Jan Carlzon comenta que em outros tempos, seria isso que aconteceria, não se cogitava deixar uma pessoa importante para trás, arriscando ao rancor de pessoa tão influente. Entretanto, quando o executivo chegou, o avião já havia partido no horário previsto e um representante da SAS o esperava, cumprimentou-o e explicou que havia feito uma reserva em um outro voo da KLM. O executivo não fez nenhuma reclamação e a SAS manteve sua reputação e pontualidade, tudo porque um empregado ousou encontrar uma solução alternativa para o problema. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 21 Ambição O que move as pessoas à diante, de um modo geral, é o seu grau de ambição, o quanto realmente se quer algo, e como se faz para merecer o seu desejo. Champy e Nohria (2005) explicam que “a ambição mobiliza indivíduos intrépidos, que percebem o que ninguém percebe e conseguem alcançar o que ninguém pensou que poderia ser conseguido. [...] A ambição começa com uma descoberta, uma percepção invisível para outros e talvez nunca imaginada. [...] Na mente da pessoa ambiciosa, um sonho pode tornar-se instantaneamente em realidade. Na vida real, o sucesso costuma ser resultado de uma série de reveses superados”. A ambição é um estímulo, é aquilo que pode mudar tudo, fazer coisas se materializarem, certamente foi com muita ambição que o mundo conseguiu evoluir e se transformar. Naturalmente que, quando se fala de ambição, deve-se sabero nível positivo, até onde ele ajuda. É importante saber que, uma pessoa ambiciosa, sem limites, que não consiga perceber a diferença entre a parte da ambição que impulsiona e a parte da ambição que destrói, não poderá ser um bom líder. Não se pode confundir ambição com “passar por cima de tudo”, tal como um rolo compressor. O mundo está cheio de exemplo de líderes ambiciosos que puseram tudo a perder, tais como: Alexandre, o Grande, Napoleão, Hitler e Saddan. Suas ambições foram principalmente porque seus propósitos não eram nada nobres, muito pelo contrário, repugnantes. Vale ressaltar, que as organizações estão cheias de pessoas que não conseguem achar o ponto de equilíbrio para a sua ambição, transformando tudo em arrogância e prepotência, como se os outros não existissem e não fossem peças-chaves para o alcance de seus objetivos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 22 Ambição Quando se consegue equilibrar a ambição tem-se a transformação da teoria em prática, do plano em resultado. Todas as organizações necessitam de pessoas que tenham ambição, são elas que movem as coisas e fazem acontecer. Os ambiciosos são sonhadores que superam os fracassos, se reinventam e sabem como ninguém porque vale a pena lutar. Bennis (1999) relata, em Os gênios da organização, que Walt Disney iniciou sua carreira “na buscada realização de um sonho” e usou toda a sua ambição compulsiva, porém positiva, para contagiar toda a sua equipe, exigindo e deixando claro que exigiria o melhor de cada um, com a liberdade de tentar tudo para alcançar os resultados planejados. A ambição da troupe de Disney era criar e desenvolver muito mais do que um indivíduo faria sozinho. Nas organizações, a ambição do líder não deve ser primeiramente a pessoal, mas sim algo maior que envolverá as pessoas e a própria organização. Champy e Nohria (2005, p. 56) relatam deve se “inspirar com um propósito superior, sendo necessário transformar a ambição pessoal em um propósito mais amplo, de tal modo que os outros se unam ao projeto e dêem sua contribuição”. Os autores alertam que o ambicioso não deve ver o mundo como um jogo de soma zero, em que para ele ganhar os outros precisam perder. Comentam também que não se poder violar os valores, sendo possível chegar a um ponto que as pessoas se sentirão tentadas a tomar atalhos para satisfazer sua ambição. Aqui os autores defendem que comportamentos pouco éticos ou abusivos, não sustentam uma pessoa por muito tempo. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 23 Coragem Um dos limites da coragem é o medo de erras e o julgamento dos outros em decorrência dele. Muitas pessoas não suportam esse julgamento e não conseguem se encorajar para realmente mudar. Bennis (2005, pp. 80-82) comenta que a coragem é “uma qualidade instintiva. Não provém do cérebro, mas do coração. [...] a coragem não é produto de uma conduta individual”. As pessoas gostam de seguir pessoas que se mostram corajosas, inclusive para assumir seus erros e tolerar os erros dos outros. A coragem utilizada com equilíbrio pode influenciar os liderados, que podem se sentirem protegidos pela associação entre coragem emanada pelo seu líder, bem como o compromisso que ela traz embutida. Kotter (2005, pp. 80-82) conclui que “é um forte compromisso emocional. Essas ideias podem representar a visão da posição para qual queremos levar a empresa ou os valores que consideramos importantes. Quando as pessoas, além de pensar que suas ideias estão certas, estão comprometidas emocionalmente com elas, defendem-nas a ferro e fogo. Isso é coragem”. Um dos limites da coragem é o medo de erras e o julgamento dos outros em decorrência dele. Muitas pessoas não suportam esse julgamento e não conseguem se encorajar para realmente mudar. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 24 Coragem A coragem não pode ser entendida rasteiramente como atributo de alguém destemido ou inconsequente, mas sim de alguém que sabe discernir, com habilidade, quais os riscos que vale a pena correr e quais devem ser evitados, para inclusive proteger sua organização e a própria equipe. Nicholson (2005, p.75) defende a coragem “ é necessária para alcançar os objetivos. Muitos executivos são ambiciosos e dominantes, quando chegam a uma posição sênior, sua ambição tende a ser menos pessoal e se volta para o aprimoramento da organização e do seu pessoal”. Líderes precisam ter coragem para tomar decisões e se responsabilizar por todas as possíveis consequências. É fundamental assumir a responsabilidade pelas decisões, tanto as certas quanto as que dão erradas. Ninguém aguenta ser liderado por um indivíduo com a “síndrome do líder perfeito”. Todas as pessoas tomam decisões e assumem responsabilidades sabem que cedo ou tarde errarão. Logo, é preciso coragem para admitir rapidamente que errar faz parte do processo de decisão, e assumir o erro servirá para encontrar uma solução muito mais rapidamente, bem como também servir de exemplo. Coragem não significa não ter medo, mas sim controlá-lo por meio de tomada de decisões que envolvam informações, conhecimento e as pessoas. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 25 Coragem Kouzes e Posner (1997, p. 82) enunciam que: “sem coragem não há esperança e poucas chances de sobrevivência nas atuais situações econômicas e sociais, caracterizadas pela alta volatilidade”. Uma ressalva se faz necessária, é importante não confundir coragem, com arrogância ou desprezo pelos outros. Covey (1994) explica que: “procurar primeiro compreender, e depois ser compreendido é o dom da coragem temperada pela consideração. É necessária ter coragem e consideração para não ser compreendido primeiro”. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 26 Flexibilidade A flexibilidade pode ser considerada uma arma perfeita para os dias em que vivemos, de transformações e revoluções constantes, ela pode permitir que as pessoas consigam evitar as armadilhas do tradicionalismo, conformando-se com as vitórias passadas não percebendo as possibilidades e mudanças futuras. Heifetz (2005, p.100) cita que “um líder que queira cumprir essas atividades [...] fatalmente terá de pedir a seus funcionários que identifiquem o essencial e o supérfluo em sua rotina de trabalho. E, assim, ele encontrará resistências. Por isso, liderar exige grandes doses de flexibilidade e de capacidade de improvisação, além da capacidade de análise para reformular permanentemente o curso e não se agarrar a um plano”. A maioria das pessoas tende a querer sempre defender o seu modo de fazer as ciosas, pois se concentram apenas na sua visão sobre os fatos, mas nem tudo vai acontecer como o planejado. Argyris (2000, p.92) argumenta que o propósito dos valores é minimizar os impactos da incompetência, vulnerabilidade e ameaças, o que demonstra que a maior parte dos indivíduos é profundamente defensiva no seu comportamento, é preciso saber se adaptar às circunstâncias. Isso inclui ter uma visão periférica ampla e perceber o que todos (mercado, funcionários, acionistas, fornecedores) à sua volta estão querendo dizer. Um bom exemplo de flexibilidade de um líder pode ser encontrada na situação relatada por Howard Schultz (1999, pp.152-154) quando Howard Behar forçou a Starbucks a questionar algumas das visões mais dogmáticas. Sendo que uma delas era a recusa em servir café-com-leite desnatado, o que para a Starbucks era, até aquele momento, algo inaceitável – o simples fato de mencionar o termo “leite desnatado” significava traição. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 27 Flexibilidade O próprio Schultz era contra até que em uma certa manhã tudo mudou: Schultz cita que naquela manhã acordou cedo e ainda lutava contra a ideia do leite desnatado, quando notou uma cliente dizendo: “Quero um latte duplo com leite desnatado” E o atendente respondeu: “Sinto muito, não temos leite desnatado”. Howard comenta que ouviu o suspiro de frustação da moça e depois a pergunta: “Por que não?Eu sempre tomo na loja do fim da rua”. O funcionário ia se justificar, mas a cliente saiu da loja – ao que parecia, em direção ao concorrente. Segundo o autor, um cliente perdido é o argumento mais poderoso que se pode oferecer a um varejista. Ele foi para o seu escritório naquela manhã e disse a Behar para prosseguir com seu teste. Atualmente, quase metade dos lattes e cappuccinos que a Starbucks vende é feito de leite desnatado. Outro aspecto importante de flexibilidade está em conseguir administrar os conflitos, entende-los como algo natural, afinal, quando se quer envolver a equipe nos processos que possam gerar soluções, é evidente que haverá informações, entendimentos e opiniões divergentes. Essas divergências são importantes e devem ser estimuladas. Não entender os conflitos como confronto, sendo que esse sim deve ser evitado. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 28 Flexibilidade Adizes (1998) comenta que para que o conflito seja construtivo, é fundamental que haja uma cultura de confiança e respeito mútuo dentro da empresa. Quando o líder sabe o limite do seu grupo, consegue usar os conflitos como uma forma de amadurecer e alavancar toda a sua equipe e ele próprio. Zaleznick (1997, p. 252) explica que: “os conflitos de intimidade e de iniciativa são inerentes ao processo de desenvolvimento. Não se deve vê-los como experiências negativas em si mesmas, [...] a prova capital do desenvolvimento reside no gênero e no grau de maturidade atingida pelos conflitos internos”. Líderes com capacidades para gerenciar conflitos conseguem mediar a tensão, a emoção e os confrontos evitando ressentimentos, distorção da realidade, ansiedade e discussões. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 29 Flexibilidade Heifetz (2005, pp. 102-104) explica que “o conflito é o motor da inovação. Se administrado de maneira produtiva, impulsionará a mudança”. Comenta que o líder pode utilizar várias alternativas para administrar o conflito: 1. Estender prazos e outorgar mais tempo para trabalhar sobre o problema, porque a pressão do prazo gera uma sensação de urgência que pode afetar negativamente. 2. Transmitir a mensagem de que o conflito está sob controle e ninguém deve desesperar-se. 3. Subdividir o problema, de modo que as pessoas possam abordar partes mais manejáveis e menos pesadas. 4. Pedir a determinadas pessoas que representam certos pontos de vista, que se mantenham à margem por algum tempo. Às vezes, os conflitos se intensificam apenas porque há muitas opiniões e é difícil integrar todas de uma só vez. A tática aqui é incorporá-las paulatinamente. Cabe ressaltar que a flexibilidade aqui não significa perder o foco, aceitar tudo como normal e natural, deve-se entender todas as variáveis e tomar as decisões que estejam em consonância com os objetivos preestabelecido no planejamento e nos programas da organização. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 30 Flexibilidade Kouzes e Posner (1997, p.83) concluem que: “a flexibilidade, porém, pode aumentar o estresse no sistema organizacional; deve por isso ser equilibrada com extrema disciplina. Tanto a flexibilidade quando a disciplina são essenciais se quisermos experimentar assumir riscos”. O líder deve conseguir associar a flexibilidade à possibilidade de que as pessoas, inclusive ele, certamente cometerão erros, devendo ter habilidade para promover as rápidas soluções. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 31 Humildade O líder não pode ter medo de ser humilde, pois as pessoas sabem identificar os que têm conhecimento, capacidade, e, mesmo assim, continuam humildes. O verdadeiro líder sabe que a humildade o manterá no aprendizado constante, pois, somente quem tem a capacidade de perguntar, ouvir com atenção, assumir seus erros, aprender com os seus erros e ensinar com paciência, pode aprender, inclusive com as coisas mais simples. Essas pessoas sabem que a sua capacidade não será medida pelo seu poder, pelo medo que ele possa causar, pela coerção, pela prepotência ou pela sua arrogância, mas sim pela sua capacidade de continuar aprendendo e ensinando, sem perder a humildade. Líderes que aprendem com os erros podem encontrar saídas mais rapidamente. Covey (1994) conclui que a humildade é a mãe de todas as virtudes, pois gera compromisso. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 32 Humildade Um dos exemplos mais claros sobre assumir os erros com humildade foi colhido por Collins (2001, p. 117), que relata em seu livro Empresas feitas para vencer: “Joe Cullman dedica cinco páginas de um dos seus livros, ao exercício de dissecar o desastre da Seven-up. Ele não esconde a embaraçosa verdade: foi uma decisão furada. [...] Centenas, senão milhares, de hora/homem foram consumidas em autópsia do caso Seven-up. No entanto, da mesma forma que eles falaram a respeito desse fracasso estrondoso, ninguém apontou dedos para culpar ninguém. Existe apenas uma exceção a esse modelo: Joe Cullman, de pé na frente do espelho, aponta o dedo diretamente para si mesmo. ‘Ficou claro que esse foi outro plano de Joe Cullman que não deu certo’, escreveu sobre si mesmo. Ele vai mais longe [...] faz questão de dar crédito, em retrospectiva, àqueles que estavam certos, citando nominalmente os indivíduos que foram mais previdentes que ele próprio. [...] Ele deu o tom: ‘Eu assumo a responsabilidade por essa decisão errada. Mas todos nós assumiremos o compromisso de extrair o máximo aprendizado do preço que pagamos pelo erro’”. Um líder deve perceber que sempre haverá outros modos de fazer as coisas e pensar, não deve incorrer no erro de se imaginar o dono de todas as respostas, é preciso ser humildade para aceitar verdadeiramente a contribuição dos outros. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 33 Humildade Parece uma situação óbvia demais, porém o que normalmente se vê nas organizações são chefes arrogantes e presos a modelos mentais do tipo “sempre fiz assim, e sempre funcionou”, “deixa que sei como agir”, ou, o que é pior, aquele que finge que ouve, mas já tem a sua decisão permeada unicamente pela sua realidade. Kotter (1997, p.59) expressa que “existem dois tipos de pessoas que devem ser evitadas a qualquer custo na elaboração de uma coalizão administrativa: aqueles cujos egos podem encher uma sala, sem deixar espaço para ninguém mais e as chamadas “cobras”, pessoas que geram a falta de confiança capaz de destruir qualquer trabalho em equipe”. A falsa humildade, aquela ideia do politicamente correto, tem afetado profundamente as organizações, gerando espaço para que as pessoas tenham uma postura de humildade, de servir as pessoas, porém somente nas questões amenas do dia a dia, quando confrontadas com questões amplas tendem a adotar posturas arrogantes. Senge (1999) comenta que muitas pessoas erradas em crer que só o líder heroico consegue impulsionar a mudança. A adoração do líder é a forma mais segura de construir uma organização resistente à mudança. Além disso, os executivos sabem que muitas das iniciativas da alta gerência não só costumam ser ineficazes, mas também com frequência, pioram as coisas. Ter humildade para reconhecer seus erros parece a melhor solução, inclusive para servir de exemplo para toda a equipe. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 34 Comunicação A comunicação sempre será uma ferramenta poderosa, e saber usá-las é valioso demais para quem quiser liderar. A dificuldade está em discernir quando se está utilizando-a de modo adequado e voltada para a democratização e o bem comum ou quando se trata de impor apenas a sua verdade. É preciso que a linguagem utilizada pelo líder seja simples e direta, que transmita o essencial e de acordo com que as pessoas possam entender. Kouzer e Posner (1997, p.11) concluem que “ para atrair pessoas para sua visão, os líderes devem conhecer seus seguidores e falar a linguagem deles”. A comunicação permeia a interação humana, o fluxo comunicativo é a base das relaçõesinternas e externas de qualquer organização, por isso é importante ouvir com empatia. O grande problema são os diversos canais e fluxos de informações, visto que apenas uma pequena parte deles se dão pelos meios formais, a grande maioria dos processos de comunicação, tato formal como informal, como uma ferramenta estratégica, certamente conseguirá estabelecer uma interação pautada na confiança e na construção de um ambiente voltado para a disseminação dos valores e significados que a organização necessita que sejam comunicados. Kotter (1997, p.90) afirma que a comunicação envolve “simplicidade, metáforas, analogia e exemplos, repetição, liderança através de exemplos, mão dupla, clareza de pensamento e um pouco de coragem”. Comunicar nunca foi uma tarefa fácil, mesmo quando há boas condições e receptividade. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 35 Comunicação A maioria das pessoas não consegue entender que há uma necessidade de se estruturar a comunicação, como uma grande teia de informações. Não adianta apenas criar os canais, sem considerar o tratamento de todo o processo. Conseguir expor as ideias com clareza em uma sala de reunião, uma convenção ou em público é uma qualidade indispensável para qualquer líder que deseje conquistar seus objetivos. Covey (1994) relata que a comunicação eficaz e recíproca exige que se capte conteúdo, intenção e que se use a linguagem da lógica e da emoção. O líder, para conseguir uma comunicação eficiente, necessita criar uma teia de informações, interpretá-los, distribui-los, disseminá-los e incorporá-los ao conhecimento da organização. Os canais de comunicação ajudam na difusão dessa comunicação, porém é necessário que o líder seja capaz de ouvir e compreender os outros, o processo envolver uma via de mão dupla. Kouzes e Posner (1997, p.11) explicam “a liderança é um diálogo, não é um monólogo”. As barreiras mais comuns que impedem uma boa comunicação estão associadas às influências das emoções, que acabam distorcendo a realidade dos fatos, o julgamento que cada indivíduo tem sobre as ações dos outros, a realidade percebida e os modelos mentais. Covey (1994) comenta que é importante ouvir, em primeiro lugar, com os olhos e o coração, e em segundo, com os ouvidos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 36 Comunicação Quinn, Anderson e Finkelstein (2000, p. 195) afirmam que “a maneira como os grupos se comunicam e o que comunicam voluntariamente é tão importante quanto o conhecimento avançado de cada centro de excelência. No entanto, para praticamente todos os fins, o estímulo aos interesses compartilhados, aos valores comuns e às soluções mutuamente satisfatórias é fundamental para a alavancagem do conhecimento nessas estruturas”. Comunicação também está relacionada à capacidade dos líderes de saberem escutar o que a equipe está dizendo, isso gera simpatia, empatia e cria um com ambiente. Escutar não significa que o líder deve fazer tudo que lhe pedem. Mas, mostrando que realmente está ouvindo o que lhe dizem, ele conquista o respeito das pessoas, pois demonstra a importância que ele tem pela ideia dos outros. Senge (1990) distingue discussão de diálogo. Na discussão, cada um procura defender seu ponto de vista e provar que está certo. No diálogo, a exploração é livre, as pessoas escutam os outros e atingem uma melhor ideia. A maioria das pessoas associa o ato de comunicar sem considerar o caminho de mão dupla e a necessidade de feedback. As organizações não alcançam resultados desejados na maioria dos seus planos, por razão de não dedicarem tempo suficiente e nem estruturação adequada para comunicar seus objetivos. Muitas vezes, sequer comunicam suficientemente e, ainda, não dão tempo para as pessoas envolvidas compreenderem e discutirem seus pontos de vista. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 37 Comunicação Para Marconi e Presotto (1996), a existência da comunicação cria uma rede de relacionamentos e papéis na qual as pessoas interagem socialmente utilizando as verbalizações e vocalizações. Quando há comunicação, se estabelece o desenvolvimento de uma linguagem organizacional. A comunicação tem representado um grande problema para as organizações, drenando dinheiro e tempo, pois, na maioria das vezes, os canais de comunicação não atingem de forma ampla os envolvidos. Em determinado momento, isso ocorre por interferência nos fluxos relacionados aos níveis hierárquicos, em outro momento, porque a comunicação é uma fonte de poder. A comunicação pode ocorrer de modo formal ou informal, porém se de estruturar os canais para que se possa obter resultados positivos e efetivos. Os sistemas de comunicação formais das organizações têm que envolver canais, a coesão e preservar a integridade pessoal, fatores que só reforçam os pressupostos da cultura organizacional. A rede de “estruturação” da comunicação informal tem que ser utilizada nas organizações, pois amplia as possibilidades de alcance, sempre tomando os cuidados para que não haja a possibilidade da mesma dar suporte ao clima de desconfiança ou fofoca. Cabe ao líder a habilidade suficiente para operar a comunicação, como um processo de socialização ampla e fazer uso de uma forma que possa compartilhar significados e instituir a interatividade entre os envolvidos. Se o líder tiver essa habilidade poderá ter muito dos seus problemas estratégicos solucionados e não perderá tempo e se desgastará com intensos ruídos que normalmente existem nas organizações. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 38 Comunicação Jan Carlzon (1994), o presidente da SAS (Scandinavian Airlines), comenta sobre a importância da comunicação em seu livro A hora da verdade, ao preparar a introdução de várias mudanças e a distribuição de um livreto Vamos à luta, que ficou conhecido como livrinho vermelho aos seus 20 mil empregados. O livro era muito simples, porém eficiente para a comunicação interna, visto que transmitia o novo ideal da organização: convencer as pessoas de que elas podiam e deviam assumir responsabilidades. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 39 Integridade e confiança A confiança e a integridade servirão de exemplo para a equipe. Um líder que consegue estabelecer um código de confiança e integridade, para que os envolvidos consigam perceber sua aplicação diária, conseguirá certamente estabelecer um caminho duradouro para a construção de uma visão associada às necessidades corporativas. Kouzes e Posner (1997, p. 364) citam quatro objetivos morais relatados por John Gardner: liderar o potencial humano, equilibrar as necessidades do indivíduo e da comunidade, defender os valores fundamentais da comunidade e instalar nos indivíduos o senso da iniciativa e da responsabilidade. Leider (1996) comenta que a chave para a excelência em desempenho é a integridade, que é construída pelas pequenas coisas do dia a dia que se transformam em um padrão. Covey (1994, p.39) define “ integridade como o valor que atribuímos a nós mesmos. À medida que identificamos nossos valores e ativamente organizamos e atuamos com base em prioridades, desenvolvemos a autoconsciência e a autoestima fazendo, assumindo e mantendo promessas e compromissos significativos”. Toda a estrutura de confiança e integridade deve ser pautada pelo debate franco, permitindo que as pessoas possam se manifestar livremente e percebam a importância de ser verdadeiro. A confiança não pode ser imposta, mas sim conquistada, por meio de exemplos diários, enquanto a integridade é facilmente percebida pelas atitudes tomadas nas situações rotineiras do dia a dia. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 40 Integridade e confiança De pouco adianta adotar uma cartilha de princípios, se eles, por exemplo, não valem para todos. Bennis e Nanus (1988, pp. 128, 129) argumentam que a confiança deve ser legitimada, sendo o elo emocional que une o líder e liderados, o ingrediente básico, que não pode ser comprado, mas sim conquistado.Para os autores a confiança entre as partes não pode existir sem que duas condições sejam mantidas: a visão do líder quando à organização que necessita ser clara, viável e atrativa e as posições do líder, que são o material principal para que se confie nele. Adizes (1998) expressa que a confiança é necessária porque assenta as bases de um ambiente no qual todos se consideram vencedores. Bennis (1995) explica que, para a mudança acontecer, há a necessidade de instaurar profundamente a confiança, pois somente as pessoas com essa qualidade e visão podem tirar as pessoas do atoleiro e colocarem-nas um uma situação melhor. Ele comenta que, para se evitar desastres corporativos, deve-se recrutar pessoas com escrupulosa honestidade, que consigam transmitir um sentido de confiança e segurança para os envolvidos. Decrane (1996) afirma que, em tempos nos quais os líderes são avaliados em relação ao que fazem e às suas realizações, uma das medidas fundamentais são os traços do seu caráter. É o caráter que faz o líder conquistar o respeito. Ulrich (1996) explica que um indicador sobre a qualidade da liderança é observar a credibilidade do líder, se as pessoas confiam, respeitam, admiram, sentem-se emocionalmente ligadas a ele – isso indica seu nível de credibilidade. Para Steere (1996), o grau de credibilidade corresponde a extensão que os potenciais seguidores se permitirão influenciar. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 41 Persistência Os verdadeiros líderes não se deixam abater pela derrota, persistem e aprendem com a mesma, para vencer no futuro. Collins (2003, pp.125-127) no seu livro Empresas feitas para vencer, analisa um bom exemplo sobre a persistência e os seus resultados, o paradoxo Stockdale: “se refere ao almirante Jim Stockdale, militar americano de mais alta patente a viver no campo de prisioneiro de guerra, no auge da guerra do Vietnã. Torturado mais de vinte vezes, em oito anos consecutivos (1965-1973), Stockdale viveu a guerra sem qualquer direito de prisioneiro, sem data para ser libertado e sem qualquer certeza se sobreviveria para reencontrar a família. [...] Assumiu a responsabilidade de comando e fez o que pôde para criar condições que aumentassem o número de prisioneiros que pudessem sobreviver sem maiores danos. Num determinado ponto, chegou a bater em si mesmo com um tamborete e a se cortar com uma lâmina de barbear, se ferindo de propósito, para que não pudesse ser filmado como exemplo de “prisioneiro bem tratado”. Trocou informações de inteligência secreta com a sua esposa por meio de cartas [...] instituiu regras que ajudavam as pessoas a lidar com a tortura, com a comunicação interna por um sistema de batidas. Durante um silêncio imposto pelo inimigo, os prisioneiros usaram esfregões e panos no chão para escrever o código no pátio central, desenhando um “nós te amamos” para Stockdale. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 42 Persistência Collins (2003, pp. 127-128) relata que uma conversa com Stockdale colheu a seguinte informação sobre quem não conseguiu sair de lá: “— Ah, isso é fácil – respondeu ele – Os otimistas. — Os otimistas eram aqueles que diziam: ‘Estaremos fora daqui na época de Natal’. Bem, o Natal chegava, o Natal ia embora. E na Páscoa, a mesma coisa. E eles morriam com o coração partido”. Stockdale comenta, nessa conversa registrada por Collins, a lição mais importante desse episódio: “Você não deve confundir a fé em que você vai vencer no final – que você nunca pode se dar ao luxo de perder – com a disciplina de enfrentar a realidade, nua e crua, de sua atual situação seja ela qual for”. E o autor conclui sintetizando o paradoxo: “Mantenha a fé em que você vai vencer no final, independentemente das dificuldades, e ao mesmo tempo, enfrente a realidade nua e crua de sua atual situação, seja ela qual for”. Meléndez (1996) expressa que a liderança se faz com persistência, aprendendo com o fracasso e tentando de novo, sabendo que as pessoas às vezes erras, não punindo essas falhas eventuais, afinal punir o fracasso pode inibir a criatividade e a iniciativa. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 43 Intuição A intuição foi por muito tempo desprezada no processo de tomada de decisão, por apresentar um caráter desprovido de lógica e objetividade. Atualmente percebe-se que a intuição pode ser utilizada como mais uma ferramenta do processo de decisão. Kouzes e Posner (1997, p. 121) comentam: “Aja de acordo com a intuição, se você sentir inspiração para fazer alguma coisa, tente fazê-la. Saia quicando a bola por aí. Você então verá se realmente acredita, se está no caminho certo. Também verá se os outros sentem o mesmo entusiasmo que você pela ideia”. Para líderes, a intuição pode ser uma arma interessante quando utilizada com parcimônia, afinal uma das tarefas do líder é decidir. Muitas vezes mesmo provido de uma boa quantidade de informações, tomar decisões não é uma tarefa fácil, nessa hora a intuição pode ajudar. Não podemos entender que intuição possa ser a única forma de decidir, não é isso, porém pode ser mais uma das possibilidades. Erickson (2005, p.96) comenta que “líderes com consciência de si mesmos, são realistas. Sabem para onde direcionar e por quê, e não perdem a sensibilidade de intuir”. A contribuição da intuição, baseia-se nas impressões e nos conhecimentos adquiridos durante toda a sua vida. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 44 Disciplina Disciplina não pode ser confundida com engessamento, mas se compreendida como forma de conseguir projetar e planejar, sabendo concentrar-se nos aspectos relevantes a consecução. Covey (1994, p. 52) descreve a disciplina “como a habilidade de fazer e manter promessas e honrar compromissos; é a chave do rompimento com o passado. [...] Pessoas eficazes se organizam e se adaptam diariamente, praticam a disciplina”. Conseguir manter a disciplina para perseguir os resultados e perceber as mudanças, pode garantir a sobrevivência das organizações. Afinal não são muitas as pessoas que conseguem manter a disciplina, visto que ela traz consigo uma pressão forte. Para que a disciplina não seja associada com radicalidade ou com o ato d não abrir mão de nada, deve-se estabelecer os princípios, juntamente com a equipe, do que é preponderante no processo, determinado o nível de disciplina e os seus principais pontos estratégicos. Collins (2001, p. 179) expressa que “disciplina não pode ser confundida com instruções tirânicas, mas precisa estar em torno da ideia de liberdade e responsabilidade”. As pessoas quando se sentem envolvidas e convidadas a participar do processo de construção de uma organização, naturalmente sabem o seu papel e o nível de disciplina e, consequentemente, a quantidade de sacrifícios que será necessário para se alcançar os resultados propostos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 45 Disciplina Kouzes e Posner ( 1997, p.83) comentam que: “A verdadeira liberdade resulta, primeiro, do aprendizado da disciplina, a partir daí, deverá nortear nossas ações. Não pode ser de outra maneira”. A linguagem está mudando, atualmente as pessoas estão se tornando responsáveis e orientadas para trabalhar em equipe, o que reforça a necessidade de disciplina, afinal, não basta cada um fazer a sua parte, é imprescindível que a organização avance como um todo. Collins (2001) comenta todas as empresas têm uma cultura e algumas empresas têm disciplina, mas poucas têm a cultura da disciplina. Qual a vantagem disso? Quando se têm pessoas disciplinadas, não há necessidade de hierarquia, pois, há uma ação disciplinada que não precisa de controles excessivos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 46 Liderar pelo exemplo Líderes sabem que boas conversas podem resolver e convencer as pessoas do que necessita ser realizado, porém, quando as pessoas veem o líder “botando mão na massa”, elas têm certeza de que é possível sim. Um líder antes de mandar alguém cumprir uma tarefa,deve mostrar que é capaz de fazer o que está sendo pedido, aqui o que funciona é o exemplo. Kouzes e Posner (1997, p.237) expressam que: “Estabelecer um exemplo significa chegar cedo, se esforçar e estar presente para mostrar que você se preocupa. É ser o primeiro a fazer algo que todos os outros devem valorizar”. Um exemplo claro pode ser observado no ambiente familiar: como os pais podem cobrar dos seus filhos o estudo, se os filhos não veem os pais lendo, estudando, aumentando o seu nível de conhecimento. Bons exemplos, sabem os líderes, servem de parâmetro para os outros seguirem. Kotter (1997, p.96) explica que: “O comportamento da liderança por meio de exemplos tem um conceito simples: as palavras podem ser esquecidas, mas a ação não. Os céticos tendem a não acreditar na palavra, mas ficarão impressionados com a ação”. Líderes que comandam por meio de exemplo têm um conjunto de valores explícitos que servem de parâmetros para as suas decisões, sendo que essas, na maioria das vezes são coerentes e adequadas aos termos discutidas e compartilhadas entre a sua equipe. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 47 Liderar pelo exemplo Kouzes e Posner (1996) citam Charlie M. Knight, que diz que é difícil conseguir que alguém se empolgue apenas com uma ideia. Você deve mostrar algo de concreto. Um exemplo interessante ocorreu na Starbucks, relatado por Schultz: Natal era a época de maior movimento, e todos do escritório iam às lojas para ajudar. Um certo dia, com uma das lojas abarrotadas, o próprio Schultz (presidente) atendia os pedidos atrás do balcão, quando de repente alguém gritou: “Ei! Aquela cara saiu correndo com alguma coisa!”. Schultz saltou de trás do balcão e saiu correndo em perseguição ao sujeito, gritado: “Largue isso!”, o ladrão apavorado acabou por largar as duas cafeteiras. Então Schultz, pego-as e voltou à loja, quando entrou, todos o aplaudiram. Quando voltou à tarde para seu escritório notou um enorme banner que dizia: “Estamos orgulhosos”. O líder pode ser um exemplo para todos, que estão em busca de um caminho, cumprindo promessas e proporcionando uma estrutura para o desenvolvimento das relações entre as teorias e as melhores práticas. Líder que sabem utilizar o exemplo fazem acontecer, sendo generosos na delegação de autoridade e responsabilidade. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 48 Aprendizado constante A aprendizagem duradoura deve ser adquirida, possibilitando as aplicações imediatas, úteis e contínuas que reforçam a necessidade do aprendizado constante, para que as descobertas futuras possam continuar construindo a organização. Para que a aprendizagem ocorra, o líder deve ter interesse genuíno no desenvolvimento da organização e das pessoas, devendo utilizar os erros e as falhas, como fonte de novas aprendizagens. Kouzes e Posner (1997, pp. 72-75) exemplificam: “que os erros e os fracassos são importantes para o sucesso. Sem essas experiências, esses líderes não teriam conseguido realizar suas aspirações. [...] os líderes têm de assumir riscos quando se dedicam a aprender e a conduzir a mudança: erras, ou pior, fracassar. O fracasso, é certo, pode custar caro”. No ambiente organizacional atual, é fácil se perder no emaranhado de possibilidades teóricas e de ferramentas que prometem solução para todos os males de uma empresa; cabe aos líderes conseguir estabelecer critérios sólidos para identificar o que não passa de modismo e o que realmente pode agregar valor. Morgan (2002, p.112) conclui que: “o aprendizado sempre parece envolver este tipo de paradoxo porque sempre que tentamos fazer algo novo, os modos estabelecidos de comportamentos são ameaçados”. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 49 Aprendizado constante O aprendizado é um processo que suscita o desacordo para criar o consenso. O processo é também o que permite que a inovação venha de todas as direções e que a inteligência evolua para níveis cada vez mais altos”. Continuar a construir o processo de aprendizagem organizacional pode, a longo prazo, trazer tranquilidade para os envolvidos, porém, o líder deve administrar a sensação de caos que ocorrerá no início do processo. Morgan (2002, p.295) explica que: “qualquer organização que queira manter uma vantagem competitiva precisa se conscientizar de que seus sucessos vão se tornar pontos fracos. Precisa estar preparada para inovar de maneira que minem o sucesso atual, para que as novas inovações possam surgir”. Senge (1990) expressa que o trabalho está mais relacionado ao aprendizado, e as organizações estão descobrindo a importância de despertar o empenho e a capacidade de aprender em todas as pessoas, de todos os níveis funcionais. As inovações somente podem advir do aprendizado constante e a necessidade que ele desperta nas pessoas, então um líder deve fomentar o seu aprendizado e da sua equipe. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 50 Dar significado às coisas O papel de um líder é criar significado. Atualmente vivemos dias em que a mudança ocorre com uma intensidade e uma velocidade nunca percebidas anteriormente. Saber como combinar na dose certa conhecimento, informação, experiência, interpretação e reflexão nesse ambiente caótico, somente será possível se o líder assumir o papel de dar significado as coisas. Schultz (1999) explica que se deve liderar com o coração, não são os lucros ou as vendas, mas sim o compromisso e o entusiasmo que fazem as pessoas se dedicarem. Criar padrões e associá-los a significados compartilhados exercem influência decisiva sobre a habilidade de organização em saber como lidar com os processos de mudanças, os desafios, as estratégias, as ferramentas, enfim, tudo que é imperativo para o seu desenvolvimento e crescimento. Os líderes que falam aos corações das pessoas não precisam querer mudar o mundo, apenas ajudar a acontecer a mudança nas pessoas ao seu redor, isso significa agir sobre os corações delas. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 51 Dar significado às coisas Handy (1995) cita um seminário de uma rede de hotéis, onde ele assistiu uma palestra realizada por um monge beneditino sobre a hospitalidade e o significado de não discriminar ninguém. E comenta que os ensinamentos proferidos nessa palestra foram muitos bem recebidos pelos executivos. Quando Handy entrou no quarto desse mesmo hotel, percebeu que todos os itens móveis estavam de algum modo preso à parede, inclusive o rolo de papel higiênico. Quando questionou os executivos, disseram-lhe que, se não fizessem isso, os hóspedes roubariam qualquer coisa que tivessem oportunidade. Handy conclui que, se não conseguiam confiar um simples rolo de papel higiênico aos hóspedes, também não conseguiriam transmitir significado com a mensagem beneditina. Criar significado é a busca de uma causa, e as pessoas podem certamente dar muito de si, por essa causa, desde que entendam a finalidade e que o esforço valerá cada nível de energia aplicado. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 52 Capacidade para servir Algumas organizações já perceberam que em um momento de mudanças turbulentas e aceleradas, o líder deve desenvolver a capacidade de servir as pessoas, reconhecendo a dignidade, respeito e o valor que todas as pessoas merecem. O líder deve mostrar uma preocupação genuína com o que as pessoas estão se tornando e o seu papel na organização, independentemente da sua posição hierárquica. A postura do líder deve ser de agente facilitador do processo de desenvolvimento da organização, doando boa parte do seu tempo para oferecer apoio e informação para sua equipe. Pollard (1996, p. 245) defende que: “os líderes servidores são doadores, não tomadores”. A capacidade de servir pode ser notada pela sua capacidade partilhar o poder, delegando funções e responsabilidade para todos da sua equipe, inclusive libertando do estabelecimento e da defesa do seu status quo. Esse pode ser um dos fatores cruciais para tornar oambiente organizacional mais equilibrado e menos estressante, garantindo uma qualidade de vida para os envolvidos, visto que, através da capacidade de servir, o líder estabelece um clima de confiança e segurança. Pollard (1996) expressa que essa liderança é orientada para o valor e para o desempenho, refletindo o que é certo e o que é errado no cumprimento das responsabilidades, tanto do líder, bem como da equipe, e que podem ser mensuradas pelas transformações ocorridas na vida de todos. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 53 Empatia Os ganhos que um líder pode ter com o uso da empatia é algo comumente discutido nas pesquisas e estudos sobre liderança, porém, a dificuldade reside na capacidade intensa de querer realmente ver o mundo também com outros olhos, abdicamos da tendência de queremos reduzir tudo ao seu entendimento. Somos ensinados duramente que precisamos ter respostas para todas as questões, muitos liderados esperam de seus liderem “respostas certas”, o que somente ajuda a atrapalhar, ainda mais, o desenvolvimento do processo de empatia. Goffee e Jones (2001, p.59) expressam que os verdadeiros líderes “possuem o que chamamos de empatia sem concessões por seus funcionários. Líderes influentes realmente sentem verdadeira empatia e se interessam verdadeiramente pelo trabalho de seus funcionários”. Os autores comentam que a verdadeira empatia significa se importar com o que os liderados fazem, dando a eles o que precisam, não o que eles querem. A melhor forma de empatia é o meio termo entre o respeito pelo indivíduo e o respeito pela tarefa realizada. Goffee e Jones (2001) explicam que há dificuldade de conciliar ambos, principalmente quando a empresa está lutando pela sobrevivência. A empatia também pode ajudar a impelir os líderes para assumir riscos, afinal, as pessoas querem alguém que verdadeiramente se importe com elas e com o seu trabalho. Covey (1994, p.101) enuncia que “uma atitude de empatia é extremamente interessante porque o mantém receptivo e os outros sentem que você está aprendendo, que você é influenciável”. Ter empatia significa entender como as pessoas se sentem, baseada na forma como veem o mundo. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 54 Senso de justiça As organizações sabem que os jogos políticos, as redes de intrigas e as coalizões clientelistas podem afetar a moral e minar as forças para a consecução dos resultados. Porém, poucas são as organizações que têm procurado combater esses problemas crônicos, a maioria aceita passivamente e até incentiva esses jogos como sendo eficazes (já é senso comum que não é saudável, porém, ainda há quem invista na sua eficácia). A falta de justiça dentro das organizações gera todo um clima de insatisfação que amplia a falta de compromissos de muitos, considerados atingidos pelo problema. A injustiça e a pressão fazem parte constante e natural do ambiente, portanto, são aceitas pode medo de perder o emprego, a ponto de se acostumar com a situação, muitas vezes, entendendo o jogo como natural. O líder tem o papel preponderante nesse projeto de estabelecer um senso de justiça amplo, pois, se ele consegue criar regras claras e disseminá-las a todos os envolvidos, poderá diminuir as chances de alguém se sentir injustiçado. O líder deve estimular um ambiente em que possa ter transparência e clareza no que se deseja de cada indivíduo e da equipe, sobre como será a cobrança e quais os limites, pode significar um bom caminho para minimizar as injustiças. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 55 Senso de justiça Covey (1994) relata que os princípios básicos da motivação enfatizam que a justiça precisa prevalecer em relação às oportunidades e recompensas. Morgan (2002, p.139) cita a filosofia da Matsushita Eletric Company: “Serviço à Nação através da Indústria, Justiça, Harmonia e Cooperação, Luta pela Melhoria, Cortesia e Humildade, Adaptação e Assimilação e Gratidão”. Pode-se notar que a Justiça, novamente esteve em destaque, o que só reforça a necessidade de estimulá-la com veemência e lutar para que ela alcance todos os cantos da organização. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 56 Capacidade para avaliar A avaliação é umas das tarefas mais difíceis para o líder, como conseguir estabelecer os parâmetros para o desempenho, integrando os desafios da organização e adequando as tarefas, os estilos de gestão, sabendo escolher as pessoas certas, conseguindo retirar as pessoas que não se alinham aos propósitos da organização. Farren e Kaye (1996) enunciam que o líder necessita ser um bom avaliador, fornecendo feedback honesto aos membros da equipe quanto ao seu desempenho, determinando e esclarecendo os padrões e as expectativas desse desempenho. O líder deve instaurar um ambiente em que a avaliação possa ocorrer tanto dele para sua equipe, quando no sentido contrário, concentrando suas atenções para as relações de desempenho e metas profissionais e as ações específicas que podem melhorar os processos de socialização e as aspirações mútuas. Ulrich (1996) enuncia que os líderes precisam avaliar as potencialidades e as deficiências das pessoas, as suas próprias e as da organização. Uma avaliação pode ajudá-los a ver o mundo como ele realmente é, e não como gostaria que fosse. Os líderes também devem ter uma habilidade enorme para saber escolher seus subordinados, sabendo definir rapidamente quem realmente tem a capacidade para formar sua equipe. Collins (2001, p.32) expressa que o papel dos líderes das empresas pesquisadas era “primeiro quem... depois o quê”. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 57 Capacidade para avaliar Na pesquisa realizada, o autor descobriu que os líderes colocaram primeiro as pessoas certas nos lugares certos, para isso, ele comenta: “o velho adágio ‘as pessoas são o ativo mais importante’, na verdade está errado. Não são as pessoas o ativo mais importante, mas sim as pessoas certas que são”. Conclui-se que saber avaliar quem realmente a organização precisa é uma tarefa importante e difícil, pois não se trata de simples escolha, mas quais serão os critérios a serem utilizados e as bases que servirão para se definir esses critérios de contratação. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r .. a lt _/ 58 Conclusão... Não é prudente aqui reduzir o líder a essas características ou habilidades, tampouco concluir que basta reuni-las para que as pessoas possam se tornar líderes, visto que o processo é muito abrangente. O que se percebe, nas pesquisas e estudos recentes, é que líderes que apresentam essas características ou habilidades podem alcançar melhores resultados. A ressalva é que se deve almejar o maior entendimento e o melhor mapeamento de toda a teia complexa que o fenômeno exige. Lapierre (1995, p.51) define que: “o líder se mostra e conduz. [...] A liderança é definida como a parte da direção atribuível à própria pessoa que exerce uma autoridade, e, mais especificamente, à projeção de dimensões profundas de sua personalidade”. As últimas pesquisas e estudos sobre liderança demonstram que a significância do indivíduo isolado, como sendo o fator determinante do sucesso ou fracasso de uma organização está cada dia mais avesso ao cenário. McGregor (1999, p. 205) expressa que: “dentro de uma companhia, diferentes funções exigem capacidades e habilidades de liderança diferentes. [...] Muitas das características não diferenciam o líder bem-sucedido dos fracassados”. Percebe-se que fatores como cultura, o planejamento, a estrutura, a comunicação, a aprendizagem, o poder e o controle compõem um cenário que tanto pode facilitar ou impedir o sucesso de um líder. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 59 Conclusão... Essa situação não diminui a importância da liderança nas organizações, pois uma parte do sucesso está associada ao seu processo de estruturação. Fiedler (1967) expressa que o desempenho da liderança depende tanto da organização como do própriolíder. Deve-se entender a liderança como um caminho em que as qualificações comportamentais posam melhorar a resolução de conflitos, favorecer a crítica e o trabalho em equipe. Esse processo deve ser concebido em um ambiente interativo, franco e democrático. Nesse ambiente deve-se perceber que o líder tem a função crucial a desempenhar e que suas habilidades fundamentais podem ser desenvolvidas e aprendidas. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r 60 Agradecimento Tudo isso que você viu até aqui é apenas uma pequena parte de tudo que representa a Gestor de Si! Temos muito mais pela frente! Tudo isso para tornar você a sua melhor versão! Portanto, se você quer desenvolver sua carreira e alcançar a sua melhor versão, gerando resultados extraordinários para você e sua organização, não pode perder a o conteúdo que preparamos para você. Para ficar antenado em nossas novidades e conteúdos, basta fazer seu cadastro em nosso site. w w w . g e s t o r d e s i . c o m . b r Um grande abraço! Paulo E. P. C. Ronchi ( r - -- ) < ACESSE AGORA! ~ http://www.gestordesi.com.br/blog/