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Cuidados no atendimento a pacientes diabéticos

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Cuidados no atendimento a pacientes diabéticos
Disciplina: Pacientes odontológicos com necessidades especiais.
 Roberta Machado Batista
Introdução:
Problema de saúde pública;
O número de casos e tem aumentado ao longo das últimas décadas.
 Envelhecimento populacional, urbanização, sedentarismo, obesidade e longevidade aumentada das pessoas com DM.
 (MILECH et al., 2016
Definição de Diabetes Mellitus
 Diabetes Mellitus (DM) é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia.
Resultado de: 
defeitos na ação da insulina;
na secreção de insulina;
ou em ambas
(MILECH et al., 2016)
Classificação
DM tipo 1 : deficiência absoluta da produção de insulina;
DM tipo 2: diminuição da resposta tecidual aos níveis normais de insulina, ou produção insuficiente de insulina;
Diabetes gestacional: qualquer grau de redução da tolerância à glicose com início ou detecção durante a gestação. 
(MILECH et al., 2016)
Classificação
Outros tipos específicos de DM:
Induzido por drogas;
Associado a síndromes genéticas;
Associado a endocrinopatias;
* condição especial:
“Pré – diabetes” : a glicemia em jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída.
 (MILECH et al., 2016)
Diagnóstico
Glicose em jejum : Valor de referência : 70 a 110 mg/dL
Pré diabético: 110 a 126 mg/dL em jejum
Diabético: > 126mg/dL em jejum;
ou >200 no exame casual com sintomas clássicos.
Sintomas clássicos (4Ps)
POLIDPSIA 
POLIÚRIA
POLIFAGIA 
PERDA DE PESO
 (MILECH et al., 2016)
Tratamento:
Controle dos níveis de glicose no sangue :
(MILECH et al., 2016)
Tratamento:
 DM tipo 1: 
Insulina exógena já que o pâncreas não produz;
Monitoração (glicemia capilar)
DM tipo 2: 
Uso de hipoglicemiantes orais;
Uso de insulina exógena, quando o pâncreas perde a capacidade de secreção.
(MILECH et al., 2016)
Manifestações orais
Não existem manifestações bucais específicas;
Alterações associadas ao controle glicêmico:
Doença Periodontal;
Xerostomia;
Candidíase;
Queilite angular;
Glossite mediana.
 (Tommasi, 2013)
Doença periodontal
Queilite angular
Glossite mediana
Condutas clínicas
Anamnese dirigida;
Planejamento dos procedimentos;
Redução do estresse;
Anestesia Local;
Uso de analgésicos e anti-inflamatórios;
Uso de antibióticos
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
Anamnese dirigida:
Grau de controle da doença;
Acompanhamento médico regular;
Complicações recentes.
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
2.Planejamento dos procedimentos:
 Adiar : - de 70mg/dL e + de 200mg/dL;
 Alimentação nos períodos pré e pós operatórios
Procedimentos que provoquem limitação da função;
Procedimentos de maior duração;
Horário da consulta;
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
3. Redução do estresse:
 Ansiedade e estresse  maior secreção de catecolaminas  glicogenólise hepática  aumento da glicemia
Protocolo e esquema habitual com benzodiazepínicos , tranquilização verbal e condicionamento psicológico.
 
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
4. Anestesia local: 
Adrenalina = hormônio hiperglicêmico;
Doses pequenas na odontologia;
Em pacientes instáveis = opção: felipressina
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
5. Uso de analgésicos e anti-inflamatórios:
Interação entre Sulfoniluréias (Diabnese, Daonil) e ácido acetilsalicílico e alguns AINES; (Hipoglicemia);
Analgésicos e Corticosteróides = protocolos habituais.
Observar presença de glicose na formulação da droga.
 (ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas
6. Antibióticos: 
Protocolos habituais;
Maior possibilidade de infecção secundária por fungos;
Profilaxia: pacientes instáveis, com cetoacidose sanguínea e cetonúria.
(ANDRADE, 1998)
Complicações crônicas
Decorrem principalmente das alterações vasculares (macro e micro) causadas pela hiperglicemia;
Mais comuns: neuropatia, retinopatia, doença cardíaca, doença cerebrovascular, polineuropatia e pé diabético.
Dependência da duração da diabetes, de seu controle metabólico, da presença e controle da hipertensão, e da susceptibilidade genética
(MILECH et al., 2016)
Complicações agudas:
A Hipoglicemia é definida por valores sanguíneos de glicose abaixo de 70 mg/dl no sangue.
Rapidez da diminuição de glicose no sangue (abaixo de 40mg/dL);
Privação do SNC da principal fonte de 
energia.
(ANDRADE, 1998)
Complicações agudas
Sinais e sintomas da hipoglicemia: 
 Irritabilidade, fadiga , sudorese, tontura, dor de cabeça taquicardia, fome súbita, tremores, desorientação, dormência nos lábios, visão dupla ou turva.
Ao exame físico: paciente fraco, debilitado, com pele úmida e pálida e salivação intensa;
Quando não tratada pode evoluir para síncope, convulsão, coma e morte
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas:
Paciente consciente = administração de solução açucarada – resposta em 5 a 10 minutos. Observação por 30 minutos e dispensar com acompanhante;
Paciente inconsciente = colocar o paciente em posição supina, com as pernas elevadas manter vias aéreas livres e monitorar sinais vitais.
 Administração pela via intravenosa (20 a 50 mL de dextrose 25% ou 50%) –resposta em 5 a 10 minutos ou Glucagon 1mg sublingual- resposta em 15 minutos.
(ANDRADE, 1998)
Complicações agudas
Cetoacidose diabética (CAD):
Alta taxa de glicose sanguínea; (acima de 200mg/dL)
Perda de água, sódio, potássio, cloro, cálcio, e bicarbonato através da urina;
Desidratação e choque hipovolêmico;
Aumento de corpos cetônicos no plasma + acidose tecidual
Diminuição da função cerebral e coma diabético.
(ANDRADE, 1998)
Complicações agudas
Sinais e sintomas da CAD :
Hiperventilação (sinal de Kussmaul);
Vômitos e dor abdominal intensa;
Desidratação: aumento da prega cutânea, língua seca enrugada e avermelhada, respiração rápida e profunda
Presença de hálito cetônico.
(ANDRADE, 1998)
Condutas clínicas:
Rara ocorrência no consultório odontológico;
Paciente consciente: interromper o atendimento e encaminhar ao médico (insulina +reposição de fluidos e eletrólitos);
 Paciente inconsciente: assistência médica imediata! + manobras básicas de suporte à vida.
(ANDRADE, 1998)
Conclusões
Importância da anamnese bem feita;
Contato com equipe multidisciplinar;
Atualização de conhecimentos baseados em evidencia científica;
Inclusão dos pacientes.
Atendimento de qualidade, humanizado e seguro.
Referências: 
ANDRADE, ED. Terapêutica medicamentosa em odontologia: Procedimentos clínicos e uso de medicamentos nas principais situações da prática odontológica. São Paulo. Artes Médicas, 1998;
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual prático para atendimento odontológico de pacientes com necessidades especiais. 2009.
FOURNIOL FILHO, A. Pacientes especiais e a odontologia. São Paulo: Santos, 1998.
 MILECH, A. et al (Org.). Diretrizes da Sociedade brasileira de Diabetes (2015-2016).
TOMMASI, MH. Diagnóstico em patologia bucal.4 ed. Rio de Janeiro Elsivier. 2013
 VARELLIS, M.L.Z. O Paciente com Necessidades Especiais na Odontologia. 2ª Ed, 2013, Editora Santos/Grupo Gen. 2013. 
Leitura complementar:
FERNANDES DE OLIVEIRA, Thais; PORPINO MAFRA, Rodrigo; GADELHA VASCONCELOS, Marcelo  e  GADELHA VASCONCELOS, Rodrigo. CONDUTA ODONTOLÓGICA EM PACIENTES DIABÉTICOS: CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS. Odontol. Clín.-Cient. (Online) [online]. 2016, vol.15, n.1, pp. 1-5. ISSN 1677-3888.
Disponível em : http://revodonto.bvsalud.org/pdf/occ/v15n1/a03v15n1.pdf

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