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isomorfismo institucional

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS 
Mestrado Profissional em Administração Pública 
 
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ALUNO: Alef Rodrigo Pereira 
Com base no conceito de isomorfismo institucional, explique por que as 
formas e as práticas das organizações se tornam surpreendentemente similares em 
campos organizacionais? 
A visão de que a mudança estrutural das organizações parece estar cada vez menos 
orientada pela competição ou necessidade de eficiência é deixada de lado tomando como 
base a perspectiva do isomorfismo. Ao invés disso, tomaremos burocratização e outras 
mudanças organizacionais como o resultado que torna as organizações cada vez mais 
similares sem necessariamente serem eficientes. Weber advertiu em seu livro: “A ética 
protestante e o espírito do capitalismo” que a ordem capitalista haveria se tornado uma 
gaiola de ferro na qual a humanidade estaria, e que a burocracia – a manifestação 
organizacional do espírito racional – constituía um meio eficiente e poderoso e controle 
sobre as pessoas e que a burocratização era irreversível.. 
Weber diz também que a burocracia – manifestação organizacional do espírito 
racional – constituía um meio eficiente e poderoso e controle sobre as pessoas e que a 
burocratização era irreversível. 
Dimaggio & Powell (1991), ao invés de perguntar por que há tantas organizações 
como fizeram Hannan e Freeman (1997), perguntaram "Por que tantas organizações 
homogêneas?". Ainda segundo eles, vários autores demonstram e observam o surgimento 
de modelos dominantes no século XIX. Um deles remete que a emergência é a 
estruturação de um campo organizacional como resultado de atividades de um grupo 
diverso de instituições e outro aborda a homogeneização dessas organizações e 
ingressantes uma vez que o campo seja estabelecido. 
O Isomorfismo institucional aborda a concepção de que as organizações não vão 
competir apenas pelos recursos e consumidores, mas também por poder político, 
legitimação institucional, ajustamento social e econômico. Esta é a forma para se entender 
a vida organizacional moderna. Isomorfismo é fenômeno que se caracteriza pelo fato de 
que as organizações, ao longo da vida – e proporcionalmente ao seu crescimento – levam-
nas a ter características organizacionais semelhantes, sem necessariamente torná-las mais 
eficientes. As empresas tendem a criar seu “campo organizacional”, que é onde estão 
inseridos, principalmente, os clientes e fornecedores chave, os recursos e produtos, as 
agências reguladoras e outros influenciadores, e também seus concorrentes. 
 
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O Isomorfismo institucional possui três vertentes: o coercitivo, que resulta das 
pressões ao mesmo tempo formais e informais exercidas sobre as organizações por outras 
organizações das quais dependem e por expectativas culturais da sociedade em que as 
organizações atuam; mimético: que acontece “quando as tecnologias organizacionais são 
mal compreendidas, quando os objetivos são ambíguos, ou quando o ambiente cria 
incerteza simbólica levando as organizações a se espelharem em outras; e o isomorfismo 
normativo que provém principalmente da profissionalização, pois os vários tipos de 
profissionais dentro de uma organização podem se distinguir uns dos outros, mas 
apresentam muita semelhança com suas contrapartes profissionais em outras 
organizações. (DIMAGGIO; POWELL, 1991) 
Para Dimaggio & Powell (1991), há meios de prever quais campos 
organizacionais serão mais homogêneos em estrutura, processo e comportamento, 
bastando, para isso, observar os indicadores preditivos em nível organizacional e os em 
nível de campo, a partir de 6 hipóteses em cada um deles. São essas a nível organizacional: 
HA1 – Quanto maior o grau de dependência de uma organização em relação a outra, mais 
ela se assemelhará a essa organização em estrutura, ambiente e foco governamental; HA2 
– Quanto mais centralizado for o fornecimento de recursos da organização A, tanto mais 
a organização A se transformará isomorficamente, para se assemelhar às organizações de 
cujos recursos ela depende; HA3 – Quanto mais incerta for a relação entre meios e fins, 
tanto maior será a chance de a organização moldar-se às organizações que ela considera 
bem-sucedidas; HA4 – Quando mais ambíguos forem as metas de uma organização, mais 
ela se moldará de acordo com as organizações que ela julgar bem-sucedidas; HA5 – 
Quanto maior for a confiança em credenciais acadêmicas para a escolha do pessoal 
gerencial e funcional, tanto maior será a chance de a organização se tornar semelhante a 
outras de seu campo; HA6 – Quanto mais os gestores organizacionais participarem de 
associações comerciais e profissionais, mais provável será que sua organização se 
assemelhará às outras organizações de seu campo. As 6 hipóteses a nível de campo são: 
HB1 – Quanto mais um campo organizacional depender de uma única fonte (ou de várias 
fontes semelhantes) de fornecimento de recursos vitais, tanto maior será o nível de 
isomorfismo; HB2 – Quanto mais as organizações num campo transacionam com órgãos 
do Estado, tanto maior será a extensão do isomorfismo nos campos como um todo; HB3 
– Quanto menor for o número de modelos organizacionais alternativos possíveis num 
campo, tanto mais rápido será o ritmo de isomorfismo nesse campo; HB4 – Quanto mais 
 
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incertas forem as tecnologias ou ambíguas as metas, dentro de um campo, tanto maior 
será o ritmo de mudança isomórfica; HB5 – Quanto maior for o grau de profissionalização 
em um campo, tanto maior será a quantidade de mudança isomórfica institucional; HB6 
– Quanto maior for o grau de estruturação de um campo, tanto maior será o grau de 
isomorfia. 
Segundo a crítica de Domhoff (1979), as elites definem modelos apropriados de 
estrutura e política organizacional que permanecem inquestionados na seleção natural: 
Alguns mecanismos de seleção operam para excluir as formas organizacionais que não 
se adaptam. Por fim, Dimaggio & Powell (1991) remetem a ideia de que a teoria do 
isomorfismo organizacional mais desenvolvida pode apresentar importantes implicações 
para a política social naqueles campos em que o estado trabalha por meio de organizações 
privadas. Deverá se estabelecer o pluralismo e novas formas de coordenação intersetorial 
que impulsionem diversificação em vez de homogeneização precipitada.

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