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GRANULAÇÃO MARIA ARLETE SILVA PIRES GRANULAÇÃO CONCEITO A granulação é o processo no qual se faz com que partículas pulvéreas primárias se aglomerem, de modo a formar os grânulos. Um importante requisito na produção de formas farmacêuticas sólidas é que a mistura dos pós tenha boa fluidez. A técnica de granulação de pós melhora as propriedades de fluxo. Dependendo do uso pretendido, os grânulos podem apresentar tamanho entre 0,2 a 4mm. O processo de granulação proporciona a obtenção de grânulos que serão empregados no preparo de outras formas farmacêuticas, tais como comprimidos e cápsulas, ou que serão utilizados diretamente como formas Farmacêuticas. Na grande maioria dos casos, os grânulos são produtos intermediários, com tamanho entre 0,2 e 0,5mm, utilizados para produção de cápsulas ou comprimidos. O processo de preparação do granulado pode ser dividido em: -métodos a seco, que não utilizam líquidos e, - métodos por via úmida, cujos processos envolvem a utilização de líquidos que proporcionem a aglomeração das partículas. RAZÕES PARA GRANULAÇÃO 1.Melhorar as propriedades de fluxo da mistura e favorecer a uniformidade de dose. 2. Prevenir a segregação de partículas na mistura. 3. Melhorar as características de compactação da mistura. 4- Os grânulos são mais densos do que a mistura pulvérea, ocupando portanto menor volume por unidade de peso. 5– Quando armazenadas na forma de pó, as substâncias levemente higroscópicas podem aderir-se, formando uma massa compacta, e a granulação pode reduzir esse risco GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDA Neste processo o pó (fármaco + excipiente) é misturado na presença de um líquido. Este líquido constitui-se de aglutinante + solvente. Dentre os solventes utilizados estão a água e o etanol. Mesmo empregando equipamentos distintos a seqüência de produção é comum. São elas: 1. Rompimento de aglomerados presentes nos pós por Tamisação. 2. Mistura dos pós. 3. Preparação da massa úmida. Adição do líquido de aglutinação e incorporação deste líquido (umectação). 4. Transformação da massa úmida em grânulos (granulação). 5. Secagem dos grânulos. 6. Calibração ou normalização do granulado seco para obtenção da partícula idealizada. Estas etapas podem ser conduzidas em equipamentos distintos ou associadas em uma máquina só. 1.Tamisação • No processo de tamisação procura-se romper os aglomerados presentes nos pós ou selecionar frações de tamanho de partícula, de modo que o fármaco e os demais adjuvantes apresentem uma mesma faixa de granulometria. GRANULADOR CÔNICO 2. Mistura • A mistura é definida como uma operação unitária que tem por objetivo trabalhar dois ou mais componentes, de modo que cada unidade de cada componente passe a entrar em contato o mais próximo possível com unidades de um outro componente ou de cada um dos outros componentes. • Para que os pós possam ser misturados é necessário que as suas partículas movimentem-se livremente, umas ao redor das outras. MISTURADORES DE VOLTEADURA MISTURADORES DE VOLTEADURA 3 – Mistura/umectação e/ou granulação Masseira BATEDEIRA PLANETÁRIA Misturadores/granuladores de alta velocidade (High Shear Mixer) Estes granuladores consistem em um continente de mistura de aço-inoxidável, um rotor provido de três lâminas, o qual promove a mistura no plano horizontal, e um cutelo auxiliar de três lâminas, que promove a mistura tanto no plano vertical quanto no horizontal. Misturadores/granuladores de alta velocidade (High Shear Mixer) Granulador Collete-Gral Misturadores granuladores de alta velocidade Granuladores de leito fluidizado A umidade e temperatura do ar que entra para ser filtrado devem ser consideradas como fatores que interferem na reprodutibilidade dos lotes. Há necessidade de avaliar fatores como pressão do ar, velocidade do fluxo de líquido e temperatura dentro do equipamento. A umidade do grânulo está diretamente relacionada a estes fatores. O líquido a ser atomizado deve possuir baixa viscosidade. Ex. PVP em etanol ou PVP em água. O tamanho da gotícula atomizada está relacionado ao crescimento do grânulo. Gotículas maiores geram grânulos maiores. Se a pressão do ar de atomização for grande, irá ocorrer a formação de gotículas menores e conseqüentemente grânulos menores A velocidade de aplicação do líquido: -Muito alta: compromete fluxo e umedece excessivamente o pó. -Muito baixa: não há aglomeração das partículas. O crescimento do grânulo é proporcional à velocidade de aspersão do líquido e inversamente proporcional à temperatura do ar do leito. Aglutinantes São adicionados à mistura fármaco- adjuvantes para assegurar que os grânulos e os comprimidos sejam formados com a resistência mecânica desejada. Os aglutinantes podem ser adicionados a um material particulado de diversas maneiras: -como um pó seco, que é misturado aos demais componentes antes da granulação por via úmida. Durante o procedimento de umectação, o aglutinante pode dissolver-se parcial ou completamente no líquido de granulação. Exemplo: amido pré-gelatinizado. -Como uma solução, que é empregada como líquido de aglomeração durante a granulação úmida. O aglutinante é chamado de aglutinante úmido. Exemplos: amido de milho, gelatina, polivinilpirrolidona, hidroxipropilmetilcelulose. Como um pó seco, adicionado aos demais componentes antes da compactação. O aglutinante é chamado de aglutinante seco. Exemplos: amido pré-gelatinizado, celulose microcristalina, povidona de ligações cruzadas (copovidona), metilcelulose, etc. -Concentração usual: 2% a 10%. 4 - Granulação Granulador rotatório Granulador oscilante Granulador cônico 5. Secagem Após a obtenção dos granulados úmidos estes são submetidos ao processo de secagem. -Secagem convectiva em leito fixo - Secadores de prateleiras (estufas). -Secadores por convecção dinâmica - Secadores de leito fluidizado 6-Normalização ou calibração do granulado Como a granulação não é uma operação bem controlável, e durante a secagem pode ocorrer a formação de agregados, é necessária uma operação de tamisação para normalização ou calibração do granulado