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Universidade Veiga de Almeida Gabi Costa Moraes – 20192300568 A demissão por justa causa é a pena máxima aplicada ao trabalhador. Esta ocorre quando o empregado realize ato que, na lei, seja considerado como uma falta grave. Desta forma, a distinção entre os termos “justa causa” e “falta grave” se dão, pois, o primeiro é a penalidade sofrida pelo trabalhador, e o segundo, o ato que ocasionou a penalidade. Entretanto, jurisprudencialmente ou doutrinariamente, esta distinção é irrelevante, visto que há possibilidade de uma existir sem a outra (Tonassi, 2011). De acordo com a alínea e, no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma das situações que pode gerar a demissão por justa causa é a desídia no desempenho das respectivas funções. Segundo Delgado (2009), desídia é a desatenção reiterada, o desinteresse contínuo, o desleixo contumaz com as obrigações contratuais. Ou seja, o trabalhador que negligencie o exercício de sua função, comete desídia. No entanto, para que esta seja a justificativa da demissão com justa causa, deve-se comprovar que este comportamento por parte do empregado ocorre de maneira repetida e, em via de regra, que o empregador tenha exercido uma gradação de penalidades até chegar no ato da demissão. Tal questão foi tratada na jurisprudência abaixo: “JUSTA CAUSA - DESÍDIA- AUSÊNCIA DE GRADAÇÃO DE PENALIDADES. A desídia caracteriza-se pela falta de diligência do empregado no desempenho de suas funções, como, por exemplo, a negligência e a falta de zelo. Como, no caso, a falta do empregado foi fundamentada em desídia por reiteradas ausências ao serviço, há de ser comprovada a gradação na aplicação das penalidades, o que não se verificou”. (TRT-3 - RO: 2003709 01560-2008-043-03-00-9, Relator: Luiz Ronan Neves Koury, Segunda Turma, Data de Publicação: 11/09/2009,10/09/2009. DEJT. Página 63. Boletim: Não.) Em minha opinião, o profissional representante da empresa, em relação às questões que envolvam a rescisão do contrato de trabalho, deve atuar de maneira que não haja constrangimento para o empregado que venha a ser demitido, para que não seja gerado processo trabalhista (Blog Huma, 2017). Ainda sobre a tratativa na demissão com justa causa, é imprescindível que haja proporcionalidade entre ação e penalidade. Conforme Martins (2009), às faltas leves deve corresponder punição branda e às mais graves penas mais severas. É também preocupação do empregador aplicar a penalidade tão logo seja cometida a falta, para que não haja descaracterização da mesma. Referências: BLOG HUMA. Rescisão do Contrato de Trabalho: Cuidados no Processo de Demissão. Disponível em: <https://www.lg.com.br/blog/rescisao-do-contrato-de- trabalho-cuidados-no-processo-de-demissao/> Acesso em 05 jun.2019. BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis de Trabalho. São Paulo: edição federal, 1943. DELGADO, Mauricio Goudinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2002. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 2009. TONASSI, Marlon Alves. Justa Causa Como Forma de Cessação do Contrato de Trabalho. Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, 2011. Monografia – Programa de Pós-Graduação em Direito e Processo do Trabalho, 2011. TRT. RECURSO ORDINÁRIO TRABALHISTA: RO 2003709 01560-2008- 043-03-00-9. Relator: Luiz Ronan Neves Koury. DJ: 01/09/2009. JusBrasil, 2009. Disponível em: <https://trt-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/129556837/recurso- ordinario-trabalhista-ro-2003709-01560-2008-043-03-00-9?ref=serp>. Acesso em 05 jun. 2019.
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