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Aula 5 - SCM (CADEIA DE SUPRIMENTOS)

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AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
GERENCIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Edicreia Andrade dos Santos 
02 
CONVERSA INICIAL 
Os sistemas de informação objetivam instrumentalizar os processos da 
organização visando aumentar o controle, a precisão de suas atividades, a 
produtividade, além de fornecer suporte à tomada de decisão. Para isso, são 
utilizados sistemas que possuem como finalidade o processamento das 
informações e a geração de informações gerenciais. 
Esses sistemas possuem bancos de dados próprios, que normalmente são 
independentes e não se comunicam. Isso ocorre porque normalmente os sistemas 
são utilizados de forma setorial, o que pode ser a causa de diversos problemas, 
como: a) a redundância de dados, ou seja, dados repetidos; b) o retrabalho, ou 
seja, quando a falta de integralização faz como que um mesmo dado precise ser 
lançado mais de uma vez; e c) a falta de integridade de uma informação, ou seja, 
quando a informação fornecida não é verdadeira. 
Dentre os sistemas de integração dos ciclos de operação das 
organizações, destacam-se: SCM (Gestão da Cadeia de Suprimentos), CRM 
(Gestão de Relacionamento com o Cliente), MRP (Planejamento de Necessidade 
de Materiais), MRP II (Planejamento dos Recursos de Manufatura ou 
Planejamento dos Recursos de Produção) e ERP (Sistema Integrado de Gestão 
Empresarial). O objetivo desta aula é o estudo dos principais métodos de sistemas 
de informações básicas, que contribuem para a geração de informações para a 
tomada de decisão organizacional. 
CONTEXTUALIZANDO 
O que torna os sistemas de informação tão importantes? É o mesmo que 
faz com que as empresas invistam cada vez mais no desenvolvimento de 
tecnologias. O uso desses sistemas é de grande relevância para que os objetivos 
organizacionais sejam alcançados, pois permitem que novos produtos sejam 
desenvolvidos, que as operações das empresas sejam otimizadas, além de 
garantir a continuidade e a sobrevivência da entidade. 
Como existem diferentes interesses dentro da organização, também 
existem diferentes sistemas. De forma isolada, eles não são capazes de fornecer 
03 
as informações que a entidade precisa. Além disso, é muito complicado 
estabelecer como eles se inter-relacionam, já que até mesmo pequenas empresas 
utilizam uma série de sistemas para o controle de contas bancárias, pagamento 
de fornecedores etc. 
Dessa forma, é importante a utilização de sistemas que reflitam a realidade 
da empresa como um todo. Na aula passada, conhecemos como são 
automatizados os processos dos sistemas de informação pela perspectiva dos 
níveis organizacionais, por meio do estudo dos sistemas de processamento de 
transação (SPT), de informações gerenciais (SIG) de apoio à decisão (SAD) e de 
informações estratégicas (SIE). 
Nesta aula, vamos estudar os sistemas empresariais criados para a 
resolução de problemas de integração: ERP (Enterprise Resource Planning), SCM 
(Supply Chain Management), CRM (Customer Relationship Management), MRP 
II (Manufacturing Resources Planning) e MRP (Material Requirement Planning). 
TEMA 1 – SCM (CADEIA DE SUPRIMENTOS) 
A cadeia de suprimentos de negócios, tradução de Supply Chain 
Management (SCM) corresponde à rede de organizações e processos para 
escolher a matéria-prima, transformá-las e distribuir os produtos acabados, 
resultantes dessa transformação, aos clientes. Além da linha de produção, a 
cadeia liga fornecedores, clientes, redes de distribuição, instalações, com a 
finalidade de fornecer produtos e serviços desde a sua origem até o ponto de 
consumo (Laudon; Laudon, 2010). 
Em muitos casos, alguns eventos causam problemas na gestão de 
suprimentos devido à imprevisibilidade de sua ocorrência. Por exemplo, a 
demanda incorreta, o atraso de fornecedores, a ausência de matéria-prima, a 
capacidade ociosa da produção, o estoque em excesso, panes no processo de 
produção etc. 
Visando lidar com eventos não previstos, muitas vezes os fabricantes 
mantêm o chamado “estoque de segurança”, que funciona como um nível de 
estoque suficiente para evitar que a empresa fique sem produtos diante da 
variação de demanda. Caso a empresa saiba exatamente quando e quantos 
produtos seus clientes desejam e em qual período esses produtos precisam ser 
fabricados, ela pode utilizar o sistema just in time, que determina que tudo deve 
ser comprado, produzido e transportado no momento certo, como estratégia. 
04 
Saiba mais 
Um problema comum na gestão de suprimentos é o efeito “chicote”. Ele 
ocorre quando uma informação é distorcida, e o erro é perpetuado ao longo da 
cadeia de suprimentos. Ele pode ser diminuído quando as informações 
disponíveis estão atualizadas, reduzindo, assim, as incertezas sobre a oferta e a 
procura. 
Atualmente, a gestão da cadeia de suprimentos é realizada por meio de 
sistemas de controle. Normalmente, dois tipos de softwares são utilizados: os que 
ajudam a empresa a planejar a cadeia de suprimentos e os que ajudam a executar 
esse planejamento. 
Quadro 1 – Sistemas de controle 
Sistemas de ... Descrição 
planejamento da cadeia de 
suprimentos 
Permite à empresa gerar previsões de demanda para um produto 
e desenvolver planos para a compra de matéria-prima desse 
mesmo produto. Ele possibilita a empresa tomar decisões 
operacionais sobre níveis de estoque, logística e 
armazenamento. 
execução da cadeia de 
suprimentos 
Permite o gerenciamento do andamento de produtos pelos 
centros de distribuição, visando garantir que eles sejam 
entregues no local certo, da melhor maneira possível. São 
exemplos o monitoramento da situação física de produtos, a 
gestão de materiais e operações de armazenamento e 
transporte. 
Fonte: Laudon; Laudon, 2010. 
Assim como outros sistemas de informações gerenciais, a cadeia de 
suprimentos também faz uso da tecnologia da internet para a integração de dados. 
Ela utiliza intranets e extranets: o primeiro, para integração dos processos 
internos; e o último, para a integração com parceiros de negócios. Tais 
metodologias contribuem para a atualização instantânea de informações sobre 
logística, produção, compras etc. No próximo tema conheceremos o sistema de 
gestão do relacionamento com o cliente: o CRM. 
05 
Assista ao vídeo “O que é o SCM?” Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=uAJMcs7yvDE>. 
TEMA 2 – CRM 
Após compreender as cadeias dos suprimentos da organização, vamos a 
mais um tópico relevante, a importância do cliente, que é identificada pelo CRM 
(Customer Relationship Management, que pode ser traduzido como Gestão de 
Relacionamento com o Cliente). É muito comum que as empresas possuam 
informações desencontradas. Um dado em relação a determinado cliente pode 
estar armazenado nas contas a receber, e ao mesmo tempo, esse cliente pode 
ter dados relacionados aos produtos adquiridos, sem que esses dados estejam 
integrados. 
Quando a organização é de grande porte, a integralização das informações 
é ainda mais complicado. Qual seria a solução para desenvolver um sistema que 
garanta um relacionamento longevo e eficiente com o cliente? Nesse momento é 
que entra em cena o sistema de gestão de relacionamento com o cliente – CRM 
(Customer Relationship Management). 
O CRM busca consolidar as informações sobre os clientes de toda empresa 
e posteriormente os distribui entre vários sistemas e pontos de contato, que 
consistem em canais de interação com os clientes, como o e-mail, espalhados 
pela entidade. Isso contribui para melhorar tanto as vendas como o atendimento. 
Assim como outros sistemas de informações gerenciais, o CRM também 
utiliza pacotes comerciais de softwares. Segundo Laudon e Laudon (2010, p. 267): 
Esse sistema pode abranger desde ferramentas de nicho que executem 
apenas algumas funções, como a personalização de sites para 
determinados clientes, como também aplicativos mais sofisticados queconsigam realizar análises mais refinadas de informações que 
contribuam para a manutenção e conquista de clientes. 
Na Figura 1 é apresentada a síntese do CRM. 
06 
Figura 1 – Gestão das Relações com o Clientes – CRM 
Fonte: Laudon; Laudon, 2010, p. 267. 
De acordo com Laudon e Laudon (2010, p. 267), “os pacotes de CRM mais 
abrangentes contêm módulos para a gestão do relacionamento com o parceiro 
(Partner Relationship Management – PRM) e a gestão do relacionamento com 
o funcionário (Employee Relationship Management – ERM)”. O PRM é
basicamente igual ao sistema de relacionamento com o cliente, a principal 
diferença encontra-se no objetivo: o PRM busca melhorar a colaboração entre a 
entidade e seus parceiros de vendas. É importante destacar que esses parceiros 
podem ser tanto os clientes finais como os varejistas, que acabam funcionado 
como uma espécie de intermediário para a empresa. 
O PRM fornece uma gama de dados relevantes, por exemplo: a indicação 
de preços, promoções e configurações de pedidos. No caso dos varejistas, ele 
ajuda no canal de vendas diretas, além de buscar avaliar seu desempenho, 
visando contribuir para que eles consigam efetuar um número maior de vendas. 
Nessa direção, percebe-se que o PRM é focado na área externa da 
entidade, diferentemente do ERM, que é focado na parte interna da organização. 
O ERM lida com assuntos dos recursos humanos relacionados ao CRM, tais como 
o estabelecimento de objetivos, gestão e remuneração com base no desempenho
dos colaboradores e treinamento. 
Os principais softwares da gestão de relacionamento com o cliente são o 
Siebel e o Peoplesoft (que pertence atualmente ao Oracle), SAP e 
Salesforce.com. Alguns dos componentes desses sistemas são (Laudon; Laudon, 
2010, p. 268): 
 
 
07 
 Automação da força de vendas: São exemplos o 
gerenciamento de contas, de vendas, de pedidos etc. 
 Atendimento ao cliente: São exemplos os atendimentos por 
telefone, e-mail, sistema de call center etc. 
 Marketing: São exemplos o gerenciamento de campanhas, de 
eventos, de promoções etc. 
Todas as informações apresentadas até aqui fazem parte do CRM 
operacional, que se relaciona com a criação e manutenção de canais de 
tecnologia. Além dele, existe o CRM analítico, que busca analisar os dados 
gerados pelo CRM operacional, visando avaliar o desempenho da empresa nessa 
área e o valor do cliente ao longo do tempo. 
Além dos dois tipos citados, temos ainda: a) o CRM estratégico, que se 
relaciona com a análise de mercado e a orientação das estratégias da empresa; 
e b) o CRM colaborativo, que envolve todas as formas de disseminação das 
informações. 
Terminamos esse tema mencionando os benefícios e as limitações desse 
sistema. Como ponto positivo, podemos destacar a maior satisfação dos clientes, 
menores gastos com marketing, além da diminuição dos custos de manutenção 
dos clientes (Laudon; Laudon, 2010). Como limitações, além do alto custo e o 
longo período para a implantação, podemos destacar a complexidade de instalar 
um sistema como esse, que envolve mudanças drásticas na forma de trabalhar 
da empresa. 
No próximo tema, vamos conhecer mais um sistema: o MRP. Vamos lá? 
Saiba mais 
Assista ao vídeo “O que é CRM – CBR Consultoria”. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=fpBG5fYMFnk>. 
TEMA 3 – MRP 
O cálculo do sistema MRP (Material Requirement Planning, tradução de 
“planejamento das necessidades de materiais”) é simples, além de ser um dos 
métodos mais conhecidos. Ele parte do princípio de que se sabe de todos os 
componentes do produto e o período que leva para obter cada um deles. A partir 
disso, o próximo passo é estabelecer quais serão as necessidades futuras de 
disponibilidade do produto, definindo quando e quantas quantidades serão 
indispensáveis para sua confecção sem que sobre ou falte tempo ou matéria-
prima. 
08 
O sistema MRP foi criado na década de 1960, e de forma geral, busca 
programar as atividades para o período mais tarde possível, minimizando o 
volume dos estoques. Ele estabelece uma visão de necessidade futuras e depois 
vai “explodindo” de nível a nível para períodos anteriores. Em linhas gerais, a 
lógica do MRP é “programação para trás” (backward scheduling). 
Normalmente, uma entidade possui mais de um produto, o que cria a 
necessidade da utilização de um algum sistema que leve em consideração essa 
característica do negócio. Diante disso, é preciso que a empresa crie critérios ou 
padrões os quais permitam que elementos sem as características esperadas 
sejam identificados pelo sistema (Corrêa; Gianesi; Caon, 2014). 
Os parâmetros fundamentais do MRP são: políticas e tamanho do lote, 
estoques de segurança e os lead times. 
Quadro 2 – Parâmetros 
Parâmetros Descrição 
Políticas e 
tamanho do 
lote 
Visam determinar o valor de compra, além de buscarem reduzir os custos fixos 
de produção e aquisição desses lotes. Também são definidas as quantidades 
mínimas e máximas de lotes, ademais, é estabelecido o valor de lotes fixos, em 
que são calculadas as necessidades futuras por um prazo determinado, 
concentrando no início desse período o recebimento planejado das 
necessidades futuras estabelecidas. 
Estoques de 
segurança 
Objetivam diminuir as incertezas no processo de transformação. Eles são 
usados no fornecimento de dados para os algoritmos de cálculo do MRP, para 
que esse sistema determine as ordens de compra e produção visando à 
manutenção dos estoques nos níveis definidos. 
Lead times 
Correspondem ao tempo decorrente entre a liberação de uma ordem (de 
compra ou produção) e o momento a partir do qual o material está disponível 
para uso. Estão incluídas, nessa etapa, o tempo de emissão física da ordem, o 
tempo de transmissão da ordem, o tempo de transporte de materiais, o tempo 
de processamento etc. 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon, 2014. 
Agora que já sabemos sua conceituação e os parâmetros necessários, 
vamos ao seu funcionamento. Partindo do ponto em que as necessidades de 
todos os itens que compõem o produto foram calculadas, desde o nível superior 
até as matérias-primas, o próximo passo é estruturar os produtos. O MRP é 
formado por dois componentes, denominados pais e filhos. Os pais são uma 
espécie de componente matriz e os filhos são elementos oriundos diretamente 
desses elementos. Esses dois itens podem ser ordenados em uma espécie de 
organograma denominado “estrutura do produto” ou “árvore do produto”. 
Quando não for possível criar a estrutura do produto, é utilizada uma lista 
de materiais “indentada”. Uma espécie de lista, em formato de quadro, também 
09 
é utilizada para a representação dos tempos de obtenção para cada um dos itens. 
Esse tempo normalmente é dividido em semanas. 
O cálculo ou “explosão” de necessidades líquidas de materiais também 
deve ser realizado nessa fase. Ele permite saber com antecedência quais são as 
quantidades a serem obtidas com base na liberação com antecedência. Ele é 
calculado deduzindo-se as necessidades brutas das quantidades projetadas com 
antecedência naquele período (Corrêa; Gianesi; Caon, 2014). Por fim, temos o 
registro do MRP, representado na Figura 2: 
Figura 2 – Exemplo de Registro básico do MRP 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon, 2014, p. 92. 
Na Figura 2, podemos notar que as linhas representam as necessidades 
brutas, as chegadas esperadas de material, o estoque disponível projetado, ou 
seja, o estoque ao final do período, o recebimento de ordens planejadas que 
representam a quantidade de material disponível no início do período 
correspondente à liberação das ordens disponíveis. As colunas são a 
representação numérica de cada um desses itens. 
No próximo tema, conheceremos um sistema de informações gerenciais 
que lembra muito o método que acabamos de estudar. Afinal, ele é uma evolução 
desse tema: o MRP II. 
TEMA 4 – MRP II 
Com a popularização do MRP (Material Requirement Planning, traduçãode 
“planejamento das necessidades de materiais”), que, como o próprio nome diz, 
consiste em um sistema de cálculo das necessidades de materiais, estudado no 
item anterior, os pesquisadores perceberam que a mesma lógica poderia ser 
 
 
010 
aplicada no planejamento de recursos de produção. Expandindo-se os conceitos 
do MRP, surgiu o MRP II. Entretanto, o que motivaria essa adoção? 
A resposta é simples. Uma empresa que utiliza apenas o MRP está focada 
apenas na compra do que é necessário no momento certo, visando eliminar os 
estoques. No entanto, a organização não é um sistema fechado, muitas vezes os 
materiais chegam antes ou depois do que era esperado, o que se reflete na 
produção. 
Essas mudanças refletem a capacidade de planejamento por meio de 
custos adicionais, seja pelo custo de manter um estoque excessivo ou pelas 
consequências do atraso da entrega dos produtos. A evidência prática desses 
problemas foi o que motivou o desenvolvimento do MRP II. 
Com esse novo cálculo, foi possível identificar com certa precisão 
problemas relacionados à falta de capacidade ou ao excesso de recursos com 
alguma antecedência. Ademais, tornou possível a redução de custos com 
ociosidade e a manutenção dos níveis de confiabilidade de entrega de 
mercadorias (Corrêa; Gianesi; Caon, 2014). Na Figura 3 é apresentada a evolução 
do antigo método para o novo. 
Figura 3 – Abrangência do MRP e do MRP II 
 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon. 2014, p. 134. 
De acordo com a Figura 3, pode-se observar que o MRP II é mais do que 
um cálculo de capacidade do MRP. Ele vai muito além, consistindo em um sistema 
mais complexo e mais abrangente que o MRP. 
O MRP II é formado por uma série de procedimentos de planejamento que 
são reunidos em funções. Normalmente, para sua implementação, a empresa 
adquire softwares comerciais, em pacotes formados por módulos. No entanto, 
também é possível executar as funções do sistema de maneira manual, por meio 
de ferramentas computacionais (Corrêa; Gianesi; Caon, 2014). 
 
 
011 
Podemos definir o MRP II como um sistema de hierárquico da 
administração da produção, em que os planos de produção gerais são agrupados 
até chegar em níveis de planejamento operacional menores. Para garantir a 
eficácia do MRP II, é de suma importância que exista uma base de dados central, 
que seja formada por módulos os quais, apesar de fazerem parte de um todo, 
também funcionam de forma independente. 
O MRP II é formado por: Cadastro básico, MRP (planejamento de 
necessidade de materiais), CRP (planejamento de requisitos de necessidade), 
MPS (programa mestre de produção), RCCP (planejamento de capacidade), 
Gestão da demanda, SFC (controle de chão de fábrica) e Compras S&OP (vendas 
e planejamento das operações) (Corrêa; Gianesi; Caon, 2014). 
O cadastro básico é responsável pelo registro das informações necessárias 
para o funcionamento do sistema. Sua composição é apresentada a seguir. 
Quadro 3 – Cadastros necessários 
Tipo de 
Cadastro 
Descrição 
Cadastro 
mestre de item 
Contendo informações, como código, descrição, unidade de medida, data de 
efetividade, política de ordem, lead time, estoque de segurança, entre outros. 
Cadastro de 
estrutura de 
produto 
Contendo as ligações entre itens “pais” e itens “filhos”, quantidades necessárias 
de itens “filhos” por unidade do item “pai, unidades de medida, código de 
mudança de engenharia, datas de início e término de validade, entre outros. 
Cadastro de 
locais 
Nele são definidos os locais de armazenagem dos itens, incluindo unidades 
fabris, departamentos, corredores, prateleiras, entre outros. 
Cadastro de 
centros 
produtivos 
Inclui código, descrição, horário de trabalho, índices de aproveitamento de 
horas disponíveis, entre outros. 
Cadastros de 
calendários 
Faz a conversão do calendário de fábrica para o calendário de datas do ano e 
armazena informações de feriados, férias, entre outros. 
Cadastro de 
roteiros 
Incluindo a sequência de operações necessárias para a fabricação de cada 
item, os tempos associados de emissão de ordem, fila, preparação, 
processamento, movimentação, ferramentas necessárias, entre outros. 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon, 2014. 
Os demais módulos que formam o MRP II são descritos a seguir. 
Quadro 4 – Módulos 
Módulo Descrição 
MRP Módulo responsável pela verificação da viabilidade do plano de produção e das 
compras, calculando a necessidade de matérias em relação ao número e ao tempo 
que eles precisam estar disponíveis. 
CRP Utiliza informações dos centros produtivos, roteiros e tempos, calculando as 
necessidades de capacidade de cada centro, de tempos em tempos 
MPS, 
RCCP e 
Gestão de 
Demanda 
Para a elaboração do plano de produção de produtos (itens e período), é utilizado 
o módulo de planejamento mestre de produção (MPS) e o planejamento grosseiro 
de produção (RCCP). No que tange às informações referentes às vendas, ficam a 
cargo da gestão de demanda fornecer esses dados. 
 
 
012 
SFC e 
Compras 
Também temos o módulo de controle de chão de fábrica (SFC) e módulo de 
compras, que são responsáveis por garantir que o plano de materiais estipulado 
seja cumprido da maneira com o foi estruturado. 
S&OP Responsável pelo planejamento de decisões que envolvem visão de longo prazo 
da organização, ele é utilizado pelo alto escalão. 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon, 2014. 
Dessa forma, sua estruturação fica da seguinte maneira. 
Figura 4 – Sistema MRP II 
 
Fonte: Corrêa; Gianesi; Caon, 2014, p. 151. 
Na Figura 4, pode-se notar que o comando abrange o nível mais alto de 
planejamento (S&OP/Gestão de Demanda/MPS/RCCP), responsável pelas 
decisões estratégicas da organização, enquanto o motor é composto pelo nível 
mais baixo de planejamento (MRP/CRP), em que são tomadas decisões 
específicas em relação às decisões gerais do nível mais alto. Por fim, as rodas 
referem-se à execução e ao controle das decisões determinadas pelo “motor” 
(Compras/SFC). 
Para eficácia da implantação do MRP II, é preciso que a empresa 
estabeleça de forma clara o objetivo do sistema e os instrumentos para medir seu 
desempenho. 
 
 
013 
Em relação aos pontos positivos, podemos destacar a natureza dinâmica 
do sistema, que permite que sejam realizadas o número de mudanças 
necessárias para adaptação ao ambiente competitivo. Por sua vez, quanto às 
limitações, podemos destacar a complexidade do sistema devido ao grande 
volume de dados. Além disso, muitas vezes sua estrutura de tomada de decisão, 
que é muito centralizada, pode dar pouca margem e ação para quem executa as 
operações. 
No próximo tema, conheceremos um dos sistemas de integração de dados 
mais famosos: o ERP. 
TEMA 5 – ERP 
As operações da empresa são suportadas por sistemas. Normalmente, a 
estrutura funcional da entidade não permite que diferentes áreas se inter-
relacionem. Dessa forma, os dados setoriais (financeiros, operacionais, vendas 
etc.) são incluídos em sistemas isolados, o que na integração pode resultar no 
retrabalho, em repetições e na falta de integridade da informação. 
Um dos maiores benefícios trazidos pela integração dos sistemas é acabar 
com os obstáculos entre diferentes setores, evitando a duplicação de esforços. 
Muito benefícios são trazidos com essa integração: 
Quadro 5 – Benefícios da integração 
Benefícios tangíveis Benefícios intangíveis 
Redução de pessoal Aprimoramento de processos 
Aumento de produtividade Padronização de processos 
Aumento de receitas/lucros Flexibilidade 
Entregas pontuais Agilidade 
Fonte: Caiçara Junior, 2015. 
Como solução para a integração dos sistemas e resolução de problemas, 
existem duas opções. A primeira consiste na construção de interfaces entre os 
sistemas que já existem na empresa, por meio da compreensão da arquitetura e 
da identificação das linguagens de programação. Para isso, é preciso saber que 
tipo de banco de dados é utilizado, além de outras característicastécnicas 
relevantes (Caiçara Junior, 2015). 
Uma segunda solução são os sistemas integrados de gestão, chamados 
de ERP (Enterprise Resource Planning, em português, “planejamento de recursos 
da empresa”), uma ferramenta com a finalidade de desenvolver uma empresa com 
áreas funcionais interligadas. 
 
 
014 
Antes de conhecer o sistema propriamente dito, é importante conhecer sua 
criação. No ano de 1972, a empresa SAP (Systeme, Anwendungen, Produkte, em 
português, “Sistema de desenvolvimento de programas”) foi fundada. Essa 
empresa foi responsável pelo desenvolvimento do conceito inicial do ERP, que 
inicialmente foi lançado como R/2 e atualmente é um dos líderes de mercado dos 
sistemas. 
Em sua criação, o propósito principal dessa metodologia era a integração 
de todos os sistemas da organização. Ele consiste em uma evolução dos MRPs 
(Material Requirement Planning, tradução de “planejamento das necessidades de 
materiais”), e dos MRPs II (Manufacturing Resource Planning, tradução de 
“planejamento de recursos de manufatura”), que já foram estudados nesta aula. 
A evolução do ERP levou ao lançamento do ERP2, que além de integrar os 
sistemas internos, passou a utilizar a internet para conectar processos e sistemas 
de duas ou mais organizações. Ao invés da necessidade de estar na empresa 
para acessar dados, o usuário podia estar em qualquer lugar do mundo e ainda 
assim poder acessar o sistema de forma remota. 
No início da década de 1990, o ERP começou a ser utilizado em escala 
mundial. No Brasil, isso ocorreu por volta dos anos de 1997/1998, no entanto, na 
época, somente grandes corporações tinham acesso devido ao alto valor de sua 
implementação. 
Ao longo dos anos, a conceituação desse sistema passou por 
modificações. Ele pode ser definido como um sistema de informação adquirido na 
forma de pacotes comerciais de software que possibilitam a integração entre os 
dados dos sistemas de informação transacionais e dos processos de negócios de 
uma empresa (Caiçara Junior, 2015). 
O ERP é um pacote comercial de software, ou seja, ele é adquirido pronto 
no mercado, apesar de algumas entidades buscarem soluções internas que 
imitem modelos existentes. Por isso, a empresa que o adquire precisa se adaptar 
às funcionalidades do produto e adequar seus processos à modelagem imposta 
por esse sistema. O Quadro 6 traz algumas das suas principais características 
(Caiçara Junior, 2015): 
Quadro 6 – Principais características do ERP 
Característica Descrição 
Pacote comercial de 
software 
O desenvolvimento do ERP não é simples, visto que são necessários anos 
de estudo e observação das rotinas organizacionais para que se construa 
uma estrutura a qual possa ser adaptada a qualquer organização. 
 
 
015 
Banco de dados 
único 
Essa foi considerada uma das principais evoluções em relação aos 
sistemas tradicionais, pois são integradas a diversas áreas funcionais em 
um único sistema “central”. 
Constituído de 
módulos 
Com o ERP, as áreas funcionais passaram a ser chamadas de módulos. 
Dessa forma, a empresa passou a ser constituída por um conjunto de 
módulos que compartilham informações em um mesmo banco de dados. 
Dessa forma, a empresa pode optar pela escolha dos modelos que lhe 
interessem, já que os módulos funcionam de forma independente, 
permitindo, assim, vendas parciais. 
(continua) 
(Quadro 6 – conclusão) 
Característica Descrição 
Formado com base 
nas melhores 
práticas de mercado 
Na construção do ERP, são identificadas as principais práticas aplicadas a 
cada segmento de mercado, visando identificar o que há de melhor para o 
tipo de empresa que está implementando o sistema, com vistas sempre ao 
desenvolvimento da vantagem competitiva. Dessa forma, o ERP vai além 
de um simples sistema, funcionando como uma espécie de consultoria. 
Elimina a 
redundância 
Como existe um banco de dados único, a duplicação de dados e o 
retrabalho são evitados. 
Integridade da 
informação 
Como existe apenas um sistema de armazenamento de dados, assim que 
uma mudança é realizada em um módulo, automaticamente há integração 
entre os outros módulos em tempo real. 
Aumenta a 
segurança entre os 
processos de 
negócios 
Os sistemas de ERP utilizam controles e permissões de acesso, ou seja, 
os usuários possuem login e senha, aumentando, assim, a segurança. 
Permite a 
rastreabilidade das 
informações 
Devido ao uso de login e senha, visando à segurança das operações, esse 
sistema também permite a identificação de quem realizou os lançamentos. 
Fonte: Adaptado de Caiçara Junior, 2015. 
De forma geral, esse sistema visa organizar, padronizar e integrar, 
permitindo o acesso em tempo real a informações confiáveis em um banco de 
dados central. A imagem a seguir exemplifica o sistema. 
 
 
016 
Figura 5 – Exemplificação do sistema ERP 
 
Fonte: Caiçara Junior, 2015, p. 98. 
Com base na Figura 5, podemos perceber que o ERP visa diminuir a 
distância entre os setores, unificando as informações com o objetivo de 
transformar a entidade em um sistema “uno”. Consequentemente, isso traz 
economia, praticidade, segurança e maior confiabilidade. 
Saiba mais 
Conheça um pouco mais a respeito do ERP assistindo ao vídeo “ERP – O 
que é?”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2ujdn5G7W20>. 
FINALIZANDO 
De acordo com o conteúdo apresentado nesta aula, foi possível conhecer 
os principais sistemas de informações gerenciais utilizados nas organizações, 
desde sua conceituação aos fundamentos e características, além de seu papel na 
tomada de decisão e na integração das informações. Tais sistemas são intitulados 
como SCM, CRM, MRP, MRP II e ERP. 
O estudo dessa temática ainda buscou a ampliação do conhecimento sobre 
os sistemas de informações, além do aprofundamento do conteúdo visando dar 
uma visão geral sobre o assunto. Porém, é importante destacar que esse tema é 
muito extenso, criando a necessidade de que novas pesquisas sejam realizadas 
posteriormente. 
 
 
017 
REFERÊNCIAS 
CAIÇARA JUNIOR, C. Sistemas integrados de gestão: ERP. 2. ed. Curitiba: 
InterSaberes, 2015. 
CAMPOS, R. R.; CAZARINI, E. W. Sistemas ERP de código aberto: uma opção 
para as pequenas indústrias? In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE GESTÃO 
DA TECNOLOGIA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, 2., 2005, São Paulo. Anais... 
São Paulo: TECSI/EAC/FEA/USP, 2005. 1 CD-ROM. 
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e 
controle da produção: MRP II/ERP. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. 9. ed. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

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