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1 UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração MARKETING PESSOAL E GESTÃO DE CARREIRA: A Percepção dos Acadêmicos do Curso de Administração da UNIJUÍ campus Ijuí Documento Sistematizador do TCC NARJARA DE OLIVEIRA COSTA Orientadora: Prof. Ms. Maira F. Pizolotto IJUÍ, RS - 2º semestre de 2011 2 DEDICATÓRIA Aos meus pais, Jorge Costa e Iolanda Costa, por dedicarem suas vidas fazendo o possível e o impossível para verem a alegria e o sorriso no meu rosto e dos meus irmãos Dijavan e Danabel, pelo amor, carinho, estímulo, conselhos, força e apoio que me deram em toda minha trajetória de vida, acadêmica e profissional, dedico-lhes esta conquista como gratidão. Tenho orgulho de todos vocês e de fazer parte desta família. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a ajuda prestimosa da minha orientadora, Mestre Maira F. Pizolotto, pela competência, paciência, carinho e profissionalismo com que sempre me acolheu; Aos mestres pelos riquíssimos ensinamentos repassados em sala de aula e aos colegas pelo companheirismo e amizade que criamos ao longo do curso; Ao CIEE-RS pela oportunidade brilhante de trabalho que me deram e de tornarem-me a profissional que hoje sou; Aos meus amigos por estarem sempre presentes em todos os momentos, apoiando, aconselhando e participando de todos os acontecimentos; E finalmente agradeço de todo o coração o meu namorado, Rafael Hocevar de Moura, que participa de todos os momentos alegres ou difíceis da minha vida, que me apóia, incentiva e aconselha incondicionalmente em minhas decisões e que não mede esforços para me ajudar seja qual for a situação. Obrigada pelo carinho e amizade, aprendi muito com esta pessoa incrível que és. 4 SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................................... 5 LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... 6 LISTA DE QUADROS ................................................................................................................... 7 LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................................... 7 LISTA DE TABELAS..................................................................................................................... 8 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 9 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................. 10 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E QUESTÃO DE ESTUDO............................................................... 10 1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 11 1.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 12 1.3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................... 14 2.1 GESTÃO DE PESSOAS ......................................................................................................... 14 2.2 O PROCESSO DE MOVIMENTAÇÃO ..................................................................................... 18 2.2.1 O Mercado de Trabalho e as Competências Requeridas ....................................................... 18 2.2.2 Recrutamento e Seleção ..................................................................................................... 23 2.3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO................................................................................... 24 2.3.1 Desempenho e Carreira ...................................................................................................... 24 2.3.2. Desenvolvimento e Competências ...................................................................................... 26 2.4 MARKETING PESSOAL ......................................................................................................... 29 2.4.1 Currículo............................................................................................................................. 32 2.4.2 Competências ..................................................................................................................... 33 2.4.3 Apresentação ..................................................................................................................... 34 2.4.4 Network ing ......................................................................................................................... 35 3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 37 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................... 37 3.1.1 Quanto a Natureza .............................................................................................................. 37 3.1.2 Quanto a Abordagem .......................................................................................................... 37 3.1.3 Quanto aos Objetivos .......................................................................................................... 38 3.1.4 Quanto aos Procedimentos Técnicos ................................................................................... 39 3.2 UNIVERSO AMOSTRAL E SUJEITOS DA PESQUISA ............................................................. 40 3.3 COLETA DE DADOS.............................................................................................................. 41 3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .......................................................................... 43 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................................ 46 4.1 A UNIJUÍ ............................................................................................................................... 46 4.2 O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NA UNIJUÍ CAMPUS IJUÍ ..................................................... 48 4.3 PERFIL DOS PESQUISADOS ................................................................................................ 54 4.3.1 Perfil Biográfico................................................................................................................... 54 4.3.2 Perfil Profissional ................................................................................................................ 56 4.3.3 Perfil Acadêmico ................................................................................................................. 61 4.4 MARKETING PESSOAL ......................................................................................................... 64 4.4.1 Currículo.............................................................................................................................66 4.4.2 Competências ..................................................................................................................... 68 4.4.3 Apresentação ..................................................................................................................... 70 4.4.4 Network ing ......................................................................................................................... 73 4.5 GESTÃO DE CARREIRA ........................................................................................................ 75 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 86 ANEXOS .................................................................................................................................... 90 APÊNDICES ............................................................................................................................... 94 5 RESUMO O objetivo desta pesquisa foi diagnosticar como as temáticas Marketing Pessoal e Gestão de Carreira estão sendo percebidas e desenvolvidas por um grupo de acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ campus Ijuí. O estudo contempla importantes conceitos sobre Marketing Pessoal e a Gestão de Carreira que devem ser trabalhadas no meio acadêmico como forma de preparação dos estudantes para a inserção no mercado de trabalho. Estas temáticas se tornam importantes devido as tendências de mercado decorrentes da globalização exigindo assim um novo perfil profissional. Este estudo classificou-se como pesquisa de natureza aplicada, de abordagem quali-quantitativa, quanto aos objetivos como exploratória e descritiva e quanto aos procedimentos técnicos foi pesquisa de campo, bibliográfica, documental e estudo de caso. A coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário fechado para 60% dos acadêmicos matriculados no 1º semestre de 2011. Após a tabulação dos dados, realizou-se uma análise e interpretação dos resultados aonde foi constatado que os acadêmicos possuem um positivo equilíbrio em relação à percepção e a maneira como desenvolvem os temas em estudo. Os objetivos propostos foram alcançados, pois foi identificado o perfil biográfico, profissional e acadêmico dos sujeitos da pesquisa e analisado as formas como percebem e desenvolvem o marketing pessoal e a carreira. Foi sugerida a utilização de uma matriz para planejamento de carreira profissional. Com base no proposto, este estudo poderá ser fonte de referência para o aperfeiçoamento das disciplinas que abordam as áreas temáticas em questão e para o desenvolvimento pessoal e profissional dos acadêmicos da Unijuí. Palavras Chave: Gestão de Pessoas; Marketing Pessoal; Gestão de Carreira; Curso de Administração; Mercado de Trabalho. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Processos de Gestão .......................................................................................... 15 Figura 2. As situações do Mercado de Trabalho ............................................................. 18 Figura 3. O impacto do Mercado de Trabalho sobre os candidatos............................. 19 Figura 4. As tendências: A forte mudança do Mercado de Trabalho no mundo ........ 21 Figura 5. Escala de Avaliação do Grau de Percepção (Importância) .......................... 42 Figura 6. Escala de Avaliação do Grau de Atuação (Concordância) ........................... 42 Figura 7. Matriz de Concordância versus Importância ................................................... 44 Figura 11. Matriz de Importância versus Desempenho da variável Currículo ............ 67 Figura 12. Matriz de Importância versus Desempenho da variável Competência Profissional............................................................................................................................. 69 Figura 13. Matriz de Importância versus Desempenho da variável Apresentação .... 71 Figura 14. Matriz de Importância versus Desempenho da variável Networking ........ 74 Figura 17. Matriz de Importância versus Desempenho da variável Gestão de Carreira ................................................................................................................................................. 79 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1. Processos de Gestão de Pessoas para Dutra .............................................. 16 Quadro 2. Os processos de Gestão de Pessoas para Chiavenato .............................. 17 Quadro 3. Foco das Avaliações.......................................................................................... 25 Quadro 4. O composto de Marketing Pessoal ................................................................. 31 Quadro 5. Competências esperadas do Administrador.................................................. 50 Quadro 6. Componentes Curriculares ............................................................................... 52 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Percepção sobre Marketing Pessoal............................................................... 65 Gráfico 2. Autoconhecimento para uso do Marketing Pessoal ..................................... 66 Gráfico 3. Percepção sobre Carreira ................................................................................. 76 Gráfico 4. Principais Gestores de Carreira ....................................................................... 77 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Gênero dos Pesquisados................................................................................... 54 Tabela 2. Faixa Etária dos Pesquisados........................................................................... 55 Tabela 3. Estado Civil dos Pesquisados ........................................................................... 55 Tabela 4. Município em que Residem os Pesquisados.................................................. 56 Tabela 5. Acadêmicos que estão Empregados ............................................................... 56 Tabela 6. Tipo de Organização que Atuam ...................................................................... 57 Tabela 7. Cargo que Ocupam............................................................................................. 57 Tabela 8. Carga Horária Semanal de Trabalho ............................................................... 58 Tabela 9. Quantidade de Tempo que estão Empregados ............................................. 58 Tabela 10. A Renda Mensal ................................................................................................ 59 Tabela 11. Para quantos é o Primeiro Emprego.............................................................. 59 Tabela 12. Quantidade de Empregos que já Passaram................................................. 60 Tabela 13. Quantidade de Tempo sem Emprego dos que estão Desempregados ... 60 Tabela 14. Campus que Estudam ...................................................................................... 61 Tabela 15. Semestre de Atuação no Curso...................................................................... 62 Tabela 16. Quantidade de Horas Diárias Dedicadas ao Estudo................................... 62 Tabela 17. Nível de Satisfação com o Curso ................................................................... 63 Tabela 18. Nível de Desempenho no Curso .................................................................... 64 Tabela 19. Referente ao Currículo ..................................................................................... 66Tabela 20. Referente às Competências............................................................................ 68 Tabela 21. Referente à Apresentação Pessoal ............................................................... 70 Tabela 22. Referente ao Networking ................................................................................. 73 Tabela 23. Referente à Gestão de Carreira ..................................................................... 78 9 INTRODUÇÃO Os indivíduos necessitam estar cada vez mais preparados para atender as exigências do mercado de trabalho. Com isso faz-se necessário conhecer as alternativas e meios de qualificação profissional existentes, pois, para além da elaboração de um currículo, é fundamental que o profissional saiba realmente desenvolver o seu marketing pessoal e gerenciar a sua carreira. Neste sentido o presente trabalho procurou estudar a percepção e a forma de desenvolvimento do Marketing Pessoal e Gestão de Carreira dos acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ campus Ijuí. Este estudo faz parte do projeto “Marketing Pessoal e Gestão de Carreira: um estudo com acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ”, sob a coordenação da Profª. Ms. Maira F. Pizolotto e tendo como pesquisadora voluntária a Profª. Ms. Edimara Daronco. A presente pesquisa encontra-se dividida em quatro capítulos. O primeiro compreende a contextualização do estudo, onde se apresenta a delimitação do tema e questão de estudo, seguida dos objetivos e por fim da justificativa do trabalho. No segundo capítulo apresenta-se o referencial teórico, baseado em literaturas na área de marketing e gestão de pessoas, temas esses fundamentais para a realização do estudo. No terceiro capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos, referindo-se a classificação da pesquisa, o universo amostral e sujeitos da pesquisa, a coleta de dados e as formas de análise e interpretação dos dados. No quarto capítulo encontram-se a apresentação dos resultados, as análises e interpretações que foram obtidas desta investigação. E para finalizar apresenta-se a conclusão, onde se destacam as principais contribuições da pesquisa, as limitações do estudo e as propostas para estudos futuros. E por fim, as referências bibliográficas que foram utilizadas para o desenvolvimento do trabalho, anexos e apêndices. 10 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO A contextualização do estudo refere-se à apresentação do tema que será proposto, formulação da questão de estudo, definição dos objetivos e justificativa para a realização desta pesquisa. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E QUESTÃO DE ESTUDO O mercado de trabalho exige cada vez mais que os profissionais de diversas áreas possuam um diferencial competitivo, mais especificamente no momento de uma entrevista de emprego. As empresas não estão mais contratando apenas profissionais, e sim procurando por talentos. Com base nisso, é que o Marketing Pessoal e a Gestão de Carreira são importantes conceitos que devem ser trabalhadas no meio acadêmico como forma de preparação dos estudantes para a inserção no mercado de trabalho. Vaz (1995, pag. 304) afirma que “Marketing Pessoal é a técnica de aplicar aos propósitos pessoais e/ou profissionais de indivíduos os princípios mercadológico-institucionais de adequação das empresas às necessidades e expectativas de seus vários públicos. É uma transposição de conceitos oriundos do campo das pessoas jurídicas para o campo das pessoas físicas.” No que se refere à carreira, Dutra (2010) destaca que os trabalhadores devem assumir um papel ativo no planejamento de suas carreiras, devem considerar, entre outros fatores, a necessidade do autoconhecimento para que a pessoa desenvolva um referencial próprio nas escolhas profissionais, caso contrário, o indivíduo tende a se perder na impessoalidade dos parâmetros externos, reduzindo suas chances de auto-realização. Estas temáticas são fundamentais para os futuros profissionais seja qual for a área de formação, pois cabe a eles a gestão de seu desenvolvimento, de sua competitividade profissional e de sua carreira para conquistar espaço no mercado. As pessoas estão adquirindo consciência de seu papel e passam a cobrar de si mesmas a gestão de sua carreira e de sua imagem, e da empresa as condições objetivas de desenvolvimento profissional. 11 Como o objetivo principal do curso de Administração é a formação de cidadãos e profissionais comprometidos com o empreendedorismo nas organizações dos diferentes segmentos da sociedade é preciso que se trabalhe a imagem e a marca de seus alunos para constituírem uma carreira de sucesso. Mais do que enfrentar desafios, o profissional de Administração deve ser um agente de mudanças, um gestor organizacional capacitado a enfrentar também transformações ambientais. E para que essa mudança aconteça é mais do que necessário que os acadêmicos se autodesenvolvam como profissionais, explorando seus pontos fortes e melhorando os pontos fracos para conquistar uma posição no mercado. Através dessa concepção é que a universidade e os professores como um todo possuem o importante papel de orientar e facilitar o repasse de conteúdos e informações, partindo do acadêmico de administração o interesse pela busca de conhecimentos com o intuito de refletirem sobre suas competências devida a formação como futuros administradores, gerando crescimento pessoal e profissional, e principalmente a possibilidade de se destacarem como talentos num mercado de recursos humanos cada vez mais competitivo. Frente ao exposto, a questão de estudo se configura em: Como os acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ campus Ijuí percebem e desenvolvem o marketing pessoal e a gestão de suas carreiras? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Diagnosticar como as temáticas Marketing Pessoal e Gestão de Carreiras estão sendo percebidas e desenvolvidas por uma amostra de acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ Campus Ijuí, visando a contribuir no desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal e profissional. 12 1.2.2 Objetivos Específicos 1. Conhecer as competências desenvolvidas pelo curso de Administração da UNIJUÍ. 2. Apresentar o perfil biográfico, profissional e acadêmico dos sujeitos de pesquisa. 3. Identificar como estes sujeitos percebem as temáticas marketing pessoal e gerenciamento de carreira. 4. Identificar como desenvolvem o marketing pessoal e o gerenciamento de suas carreiras. 5. Analisar os resultados no que se refere ao perfil dos participantes, a percepção e a forma de desenvolvimento das temáticas em estudo. 6. Contribuir por meio deste estudo para o desenvolvimento dos acadêmicos e o aperfeiçoamento das disciplinas que abordam estas temáticas. 1.3. JUSTIFICATIVA A escolha do tema de pesquisa parte da observação da realidade das organizações em termos de busca pela contratação de mão de obra qualificada, e a dificuldade que é encontrada pelas mesmas devido à falta de mão de obra e de qualificação da mesma. Com base nisso é que se faz necessário um estudo com acadêmicos do curso de Administração para através dessa amostragem descobrir como os alunos desenvolvem suas competências e como estão se preparando para o mercado de trabalho a fim de propor estratégias de orientações para se tornarem profissionais mais capacitados. Para o mercado, significa reconhecer o quanto a Universidade e os docentes vêm se empenhando para preparar os futuros profissionais de Administração e como os acadêmicos estão percebendo e desenvolvendosuas competências, para atender este mercado, através dos ensinamentos que são adquiridos em sala de aula. 13 Para a comunidade acadêmica, curso de Administração e Unijuí, representa a abertura de um campo de pesquisa ainda não explorado, neste campus, e que pode significar melhorias na qualidade do ensino superior. A orientação e a experiência podem ser fatores determinantes para desenvolver o potencial dos estudantes, e com isso os educadores devem focar não só na preparação técnica, mas também nas competências comportamentais, para que se tornem profissionais mais preparados para enfrentar a realidade do mercado. Para os acadêmicos, acredita-se que estudar a forma como estão se preparando para inserção e manutenção no mercado de trabalho torna-se muito importante para um entendimento geral do quanto se conhecem e assim „vendem‟ suas competências para o mercado, buscando órgãos competentes para orientações em suas fragilidades. Acredita-se que com esta preparação suas chances de conquistar boas oportunidades, melhorando sua marca pessoal e investindo em suas carreiras estará garantida. Para a pesquisadora este trabalho possibilitou conhecer as diretrizes do curso de Administração, o histórico da Unijuí, a percepção dos acadêmicos, a forma como estão desenvolvendo suas competências e aprofundar conhecimentos teóricos sobre o marketing pessoal e gestão de carreira visto que até o momento que antecede esta pesquisa tinha apenas conhecimentos superficiais sobre o assunto, o que acarretou a um aprofundamento sobre os conceitos levando ao enriquecimento de conhecimentos e informações adquiridas e também à conseqüente reflexão da própria percepção e desenvolvimento da marca pessoal. 14 2. REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo apresenta a fundamentação teórica sobre os temas marketing pessoal e gestão de carreira, abordando questões ligadas à gestão de pessoas e seus principais processos ligados ao objeto de estudo, ao mercado de trabalho, suas exigências, a importância do desenvolvimento profissional e as principais ferramentas norteadoras de capacitação. 2.1 GESTÃO DE PESSOAS Gil (2001), afirma que Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organi zações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. Para atuarmos em gestão de pessoas, necessitamos permanentemente compreender as pessoas. Para compreendê-las utilizamos uma lente, como o autor Dutra (2002) chama o próprio modelo de gestão de pessoas, ou seja, é uma lente que nos ajuda a enxergar a realidade em sua totalidade e complexidade, descortina o invisível, ou seja, as relações ou situações subjacentes a nossa compreensão , das quais temos notícias apenas por seus efeitos. A gestão de pessoas abrange amplo leque de atividades, como recrutamento de pessoal, descrição de cargos, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho e etc. Para facilidade de classificação, essas atividades podem ser agrupadas em certo número de categorias amplas, muitas vezes designadas como sistemas e/ou processos. Como, porém, essas atividades estão intimamente relacionadas entre si, influenciando-se reciprocamente, fica difícil estabelecer um sistema de classificação que seja suficientemente exaustivo e não excludente, ou seja, capaz de abranger todas as atividades, de forma que nenhuma seja excluída (GIL, 2001). Dutra (2002) afirma que, a balança, Figura 1, é uma representação do contínuo equilíbrio que deve ser perseguido entre empresa e pessoas, e ambas têm papéis importantes nesse equilíbrio. Para o autor, os processos de gestão de pessoas atuam como garantidores desse equilíbrio e os processos não são suficientes; é necessário um conjunto de políticas e práticas que sirvam de base na sustentação do equilíbrio e dos processos, chamados de base estruturais. 15 Fonte: Dutra (2002, p. 47) Figura 1. Processos de Gestão A partir deste modelo é necessário analisar as partes, ou seja, a função que cada um deve desempenhar: o papel das pessoas, das empresas, dos processos de gestão de pessoas, das bases estruturais e dos processos de apoio. Segundo o mesmo autor, cabe às pessoas a gestão de seu desenvolvimento, competitividade profissional e de sua carreira. As pessoas estão adquirindo consciência de seu papel e passam a cobrar de si mesmas a gestão de sua carreira, e da empresa as condições objetivas de desenvolvimento profissional. O papel das empresas é de criar espaço, estimular o desenvolvimento, oferecer suporte e as condições para uma relação de alavancagem mútua das expectativas e necessidades. Deve estar em contínua interação com as pessoas e, ao fazê-lo, conseguirá alavancar sua competitividade por meio das pessoas. Para Dutra (2002), os objetivos e parâmetros dos processos de gestão de pessoas, podem ser classificados conforme o Quadro 1: 16 Quadro 1. Processos de Gestão de Pessoas para Dutra PROCESSOS PRÁTICAS MOVIMENTAÇÃO Captação Internalização Transferências Expatriação Recolocação DESENVOLVIMENTO Carreira Desempenho VALORIZAÇÃO Remuneração Premiação Serviços e Facilidades Fonte: Adaptado de Dutra (2002, pg. 49) As bases estruturais são o conjunto de compromissos mútuos estabelecidos entre a empresa e as pessoas. Esses compromissos são traduzidos no conjunto de políticas e práticas existentes na organização que orientam o comportamento. Os processos de apoio compreendem as interações não ligadas unicamente à gestão de pessoas, mas que são fundamentais para que ela possa ser efetiva ou que tendem a influenciá-la fortemente. Esses processos são: Informações, comunicação, relações sindicais e relações com a comunidade. Os processos de informação compreendem todo o fluxo de informação, estruturado ou não, que flui da empresa para a pessoa e da pessoa para a empresa. Para Chiavenato (2004), existem seis processos de gestão de pessoas, conforme ilustra o Quadro 2: 17 Quadro 2. Os processos de Gestão de Pessoas para Chiavenato PROCESSOS PRÁTICAS AGREGANDO Recrutamento de Pessoal Seleção de Pessoal APLICANDO Desenho de Cargos Avaliação de Desempenho RECOMPENSANDO Recompensas e Remuneração Benefícios e Serviços DESENVOLVENDO Treinamento e Desenvolvimento Programas de Mudanças Programas de Comunicações MANTENDO Benefícios Descrição e Análise de Cargos MONITORANDO Sistemas de Informação Gerencial Banco de Dados Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004, pg. 17) A seguir, será aprofundado o conhecimento sobre algumas das práticas pertencentes aos processos de gestão de pessoas do qual a exploração das mesmas será fundamental para compreender a importância do marketing pessoal para os profissionais que procuram por uma posição significativa no mercado de trabalho. 18 2.2 O PROCESSO DE MOVIMENTAÇÃO 2.2.1 O Mercado de Trabalho e as Competências Requeridas Chiavenato (2006), afirma que o mercado de trabalho é condicionado por inúmeros fatores como: o crescimento econômico, a natureza e qualidade dos postos de trabalho, a produtividade, a inserção no mercado internacional. Além da escala de emprego, também a natureza do trabalho está mudando, exigindo maior velocidade nos processos de transição dos trabalhadores para a nova situação. Por isso os esforços de formação e requalificação profissional tornam-sefundamentais (CHIAVENATO, 2006, p. 105). Atualmente o mercado está em uma situação desfavorável. Existe abundância de oportunidades de emprego para quem oferece e escassez de oportunidades de emprego para quem procura. A figura 2 apresenta estas extremidades entre o mercado em oferta e o mercado em procura. Embora as empresas e as pessoas saibam os fatores que levam a este acontecimento, poucas sabem como inverter esta realidade, e por isso o que Chiavenato apresenta em 1999 permanece até os tempos atuais. Fonte: Chiavenato (1999, pg. 82) Figura 2. As situações do Mercado de Trabalho Pode-se perceber a contradição que existe entre estes dois fatos, como por exemplo, o excesso de oportunidades e vagas a serem preenchidas e na ótica da procura a falta de oportunidades no mercado. Esta relação é propiciada em função do alto índice de pessoas despreparadas e sem qualificação para suprirem as vagas em oferta, e por este motivo sobram vagas sem preenchimento por não haver disponibilidade de pessoas com competências e habilidades necessárias ao cargo. A Figura 3 apresenta estes fatos e também compara uma a realidade de acontecimentos freqüentes nas organizações. Quando as vagas são supridas, os 19 colaboradores passam a dominar conhecimentos sobre o ambiente, passam a adquirir maiores competências e habilidades, e com isso acabam se tornando mais qualificados frente ao mercado em procura e conseqüentemente passam a reivindicar por melhores salários, tentam por melhores oportunidades. Enquanto isso, existe a classe de trabalhadores que após conseguir um emprego, acaba evitando criar atritos para manter-se trabalhando. Pode-se perceber que a visão da oferta e da procura são opostas uma da outra, é um ciclo da realidade enfrentada pelo mercado de trabalho que não terá fim enquanto as pessoas não procurarem por qualificação e enquanto as empresas não estruturarem uma gestão de pessoas eficiente e eficaz. Fonte: Chiavenato (1999, pg. 84) Figura 3. O impacto do Mercado de Trabalho sobre os candidatos Em relação ao Mercado de Trabalho, Chiavenato (2006, p. 104) afirma que: É no mercado onde ocorrem as transações e relacionamentos. Mercado significa o espaço de transações, o contexto de trocas e intercâmbios entre aqueles que oferecem um produto ou serviço e aqueles que procuram um produto ou serviço. O mecanismo de oferta e procura é característica principal de todo mercado. O mercado de trabalho (MT) é composto pelas ofertas de oportunidades de t rabalho oferecidas pelas diversas organizações. Toda organização - na medida em que oferece oportunidades de trabalho – constitui parte integrante de um MT. 20 Frente aos fatos expostos anteriormente, é que o estudante de Administração precisa investigar sobre as exigências do mercado para a sua categoria e com isso preparar-se buscando adquirir as competências necessárias para suprir uma ótima colocação. “Entende-se que o perfi l do Administrador de hoje é o de um eterno aprendiz, capaz de levar o seu aprendizado para o ambiente das organizações” (REVISTA ANGRAD, 2006, pg.94). O perfil exigido dos administradores que se formam em instituições de ensino superior é de um profissional extremamente capaz e dinâmico, características que devem ser desenvolvidas durante o curso universitário. Segundo Bateman e Snell (1998, p.38) exige-se “conhecimentos técnicos, raciocínio lógico, capacidade para trabalhar em grupo e relacionar -se com as pessoas e acima de tudo, flexibilidade para enfrentar as incertezas do mercado em que atuam”. Como conseqüência da falta de profissionais capacitados para ocupação das vagas em oferta, passam a existir novas tendências de mercado com a finalidade de suprir as necessidades dos ofertantes em dar continuidade ao trabalho e a produção. Bem como mostra a ilustração seguinte, as tecnologias estão substituindo as pessoas no setor industrial, em função de necessitar cada vez menos do trabalho “braçal” e cada vez mais de um trabalho “mental”. Em razão disso, no setor de serviços é que a oferta está em expansão, e por isso é exigido profissionais competentes, passíveis de inovação, criatividade e mudança. Segundo o Conselho Federal de Administração (2004) os setores da economia mais favoráveis ao exercício de Administrador em ordem decrescente são os serviços, indústria e comércio. A Figura 4 i lustra algumas das tendências do mercado de trabalho e respectivos setores: 21 Fonte: Chiavenato (1999, pg. 84) Figura 4. As tendências: A forte mudança do Mercado de Trabalho no mundo Não obstante as especificidades de cada empresa existem algumas competências que deveriam estar presentes em todos os profissionais: a ética, a responsabilidade, a pro atividade e o comprometimento com a organização, por exemplo. Além dessas, Dutra (2008, p. 177) menciona as competências que Meister atualmente considera como as exigidas com maior freqüência pelas empresas: Aprender a aprender: Capacidade de aprender com novas informações, de se soltar de conceitos antigos e estar aberto para novas idéias. Comunicação e colaboração: Capacidade de trabalhar em equipe, colaborar com colegas e de repassar adequadamente as informações recebidas. Raciocínio Criativo e resolução de problemas: Quando possui iniciativa para resolver conflitos e dificuldades do dia-a-dia e busca soluções criativas, não esperando que peçam para agir, e apresenta boa vontade em contribuir com as melhorias. 22 Conhecimento tecnológico: Os profissionais devem estar sincronizados com as novas tecnologias e saber utilizá-las como uma ferramenta coletiva que proporciona rapidez e otimização do trabalho. Desenvolvimento da liderança: A liderança é uma competência que deve ser estimulada em todos os profissionais de diversos cargos, porque a tendência é todos se tornarem líderes de si mesmos. Autogerenciamento da carreira: O profissional deve desenvolver suas competências, sempre pensando na sua projeção profissional. Essa relação de competências não esgota outras possibilidades de aprendizado. Pois as necessidades e o ambiente no qual as organizações estão inseridas tornam o desenvolvimento de competências um processo contínuo e dinâmico para o profissional se manter no mercado de trabalho. Ritossa (2009) afirma que, a dinâmica do mundo globalizado tem influenciado o perfil do profissional atual. As empresas exigem muitas habilidades de seus colaboradores, pois esperam que exerçam muitas funções dentro de um mesmo cargo. Isto é, esperam que ele seja um profissional multifuncional. Na mesma linha de pensamento de Ritossa (2009, p. 77), algumas das principais características do perfil desse novo “superfuncionário” são identificadas abaixo: O profissional trabalha com vistas a sua realização profissional; Busca sua empregabilidade, ou seja, sua capacidade de estar no mercado de trabalho; É inovador, criativo e possui espírito empreendedor; Participa dos negócios da empresa; Desenvolve seus conhecimentos gerais, além de conhecimentos técnicos; Valoriza sua qualidade de vida; Planeja sua própria carreira profissional; Possui uma visão ampla da empresa; Posiciona-se de maneira critica diante de ordens; Contribui com idéias e sugestões de melhorias. 23 2.2.2 Recrutamento e Seleção Esgotadas as alternativas internas de aproveitamento de seu próprio pessoal e para preenchimento da vaga, bem como as eventuais disponibilidades de seu banco ou cadastro de candidatos e aindanão encontrando indicações com seus demais trabalhadores, a empresa inicia o processo que chamamos de recrutamento de pessoal. Esta é a primeira etapa de todo um processo de contratação de um novo profissional. Quando a empresa anuncia no mercado de trabalho seu interesse por algum profissional específico, ela pode fazer isso diretamente, de maneira aberta ou fechada, ou seja, se identificando ou não perante o mercado (PEREIRA , 2004). Conforme Chiavenato (2004), o recrutamento é o primeiro ponto de contato entre o trabalhador e a empresa; inicia-se com a emissão da requisição de pessoal e termina com a primeira entrevista de triagem. Já a seleção caracteriza-se pela investigação, junto aos aprovados pelo recrutamento, dos melhores candidatos; inicia-se com a comprovação das informações prestadas no currículo vitae, passando pelas provas e por fim as entrevistas. Tanto o recrutamento como a seleção se caracterizam por um amplo processo de investigação dos candidatos. Pereira (2004) afirma que, a seleção é feita através de uma análise precisa de dados e comportamento. É necessário ter uma descrição do cargo ou de uma lista de tarefas essenciais, para auxiliar tanto a empresa quanto o candidato a verem o que está envolvido. Para tanto, é preciso ter a especificação da função - para descrever as competências e outros atributos que o cargo exige; um plano de avaliação geral para identificar quais dos itens na especificação da função devem ser avaliados durante a entrevista, e quais serão examinados por outros meios – tanto quanto a entrevista ou no lugar dela. É o processo que resulta na escolha do melhor candidato dentre aqueles recrutados de acordo com a função escrita na vaga. Todas as etapas que envolvem um processo de recrutamento e seleção de pessoal são de extrema importância, mas nenhuma delas é mais importante que a etapa das entrevistas. E quanto mais seletivas forem as entrevistas, no final do processo, mais importantes elas irão se tornando (PEREIRA, 2004). 24 Processo seletivo são métodos e técnicas para se chegar a um objetivo final. As técnicas de seleção podem ser a entrevista coletiva, entrevista individual, Jogos de grupo, teste de conhecimentos, teste de habilidades e testes psicológicos. 2.3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO 2.3.1 Desempenho e Carreira Com o advento da administração científica, a prática da avaliação ganhou lugar nas organizações como forma de controlar e disciplinar a atuação do trabalhador em relação de movimentos, tempos e a produtividade esperados (BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001). Acompanhando a evolução da administração, tal prática incorporou contribuições do movimento de relações humanas, possibilitando maior interatividade entre chefia e subordinado no processo, bem como a preocupação com a motivação e o desenvolvimento profissional do avaliado. Ao longo do tempo, a prática de avaliação – notadamente da avaliação de desempenho – recebeu importantes contribuições conceituais de determinados campos de estudo e pesquisa de comportamento e gestão. Cabe ressaltar que a expectativa de desempenho de um profissional na organização – base do processo de avaliação de desempenho e das ações decorrentes – é função de outra dimensão que também merece ser acompanhada e, portanto, avaliada: o grau de desenvolvimento do profissional. Esse desenvolvimento, que tradicionalmente é observado pela análise do cargo, reflete, por sua vez, um conjunto de experiências e repertórios que foram “lapidados” ao longo da vida do profissional, com maior ou menor velocidade devido a seu potencial e a existência ou não de determinadas características comportamentais. Cada uma dessas dimensões, reunidas no Quadro 3, traduz um aspecto importante para a determinação da contribuição do profissional à organização e, dessa forma deve ser monitorada: 25 Quadro 3. Foco das Avaliações FOCO DAS AVALIAÇÕES OBJETIVOS Aferição de Potencial Predizer a adequação futura do profissional a determinada situação ou objetivo de trabalho. Propõe-se a prever o desempenho potencial de uma pessoa caso ocupe determinado cargo ou papel na organização. Análise Comportamental Dar feedbacks de determinados comportamentos observáveis, alinhados a valores, missão e objetivos da empresa. Propõe-se a promover autoconhecimento e contribuir para a identificação de pontos fortes e oportunidades de melhoria, estimulando a adoção de comportamentos considerados críticos para a empresa. Desenvolvimento Profissional Observar o grau de desenvolvimento e maturidade do profissional como subsídio a distribuição de responsabilidades, a definição de ações de captação e a movimentações salariais e de carreira. Realização de Metas e Resultados Orientar o desempenho para metas e objetivos da organização. Permite aferir, quantitativamente, o gap entre resultados individuais/grupais esperados e resultados efetivamente alcançados. Fonte: Adaptado de Dessler (2003) O desenvolvimento de pessoas está diretamente relacionado com o desenvolvimento de suas carreiras. Entende-se por carreira, uma sucessão ou seqüência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida profissional (CHIAVENATO, 2004). Para Moggi (2003), as pessoas estão conscientizando-se de que sua carreira é algo tão sério que não pode mais ser delegado a terceiros, como era feito no passado, quando alguns encarregavam o chefe, a empresa, a área de recursos humanos ou algum padrinho dessa definição. 26 Cada dia fica mais evidente que, nesse campo, a empresa pode, quando muito, criar condições ou oferecer oportunidades e situações de desenvolvimento e de aprendizado, mas quem deve cuidar do seu destino e da sua carreira é cada vez mais a pessoa por si mesma. A biografia e a carreira pessoal são dois aspectos fundamentais em nossa existência, e uma não pode ser elaborada separadamente da outra. “Há, por parte das pessoas, natural resistência ao planejamento de suas vidas profissionais, tanto pelo fato de encararem a trilha profissional como algo dado, quanto pelo fato de não terem tido qualquer estímulo ao longo de suas vidas” (DUTRA, 2002, p. 112). De acordo com o mesmo autor, a resistência ao planejamento individual de carreira é ainda muito grande no Brasi l; as pessoas tendem a guiar suas carreiras mais por apelos externos, como: remuneração, status, prestígio e etc., do que por preferências pessoais. Embora não se tenha até aqui pesquisas que comprovem essa informação, têm-se ao seu favor inúmeras constatações empíricas oriundas de eventos em que este assunto foi discutido, intervenções em empresas e trabalhos com estudantes de nível superior. Dutra (2002, p. 103) complementa com a seguinte afirmação: Quando as pessoas falam de planos de carreira, tem em mente planos que deixam absolutamente claras as possibilidades de desenvolvimento profissional, ou que apontam com precisão para o horizonte profissional. Associa-se, portanto, a idéia de plano de carreira a de uma estrada plana, asfaltada e bem conservada, que, se trilhada pela pessoa, vai conduzi-la ao sucesso, a riqueza e a satisfação profissional. Quando olhamos para a realidade das empresas, verificamos que a carreira das pessoas é uma sucessão de acontecimentos inesperados. As pessoas, quando olham para frente, vêem um caminho tortuoso, com várias alternativas e cheio de incertezas. A carreira deve s er pensada, portanto, como uma estrada que está sempre sendo construída pela pessoa e pela empresa. Desse modo, se olhar para frente, vamos sempre ver o caosordenado e, quando olharmos para trás, enxergaremos a estrada que já construímos [...]. 2.3.2. Desenvolvimento e Competências A definição de Competência, quando inserido no contexto do mercado de trabalho, pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos e habilidades necessários à execução de atividades inerentes aos diferentes tipos de funções existentes nas organizações. Ao exigirem novas capacidades para a tomada de decisão em ambientes complexos, incertos e competitivos, as organizações requerem do homem pós-moderno mais instrução e o aperfeiçoamento cont ínuo para que se insiram no novo processo de trabalho (OLIVEIRA e SILVA 2006, p. 4). 27 O conceito de competência foi proposto de forma estruturada pela primeira vez em 1973 por Davi McClelland, na busca de uma abordagem mais efetiva que os testes de inteligência nos processos seletivos. O conceito foi ampliado para dar suporte também às práticas de Avaliação de Desempenho e Desenvolvimento de pessoas, mas são os autores europeus Le Boterf e Zarifian, entre outros, que exploram o conceito de competência associado à idéia de agregação de valor e entrega a determinado contexto de forma independente do cargo, isto é, a partir da própria pessoa. Ou ainda, uma pessoa é competente quando, graças as suas capacidades, entrega e agrega valor ao negócio ou à empresa em que atua, a ele próprio e ao meio em que vive (DUTRA, 2008). Este mesmo autor acrescenta que muitos teóricos compreendem competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, o famoso “CHA”, necessários para que a pessoa desenvolva suas atribuições e responsabilidades. O fato de as pessoas possuírem o CHA, contudo, não garante que elas irão agregar valor à organização. Dessa maneira, nas palavras da consultora em educação empresarial Maria Odete Rabaglio, citada por Knapik (2006, p. 121), a competência pode ser considerada: Um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões estabelecidos, e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento. Quando tratamos do mercado de desenvolvimento de software, a demanda por profissionais qualificados – e a não disponibilidade desses – faz com que as empresas busquem alternativas para a formação de competências necessárias ao negócio. Neste sentido, estabelecer programas de capacitação que sejam eficientes, ou seja, que proporcionem um rápido aprendizado com a qualidade e profundidade necessária – configura-se em um importante diferencial competitivo. Uma publicação realizada pelo site de conteúdos administrativos wordpress1, traz alguns dos termos mais comuns aos programas de treinamento das empresas, são eles: 1 Disponível em: <http://gerenciamentoestrategico.wordpress.com/2009/10/19/desenvolvimento-de- competencias-como-fator-competitivo/> Acesso em: 25 abril 2011. 28 Coaching: No coaching busca-se ajudar alguém a estabelecer uma direção e atingir a mudança que se deseja. O coaching auxilia na capacitação buscando revelar o potencial de alguém e a melhoria de seu desempenho. Assim, de maneira condensada, pode-se dizer que coaching ensina a aprender. Mentoring: Tornou-se bastante comum nas empresas a figura do Mentor, pessoa (inicialmente um executivo) com grande experiência e reconhecimento profissional que irá transmitir seu „ legado‟. De acordo com Bozeman, Feeney, 2007, “Mentoring é um processo para a transmissão informal de conhecimento, capital social, e o suporte psicossocial percebido pelo receptor como relevante para o trabalho, carreira, ou desenvolvimento profissional. O mentoring trabalha com comunicação informal, normalmente cara-a-cara e durante um período de tempo prolongado, entre a pessoa que é percebida como tendo bastante conhecimento, inteligência ou experiência (o mentor) e a pessoa em treinamento (o aprendiz)”. Por parte da empresa, deve-se inicialmente estabelecer metas de curto, médio e longos prazos para o desenvolvimento de competências de modo a planejar corretamente os programas de capacitação e definir as metodologias e ferramentas mais adequadas. Assim, embora não seja trivial, o gerenciamento e desenvolvimento de competências proporcionam às organizações a capacidade de se diferenciar no mercado e conseguir expandir a sua produtividade através da geração e disseminação de conhecimento. As competências são formadas pelo conhecimento, pelas habilidades e pelas atitudes. Mas como abrir nossas mentes para assimilar novos conhecimentos, adquirir novas habilidades e modificar atitudes? Para Ritossa (2009), uma maneira muito interessante é estimularmos nosso cérebro com vistas a ampliar nossa visão para horizontes. Apesar de vivermos na era do conhecimento, o profissional que consegue, na atualidade, ser criativo e intuitivo tem muito mais chances de se colocar satisfatoriamente no mercado de trabalho do que aquele que possui apenas conhecimentos técnicos. Estimulando o lado direito do cérebro, estaremos despertando nosso lado intuitivo e criativo – ele responde pela nossa imaginação e por todas as questões mais subjetivas. No 29 hemisfério esquerdo, ao contrário, encontram-se nossos pensamentos mais lógicos e racionais. Um estudo publicado na revista Harvard Business Review (Época Negócios, 2008) comprova que aprender coisas novas estimula o hemisfério direito do cérebro e nos faz, de fato, pessoas mais criativas. Se o cenário impõe um profissional dinâmico e multifuncional, amplie suas possibilidades de acesso a novas aventuras e novos conhecimentos - ou seja, inove também na maneira como você aprimora e adquire novas competências (RITOSSA, 2009). 2.4 MARKETING PESSOAL O Marketing esta por toda a parte. Formal ou informalmente, pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso dos negócios. E o marketing afeta profundamente nossa vida cotidiana. Ele esta em tudo o que fazemos, das roupas que vestimos aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos (KOTLER, 2006). De uma forma geral e simplista pode-se afirmar, de acordo com Kotler (2000), que marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços. Marketing é uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações, em que estas buscam no mercado informações sobre seus desejos e necessidades, recebendo como retorno, nesta primeira fase, as informações. Existem vários segmentos e ramos do marketing como: marketing de vendas, marketing de relacionamento, marketing institucional e etc., mas neste trabalho, o principal estudo é sobre o marketing pessoal. Limeira (2004) afirma que o Marketing Pessoal é o composto de marketing para gerar interesse, atenção e preferência com relação a uma determinada pessoa, que neste caso representa o produto. 30 O principal objetivo do Marketing Pessoal, definido por Vaz (1995) é o sucesso, ou seja, destacar-se dos demais concorrentes e atingir uma posição de evidência. Mas na verdade, o Marketing Pessoal deve ser entendido como uma plena integração entre vida pessoal e profissional, pois não podemos separá-lo de como a pessoa é, de como é falado, enfim de qual é a imagem que está passando para a sociedade. Pois uma das característicasdo marketing é a imagem, pois explicitam as características do produto, que trata principalmente da aparência, linguagem verbal e corporal, postura, comportamento, conduta ética, convívio social, etc. (COSTA, 2002). O marketing pessoal envolve um conjunto de competências, como se um profissional fosse um produto, para criar valor e relacionamentos para serem entregues ao mercado de trabalho na forma de serviços (CORTEZ, 2004). Já que o reconhecimento de competências é fundamental para diferenciar e situar um indivíduo no contexto social em que vive e determina, em grande parte, a maneira como ele estará posicionado para o sucesso profissional e pessoal (CILETTE, 2011). O marketing pessoal na contemporaneidade é a ferramenta mais eficiente para fazer com que os pensamentos e atitudes, a apresentação e comunicação trabalhem a favor no ambiente profissional. Além disso, o cuidado com a ética e a capacidade de liderar, a habilidade de se auto-motivar e de motivar as pessoas a sua volta, também fazem parte do marketing pessoal (RAMALHO, 2008). O marketing pessoal inicia-se com o envio do currículo. É preciso trabalhar para ser atrativo ao mercado, percebendo o que o mercado procura e, a partir disso, evidenciar o conteúdo profissional que diz respeito a suas competências (conhecimentos, experiência, sabedoria), além é claro da sua própria aparência. Portanto, o marketing pessoal é uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista profissional e pessoal, bem como para dar visibilidade a características, e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte de outros (RITOSSA, 2009). Ainda de acordo com Ritossa (2009), para atingir os objetivos e estratégias de marketing no mercado-alvo, as empresas utilizam um conjunto de ferramentas 31 específicas associadas às quatro variáveis controláveis que formam o composto de marketing: produto, preço, praça e promoção (KOTLER; ARMSRTRONG, 2007). Os 4 Ps, como são conhecidas essas variáveis, estão sob o controle de empresas e podem ser alteradas, adaptadas ou atualizadas para influenciar a demanda do mercado-alvo. No contexto de marketing pessoal, o produto é uma pessoa: você. Assim, você se torna o núcleo do composto de marketing e, por conseguinte, todas as outras variáveis interagem com seus atributos e características. Através do exposto no Quadro 4, nota-se a comparação que é feita entre o marketing institucional e o marketing pessoal, o primeiro voltado para as empresas, e o segundo voltado para o profissional. Ambos com o mesmo grau de importância para o alcance de objetivos e com a mesma finalidade: a conquista do sucesso. Quadro 4. O composto de Marketing Pessoal COMPOSTO DE MARKETING PESSOAL Produto Você Preço Seu valor Praça Colocação desejada Promoção “Vendendo” você Fonte: Adaptado de Ritossa (2009) De acordo com Persona (2005), a expressão marketing pessoal vem sendo deturpado e relacionado apenas à “imagem” e confundido com ações de melhoria de apresentação pessoal. Segundo o autor, contudo, o marketing pessoal é visto como um conjunto de ações que procura compreender o ambiente em que se atua na busca de encontrar as necessidades e oportunidades, fazendo com que o indivíduo se posicione melhor nesse mercado e tenha as melhores opções de atuação. Levando em consideração o “conteúdo” e a “embalagem”, o conteúdo é formado pelo currículo, formação, idiomas que domina, trabalhos voluntários, ações, atitudes, comunicação, empatia, tolerância, inteligência emocional, etc. Já a embalagem refere-se à vitalidade, saúde, vestimentas adequadas, cartão de visitas, 32 organização e assiduidade, com pertences como caneta, óculos, unhas, dentes, organização e comunicação (DARONCO, et al, 2011). Embora não se perceba, o Marketing Pessoal está presente em todas as relações diárias, seja para conseguir uma oportunidade de trabalho, uma promoção, atender ao telefone, apresentar um trabalho na faculdade, fazer novas amizades, conhecer pessoas. Neste momento, é importante conhecer as ferramentas de marketing pessoal para obter sustentação ao gerenciamento da carreira pessoal. Mas antes disso, é preciso refletir e pensar: Quais são seus pontos fortes? Pontos fracos? Como você se promove? Como está sua relação com as pessoas? O que elas pensam e acham sobre você? Como elas a tratam? Enfim, estas questões podem auxiliar e muito em como planejar o próprio marketing e gerenciar uma carreira de sucesso. Neste estudo será abordado as cinco principais ferramentas de marketing pessoal que visam contribuir para o aperfeiçoamento pessoal e profissional das pessoas, são eles: Currículo, Competências, Apresentação e Networking. 2.4.1 Currículo O currículo, segundo Fry (apud DARONCO et al, 2011, p. 73), “é um documento escrito ou eletrônico, digitalizado, enviado por e-mail, com a intenção de convencer um empregador de que suas competências se encaixam perfeitamente nas necessidades dele”. Segundo o mesmo autor, o que um currículo não deve ser é: informal, longo, sem foco, sem detalhes pertinentes, enfeitado, altamente pessoal, coloquial, desonesto e exagerado. Também, não pode ser aquela mistura de estilos diferentes com uso indiscriminado de negritos, itálicos, cores, sublinhados e impresso em papel colorido. Ainda de acordo com Fry (apud DARONCO et al, 2011, p.75) um currículo precisa: • Atender às necessidades do empregador: As organizações contratam pessoas que possam preencher suas necessidades específicas. Deixe claro que você é esta pessoa. E só envie currículo à organização se realmente você se enquadrar nos requisitos que ela divulgue no recrutamento. 33 • Mostrar ao empregador de que modo ele irá se beneficiar: Ressalte suas realizações e mostre ao futuro empregador que você é um excelente candidato. Ofereça informações sobre os resultados obtidos anteriormente, demonstrando que você se saiu bem em empregos anteriores. • Ser claro e conciso: Os empregadores precisam lidar com centenas de currículos todos os dias, e geralmente gastam de 30 segundos a um minuto com cada um, portanto faça uma apresentação clara, concisa e fácil de ler. • Ser objetivo: Seu currículo precisa comunicar um objetivo bem definido, ligado a uma carreira específica. Elabore um currículo para cada proposta de trabalho. • Sustentar suas promessas de desempenho com os motivos pelos quais você é o melhor candidato: Informe claramente suas competências. • Ser realista: O currículo deve descrever uma pessoa qualificada e adequada para uma carreira específica. Por exemplo, pessoas tímidas e introvertidas não devem se apresentar como vendedores excelentes. • Ser honesto: A verdade sempre vem à tona, portanto não tente esconder informações ou ajustá-las a outra realidade, bem como “criar” informações. • Organizar sua busca por emprego: Um bom currículo o ajuda a dar um enfoque nas suas realizações e nos seus objetivos de carreira. Também o auxilia a organizar seus pensamentos para uma eventual entrevista, uma vez que você se dê conta de tudo que já realizou e o que ainda tem para contribuir. 2.4.2 Competências Este conceito foi tratado anteriormente por este referencial teórico, mas será reafirmado novamente no conceito de Lemes para clarificar a importância de sua abordagem. Leme (2005) divide as competências em dois grupos: competências técnicas e competências comportamentais. As primeiras técnicas consistem em tudo o que o profissional precisa saber (conhecimento) e saber fazer (habilidade) paradesempenhar sua função, por exemplo: formação técnica/universitária, idiomas, cursos realizados, entre outros. Já as competências comportamentais (atitudes, querer fazer) precisam demonstrar como seu diferencial competitivo tem impacto em 34 seus resultados, por exemplo: criatividade, iniciativa, flexibilidade, foco em resultados, liderança, relacionamento interpessoal, entre outros. 2.4.3 Apresentação Ciletti (apud DARONCO et al, 2011, p. 83) oferece algumas sugestões de como podemos desenvolver melhor nosso “produto”, nas mais diversas situações, tanto pessoais quanto profissionais: • Educação: a educação pode ajudar na mudança de atitudes; pesquisas descobriram que ao estarem expostos a novas experiências e práticas, os indivíduos podem adaptar seus comportamentos e modificar suas atitudes. • Pensamento e hábito positivo: você é otimista ou pessimista? Um otimista sente confiança e é positivo, acreditando que as coisas vão funcionar, enquanto um pessimista tem sempre uma visão escura e negativa da vida. Desenvolver hábitos positivos no trabalho podem ajudá-lo a se comportar positivamente, mesmo que não esteja se sentindo assim. Assim, seja cortês com as pessoas chegando no horário, complete suas tarefas, não fale sobre assuntos que não sejam importantes e seja voluntário para as tarefas menos agradáveis. • Fale de maneira positiva consigo mesmo: as pessoas freqüentemente falam para si mesmas sobre os eventos do dia e avaliam ou se arrependem de suas ações. Concentre-se nesta conversa para motivar, reconhecer suas realizações e lembrar- se de seus pontos fortes. Seja seu próprio fã. Elogie-se, encoraje-se e se estabilize. • Linguagem corporal positiva: imaginemos a cena em que a moça se levanta para fazer um discurso, cruza os braços e olha para baixo enquanto fala. Sua linguagem corporal transmite uma atitude positiva? Lembre-se que algumas vezes seu corpo pode falar mais alto que sua voz e tenha cuidado para que sua linguagem corporal não comunique algo que você não gostaria de dizer. • Comunicação positiva: sua habilidade de se comunicar bem é um fator importante na impressão que você passa às outras pessoas. Você emprega termos que não são entendidos por outras pessoas ou adota linguagem depreciativa? Tem dificuldade em comunicar suas idéias claramente? Quando fala com os outros, seu tom de voz e a escolha de palavras comunicam sua imagem e sua mensagem? Falar de forma delicada e polida tende a fazer com que os outros o levem mais a sério, pois demonstra mais respeito. A habilidade de articular claramente seus 35 objetivos, idéias e pensamentos será de muita ajuda em sua vida pessoal e profissional. Fatores como a higiene e o cuidado podem parecer superficiais, mas não são. Todos nós sabemos, talvez por já termos trabalhado ao lado de alguém com odor desagradável, que o asseio é importante, não apenas pela questão de imagem, mas também pela saúde e bem-estar geral. Tomar banho diariamente, lavar as mãos regularmente, escovar os dentes ao menos duas vezes ao dia, usar desodorante, manter as unhas limpas e curtas para os homens, assim como apresentar-se bem barbeado, as mulheres usar maquiagem suave, perfumes com moderação, manter os cabelos limpos e bem penteados, fazem toda a diferença (CILETTI, 2011). Rizzo (apud DARONCO et al, 2011, p. 85) destaca alguns itens que devem ser evitados no ambiente de trabalho, enfatizando que o excesso sempre leva à vulgaridade: • Decotes ousados • Pulseiras barulhentas • Brincos enormes • Cabelos bem compridos e soltos • Saltos enormes • Sandálias de dedo com meias • Maquiagem por demais acentuada • Ternos de cores extravagantes • Gravatas de bichinhos • Camisa listrada e gravata estampada • Sapatos desgastados e sujos • Perfumes com fragrâncias agressivas 2.4.4 Networking Networking é a expressão em inglês para definir uma rede de relacionamentos, ou seja, pessoas que criam vínculos que permitem a divulgação imediata daquilo que somos e fazemos. Souza (2003) afirma que Networking, ou rede de relacionamentos é um conjunto de técnicas e atitudes cuja aplicação requer 36 um comportamento natural de solidariedade e de ajuda recíproca de todos aqueles que tomam consciência de que estamos em permanente interdependência nas redes de relacionamento – grupo, sociedade e humanidade. A matéria-prima do networking é a informação, e sua palavra-chave acesso. O sucesso do acesso ao alvo dependerá de contato com os membros que detêm as informações ou as oportunidades. Daronco et al. (2011), destaca que as tecnologias de informação e comunicação têm sido muito úteis para as redes de relacionamentos. A Internet, por exemplo, encurta distâncias e facilita os processos de comunicação, favorecendo o intercâmbio de informações e compartilhamento de experiências, porém o bom funcionamento das redes depende de seus integrantes. Deve ficar claro que a definição de objetivos, missão, compromissos e atividades devem ser bem planejadas e organizadas, o que leva ao sucesso. 37 3. METODOLOGIA Este capítulo apresenta a metodologia uti lizada para o desenvolvimento da pesquisa deste trabalho, apresenta-se neste estudo a classificação da pesquisa, o universo amostral, os sujeitos da pesquisa, os procedimentos técnicos da coleta de dados, e as formas de análise e interpretação dos dados, com a finalidade de atingir os objetivos propostos. . 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 3.1.1 Quanto a Natureza No que concerne a natureza, esta pesquisa classifica-se como Aplicada. Teixeira et al. (2009) destaca que este tipo de pesquisa visa gerar conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdades e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é oferecer soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções alternativas. Portanto, este trabalho buscou gerar conhecimentos sobre a realidade perceptiva do Marketing Pessoal dos alunos do curso de Administração da Uni juí, campus Ijuí, com a finalidade de gerar informações quanto ao desenvolvimento pelos mesmos para com isso definir propostas de melhoria acadêmica. 3.1.2 Quanto a Abordagem O presente estudo consiste numa pesquisa de abordagem quantitativa e qualitativa. Oliveira (1997) descreve que a pesquisa quantitativa serve para quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples , até os de uso mais complexo. Esse método é muito utilizado em pesquisas descritivas, onde se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação entre os fenômenos de causa e efeito. 38 Fin (2008) afirma que a pesquisa qualitativa é o método mais adequado quando se pretendem pesquisar aspectos mais profundos e menos visíveis do comportamento humano, como percepções, atitudes, julgamentos, etc. Ela está fortemente ligada ao mercado, ajuda a identificar questões e entender porque elas são importantes. Vergara (2009) alerta que a forma quantitativa utiliza-se de procedimentos estatísticos, como o teste de hipóteses e a forma qualitativa tratam-se da codificação, apresentação e análise dos dados de forma mais estruturada. Desta forma, classifica-se este estudo como quali-quantitativa, pois qualitativamente foi trabalhadade modo a analisar e interpretar as informações recebidas, para se chegar a conclusões concretas a fim de comparar a realidade com os resultados obtidos. Quantitativamente conforme afirmação de Oliveira e Vergara, a pesquisa utilizou-se de programas estatísticos para quantificar as opiniões e hipóteses das informações coletadas. 3.1.3 Quanto aos Objetivos Vergara (2009) traz a concepção de que neste momento a pesquisa é classificada quanto aos fins. Os fins compreendem os objetivos finais. De acordo com a caracterização trazida pela autora no que se refere aos fins, classifica-se em exploratória e descritiva. No entendimento da mesma autora, a pesquisa exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Teixeira et al. (2009), indica que o objetivo da pesquisa exploratória é investigar uma situação para propiciar aproximação e familiaridade com o assunto, fato ou fenômeno e com isto gerar maior compreensão a respeito do mesmo. Santos (1999) alerta para a relevância de se inteirar pela prospecção de materiais que possam fornecer ao pesquisador a real importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis a respeito do assunto e até mesmo revelar ao pesquisador novas fontes de dados e informações. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação (VERGARA, 2009), 39 Os estudos descritivos possibilitam identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação, classificação, explicação das relações de causa e efeito dos mesmos, o que leva à obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno (OLIVEIRA, 1997). A presente pesquisa foi exploratória, pois visou a busca de informações sobre um assunto específico que é o Marketing Pessoal e Gestão de Carreira, mediante as pesquisas bibliográficas e de estudo de caso, a fim de torná-los mais explícitos para o leitor. A pesquisa descritiva visou identificar, explorar e descrever os fatos ou fenômenos da realidade em estudo, através da observação, registro, análise e interpretação das características de um grupo, no caso, os acadêmicos do curso de Administração do campus Ijuí, sem que o pesquisador interferisse nos mesmos. Uma característica da pesquisa descritiva é a técnica padronizada da coleta de dados, realizada principalmente através de questionários e observação sistemática. 3.1.4 Quanto aos Procedimentos Técnicos Os critérios referente os meios que determinam a maneira de atingir os objetivos da pesquisa, foram investigados de forma bibliográfica, documental, estudo de caso e de campo. “A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral” (VERGARA, 2009, p. 43). Este estudo foi bibliográfico pois se utilizou de literaturas sobre as temáticas estudadas, de redes eletrônicas que continham importantes publicações sobre os objetos de estudo e ainda tomou como base revistas, jornais e registros. “A investigação documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, comunicações informais e outros.” (VERGARA, 2009, p. 43). Esta pesquisa documental,foi baseada em documentos primários e originais como por exemplo o Guia Acadêmico para estudantes do curso de Administração presencial da Unijuí. 40 Na mesma linha de pensamento de Vergara: “a pesquisa de campo é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo” (2009, p. 43). O presente estudo foi realizado através de coleta de dados no espaço da Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS, no campus de Ijuí. E por fim, caracteriza-se como um estudo de caso, que de acordo com Vergara (2009, p.44) “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas estas como uma pessoa, uma família, um produto, empresa, órgão publico, comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento”. O estudo de caso segundo Gil (2002, p.54) “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”. O estudo de caso desta pesquisa concentrou-se na observação de como os acadêmicos do curso de administração matriculados no primeiro semestre de 2011 no Campus de Ijuí percebem e desenvolvem as temáticas de marketing pessoal e gerenciamento de carreira em seus cotidianos. 3.2 UNIVERSO AMOSTRAL E SUJEITOS DA PESQUISA Os sujeitos desta pesquisa foram constituídos por uma amostra de acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ, campus Ijuí, respectivamente matriculados no primeiro semestre de 2011, de várias semestralidades, com diferentes perfis biográficos e experiências. Para Gil (2002, p.121) “Quando essa amostra é rigorosamente selecionada, os resultados obtidos no levantamento tendem a se aproximar bastante dos que seriam obtidos caso fosse pesquisar todos os componentes do universo”. O universo amostral foi definido por critério não-probabilístico e por tipicidade, sendo composto por 280 graduandos, representando 60% do universo de 467 alunos matriculados em Administração. Cabe aqui justificar o tamanho da amostra com a opinião de Vergara (2009, pg.47): Amostra não-probabilística é aquela selecionada por acessibilidade e por tipicidade. A acessibilidade é a amostra que fica longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso a 41 eles. A amostra por tipicidade é constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população. 3.3 COLETA DE DADOS Segundo Gil (2002, p.163), “Coleta de dados envolve a descrição das temáticas a serem utilizadas para a coleta de dados. Modelo de questionário, teses ou escala que deverão ser incluídos, quando for o caso”. Para a coleta de dados, realizada entre os meses de junho a julho de 2011, foi entregue aos alunos durante as aulas do curso de Administração um questionário com questões abertas e fechadas (ANEXO A), que foi elaborado pela coordenadora e pesquisadora voluntária do projeto “Marketing Pessoal e Gestão de Carreira: um estudo com acadêmicos do curso de Administração da UNIJUÍ” Profª. Ms. Maira F. Pizolotto e Profª. Ms. Edimara Daronco. O questionário caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. “No questionário aberto, as respostas livres são dadas pelos respondentes; no fechado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas” (VERGARA, 2009, p. 52). Também pode ser conceituado como um “instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 98). Utilizou-se uma escala de Likert para avaliação da percepção que compreende a apresentação das opções de respostas às pessoas desde o extremo mais desfavorável (sem importância) até o extremo mais favorável (total importância), e para avaliação do desenvolvimento
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