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Mercado_Financeiro

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REALIZAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
SÉRGIO DA TRINDADE DA ROCHA – 2019
ANTONIO CARLOS MAGALHÃES DA SILVA – 2018/2016 
GUSTAVO ABREU DA FONSECA – 2017
EDIÇÃO
PLANO B EDUCAÇÃO
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola Nacional de Seguros
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
18ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2019
E73m Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Mercado financeiro / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; 
 assessoria técnica de Sérgio Trindade da Rocha. 
 – 18.ed. – Rio de Janeiro : ENS, 2019.
 72 p. ; 28 cm
 Formato: E-Book.
 ISBN 978-85-7052-694-6.
 
 1. Mercado financeiro. I. Rocha, Sérgio Trindade da. II. Título. 
 0018-2217 CDU 335.7(072)
A 
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas 
iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um 
mercado de seguros, previdência complementar, capitaliza-
ção e resseguro cada vez mais qualificado. 
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para pro-
fissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros oferece a 
você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma 
equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o 
sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a compe-
titividade é cada vez maior.
Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.
MERCADO FINANCEIRO
 1. ECONOMIA: CONCEITOS BÁSICOS E FUNÇÕES 7 
 CONCEITOS BÁSICOS 8
Unidades Econômicas 9
Renda, Investimento e Poupança 9
Crescimento Econômico x Desenvolvimento Econômico 9
 POLÍTICA MONETÁRIA 10
Definição e Objetivos 10
Instrumentos da Política Monetária 11
 POLÍTICA FISCAL 13
 POLÍTICA CAMBIAL 15
 SETOR REAL X SETOR FINANCEIRO 15
 FUNÇÕES BÁSICAS DO MERCADO FINANCEIRO 16
 FIXANDO CONCEITOS 1 18
 2. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 19 
 O PAPEL DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 20
Classificação das Unidades Econômicas 20
Formas de Financiamento 21
Vantagens dos Intermediários Financeiros 23
 FIXANDO CONCEITOS 2 25
SUMÁRIO
INTERATIVO
MERCADO FINANCEIRO
 3. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 26 
 O PAPEL DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 27
 ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 28
 ÓRGÃOS NORMATIVOS 29
 ENTIDADES SUPERVISORAS 29
 FIXANDO CONCEITOS 3 31
 4. SEGMENTOS DO MERCADO FINANCEIRO 32 
 MERCADO MONETÁRIO 34
 MERCADO DE CRÉDITO 34
 MERCADO DE CAPITAIS 35
 MERCADO DE CÂMBIO 37
 FIXANDO CONCEITOS 4 38
 5. INSTRUMENTOS FINANCEIROS 39 
 CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS 40
Risco 40
Liquidez 41
Rentabilidade 41
 INSTRUMENTOS DE CAPTAÇÃO EMITIDOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 42
Depósitos à Vista 42
Depósitos a Prazo 42
Depósitos de Poupança 42
Letras Financeiras 43
Outros tipos de captação bancária 44
 INSTRUMENTOS FINANCEIROS EMITIDOS POR EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS 44
Ações 44
Debêntures 45
Notas Promissórias 45
MERCADO FINANCEIRO
 FUNDOS DE INVESTIMENTO 46
Definições 46
Classificação dos Fundos de Investimento 47
 TÍTULOS DO TESOURO DIRETO 48
 DERIVATIVOS 49
Definição 49
Futuros 49
Opções 50
Swap 51
 PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR 51
 FIXANDO CONCEITOS 5 53
 6. ADMINISTRAÇÃO DE RISCO 54 
 RISCOS QUE CORREM AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 56
Risco de Crédito 56
Risco de Liquidez 56
Risco de Mercado 57
Risco Operacional 57
Risco de Insolvência 58
Risco Legal 58
 PERFIL DE RISCO DOS INVESTIDORES INDIVIDUAIS 58
 FIXANDO CONCEITOS 6 61
 GLOSSÁRIO 62 
 GABARITO 70 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 71 
MERCADO FINANCEIRO 7
UNIDADE 101
ECONOMIA:
CONCEITOS BÁSICOS e FUNÇÕES
 ■ Identificar conceitos 
básicos de economia.
 ■ Identificar as características 
e os objetivos da política 
monetária.
 ■ Listar os tipos de política 
fiscal.
 ■ Identificar as características 
da política cambial.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Diferenciar o setor 
financeiro do setor real da 
economia.
 ■ Definir o que é e como 
é formado o mercado 
financeiro.
 ■ Identificar quais são 
as funções básicas do 
mercado financeiro.
CONCEITOS BÁSICOS
POLÍTICA MONETÁRIA
POLÍTICA FISCAL
POLÍTICA CAMBIAL
SETOR REAL X SETOR 
FINANCEIRO
FUNÇÕES BÁSICAS DO 
 MERCADO FINANCEIRO
FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
MERCADO FINANCEIRO 8
UNIDADE 1
Antes de começarmos, reflita sobre uma questão importante: qual o objeti-
vo da gestão da economia em uma sociedade? A resposta é ampla, certo? 
Ao final deste curso, você conseguirá formular sua própria resposta, mas 
um bom começo é compreender que a gestão da economia visa atender 
às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados 
objetivos sociais e macroeconômicos, como pleno emprego, distribuição 
de riqueza, estabilidade de preços e estímulo ao crescimento econômico.
Os principais meios para se atingirem esses objetivos são as políticas mone-
tária, fiscal e cambial. Essas políticas devem ser implementadas de manei-
ra coordenada, na medida em que, por exemplo, uma mudança na taxa de 
juros (política monetária) influencia tanto a arrecadação de impostos e os 
gastos públicos (política fiscal) quanto a taxa de câmbio (política cambial).
 CONCEITOS BÁSICOS 
Somente por meio do conhecimento de alguns conceitos básicos de eco-
nomia é que se pode entender, de forma ampla e crítica, o funcionamento 
do mercado financeiro. 
Assim, é importante que você saiba que a economia estuda a riqueza (indiví-
duo, sociedade, empresa ou nação), as transações de troca que se verificam 
entre as pessoas (oferta e demanda) e países (importação e exportação). Além 
disso, a economia também procura compreender a decisão de utilização de 
recursos produtivos escassos por natureza (terra, trabalho e capital), que, por 
sua vez, carregam o custo de oportunidade no processo de transformação e 
produção de diversos bens e serviços, além de sua respectiva distribuição.
Algumas questões que envolvem renda, investimento e poupança serão 
abordadas nesta unidade para que você compreenda melhor.
9
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
 — Unidades Econômicas
As unidades econômicas são aquelas que, de alguma forma, influenciam a 
economia a partir de suas decisões e ações, tomadas racionalmente. São elas:
 ■ Famílias. 
 ■ Empresas (pública e privada). 
 ■ Governo.
Abordaremos a classificação das unidades econômicas entre superavitárias, 
deficitárias e unidades com orçamento equilibrado, na próxima unidade.
 — Renda, Investimento e Poupança
A renda representa a remuneração dos agentes que participam de algu-
ma forma do processo produtivo de uma economia. Por exemplo: salários 
recebidos, juros sobre capital emprestado ou lucros sobre capital investido.
Já o investimento representa a utilização de capital, próprio ou de tercei-
ros, em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade pro-
dutiva de um país.
A poupança é a parcela da renda não consumida pelas unidades econô-
micas na aquisição de bens e serviços. É por intermédio dela que todo o 
processo produtivo é realimentado, utilizando diversos instrumentos de 
intermediação do mercado financeiro. Ou seja, os intermediários finan-
ceiros (ex.: bancos) captam a poupança disponível e a transferem ao 
sistema produtivo da economia mediante diversas formas de créditos, 
contribuindo, assim, para a expansão do nível de investimento e a oferta 
de bens e serviços.
 — Crescimento Econômico x 
Desenvolvimento Econômico
Embora muitas vezes esses dois termos sejam usados como se fossem 
a mesma coisa, crescimento econômico ocorrequando há expansão 
quantitativa da capacidade produtiva ao longo do tempo. 
Assim, ao observarmos, por exemplo, a elevação da quantidade de bens 
e serviços produzidos por um país ser superior ao de sua população, 
evidenciando sua produtividade, dizemos que o país se encontra em 
pleno crescimento econômico.
Por outro lado, o desenvolvimento econômico aborda outras variáveis 
além das consideradas na avaliação de crescimento econômico, ressal-
Importante
O conceito de investimento em 
economia vincula-se à geração 
de riqueza, e não simplesmente 
à transferência de propriedade 
de um bem. Por exemplo: o 
investimento pode ocorrer na 
compra de bens de capital como 
máquinas e equipamentos; 
entretanto, a aquisição de ações 
na Bolsa de Valores não é 
considerada investimento dentro 
do conceito econômico.
10
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
tando as condições de vida da população de um país. Seu conceito é 
considerado mais complexo porque necessita da análise de indicadores 
socioeconômicos como renda, saúde e educação.
 POLÍTICA MONETÁRIA 
 — Definição e Objetivos
A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, 
títulos públicos e taxas de juros. O Banco Central do Brasil, também conhe-
cido como BC, BCB ou BACEN, é a instituição responsável pela administra-
ção da política monetária do país e tem sob seu controle a oferta de moe-
da, as taxas de juros e as condições de crédito para atingir alguma meta 
desejada, como reduzir a taxa de inflação.
BC, BCB ou BACEN
O Banco Central do Brasil é o responsável pelo controle da inflação no 
país. Ele atua para regular a quantidade de moeda na economia que 
permita a estabilidade de preços. Suas atividades também incluem a 
regulação e supervisão das instituições financeiras para garantir que o 
mercado brasileiro fique financeiramente estável.
A política monetária pode ser:
 ■ Restritiva.
 ■ Expansionista.
Uma política monetária é considerada restritiva quando as autoridades 
monetárias promovem reduções dos meios de pagamento da economia, 
retraindo o consumo, o investimento e a atividade econômica. As medidas 
restritivas são tomadas quando o crescimento da demanda e dos investi-
mentos empresariais se situam acima da capacidade da oferta de moeda 
da economia, visando anular os efeitos da inflação. A adoção dessa polí-
tica tem como objetivo restringir a oferta de crédito e elevar seu custo, de 
forma a adequar o consumo e o investimento agregados à oferta monetá-
ria da economia.
Uma política monetária, por sua vez, é considerada expansionista quan-
do eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de recursos nos 
mercados e elevando os meios de pagamentos. Essa situação é geralmen-
te adotada em momentos de retração do nível da economia em que se 
produz uma deflação.
Exemplo
Metas do BACEN:
 ■ Manter a balança de 
 pagamentos equilibrada.
 ■ Elevar o nível de emprego.
 ■ Elevar o produto nacional 
bruto.
Liquidez é um conceito 
econômico que considera a 
facilidade com que um ativo 
pode ser convertido no meio de 
troca da economia, ou seja, é a 
facilidade com que ele pode ser 
convertido em dinheiro. O 
grau de agilidade de conversão 
de um investimento sem perda 
significativa de seu valor 
mede sua liquidez.
11
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
 — Instrumentos da Política Monetária
Os três instrumentos clássicos de política monetária são:
 ■ Depósitos compulsórios.
 ■ Redesconto bancário. 
 ■ Operações de mercado aberto.
Depósitos Compulsórios
Todo banco é obrigado a manter depositada, em sua conta de reserva 
bancária no BACEN, uma quantia que representa um determinado percen-
tual sobre o saldo dos depósitos à vista de seus clientes.
Alterações na alíquota do depósito compulsório, ou seja, no percentual 
sobre os depósitos, representam o papel do compulsório como instru-
mento de política monetária. Os bancos têm sua capacidade de conce-
der empréstimos e, portanto, de criar depósitos à vista, restringida quan-
do esse percentual é aumentado e vice-versa. Assim, se o percentual de 
depósito compulsório é aumentado, os bancos terão menos reservas livres 
para emprestar, pois terão que direcionar uma parcela maior dessas reser-
vas para a sua conta no BACEN.
Redesconto Bancário
O redesconto bancário é um empréstimo concedido pelo BACEN a um 
banco comercial que enfrenta um problema temporário de liquidez, ou 
seja, um banco que não possui reservas bancárias suficientes para cumprir 
seus compromissos de curto prazo.
O BACEN utiliza o redesconto como instrumento de política monetária, 
ampliando ou restringindo o acesso dos bancos a esse tipo de recurso, 
principalmente por meio de alterações na taxa de juros cobrada deles nes-
sas operações, isto é, a taxa de redesconto. 
Uma elevação da taxa de redesconto desestimula os bancos a recorrerem 
ao redesconto, obrigando-os a manter um nível mais elevado de reservas, 
reduzindo, desse modo, os empréstimos e sua capacidade de criar depó-
sitos à vista.
Importante
Quanto maior a alíquota 
do depósito compulsório, 
menor a capacidade 
de o sistema bancário 
multiplicar empréstimos e, 
consequentemente, menor a 
sua capacidade de criar meios 
de pagamento na forma de 
depósitos à vista.
12
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
Operações de Mercado Aberto
Por meio das operações de mercado aberto, o BACEN compra ou vende 
títulos do Tesouro Nacional dos bancos, visando controlar o saldo das 
reservas bancárias e, dessa forma, exercer influência sobre a taxa de juros 
praticada no mercado interbancário. 
Ao comprar títulos, o BACEN aumenta o saldo de suas reservas bancárias, 
provocando, dessa forma, uma redução na taxa de juros.
Já quando o BACEN vende títulos, os bancos pagam por meio da redução 
de suas contas de reservas bancárias. A diminuição do volume de reservas 
bancárias disponíveis tende a elevar a taxa de juros.
Observe os quadros a seguir. Eles sintetizam os impactos desejados pelo 
BACEN ao utilizar cada um dos três instrumentos clássicos de política 
monetária.
QUADRO 1: BACEN E IMPACTOS ESPERADOS
Depósito Compulsório
AÇÃO DO BANCO 
CENTRAL IMPACTO IMPACTO
Aumento da Alíquota Redução do Multiplicador Aumento da 
Taxa de Juros
Redução da Alíquota Aumento do Multiplicador Redução da 
Taxa de Juros
Taxa de Redesconto
AÇÃO DO BANCO 
CENTRAL IMPACTO IMPACTO
Aumento da Taxa Redução dos 
Empréstimos Bancários
Aumento da 
Taxa de Juros
Redução da Taxa Aumento dos 
Empréstimos Bancários
Redução da 
Taxa de Juros
Operações de Mercado Aberto
AÇÃO DO BANCO 
CENTRAL IMPACTO IMPACTO
Compra de Títulos Aumento das 
Reservas Bancárias
Redução da 
Taxa de Juros
Venda de Títulos Redução das 
Reservas Bancárias
Aumento da 
Taxa de Juros
Saiba mais
A Secretaria do Tesouro 
Nacional é um órgão do 
Ministério da Fazenda do 
Brasil, em 2019 transformado 
em Ministério da Economia.
Ela trata da administração 
financeira e da contabilidade 
federal, além de exercer 
atividades relacionadas à 
emissão e à implementação 
de operações envolvendo os 
títulos da dívida pública do país.
Também é responsável por 
realizar o recolhimento de 
impostos e contribuições para 
a Receita Federal do Brasil 
(RFB), além do recolhimento de 
quaisquer outros recursos que 
venham a ingressar na “Conta 
Única do Tesouro Nacional”.
.
13
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
 POLÍTICA FISCAL 
A política fiscal centraliza suas preocupações com relação aos gastos do 
setor público e aos impostos cobrados da sociedade. Assim, ela deve mos-
trar-se eficaz para que haja equilíbrio entre a arrecadação tributária e as 
despesas governamentais, garantindo que sejam alcançados determina-
dos objetivos macroeconômicos e sociais.
O Governo pode financiar seus gastos por intermédio da cobrança de 
impostos e tarifas, bem como por meio de empréstimos. Os empréstimos 
tomados pelo Governo, geralmente, são feitos via lançamento de títulos,cujo saldo corresponde ao total da sua dívida pública.
A política fiscal pode ser:
Expansionista
A política fiscal expansionista acontece quando há uma ação do 
Governo para estimular a economia a partir da adoção de políticas 
de redução de impostos e aumento de suas despesas, que incen-
tivam o crescimento econômico pelo lado da demanda.
Os resultados dessas medidas oneram o orçamento da União, 
promovendo déficit orçamentário — isto é, o resultado negativo é 
coberto pelo Governo, geralmente mediante a emissão de moe-
das ou de títulos públicos, aumentando, assim, a dívida pública.
FIGURA 1: POLÍTICA EXPANSIONISTA
Pagamento 
de funcionários
Investimentos 
em infraestrutura
Pagamento de 
juros da dívida
POLÍTICA 
EXPANSIONISTA
O déficit orçamentário é a 
diferença entre os impostos 
arrecadados e os gastos do 
Governo.
O déficit orçamentário ocorre 
quando o Governo aumenta 
seus gastos ou reduz os 
impostos para estimular o 
crescimento da economia.
14
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
Contracionista
Uma política fiscal contracionista ocorre quando o Governo obtém 
superávit orçamentário com o objetivo de conter eventuais eleva-
ções da demanda que sejam interpretadas como inflacionárias.
FIGURA 2: POLÍTICA CONTRACIONISTA
Pouca ênfase em 
projetos de 
infraestrutura
Controle da 
dívida pública
Congelamento de 
concursos públicos
POLÍTICA 
CONTRACIONISTA
O déficit (ou o superávit) orçamentário pode ser classificado como pri-
mário ou nominal. Veja as características de cada um a seguir.
Primário
É o resultado da arrecadação do governo (receitas) menos as des-
pesas, exceto juros da dívida. A grosso modo, é a geração de caixa 
do governo; é a economia para reduzir o endividamento. Mostra se 
as contas estão em ordem ou não. Um resultado primário positivo 
(superávit) mostra contas sob controle e mostra que a dívida não 
seguirá uma trajetória explosiva. 
Nominal
O resultado nominal do governo equivale à arrecadação de impos-
tos (receitas) menos as despesas, incluindo os juros da dívida. É a 
medida mais completa, já que o número representa a total neces-
sidade de financiamento do setor público. Ao apresentar um déficit 
nominal, o governo terá que se financiar, por exemplo, com a colo-
cação de títulos públicos.
O superávit orçamentário 
ocorre quando as receitas 
arrecadadas são superiores 
às despesas, significando, 
portanto, que o governo 
agiu de forma prudente 
e responsável, não se 
comprometendo acima de 
sua efetiva arrecadação
Títulos públicos são papéis 
emitidos pelo Tesouro 
Nacional, que representam 
uma forma de financiar a 
dívida pública e permitem que 
os investidores “emprestem” 
dinheiro para o governo, 
recebendo em troca uma 
determinada rentabilidade.
15
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
 POLÍTICA CAMBIAL 
O comércio internacional lida com diferentes moedas representativas das 
economias envolvidas nas operações. Para se estabelecer a conversão 
entre as moedas, o mercado instituiu a taxa de câmbio.
A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um 
país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão 
(compra de moeda estrangeira) ou adquiri-la (vender moeda estrangeira).
A política cambial está baseada na administração das taxas de câmbio — 
promovendo alterações das cotações cambiais — e, de forma mais abran-
gente, no controle das transações internacionais executadas por um país. 
Ela é fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da eco-
nomia e promover seu desenvolvimento econômico.
Os regimes cambiais podem ser de:
Taxa de câmbio flutuante 
Permite maior liberdade às economias na execução de suas políti-
cas monetárias. Em momentos de eventuais desequilíbrios econô-
micos, é possível ter mais agilidade nas variações de oferta e pro-
cura da moeda no mercado. Nesse modelo, as taxas acompanham 
livremente as oscilações da economia, ajustando-se mediante as 
alterações em seus valores.
Taxa de câmbio fixa 
Quando tem o seu valor atrelado a um referencial fixo, como ouro 
ou dólar. As taxas de câmbio fixas permitem maior nível de certe-
za ao comércio internacional, por revelarem, previamente, o valor 
futuro da moeda. No entanto, a manutenção desse padrão é de 
maior risco para os governos, obrigando-os, em momentos de 
desequilíbrio, a gastar elevadas somas de suas reservas cambiais 
para manter a cotação da moeda nacional.
Os objetivos da adoção de um ou outro regime cambial podem ser, entre 
outros: equilibrar o balanço de pagamentos (caso típico do regime de taxa 
de câmbio flutuante) ou mesmo combater a inflação (caso típico do regime 
de taxa de câmbio fixa adotado por muitos países emergentes nas déca-
das de 1980 e 1990).
 SETOR REAL X SETOR FINANCEIRO 
O setor real da economia diferencia-se do setor financeiro em diversos aspectos. 
Todavia, ambos os setores se complementam e são relevantes para a sociedade.
Balanço de pagamentos é um 
instrumento da contabilidade 
nacional referente à descrição 
das relações comerciais de um 
país com o resto do mundo. 
Registra o total de dinheiro que 
entra e sai de um país, na forma 
de importações e exportações 
de produtos, serviços, 
capital financeiro, bem como 
transferências comerciais.
16
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
O setor real abrange a produção e a circulação de bens e de mercadorias e 
a prestação de serviços não financeiros, como comércio, telecomunicações, 
transporte e outros. Os ativos reais são bens ou direitos que não represen-
tam, necessariamente, reserva de valor, mas são mantidos em função do 
proveito que deles se espera obter. Exemplos: máquinas e equipamentos.
Já o setor financeiro abrange a custódia, a intermediação e a compensa-
ção de ativos e de passivos financeiros. 
Um ativo financeiro constitui um direito em relação a outra unidade eco-
nômica, mantido como reserva de valor em função do retorno financeiro 
que dele se espera obter. Inclui moeda e todo título que representa dívida 
ou participação patrimonial (ex.: ações, título de dívida, royalties).
Um passivo financeiro representa a obrigação decorrente de ativo finan-
ceiro. É, portanto, a contrapartida para aquele que emitiu um ativo finan-
ceiro (ex.: dívidas).
 FUNÇÕES BÁSICAS DO 
 MERCADO FINANCEIRO 
O mercado financeiro possibilita que as unidades econômicas (também 
conhecidas como agentes econômicos) estejam em contato, direto ou indi-
reto, a um custo mínimo e com as menores dificuldades possíveis para esse 
relacionamento. Dessa forma, a utilização dos recursos financeiros da eco-
nomia pode ser otimizada, possibilitando um aumento geral da produtivida-
de, da eficiência e do bem-estar da sociedade.
Ao viabilizar o contato entre unidades econômicas, o mercado financeiro 
também cumpre as seguintes funções:
 ■ Estímulo à formação de poupança – as instituições financeiras 
existentes no mercado financeiro estimulam a formação de pou-
pança de diferentes formas. Assim, elas captam poupança e, em 
troca, emitem ativos com diferentes graus de liquidez. O mercado 
de capitais — no qual operam os bancos de investimento e corre-
toras de títulos — auxilia as empresas a emitirem títulos próprios, 
como ações e debêntures. Os fundos de pensão, os fundos de 
investimento e as seguradoras são importantes demandantes des-
ses títulos e, portanto, também estimulam a formação de poupança.
 ■ Facilitação da transferência de poupança entre as unidades 
econômicas – quando o mercado financeiro coloca em contato as 
diferentes unidades econômicas, a troca de recursos entre os que 
Custódia 
Guarda e exercício dos 
direitos sobre títulos e valores 
mobiliários.
Intermediação
Serviço de movimentação 
de ativos entre agentes 
poupadores e tomadores, 
prestado por um agente 
intermediador.
Ações representam uma 
fração do capital social de 
uma empresa. Ao comprar 
uma ação o investidor se 
torna sócio da empresa, ou 
seja, de umnegócio. Passa 
a correr os riscos deste 
negócio bem como participa 
dos lucros e prejuízos como 
qualquer empresário.
As debêntures são títulos 
de dívida de empresas 
privadas. Quem investe em 
uma debênture se torna um 
credor da companhia que 
emitiu o título, financiando 
suas operações em troca do 
pagamento de juros.
17
UNIDADE 1
MERCADO FINANCEIRO
possuem recursos financeiros excedentes e os que necessitam de 
recursos é facilitada. Os bancos são importantes facilitadores des-
sa troca, pois repassam os recursos captados de poupadores a 
tomadores de empréstimos.
 ■ Provimento de liquidez às unidades econômicas – os bancos 
que captam recursos com o público e emitem depósitos à vista 
(depósitos em conta corrente) devem ser capazes de oferecer 
liquidez imediata aos seus clientes. Assim, por meio desse tipo de 
instituição financeira, é processada a maior parte dos pagamentos 
realizados pelas unidades econômicas.
18
FIXANDO CONCEITOS
MERCADO FINANCEIRO
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta.
1. Considerando alguns dos conceitos básicos acerca do mercado finan-
ceiro, podemos afirmar que:
(a) O setor real da economia compreende a custódia, a intermediação 
e a compensação de ativos.
(b) O setor real e o setor financeiro da economia são semelhantes em 
vários aspectos.
(c) Poupança pode ser entendida como a parte da renda consumida 
por uma unidade econômica.
(d) Investimento pode ser entendido como a utilização de recursos, pró-
prios ou de terceiros, com vistas a ampliar a capacidade produtiva.
(e) O setor financeiro abrange a circulação dos bens e de mercadorias 
existentes na sociedade.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
2. Entre as funções básicas desempenhadas pelo mercado financeiro, 
podemos citar:
I) Estímulo à formação de poupança.
II) Provisão de liquidez às unidades econômicas.
III) Facilitação da transferência da poupança das unidades econômicas que 
possuem recursos excedentes para aquelas que necessitam de recursos.
IV) Regulação e supervisão das instituições financeiras e não financeiras.
V) Colocação das unidades econômicas em contato, direto ou indireto, 
a um custo mínimo e com as menores dificuldades possíveis.
Assinale a alternativa correta:
(a) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(b) Somente I, III e V são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II, III e V são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III, IV e V são proposições verdadeiras.
19
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
02
INTERMEDIAÇÃO 
FINANCEIRA
 ■ Compreender como 
ocorre o processo de 
intermediação financeira.
 ■ Identificar os diferentes 
tipos de unidades 
econômicas e compreender 
o papel desempenhado por 
cada um deles.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Distinguir as diferentes 
formas de financiamento 
disponíveis às unidades 
econômicas.
 ■ Definir o papel 
desempenhado pelos 
intermediários financeiros.
O PAPEL DA 
 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
20
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
 O PAPEL DA 
 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
O processo de intermediação financeira pode ser entendido como a capta-
ção de recursos por instituições financeiras junto às unidades econômicas 
superavitárias e o seu subsequente repasse para as unidades econômicas 
deficitárias. Esta unidade busca descrever o papel desempenhado pelos 
intermediários financeiros nas transferências de recursos entre poupado-
res e tomadores.
 — Classificação das 
Unidades Econômicas
Pode-se dizer que a economia é composta por intermediários financeiros e 
agentes ou unidades econômicas.
O conjunto das unidades econômicas pode ser dividido em três categorias:
Unidades superavitárias (US)
São aquelas unidades que apresentam receitas correntes maiores 
do que gastos correntes. O excesso de receitas não representa 
necessariamente lucro, podendo significar tão somente sobra de 
caixa momentânea.
Unidades deficitárias (UD)
São aquelas unidades cujos gastos correntes excedem suas recei-
tas correntes. No caso de uma empresa, o excesso de gastos em 
relação às receitas correntes não significa dizer que ela opere com 
21
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
prejuízo. Os gastos em excesso podem, por exemplo, ser empre-
gados em investimentos que permitirão uma futura expansão de 
suas atividades.
Unidades com orçamento equilibrado (UOE)
São aquelas unidades que têm seus gastos correntes iguais às 
receitas correntes. As UOE, por não terem sobras de caixa e por 
serem capazes de financiar seus gastos correntes e de investi-
mento a partir de suas receitas correntes, não precisam, portanto, 
de qualquer tipo de financiamento. Se todas as unidades econô-
micas (UE) fossem sempre UOE, não faria sentido existirem inter-
mediários financeiros. Na prática, contudo, é difícil de se conceber 
uma unidade econômica que, em algum momento, não possua 
recursos financeiros ociosos, ou mesmo uma que seja capaz de se 
autofinanciar completamente.
As unidades econômicas superavitárias tendem a investir o excedente 
da receita em ativos financeiros, que são direitos sobre a renda futura de 
outras unidades. Portanto, podem ofertar seus excedentes mediante retor-
no que compense seus riscos e gere uma remuneração adicional. 
As unidades deficitárias podem buscar recursos para atender às suas neces-
sidades de financiamento, aceitando arcar com os custos dessa operação. 
Essa é a hipótese que justifica a existência da atividade de intermediação 
financeira e os agentes que desenvolvem tal atividade são chamados de 
intermediários financeiros, sendo, geralmente, instituições financeiras.
 — Formas de Financiamento
A atividade de intermediação financeira justifica-se por servir de elo entre 
as unidades superavitárias (US), ou seja, aquelas que têm sobra de caixa, 
e as unidades deficitárias (UD), que necessitam de financiamento. Ou seja, 
os intermediários financeiros proporcionam um encontro entre os recursos 
financeiros excedentes das US e as necessidades de financiamento das UD. 
A atividade de intermediação financeira nasceu da necessidade de aumen-
to da eficiência das transferências de recursos financeiros entre as unida-
des econômicas (UE).
Uma UD pode financiar seus gastos das formas apresentadas a seguir.
Autofinanciamento
Para se financiar, uma UD pode vender ativos próprios, inclusive 
instrumentos financeiros. Por exemplo, se for pessoa física, um 
indivíduo pode vender ações em seu poder para financiar a com-
pra de um bem; ou uma empresa pode vender um terreno que 
esteja ocioso para adquirir, com o dinheiro arrecadado, máquinas 
novas que ampliem sua capacidade produtiva.
22
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
Financiamento externo
A outra opção de uma UD para financiar seus gastos é obter recur-
sos de terceiros, o que pode ser feito de duas maneiras:
 » Financiamento direto: emitir ações e outras formas de parti-
cipação em negócios, sem assumir uma dívida, ou emitir títu-
los de dívida — como debêntures e notas promissórias — que 
sejam adquiridos diretamente por US.
 » Financiamento indireto: empréstimos tomados de institui-
ções financeiras. Essa forma de financiamento é chamada de 
indireta, porque conta com a intermediação de uma institui-
ção financeira que adquire títulos emitidos pelas UD com os 
recursos captados junto às US.
Nas operações de financiamento indireto, as instituições financeiras cap-
tam recursos junto às US, assumindo a obrigação de honrar a exigibilidade 
desses recursos, e os emprestam às UD. 
Já nas operações de financiamento direto, a transferência de recursos 
ocorre diretamente entre as UE superavitárias e deficitárias, e o papel das 
instituições financeiras é simplesmente promover a corretagem de valores.
O financiamento direto e o papel desempenhado pela intermediação 
financeira se encontram resumidos, esquematicamente,na figura a seguir.
FIGURA 3: FINANCIAMENTO DIRETO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
TÍTULO DIRETO
TÍTULO DIRETO
USUD IF
ATIVO FINANCEIRO
O financiamento indireto, mostrado pelas linhas cheias, está representado 
no lado esquerdo do esquema pela troca de créditos adiantados pelas ins-
tituições financeiras por títulos diretos (por exemplo, uma nota promissória) 
entregues pela UD; já no lado direito, está representado pela troca feita 
entre as instituições financeiras (IF), que oferecem ativos financeiros (por 
exemplo, um depósito à vista), e as US, que nelas depositam seus exces-
sos (ociosos) de caixa. Note-se que esses depósitos das US representam, 
de fato, um empréstimo temporário concedido às IF.
23
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
O valor da remuneração pelos recursos financeiros emprestados é chama-
do de juros ou, em termos percentuais, taxa de juros. Essa taxa é conside-
rada, por um lado, a remuneração dos poupadores e, por outro, o custo de 
capital dos tomadores.
As instituições financeiras cobram regularmente taxas de juros dos toma-
dores superiores às taxas contratadas nas captações de recursos, a fim de 
cobrir despesas e riscos, bem como para obter remuneração pela ativida-
de de intermediação. À diferença entre a remuneração cobrada nas ope-
rações ativas e o custo do dinheiro captado nas operações passivas dá-se 
o nome de spread. O spread pode também ser definido como a diferença 
entre a taxa média de juros cobrada pelos empréstimos e a taxa média 
paga aos depositantes.
Tradicionalmente, o spread bancário é elevado no Brasil. Entretanto, nas 
duas últimas décadas ele vem decrescendo basicamente em função da 
maior concorrência gerada pelo desenvolvimento e pela expansão dos 
mecanismos de financiamento direto disponíveis no mercado de capitais. 
Nesse mercado, as empresas conseguem realizar captação de recursos 
diretamente com o investidor interessado, sem a necessidade de interme-
diação financeira.
A transformação dos departamentos financeiros das grandes empresas 
em autênticas instituições financeiras, somada ao crescimento dos investi-
dores institucionais e ao crescente papel desempenhado pelas empresas 
de classificação de risco, significou uma quebra da posição hegemônica 
das instituições bancárias e a perda de parte importante de sua clientela, 
particularmente as empresas de maior porte.
A existência do spread significa que, pelo menos em tese, os financiamen-
tos indiretos seriam mais caros do que os financiamentos diretos, enquanto 
o retorno para os depositantes seria menos atraente do que se investissem 
diretamente na compra de um título direto emitido por uma unidade defici-
tária. No entanto, algumas vantagens dos intermediários financeiros levam 
ainda grande parte das unidades deficitárias a se endividar com eles, e das 
unidades superavitárias a depositar neles seus recursos.
 — Vantagens dos 
Intermediários Financeiros
Os intermediários financeiros justificam sua existência por serem mais capa-
zes de reduzir os custos de transação e os problemas gerados pela assime-
tria de informações entre as partes do que as unidades econômicas em geral.
Porém, você pode estar se perguntando: o que são esses custos de tran-
sação? Simples: os custos de transação se referem aos gastos envolvi-
24
UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
dos em cada transação financeira, como o processo de reuniões entre 
as partes e o pagamento de honorários advocatícios para redação dos 
contratos de empréstimo.
Já a assimetria de informação ocorre quando uma das partes de uma tran-
sação está mais bem informada do que a outra em relação a questões 
pertinentes à negociação. Quando há assimetria de informação, conflitos 
de interesse entre as partes tendem a ocorrer.
Assim, a redução dos custos de transação e da assimetria de informação 
presentes nas transações é possibilitada, principalmente, por duas vanta-
gens apresentadas pelos intermediários financeiros: ganhos de escala e 
diversificação das operações.
Ganhos de escala
Em função da especialização (expertise) desenvolvida na coleta 
de dados e no processamento das informações, os intermediários 
financeiros apresentam vantagens relativas a ganhos de escala, 
possibilitando a redução do custo por transação à medida que se 
aumenta o número de transações. Todo intermediário financeiro 
possui um departamento de análise de crédito, sendo os custos de 
manutenção de tal estrutura divididos entre milhares de contratos. 
O mesmo se aplica aos custos legais de elaboração de contratos 
de empréstimo, entre outros custos operacionais.
Diversificação das operações
A possibilidade de diversificação das operações ativas e passivas 
reduz fortemente, por um lado, a probabilidade esperada de per-
das com inadimplência nos empréstimos e, por outro lado, os ris-
cos de liquidez provenientes de saques dos depositantes.
Portanto, os intermediários são capazes de produzir tal resultado em fun-
ção dos ganhos de escala, da especialização em intermediação financeira 
e de seus ativos e passivos diversificados. Além disso, outra vantagem que 
apresentam é a diversificada oferta de alternativas de captação e de apli-
cação de recursos, já que dificilmente as unidades econômicas consegui-
riam dispor por conta própria e com a mesma agilidade.
25
FIXANDO CONCEITOS
MERCADO FINANCEIRO
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta.
1. Os gastos correntes de uma unidade econômica que excedem as suas 
receitas correntes necessitam, de alguma forma, ser financiados. Caso 
uma unidade econômica deficitária decida recorrer a um financiamento 
externo indireto, podemos citar como opção o(a):
(a) Venda de imóvel.
(b) Emissão de debêntures.
(c) Empréstimo em banco múltiplo.
(d) Emissão de ações.
(e) Emissão de notas promissórias.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
2. Em relação aos custos de transação e à possível assimetria de informa-
ção presente nas transações financeiras, podemos afirmar que:
I) Quando há assimetria de informação entre as partes de uma transa-
ção financeira, conflitos de interesse tendem a surgir.
II) As instituições financeiras cobram, usualmente, taxas de juros dos 
tomadores inferiores às taxas contratadas nas captações de recur-
sos.
III) Custos de transação se referem aos gastos envolvidos em cada 
transação financeira.
IV) Os ganhos de escala possibilitam que os intermediários financeiros 
reduzam o custo por transação à medida que aumentam o número 
de transações.
V) A assimetria de informação ocorre quando as partes de uma transa-
ção financeira são igualmente bem informadas.
Assinale a alternativa correta:
(a) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(b) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente II, III e V são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente I, II, III e V são proposições verdadeiras.
26
UNIDADE 3
MERCADO FINANCEIRO
03
 ■ Identificar qual o papel 
do Sistema Financeiro 
Nacional.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Conhecer a estrutura 
do Sistema Financeiro 
Nacional.
O PAPEL DO SISTEMA 
 FINANCEIRO NACIONAL
ESTRUTURA DO SISTEMA 
 FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
ÓRGÃOS NORMATIVOS
ENTIDADES SUPERVISORAS
FIXANDO CONCEITOS 3
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
SISTEMA 
FINANCEIRO
NACIONAL
27
UNIDADE 3
MERCADO FINANCEIRO
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por diferentes tipos de insti-
tuições financeiras e seus respectivos agentes reguladores e fiscalizadores. 
O SFN foi estruturado de forma a dar destaque aos órgãos normativos e 
supervisores e à delimitação das áreas de competência de cada um deles.
O SFN reproduz a estrutura financeira segmentada dos Estados Unidos na 
época em que as instituições financeiras eram especializadas em determina-
do tipo de operação. Desde então, ocorreram mudanças como: a possibili-
dade de formação de conglomerados financeiros(com atuação em diversas 
áreas), a criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superinten-
dência de Previdência Complementar (PREVIC), entre outras, mas a estrutura 
básica montada em meados da década de 1960 prevalece até os dias de hoje.
 O PAPEL DO SISTEMA 
 FINANCEIRO NACIONAL 
O SFN pode ser definido como o conjunto de instituições financeiras (públi-
cas e privadas) e instrumentos financeiros destinados a oferecer alternativas 
de aplicação e de captação de recursos financeiros entre as unidades econô-
micas (famílias, empresas e Governo). Ele engloba não só o mercado financei-
ro, mas também o de Seguros Privados e de Previdência Complementar. 
Instituições
Compõem o mercado financeiro diferentes tipos de instituições 
financeiras, como bancos, corretoras, distribuidoras e segurado-
ras. Cada tipo de instituição exerce funções específicas, de acordo 
com o que determinam suas respectivas legislações.
Atenção
O Sistema Financeiro Nacional 
(SFN) foi originalmente 
estruturado como o conjunto 
de instituições que integram 
o mercado financeiro, com 
funções de intermediação 
financeira, regulação e 
fiscalização.
28
UNIDADE 3
MERCADO FINANCEIRO
Instrumentos financeiros
Podem ser divididos em duas classes:
 » Instrumentos de dívida, como depósitos bancários, debêntu-
res e títulos públicos.
 » Instrumentos de participação patrimonial ou propriedade, 
entre os quais se destacam as ações.
 ESTRUTURA DO SISTEMA 
 FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 
FIGURA 4: ESTRUTURA DO SFN
MOEDA, CRÉDITO, CAPITAIS E CÂMBIO SEGUROS PRIVADOS PREVIDÊNCIA FECHADA
Ó
R
G
Ã
O
S
 N
O
R
M
A
T
IV
O
S
CMN 
Conselho Monetário Nacional
CNSP 
Conselho Nacional 
de Seguros Provados
CNPC 
Conselho Nacional de 
Previdência Complementar
S
U
P
E
R
V
IS
O
R
E
S
BCB 
Banco Central do Brasil
CVM 
Comissão de 
Valores Mobiliários
SUSEP 
Superintendência 
de Seguros Privados
PREVIC 
Superintendência 
Nacional de Previdência 
Complementar
O
P
E
R
A
D
O
R
E
S
Bancos e caixas 
econômicas
Administradoras 
de consórcios
Bolsa de 
valores
Seguradoras e 
Resseguradores
Entidades fechadas de 
previdência complementar 
(fundos de pensão)
Cooperativas 
de crédito
Corretoras e 
distribuidoras*
Bolsa de mercadorias 
e futuros
Entidades abertas 
de previdência
Instituições 
de pagamento**
Demais instituições 
não bancárias
Sociedades 
de capitalização
Saiba mais
O mercado financeiro é o 
ambiente em que se realiza o 
fluxo financeiro entre poupadores 
e tomadores a partir dos mais 
diversos instrumentos financeiros 
existentes. Nesse mercado, 
busca-se otimizar a utilização 
dos recursos financeiros e criar 
condições adequadas de liquidez 
e de administração de riscos.
29
UNIDADE 3
MERCADO FINANCEIRO
 ÓRGÃOS NORMATIVOS 
Os órgãos normativos são responsáveis pela regulamentação do sistema 
financeiro. São três os órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional, 
cada um sendo responsável por um determinado segmento do sistema.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) normatiza as atividades das ins-
tituições e os mercados supervisionados pelo Banco Central (BACEN) e 
pela CVM, além de regular as aplicações das reservas dos investidores 
institucionais. É o órgão deliberativo máximo do sistema e estabelece as 
diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão regula-
dor do mercado de seguros – que inclui as atividades das companhias 
de seguro, de resseguro, das empresas de capitalização e das entidades 
de previdência aberta –, cujo órgão supervisor é a Superintendência de 
Seguros Privados (SUSEP).
O terceiro órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional é o Conselho 
Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que normatiza as ati-
vidades dos fundos de pensão, supervisionadas pela Superintendência de 
Previdência Complementar (PREVIC).
 ENTIDADES SUPERVISORAS 
Essas entidades são responsáveis por supervisionar o bom funcionamento 
do Sistema Financeiro Nacional. Elas possuem o objetivo de supervisionar 
o segmento pelo qual são responsáveis, juntamente com o órgão normati-
vo a que estão subordinadas.
O Banco Central do Brasil (BACEN) “cumpre e faz cumprir” as orienta-
ções do Conselho Monetário Nacional. Suas principais responsabilidades 
são garantir o poder de compra da moeda nacional e manter a estabilida-
de do sistema financeiro e do sistema de pagamentos. Entre os exemplos 
de atividades sob responsabilidade do BACEN estão a emissão de papel-
-moeda e de reservas bancárias, recolhimentos compulsórios e voluntários 
de instituições financeiras, realização de operações de redesconto e de 
compra e venda de títulos públicos federais.
30
UNIDADE 3
MERCADO FINANCEIRO
Exercendo o seu papel de supervisão e fiscalização das instituições finan-
ceiras, o BACEN também é responsável pela autorização do funcionamen-
to dessas instituições, estabelece condições para o exercício de cargos de 
direção nas mesmas, vigia a interferência de outras empresas nos merca-
dos financeiros e de capitais, além de monitorar o fluxo de capital estran-
geiro no país.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por disciplinar, 
fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários – ou seja, o mer-
cado de capitais –, entendendo-se como tal aquele em que são negociados 
títulos e ações emitidos por empresas que buscam captar, junto ao público, 
recursos destinados ao financiamento de suas atividades. A CVM, portanto, 
assegura o funcionamento eficiente e regulação dos mercados de bolsa e 
de balcão, protege titulares de valores mobiliários contra emissões irregu-
lares e atos ilegais, coíbe fraudes, assegura acesso público às informações 
sobre os valores negociados no mercado, entre outras atividades.
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), por sua vez, fiscaliza 
a constituição, a organização, o funcionamento e a operação das socieda-
des seguradoras, resseguradoras, de capitalização e entidades abertas de 
Previdência Complementar, sempre zelando pela proteção dos interesses 
dos consumidores, pela estabilidade, liquidez e solvência das sociedades 
que integram o mercado.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) 
é a autarquia supervisora das atividades das entidades fechadas de Previ-
dência Complementar e de execução das políticas para o regime de Previ-
dência Complementar operado por essas referidas entidades. 
31
FIXANDO CONCEITOS
MERCADO FINANCEIRO
 FIXANDO CONCEITOS 3 
Marque a alternativa correta.
1. Pode-se definir Mercado Financeiro como o conjunto de:
(a) Instrumentos destinados à captação e à aplicação de recursos 
financeiros.
(b) Instituições destinadas à captação e à aplicação de recursos financeiros.
(c) Instrumentos que facilitam a transferência de recursos entre poupa-
dores e tomadores.
(d) Instituições e instrumentos destinados a oferecer alternativas de 
aplicação e captação de recursos financeiros.
(e) Instituições que fiscalizam e regulamentam o setor financeiro.
Marque a alternativa correta.
2. A entidade supervisora responsável pela supervisão do Mercado de 
Capitais é o(a):
(a) SUSEP.
(b) CMN.
(c) CVM.
(d) BACEN.
(e) PREVIC.
32
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
 ■ Identificar e caracterizar os quatro segmentos 
do mercado financeiro.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
MERCADO MONETÁRIO
MERCADO DE CAPITAIS
MERCADO DE CRÉDITO
MERCADO DE CÂMBIO
FIXANDO CONCEITOS 4
04
SEGMENTOS do
MERCADO FINANCEIRO
33
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
O mercado financeiro pode ser subdividido em quatro segmentos específicos:
Mercado monetário
Envolve as operações de curtíssimo e curto prazos.
Mercado de crédito
Engloba as operações de financiamento de curto e médio prazos.
Mercado de capitais
Contempla as operações financeiras de médio e longo prazos.
Mercado de câmbio
Corresponde às operações decompra e de venda de moeda 
estrangeira.
Embora, para fins de análise, seja importante fazer a distinção entre esses 
diferentes segmentos do Mercado Financeiro, você deve saber que, na 
prática, eles estão interligados. 
Os conglomerados financeiros atuam nos quatro segmentos. Em particu-
lar, a taxa de juros de curtíssimo prazo, praticada no Mercado Monetário, 
é fator determinante do comportamento dos outros três segmentos do 
 Mercado Financeiro.
34
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
 MERCADO MONETÁRIO 
O Mercado Monetário encontra-se estruturado visando ao controle da 
liquidez monetária da economia. Os papéis são negociados nesse merca-
do tendo como parâmetro de referência a taxa de juros, que se constitui 
como sua mais importante moeda de transação.
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) foi desenvolvido pelo 
BACEN e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto 
(ANDIMA) para operar com títulos públicos de emissão do BACEN e do 
Tesouro Nacional. Na verdade, esse sistema é um grande computador que 
tem a finalidade de controlar e liquidar financeiramente as operações de 
compra e venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural. 
A partir das taxas praticadas nas negociações diárias realizadas, obtém-se 
a taxa SELIC (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos 
federais), que representa importante referencial para a formação das taxas 
de juros no mercado, uma vez que é aceita, no Brasil, como a taxa de juros 
livre de risco, por envolver títulos públicos.
A Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (CETIP) 
é um sistema semelhante ao SELIC, só que abrigando títulos privados.
O principal título do CETIP é o certificado de depósito interbancário (CDI), 
que permite transferência de recursos entre as instituições financeiras. A 
CETIP opera também com CDB, debêntures, notas promissórias, letras 
financeiras do tesouro (LFT), entre outros.
A cada reunião ordinária, o Comitê de Política Monetária (COPOM) tem por 
objetivo principal estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a 
meta da taxa de juros a ser praticada pelo BACEN. A meta da taxa de juros, 
que servirá de referência para o Mercado Financeiro, é definida no Brasil 
pela taxa SELIC. Essa meta vigora por todo o período entre reuniões ordi-
nárias do Comitê. Se for o caso, o COPOM também pode definir um viés, 
que é o poder concedido ao presidente do Banco Central para modificar 
a meta para a taxa SELIC a qualquer momento antes da próxima reunião.
 MERCADO DE CRÉDITO 
O Mercado de Crédito visa suprir as necessidades de caixa de curto e 
médio prazos das várias unidades econômicas, seja por meio de conces-
sões de crédito às pessoas físicas ou por empréstimos e financiamentos 
às empresas.
35
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
As operações desse mercado são realizadas pelas instituições financeiras 
bancárias (bancos comerciais e múltiplos). Muitas vezes, as operações de 
financiamento de bens de consumo duráveis praticadas pelas sociedades 
financeiras são também incluídas no âmbito do mercado de crédito.
No Brasil, da mesma maneira que na Europa Continental e no Japão, as 
empresas utilizam o crédito bancário como principal fonte de financiamen-
to, enquanto em países como os Estados Unidos e a Inglaterra, as empre-
sas obtêm financiamento principalmente a partir da colocação de títulos de 
dívida e de ações no mercado de capitais.
Os financiamentos concedidos no Mercado de Crédito são tipicamente 
operações intermediadas. Os bancos múltiplos são os maiores partici-
pantes do mercado de crédito brasileiro, respondendo por mais de 80% do 
total de empréstimos do sistema financeiro.
A seguir, algumas modalidades de crédito disponíveis no mercado:
 ■ Crédito rotativo.
 ■ Contas garantidas.
 ■ Desconto bancário de títulos.
 ■ Crédito direto ao consumidor (CDC).
 ■ Adiantamento de contrato de câmbio (ACC).
 ■ Empréstimo para capital de giro.
 MERCADO DE CAPITAIS 
O objetivo do Mercado de Capitais é suprir as necessidades de investi-
mentos das unidades econômicas por meio de diversas modalidades de 
financiamentos de médio e longo prazos, tanto para capital fixo quanto 
para capital de giro. Também é possível encontrar, no Mercado de Capitais, 
financiamentos com prazo indeterminado, como as operações que envol-
vem emissão e subscrição de ações.
O Mercado de Capitais é o grande municiador de recursos permanentes 
para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capa-
cidade de poupança, os investidores, e aqueles que dependem de recur-
sos de longo prazo, ou seja, possuem déficit de investimento.
A seguir, você encontra listadas as principais modalidades de financiamen-
to negociadas no mercado de capitais:
36
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
 ■ Financiamento de capital de giro.
 ■ Arrendamento mercantil (leasing).
 ■ Oferta pública de ações e debêntures.
 ■ Securitização de recebíveis.
 ■ Caderneta de poupança.
 ■ Fundo garantidor de crédito (FGC).
Curiosidade
Índice BOVESPA (IBOVESPA)
É o índice que espelha o desempenho médio do preço das 
ações mais negociadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Re-
presenta o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira 
hipotética de ações constituída no primeiro dia útil de 1968. 
Supõe-se que, desde então, nenhum investimento adicio-
nal tenha sido efetuado, embora sejam incluídos os ajustes 
efetuados em decorrência da distribuição de proventos — 
dividendos, bonificações — pelas empresas emissoras.
A carteira teórica é integrada pelas ações que, em conjunto, 
representam 80% do volume transacionado à vista nos 12 
meses anteriores à formação da carteira. A representativida-
de dessa carteira hipotética é reforçada pelo fato de as em-
presas emissoras das ações componentes do índice serem 
responsáveis por cerca de 70% da capitalização — isto é, 
pelo valor de mercado das ações — do total das empresas 
registradas na bolsa. Para que tal representatividade seja 
mantida, é feita uma reavaliação quadrimestral, alterando-se 
a composição e o peso da carteira. A B3 calcula e divulga 
seu índice em tempo real, considerando os preços dos últi-
mos negócios efetuados no mercado à vista com as ações 
componentes de sua carteira.
Saiba mais
Os países capitalistas mais 
desenvolvidos possuem 
Mercados de Capitais fortes e 
dinâmicos.
A fraqueza desse mercado 
nos países subdesenvolvidos 
dificulta a formação de 
poupança, constitui um sério 
obstáculo ao desenvolvimento 
e ainda obriga esses países a 
recorrerem aos mercados de 
capitais internacionais.
37
UNIDADE 4
MERCADO FINANCEIRO
 MERCADO DE CÂMBIO 
No Mercado de Câmbio, são realizadas as operações de compra e venda 
de moedas estrangeiras. Esse mercado reúne todas as unidades econômi-
cas que têm motivos para realizar transações com o exterior, via operadores 
de comércio internacional, instituições financeiras, investidores ou bancos 
centrais, ou, ainda, que tenham que realizar exportações e importações, 
pagamentos de dividendos ou recebimento de capitais ou outros valores.
O BACEN atua nesse mercado visando, principalmente, o controle das 
reservas cambiais da economia e a manutenção do valor da moeda nacio-
nal em relação a outras moedas internacionais.
O mercado cambial no Brasil encontra-se segmentado em:
Mercado de câmbio de taxas livres 
(câmbio comercial)
O câmbio comercial envolve as operações de importações e 
exportações, pagamentos internacionais de juros e dividendos, 
empréstimos externos, investimentos de capital etc.
Mercado de câmbio de taxas flutuantes 
(câmbio turismo)
O câmbio de taxas flutuantes inclui negociações de moeda estran-
geira para operações de turismo e demais despesas relacionadas.
38
FIXANDO CONCEITOS
MERCADO FINANCEIRO
 FIXANDO CONCEITOS 4 
Marque a alternativa correta.
1. Para fins de análise, o Mercado Financeiro pode ser dividido em quatro 
segmentos:Mercado Monetário, Mercado de Crédito, Mercado de Capi-
tais e Mercado de Câmbio. Em relação a esses quatro segmentos do 
Mercado Financeiro e às operações financeiras neles realizadas, pode-
mos afirmar que:
(a) O Mercado Monetário visa suprir as necessidades de caixa de curto 
e médio prazo das unidades econômicas.
(b) No Mercado de Capitais, as operações de captação de recursos são 
predominantemente intermediadas.
(c) A existência de um mercado secundário para um título negociado 
no Mercado de Capitais não exerce influência sobre a sua liquidez.
(d) O mercado secundário de câmbio envolve as operações entre os 
bancos e seus clientes.
(e) No Mercado de Crédito, os financiamentos se dão a partir de opera-
ções tipicamente intermediadas.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
2. Em relação aos diferentes segmentos do Mercado Financeiro, podemos 
afirmar que:
I) O Mercado Monetário visa ao controle da liquidez monetária da 
economia.
II) A taxa SELIC tem a finalidade de controlar e liquidar financeiramen-
te as operações de compra e venda de títulos públicos e manter sua 
custódia física e escritural.
III) A taxa SELIC serve de referência para o Mercado Financeiro.
IV) O SELIC foi desenvolvido para operar com títulos públicos de emis-
são do BACEN e do Tesouro Nacional. 
V) A taxa SELIC é a taxa média dos financiamentos diários, com lastro 
em títulos federais.
Assinale a alternativa correta:
(a) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(b) Somente I, II e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e V são proposições verdadeiras.
(e) Todas as proposições são verdadeiras.
39
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
05
INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS
 ■ Definir as principais 
características dos 
instrumentos financeiros.
 ■ Identificar os principais 
Instrumentos de 
capacitação emitidos por 
instituições financeiras. 
 ■ Identificar os principais 
Instrumentos de 
capacitação emitidos por 
empresas não financeiras.
 ■ Identificar as diferentes 
classificações dos fundos 
de investimento.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CARACTERÍSTICAS DOS 
 INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS
INSTRUMENTOS DE 
 CAPTAÇÃO EMITIDOS POR 
 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS 
 EMITIDOS POR EMPRESAS 
 NÃO FINANCEIRAS
FUNDOS DE INVESTIMENTO
TÍTULOS DO 
 TESOURO DIRETO
DERIVATIVOS
PREVIDÊNCIA PRIVADA 
 COMPLEMENTAR
FIXANDO CONCEITOS 5
 ■ Listar os principais títulos 
do Tesouro Direto.
 ■ Identificar as principais 
características dos 
derivativos.
 ■ Definir as principais 
características da 
Previdência Privada 
Complementar.
40
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
Os instrumentos financeiros são emitidos por instituições financeiras, por 
empresas e pelo Governo. Cada instrumento possui características pró-
prias de risco, de liquidez e de rentabilidade.
A seguir, vamos falar detalhadamente sobre cada um deles.
 CARACTERÍSTICAS DOS 
 INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
 — Risco
O risco de um investimento está associado à sua rentabilidade. A expec-
tativa é que, quanto maior o risco esperado, maior a rentabilidade projeta-
da da operação. Entretanto, alguns instrumentos emitidos por instituições 
financeiras têm risco próximo de zero se o valor da aplicação obedecer a 
certo limite: o investidor que mantiver, em um determinado banco, o total 
de seus depósitos à vista, a prazo e de poupança, limitado a R$ 250 mil, 
tem garantidas para as suas aplicações, mesmo que o banco “quebre” (isto 
é, entre em processo de liquidação extrajudicial).
Cabe aqui mencionar que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que é 
uma entidade privada e sem fins lucrativos, administra um mecanismo de 
proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recu-
perar os depósitos ou créditos mantidos em instituições financeiras, em 
caso de intervenção, de liquidação ou de falência. O valor máximo por con-
41
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
glomerado financeiro é de R$ 250.000,00 por depositante ou aplicador, 
independentemente do valor total e da distribuição em diferentes formas 
de depósito e aplicação. Nas contas conjuntas, o valor da garantia é limi-
tado a R$ 250.000,00 ou ao saldo da conta quando inferior a esse limite, 
dividido pelo número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito 
de forma individual. A partir de 2016, o CMN excluiu dessa cobertura as 
aplicações em instituições financeiras feitas por fundos de pensão, fun-
dos de investimento, clubes de investimento, seguradoras e sociedades 
de capitalização.
Vale informar que, a partir de 2017, o FGC estabeleceu um teto de R$ 
1.000.000,00, a cada período de quatro anos, por CPF ou CNPJ em seu uso, 
sendo que, após quatro anos, o teto é restabelecido. Ou seja, existe um 
valor máximo de restituição (R$ 1.000.000,00) para cada período de quatro 
anos, por CPF ou CNPJ, permanecendo inalterado o limite de R$ 250 mil 
por CPF ou CNPJ na instituição financeira. Vale destacar que o período de 
quatro anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição 
financeira na qual o investidor detenha valor garantido pelo FGC.
 — Liquidez 
A liquidez de uma aplicação financeira depende de seu prazo — quan-
to menor o prazo, maior a liquidez esperada — e de haver um mercado 
secundário que negocie o título — por exemplo, as ações emitidas por 
grandes empresas são geralmente negociadas em bolsa. Depósitos em 
bancos não são negociáveis, mas são de curto prazo; portanto, são consi-
derados líquidos em razão do prazo.
 — Rentabilidade 
A rentabilidade dos instrumentos financeiros é determinada pelo mercado, 
com exceção dos depósitos de poupança. As ações são instrumentos de 
renda variável.
Os instrumentos de renda fixa podem ser classificados em:
Prefixados
Quando os juros nominais para o investidor são pactuados entre 
as partes no momento em que o instrumento é negociado.
Pós-fixados
Quando a remuneração é indexada, por exemplo, à variação de 
índices de preços, à taxa SELIC, à taxa de câmbio etc.
42
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
 INSTRUMENTOS DE 
 CAPTAÇÃO EMITIDOS POR 
 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
O objetivo desta parte do material é dar uma noção geral dos principais ins-
trumentos de captação existentes no Mercado Financeiro. Por esta razão, 
trataremos aqui apenas daqueles que julgamos importantes por serem 
eles os mais falados em nosso dia a dia, tanto na mídia impressa ou falada 
quanto no cotidiano de um profissional como um corretor de seguros. 
 — Depósitos à Vista
São também denominados depósitos em conta corrente. Não são remune-
rados, mas são os mais líquidos e, como já vimos, eles são livres de risco 
até um certo limite.
 — Depósitos a Prazo
É a denominação oficial dos certificados de depósito bancário (CDBs), 
sendo atualmente a mais importante fonte de captação de recursos dos 
bancos. Os CDBs têm prazos mínimos que, geralmente, variam de 30 a 
120 dias. São títulos nominativos, de renda fixa (rentabilidade prefixada ou 
pós-fixada), emitidos por bancos na modalidade de depósitos a prazo, sen-
do o prazo definido no momento da negociação.
 — Depósitos de Poupança
Mais conhecidos como caderneta de poupança. Desde 2012, a caderne-
ta de poupança possui uma nova forma de cálculo de remuneração. Por 
essa regra, o dinheiro depositado na poupança será corrigido mensalmen-
te pelo equivalente a 70% da taxa básica de juros (taxa SELIC) mais a varia-
ção da Taxa Referencial (TR). 
Esse investimento pode ser resgatado a qualquer momento, mas, caso o res-
gate ocorra fora da “data de aniversário”, o investidor perde a remuneração 
equivalente aos dias decorridos após a data de aniversário (mensal) anterior.
43
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
Importante
Os rendimentos da caderneta de poupança são isentos de imposto de renda (IR) para 
as pessoas físicas.
Já para as aplicações realizadas por pessoasjurídicas, a cobrança de IR será influencia-
da pelo tipo de instituição: para as empresas sem fins lucrativos, os rendimentos serão 
isentos, mas, para as demais organizações, serão tributados.
 — Letras Financeiras
Oferecidas no mercado brasileiro desde 2010, as letras financeiras são títu-
los de dívida privados emitidos por instituições financeiras para a captação 
de recursos. São instrumentos de renda fixa que garantem mais flexibili-
dade às instituições financeiras na captação de recursos, na medida em 
que podem ser ajustadas às suas necessidades. As letras financeiras estão 
livres do recolhimento do depósito compulsório; dessa forma, apresentam 
rentabilidades superiores às dos CDBs.
Entretanto, as letras financeiras apresentam algumas desvantagens em 
relação aos CDBs. Em primeiro lugar, porque o valor mínimo para aplica-
ção é de R$ 150 mil, o que restringe o rol de investidores pessoa física. Em 
segundo lugar, porque só podem ser resgatadas após 24 meses; portanto, 
são instrumentos menos líquidos do que os CDBs. Além disso, a letra finan-
ceira não possui a garantia do FGC.
Saiba mais
Quando uma pessoa deposita certa quantia de dinheiro num banco comercial, esta 
quantia fica disponível para que o banco a empreste a outro cliente. Este cliente, por 
sua vez, não gasta imediatamente todo o dinheiro tomado como empréstimo, mas 
deposita o valor tomado em um segundo banco. Neste ponto temos uma multiplicação 
da moeda, já que o primeiro depositante tem a totalidade de seu dinheiro disponível 
em moeda escritural (pode emitir um cheque nesse valor, ou fazer compras com cartão 
de débito, por exemplo) e o segundo depositante também tem a mesma quantidade 
disponível. Entretanto, a quantidade de moeda “real” é apenas a quantidade que foi 
depositada pelo primeiro depositante. O principal objetivo do depósito compulsório é 
evitar a multiplicação descontrolada da moeda escritural. O depósito compulsório é a 
reserva obrigatória recolhida dos depósitos bancários, conforme percentual fixado pelo 
Banco Central do Brasil (BCB), com a finalidade de restringir ou de alimentar o processo 
de expansão dos meios de pagamento.
44
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
 — Outros tipos de captação bancária
Veja alguns outros exemplos:
 ■ LCI – Letra de Crédito Imobiliário: recursos aplicados são dire-
cionados para financiamentos habitacionais. 
 ■ LCA – Letra de Crédito do Agronegócio: título emitido por insti-
tuições garantido por empréstimos concedidos ao setor de agro-
negócio. Esses títulos foram criados pelo Governo com objetivo 
de ampliar os recursos disponíveis ao financiamento agropecuário.
 ■ CDI – Certificados de Depósito Interfinanceiro: é um instru-
mento financeiro utilizado para a captação de recursos entre ins-
tituições financeiras, que serve como lastro para as operações 
do mercado interbancário.
 INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
 EMITIDOS POR EMPRESAS 
 NÃO FINANCEIRAS 
 — Ações
As ações são títulos de propriedade, isto é, representam a propriedade 
de uma fração da empresa emissora. Sua valorização depende do com-
portamento do mercado acionário e, portanto, são consideradas títulos 
de renda variável.
Existem duas espécies de ações: ordinárias e preferenciais.
As ações ordinárias dão direito a voto, enquanto os portadores de ações 
preferenciais têm predileção pela distribuição de dividendos e estão na 
frente dos detentores de ações ordinárias, como credores, no caso de 
falência da empresa.
O investidor, além de poder se beneficiar de um ganho de capital repre-
sentado por uma eventual valorização da cotação da ação da empresa, 
pode receber:
Dividendos
Parcela do lucro líquido distribuído aos acionistas.
45
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
Bonificações
Quando a empresa aumenta seu capital, pode haver distribuição 
gratuita de ações aos acionistas, em proporção ao número de 
ações já possuídas.
Direito de subscrição
Se não for exercido, pode ser vendido em bolsa.
 — Debêntures
São títulos de dívida emitidos por sociedades por meio de ações, de capital 
aberto ou fechado. São nominativos, negociáveis e de médio e de longo 
prazo. Rendem juros fixos ou variáveis e podem possuir cláusulas de cor-
reção monetária. 
É comum que as empresas ofereçam garantias reais para esses papéis, 
cujas características podem ser renegociadas ao longo do contrato. Os 
contratos de emissão de uma debênture podem prever sua conversão em 
ações ao término do contrato.
Debêntures são instrumentos de captação de recursos que oferecem uma 
significativa flexibilidade às companhias emissoras. As companhias podem 
determinar as formas de remuneração, os fluxos de amortização dos títu-
los e as garantias oferecidas como melhor lhes convier. Essa flexibilidade 
permite que as parcelas de amortização e as condições de remuneração 
se ajustem ao fluxo de caixa da companhia, a algum projeto que a emis-
são porventura possa estar financiando e às condições de mercado no 
momento da emissão.
Empresas de capital aberto estão autorizadas a fazer oferta pública de 
debêntures, que, então, podem ser negociadas na bolsa. Seus maiores 
demandantes são os investidores institucionais, que geralmente carregam 
esses títulos até seu vencimento. Isso ajuda a explicar o fato de não haver 
ainda um mercado secundário tão amplo para esses papéis como os veri-
ficados em outros países.
 — Notas Promissórias
Também conhecidas como commercial papers, são títulos cujo prazo de 
vencimento varia de 30 a 180 dias. Seu rendimento é, na maioria dos casos, 
prefixado, e, ao contrário do que ocorre com as debêntures, as empresas 
emissoras não oferecem garantias reais.
46
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
 FUNDOS DE INVESTIMENTO 
 — Definições
Fundo de investimento é um conjunto de recursos monetários formado por 
depósitos de grande número de investidores que se destinam à aplicação 
coletiva em carteira de títulos e valores mobiliários. 
Os fundos de investimento são representados por grupos de investidores 
que reúnem, em fundo comum, os recursos monetários de muitos inves-
tidores, vendendo-lhes cotas de participação e podendo obter condições 
mais favoráveis de negociação. 
Os fundos são regidos por um regulamento a partir do qual são estabeleci-
das todas as regras de seu funcionamento e demais informações relevan-
tes como: tipos de ativos que irão compor a sua carteira, limites máximos 
e mínimos para cada um dos ativos, estratégias de investimento, perfil de 
risco etc.
As principais decisões que envolvem o patrimônio dos fundos de inves-
timento são tomadas em assembleia geral de cotistas. Nelas, são delibe-
radas as políticas de investimento, prestação de contas do administrador, 
alterações do regulamento do fundo, definição da taxa de administração, 
entre outras.
A gestão do fundo de investimento é exercida por um administrador eleito 
por seu cotistas. Sua responsabilidade é ampla, cobrindo desde a gestão 
da carteira de títulos e valores mobiliários até a execução das atividades 
operacionais e legais relacionadas com o fundo e seus cotistas.
A taxa de administração é cobrada pela instituição financeira para remune-
rar os serviços prestados de administração do fundo e de gestão da cartei-
ra. O percentual dessa taxa é fixado pela própria administradora do fundo, 
sendo cobrada sobre o valor total da aplicação de cada cotista, indepen-
dentemente do resultado alcançado.
A taxa de performance é cobrada com base no desempenho apresentado 
pela carteira do fundo de investimento em relação a um índice de mercado. 
Todo participante de um fundo de investimento detém determinada quan-
tidade de cotas que, por sua vez, corresponde a uma fração ideal de seu 
patrimônio e é determinada pela relação entre o capital aplicado e o valor 
do patrimônio do fundo.
O valor da carteira de um fundo de investimento varia diariamente devido 
às entradas e saídas de cotistas e comportamento dos valores de seus 
ativos no mercadofinanceiro.
Saiba mais
Os fundos de investimento 
têm crescido em muitos 
países, em detrimento da 
base tradicional de depósitos 
dos bancos, apesar de não 
haver qualquer tipo de seguro 
para os cotistas em caso de 
quebra de um fundo mútuo.
47
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
É importante destacar que os fundos de previdência se diferenciam dos 
demais fundos de investimento por não ocorrer a cobrança do imposto de 
renda (IR) na fonte, que acontece duas vezes ao ano, ao final de maio e de 
novembro. Nos fundos de Previdência Privada, a tributação ocorre somente 
no resgate, e também é possível aplicar nas mais diferentes categorias de 
produtos, desde fundos de renda fixa a fundos de ações e multimercados.
 — Classificação dos Fundos 
de Investimento
As classificações são definidas a partir do principal fator de risco associa-
do à carteira do fundo, que pode ser o índice de preço, a taxa de juros, o 
índice de ações ou o preço do ativo, cuja variação pode produzir maiores 
efeitos sobre o valor da sua aplicação no fundo. São elas:
 ■ Curto prazo.
 ■ Referenciados.
 ■ Renda fixa.
 ■ Ações.
 ■ Cambiais.
 ■ Dívida externa.
 ■ Multimercado.
Curto prazo
Aplicam seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais 
ou privados prefixados ou indexados à CDI/SELIC ou a outros índi-
ces. Esses títulos podem ser indexados a taxas de juros ou infla-
ção, com prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da 
carteira do fundo inferior a 60 dias.
Referenciados
Investem, no mínimo, 95% de sua carteira em títulos ou operações 
que buscam acompanhar a variação do indicador de desempe-
nho escolhido (benchmarking). Podem ser indexados a índices de 
juros (como o CDI), inflação (como IGPM, IPCA), moedas estran-
geiras e outros.
Renda fixa
Devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados 
à variação da taxa de juros ou a um índice de inflação. 
Excluem-se estratégias que impliquem exposição de moeda 
estrangeira ou de renda variável.
Importante
Uma importante vantagem 
dos fundos de previdência é 
a possibilidade de pagar uma 
alíquota de IR menor sobre 
os lucros na hora do resgate 
e ainda ter a possibilidade 
de aumentar a sua restituição 
de IR no ano seguinte à 
aplicação no fundo.
Benchmarking é um 
processo de comparação 
de produtos, serviços e 
práticas empresariais, e é 
um importante instrumento 
de gestão.
48
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
Ações
Devem manter, no mínimo, 67% da carteira investidos em ações nego-
ciadas em bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado.
Cambiais
Devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relaciona-
dos à variação de preços de moeda estrangeira ou à variação do 
cupom cambial.
Além de estarem sujeitos à variação cambial, os ativos podem ter 
outros tipos de risco, como títulos de dívida com risco de crédito. O 
montante não aplicado em ativos relacionados a moedas estrangei-
ras deve ser aplicado somente em títulos e operações de renda fixa.
Dívida externa
Aplicam, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos representa-
tivos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo per-
mitida a aplicação do restante em outros títulos de créditos transa-
cionados no mercado internacional.
Multimercados
Fundos multimercados podem ter características como performan-
ce, risco e liquidez muito diferentes uns dos outros, dependendo 
da estratégia de cada fundo. 
As políticas de investimento dos fundos multimercados envolvem 
várias modalidades de investimento.
 TÍTULOS DO 
 TESOURO DIRETO 
Assim como fazem muitas empresas, o Governo financia seu déficit por 
meio da venda de títulos, conhecidos genericamente como títulos públi-
cos. Esses títulos compõem a dívida pública mobiliária ou, simplesmente, 
dívida pública.
Os principais títulos são os seguintes:
Letra Financeira do Tesouro (LFT)
Tem rentabilidade diária vinculada à taxa SELIC. O resgate do prin-
cipal e dos juros ocorre em seu vencimento.
Letra do Tesouro Nacional (LTN)
Título prefixado, adquirido com deságio, ou seja, sua rentabilidade 
nominal é definida no momento em que é adquirido. Seu preço 
49
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
varia na direção inversa à da variação da taxa SELIC. Portanto, tor-
na-se um título atraente para o investidor que acredita na queda da 
taxa básica de juros.
Nota do Tesouro Nacional – Série C (NTN-C)
Sua rentabilidade é vinculada à variação do Índice Geral de Preços – 
Mercado (IGP-M), acrescida de juros definidos no momento da com-
pra. Paga juros semestralmente (cupom de juros semestral) e o res-
gate do valor nominal atualizado ocorre em sua data de vencimento.
Nota do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B)
Possui as mesmas características de uma NTN-C, com a diferença 
de que o índice de inflação que corrige seu valor nominal é o Índi-
ce de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
 DERIVATIVOS 
 — Definição
Derivativos são contratos cujos valores dependem de um fator de risco, como:
 ■ O preço de uma mercadoria, de um instrumento financeiro ou de 
uma moeda.
 ■ Índices de preços ou de Bolsa.
 ■ Taxas referenciadas.
Os derivativos mais usados, conhecidos como derivativos de primeira gera-
ção, são os contratos futuros, de opções e de swaps. Tais contratos podem 
ser utilizados como mecanismos de hedge (proteção) ou para especulação.
Veja a seguir as definições de cada um deles.
 — Futuros
Os contratos futuros representam um acordo entre vendedor e comprador 
que irão entregar e receber um ativo (mercadoria, moeda, ativo financei-
ro, índice, taxa referenciada) por um preço previamente estabelecido para 
liquidação em uma data futura. Como são padronizados, é possível a rever-
são da posição ao longo do contrato.
Quando compra um contrato futuro, o investidor acredita na elevação futu-
ra do preço do ativo; se vende um contrato futuro, espera ganhar com a 
queda do preço do ativo.
Importante
Operação de hedge consiste 
em assumir uma posição 
comprada ou vendida em um 
derivativo ou investimento, 
visando minimizar ou eliminar o 
risco de outros ativos. Ou seja, 
funciona como uma proteção 
contra oscilações inesperadas 
dos instrumentos financeiros.
50
UNIDADE 5
MERCADO FINANCEIRO
Exemplo de utilização de um contrato futuro como operação de hedge:
Um produtor de trigo terá o produto para entrega no prazo de seis meses; enquanto um 
produtor de farinha de trigo precisará comprar trigo também daqui a seis meses.
Suponhamos que os contratos futuros de trigo com vencimento em seis meses estejam 
sendo negociados a um dado preço e que tanto o produtor de trigo quanto o de farinha 
de trigo consideram que aquele preço atende às suas necessidades de negócio. O produ-
tor de trigo, então, vende um contrato, por temer que o preço de mercado do trigo, daqui 
a seis meses, seja inferior ao do contrato futuro, enquanto o produtor de farinha de trigo 
comprará o contrato futuro por acreditar que há possibilidade de que o preço do trigo, 
daqui a seis meses, seja superior ao do estabelecido no contrato.
 — Opções
É um instrumento financeiro que garante ao investidor o direito futuro de 
compra ou venda de um ativo por um preço predeterminado. Existem duas 
modalidades de contrato de opção:
Opção de compra (Call)
O titular tem o direito de compra de um ativo válido para ser exer-
cido por determinado período de tempo ou em uma data futura 
específica, e por preço previamente estabelecido. A opção é exer-
cida quando o preço de mercado do ativo é superior ao preço de 
exercício da opção, somado aos custos do exercício.
Opção de venda (Put)
O titular tem o direito de venda de um ativo válido para ser exer-
cido por determinado período de tempo ou em uma data futura 
específica, e por preço previamente estabelecido. A opção é exer-
cida quando o preço de mercado do ativo é inferior ao preço de 
exercício da opção, deduzidos os custos do exercício.
Os contratos de opções diferem dos contratos futuros pois garan-

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