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ENFERMAGEM EM CLÍNICA CIRÚRGICA Enfª Thamara Xibili Enfermeira Especialista em Cardiologia e Hemodinâmica 1. Competências Conhecer os cuidados de enfermagem a serem prestados ao paciente, nos períodos pré, trans e pós-operatório. Conhecer as atividades de enfermagem realizadas em Centro Cirúrgico e Central de Material Esterelizado. Interpretar as normas técnicas e os manuais de utilização de aparelhos e equipamentos específicos. Conhecer a organização, estrutura e o funcionamento de um Centro Cirúrgico, de uma Unidade de Recuperação pós-anestésica e de uma Unidade de Internação Cirúrgica. 2. Bases Tecnológicas Cuidados de enfermagem pré, intra, pós-operatórios gerais e específicos. Processo de trabalho em Centro Cirúrgico. Técnica de circulação e instrumentação em sala de cirurgia. Técnicas de manuseio de material e instrumental cirúrgico, estéril e contaminado. Normas técnicas e manuais de utilização de aparelhos e equipamentos específicos. Técnicas de posicionamentos indicados para cirurgias contaminadas antes, durante e após o ato cirúrgico tronco do paciente, mudanças de decúbito e outras que visem a segurança e o conforto e ainda evitem complicações e seqüelas. Formulários padronizados. CONHECENDO A UNIDADE CIRÚRGICA Definido como a unidade designada para a realização de atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós- anestésica e pós-operatória imediata. Figueiredo, Viana e Machado, 2010. Sala cirúrgica RPA A UNIDADE CIRÚRGICA - ESTRUTURA FÍSICA O centro cirúrgico deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança necessária às técnicas assépticas, portanto distante de locais de grande circulação de pessoas, de ruído e de poeira. Recomenda-se que seja próximo às UNIDADES de INTERNAÇÃO, PRONTO-SOCORRO e UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, de modo a contribuir com a intervenção imediata e melhor fluxo dos pacientes. De acordo com a ORGANIZAÇÃO hospitalar, fazem parte do BLOCO CIRÚRGICO: A RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA e a CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO. - Vestiários (masculino e feminino) - Sala de Enfermagem - Sala de recepção dos pacientes - Sala de material de limpeza - Sala para guarda de equipamentos - Sala para armazenamento de material esterilizado (arsenal) - Sala de gases medicinais - Expurgo - Apoio técnico e administrativo do Centro-cirúrgico - Lavabo P o rta ria M S n º 4 0 0 /7 7 - P R O J E T O S F ÍS IC O S A UNIDADE CIRÚRGICA - ESTRUTURA FÍSICA Sala de Operação (SO): Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo a proporção de leitos cirúrgicos e Salas de Operação. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos. Tamanho da sala: Depende dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem realizadas; seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo a RDC 307/2002, quanto ao tamanho, às salas são assim classificadas: - Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, destinadas às especialidades de OTORRINOLARINGOLOGIA E OFTALMOLOGIA. - Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, destinadas às especialidades GÁSTRICA E GERAL. - Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, específicas para as cirurgias NEUROLÓGICAS, CARDIOVASCULARES E ORTOPÉDICAS. A UNIDADE CIRÚRGICA - ESTRUTURA FÍSICA Rede de gases: - Oxigênio: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros avulsos, transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por tubulação central até os pontos de utilização). - Ar comprimido: Também pode advir de um sistema descentralizado (cilindros com pressões entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio) ou centralizado (compressor com 100% de consumo máximo provável, que funcione automaticamente ou manualmente). - Vácuo clínico: Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do consumo máximo provável, que funcione alternadamente ou em paralelo em caso de emergência. É importante manter outro tipo de sistema de suprimento autônomo de emergência, para manutenção da rede de vácuo ou pane da distribuição convencional. Rede de gases: - Óxido nitroso: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (alto consumo - conduzido por tubulação dos cilindros até os pontos de utilização) ou centralizado (utilizado em caso de baixo consumo – utilização de cilindros transportáveis até os pontos de utilização). - Nitrogênio: É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 190 Kgf/cm², e também em forma líquida. Quando misturado com oxigênio medicinal, é chamado de ar estéril. A UNIDADE CIRÚRGICA - ESTRUTURA FÍSICA De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais são distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 12188: - Verde emblema: oxigênio. - Azul marinho: óxido nitroso. - Amarela segurança: ar comprimido medicinal. - Cinza claro: vácuo medicinal. Conforme Ministério da Saúde, a Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós operatória imediatas. Segundo normas sanitárias e de acordo com órgãos competentes, o CC é dividido em três áreas, tendo sua setorização dividida enquanto à assepsia. BLOCO CIRÚRGICO Não restrita • Local de acesso dos profissionais que trabalham no CC Semi- restrita • Área de atendimento assistencial no pré e pós operatório Restrita • Área de atendimento ao paciente no período intra- operatório e arsenal CONTEXTO HISTÓRICO DA CIRURGIA Pintura a óleo THE AGNEW CLINIC - Thomas Eakins (1889). A cirurgia era pública e havia vários observadores. Praticada desde a pré- história • Trepanação (abertura de ossos) Ambroise Paré – “o pai da cirurgia moderna”, • substituiu a cauterização com ferro em brasa pela ligadura das artérias na amputação Início da cirurgia moderna • a descoberta da anestesia e a criação da antissepsia Nos anos 50 • descoberta dos antibióticos sendo eficaz em cirúrgias A partir dos anos 60 • todos os órgãos são acessíveis à cirurgia e as técnicas Na década de 90 • Surgem microcirurgias e cirurgias a laser CIRURGIA Segundo o Ministério da Saúde (2003), Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna com o objetivo de reparar, corrigir ou aliviar um problema físico. É realizada na sala de cirurgia do hospital e em ambulatório ou consultório (quando o procedimento for considerado simples). As cirurgias se desenvolveram graças ao avanço tecnológico (as microcirurgias ou as cirurgias a laser) - não substituindo totalmente as cirurgias tradicionais. As cirurgias são classificadas conforme o momento em que se encontra a necessidade do cliente em realizar a mesma. A cirurgia é classificada de acordo com a FINALIDADE: DIAGNÓSTICA OU EXPLORATÓRIA (quando utilizada para se visualizar as partes internas e/ou realizar biópsias - laparotomia exploradora); CURATIVA (quando se corrige alterações orgânicas - amígdalectomia); REPARADORA (quando da reparação de múltiplos ferimentos - enxerto de pele); RECONSTRUTORA OU COSMÉTICA (quando se processa uma reconstituição - rinoplastia); PALIATIVA (quando se necessita corrigir algum problema, aliviando os sintomas da enfermidade, não havendo cura - colostomia). A cirurgia também é classificada DEPENDENDO DO RISCO DE VIDA, requer atenção imediata por ameaçar a vida e sob agendamento/marcação a longo prazo O b se rv e o q u a d ro Também chamada de NECESSÁRIA ou PROGRAMADA NOMENCLATURA CIRÚRGICA A nomenclatura ou terminologia cirúrgica é o conjunto de termos usados para indicar o procedimentocirúrgico. O nome da cirurgia é composto pela raiz que identifica a parte do corpo a ser submetida à cirurgia, somada ao prefixo ou ao sufixo. Alguns exemplos de raiz: angio (vasos sangüíneos), flebo (veia), traqueo (traquéia), rino (nariz), oto (ouvido), oftalmo (olhos), histero (útero), laparo (parede abdominal), orqui (testículo), etc. NOMENCLATURA CIRÚRGICA Os sufixos mais utilizados na composição da terminologia cirúrgica são: CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS - POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO Cirurgia Limpa Cirurgia Potencialmente Contaminada Cirurgia Contaminada Cirurgia Infectada INCIDÊNCIA ESPERADA DE INFECÇÃO EM FERIDA CIRÚRGICA SEGUNDO O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO LIMPAS: 1 a 5% POTENCIALMENTE CONTAMINADADAS: 3 a 11% CONTAMINADAS: 10 a 17% INFECTADAS: maior que 27% CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS - POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO CIRURGIA LIMPA - São realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso local. Ex.: Consideram-se limpas as cirurgias realizadas na epiderme, tecido celular subcutâneo, sistemas músculo-esquelético, nervoso e cardiovascular. CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA - São as realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa, em tecidos cavitários com comunicação com o meio externo, ou de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local. Ex.: Consideram-se potencialmente contaminadas as cirurgias realizadas nos tratos gastrintestinal (exceto cólon), respiratório superior e inferior, genito-urinário, cirurgias oculares e de vias biliares. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS - POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO CIRURGIA CONTAMINADA – São as realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana abundante, de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local. Ex.: Consideram-se contaminadas as cirurgias realizadas no cólon, reto e ânus; em tecido com lesões cruentas e cirurgias de traumatismo crânio encefálicos abertos. CIRURGIA INFECTADA – São as realizadas em qualquer tecido, na presença de processo infeccioso local. Em geral, as infecções de feridas cirúrgicas surgem entre o 5° e o 7°dias de pós- operatório. O paciente pode apresentar queda do estado geral, anorexia e febre. TEMPOS CIRÚRGICOS 1 TEMPO: DIÉRESE - separação dos tecidos por intervenção manual ou de instrumental. Pode ser CRUENTA (Arranamento, Curetagem, Debridamento, Divulsão ou deslocamento, Escarificação, Esmagamento (burdizo), Incisão por pressão ou por deslizamento ou INCRUENTA (Laser, Criobisturi, Bisturi eletro-cirúrgico). 2 TEMPO: HEMOSTASIA - é um conjunto de manobras manuais ou instrumentais para deter ou prevenir uma hemorragia ou impedir a circulação de sangue em determinado local. 3 TEMPO: EXÉRESE - remoção ou extirpação cirúrgica de órgãos ou de estruturas anatômicas. 4 TEMPO: SÍNTESE – Ato de suturar que permite a utilização de fio de sutura mais fino, o que contribui para uma cicatriz mais esteticamente aceitável e redução do espaço morto. POSIÇÃO CIRÚRGICA Conhecer princípios de anatomia e fisiologia; Habilidade no manejo da mesa cirúrgica e de seus acessórios; A tarefa de colocar na mesa de operações o paciente que vai ser submetido a cirurgia é uma atividade que requer a participação da equipe de enfermagem; A utilização de diferentes angulações de suas partes (cabeceira, tronco, membros e coxim lombar) ou de acessórios auxiliares (perneira metálica, suporte de braço e ombreira); OBJETIVO: → Prevenção das complicações pós-operatórias, decorrentes de posições inadequadas durante o ato anestésico-cirúrgico; → Prevenção de acidentes; → Prevenção desconforto desnecessário Posição Cirúrgica; 1 2 3 4 5 6 7 8 Outras Posições Cirúrgicas... IMPORTÂNCIA DA PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA O uso da paramentação cirúrgica previne os riscos biológicos em Cirurgias. A entrada no C.C / B.C deve ser precedida de uniformização restrita a esta unidade composta. No que se refere à utilização da máscara, a Association of periOperative Registered Nurses (AORN) assim como a SOBECC(Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização) recomenda que todos os indivíduos que entrarem em áreas restritas do CC devem utilizá-la, principalmente na manipulação de matérias e de instrumentos estéreis abertos. IMPORTÂNCIA DA PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA - Touca cirúrgica: reduz riscos por possíveis bactérias oriundas do cabelo e do couro cabeludo. - Óculos de proteção: utilizado para proteção ocupacional, evitando contado direto da mucosa ocular com sangue e outros fluidos da paciente. - Luvas cirúrgicas: importante contra riscos de infecção ocupacional pelo contato com sangue da paciente. Vale ressaltar, que a mão é o principal instrumento na cirurgia e a parte do corpo que permanece o maior período de tempo em contato direto com a paciente. - Máscara cirúrgica: realiza uma barreira protetora à paciente da liberação de microorganismos oriundos do nariz e da boca dos profissionais. Também protege o próprio profissional de respingos de sangue e outros fluídos oriundos da paciente. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Roupa cirúrgica Propés descartável PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Touca cirúrgica Máscara cirúrgica PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Avental cirúrgico estéril descartável EQUIPE CIRÚRGICA 1 Cirurgião: Médico especialista em cirurgia, é o chefe da equipe. Dá as ordens de como fazer a intervenção cirúrgica. 2 Cirurgião ou Cirurgião assistente: Médico que faz as incisões, suturas, cauterização, sucção e melhora o acesso ao órgão lesionado afastando outras camadas e órgãos. Deve facilitar à intervenção do cirurgião chefe em todos os passos. Anestesista: Médico que aplica a anestesia e monitora o nível de consciência, oxigênio e sinais vitais do paciente; Enfermeiro: Auxilia em eventualidades e realiza supervisão da equipe. Técnico de enfermagem: Conecta o ambiente estéril e não estéril, trazendo e levando os materiais solicitados pela equipe médica; Prepara a sala; Executar ações típicas de enfermagem como preparo da pele, administrar medicamentos (ACM/SOS); Instrumentador cirúrgico: “técnico em cirurgias”. Tem o dever de antecipar as necessidades do cirurgião para fornecer os materiais corretos o mais rapidamente possível. INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM A enfermagem faz presente nas intervenções cirúrgicas desde os primórdios das cirurgias juntamente com os chamados “cirurgiões barbeiros”, onde as mesmas eram responsáveis pelo ambiente seguro, confortável, higiênico – SOBECC, 2009. Recepção do paciente; Montagem da sala; Verificar funcionamento de todos os aparelhos e equipamentos; Controlar estoque e validade dos materiais da CME; Auxiliar a equipe cirúrgica; Auxiliar o anestesista; Atendimento durante a cirurgia; Auxiliar o enfermeiro; Relatórios; Exercer função de CIRCULANTE quando necessário INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM Conhecer os instrumentos e prepará-los conforme necessidade; Colaborar a montar a mesa de instrumentais; Responsável pela assepsia; Limpeza e acomodação dos instrumentos do início ao fim da operação; Orientar a posição do cliente na mesa operatória e fazer a anti-sepsia; Ser ágil na entrega do instrumental; Intervir como 2º auxiliar quando necessário; Auxiliar o cirurgião (abrindo campos, expondo vísceras da melhor maneira...) Solicitar materiais à circulante quando se fizer necessário; Providenciar cuidados pré-operatórios, tais como sondagens vesicais, gástricas, etc.; Identificar e encaminhar materiais aos laboratórios especializados; Permanecer junto ao cliente após o despertar da anestesia até sua colocação no leito; Exercer função de INSTRUMENTADOR quando necessário PERÍODOS CIRÚRGICOS Peri-operatório - O termo é empregado para descrever todo o período da cirurgia, incluindoantes e após a cirurgia em si, se subclassifica em três fases. Pré-operatório - Esse período tem início desde o momento em que o paciente recebe a indicação da operação e se estende até a sua entrada no centro cirúrgico. Inclui neste período orientações dadas ao paciente 24 horas anteriores à cirurgia Preparação do cliente para o ato cirúrgico Revisão dos exames diagnósticos e laboratoriais Termo De Consentimento Informado PERÍODO CIRÚRGICO Intra-operatório / Transoperatório - Esse período tem início quando o paciente é transferido para a mesa da sala de cirurgia e termina na Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Pós-operatório - Esse período tem início começa com a admissão do paciente na Sala de recuperação pós- anestésica (SRPA) e termina com uma avaliação de acompanhamento clínico ou em casa. Inclui neste período a observação (SSVV) Situações especiais (Deiscência e Eviseração) Inclui neste período a observação (NC + SSVV) Controle da dor Complicações O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO Período Pré-operatório mediato o cliente é submetido a exames que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que auxiliarão o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico para diminuir os sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias, ou seja, abrange o período desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à mesma; Período Pré-operatório imediato corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré-anestésica. O período pré-operatório abrange desde o momento pela DECISÃO CIRÚRGICA até a TRANSFERÊNCIA DO CLIENTE para a mesa cirúrgica. Prevenindo infecção: - banho com antissépticos específicos (clorexidine ou solução de iodo PVPI) na noite anterior e no dia da cirurgia; - tricotomia; - lavagem intestinal; - retirada de objetos pessoais; - próteses e outros; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO O preparo físico do cliente é importante para o bom andamento do ato cirúrgico, bem como para evitar complicações posteriores Esvaziamento intestinal: - este preparo ocorre entre 8 e 12 horas antes do ato cirúrgico; - uso de solução pronta para uso individual (enemas); - uso de soluções prescritas e preparadas (são a solução fisiológica ou água acrescida ou não de glicerina ou vaselina, cloreto de potássio e neomicina); Esvaziamento da bexiga: - recomenda-se seu esvaziamento espontâneo antes do pré-anestésico. Em cirurgias em que a mesma necessite ser mantida vazia, ou naquelas de longa duração, faz-se necessário passar a sonda vesical de demora, o que é feito, geralmente, no centro cirúrgico O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO Prevenindo complicações anestésicas: - a manutenção do jejum de 6 a 12 horas antes da cirurgia (prevenir vômitos e prevenir a aspiração de resíduos alimentares); - administração de medicamento pré-anestésico prescrito pelo anestesista (cerca de 45 a 60 minutos antes do início da anestesia); Encaminhando o cliente ao centro cirúrgico: - transportando o cliente de maca ou cadeira de rodas, do setor de origem para o C.C / B.O; - documentação necessária (prontuário); - orientação ao cliente e familiar; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO Montagem da sala cirúrgica; Fluxo do cliente no centro cirúrgico (identificação do paciente, conferir dados cirúrgicos...); Receber o cliente na maca cirúrgica dentro da sala de operação; Posicionar o suporte de braço (venóclise e infusão endovenosa); Posicionar o cliente de acordo com a cirurgia; Auxiliar o anestesista e equipe cirúrgica; No transcorrer da cirurgia, alguns cuidados se fazem necessários (ajustar o foco de luz, observar o gotejamento dos soros, hemoderivados, drenagens, controlar a quantidade das compressas cirúrgicas e gazes) e avaliar a perdas; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO Ao final da cirurgia, desliga-se o foco e aparelhos, afasta-se os equipamentos e aparelhos da mesa cirúrgica, remove-se os campos, pinças e outros materiais sobre o cliente; Durante a transferência da SO para a RPA, UTI ou unidade de internação, deve- se ser cuidadoso durante a mudança do cliente da mesa cirúrgica para a maca, observando a necessidade de agasalhá-lo, a manutenção do gotejamento das infusões venosas, as condições do curativo e o funcionamento de sondas e drenos; Providenciar a limpeza da sala cirúrgica; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO C H E C K -L IS T Check-in (entrada do paciente ao CC) Time-out (da indução anestésica à incisão cirúrgica) Check-out (saída do paciente da SO) Os registros no check-list são feitos em impresso próprio; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO TRANS-OPERATÓRIO Anota-se: especialidade - cirurgia - equipe cirúrgica – início e término da cirurgia – Mat./Med. – hemoderivados - intercorrências O Período de Pós-operatório inicia-se a partir da saída do cliente da sala de operação e perdura até sua total recuperação. Subdivide-se em: - pós-operatório imediato (POI), até às 24 horas posteriores à cirurgia; - mediato (POM), após as 24 horas e até 7 dias depois; - tardio (POT), após 7 dias do recebimento da alta; Saber identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos; Na RPA, na primeira hora o controle dos sinais vitais é realizado de 15 em 15 minutos; se estiver regular, de 30 em 30 minutos. Mantida a regularidade do quadro, o tempo de verificação do controle deve ser espaçado para 1/1h, 2/2h, e assim por diante; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO Cuidados com o curativo, observar se o mesmo está apertado demais ou provocando edema no local; se está frouxo demais ou se desprendendo da pele; ou se apresenta-se sujo de sangue, o que indica sangramento ou hemorragia; Anormalidades e complicações do pós-operatório: (Alteração dos sinais vitais, Alterações neurológicas, Complicações pulmonares, Complicações urinárias, Complicações gastrintestinais, Complicações vasculares, Complicações na ferida operatória, Choque, Drenos); Alta hospitalar; O CUIDADO DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO A alta é um momento importante para o cliente e seus familiares, pois significa sua volta ao contexto social; As informações aos familiares compreendem a complexidade dos cuidados (técnicas assépticas, manuseio dos curativos, grau de dependência, uso de medicações, etc.) para a continuidade do bem-estar do cliente; ALTA HOSPITALAR DÚVIDAS?! AGORA É HORA DE TREINAR!!!