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1 MATERIAL DIDÁTICO TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE FINANCIAMENTOS E EMPRÉSTIMOS CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Impressão e Editoração 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 UNIDADE 1 – SÉRIES DE PAGAMENTOS APLICADAS A FINANCIAMENTOS 7 1.1 Elementos Fundamentais das Séries de Pagamentos .............................. 7 1.2 Tipos de Séries de Pagamentos Aplicadas no Campo dos Financiamentos .................................................................................................. 8 1.3 Série de Pagamentos Postecipadas e com Termos Uniformes ................ 9 1.4 Série de Pagamentos Antecipadas com Termos Uniformes ................... 13 1.5 Série de Pagamentos de Termos Vencidos e Termos Variáveis ............ 17 1.6 Teclas Especiais da HP 12C Envolvendo Termos Variáveis .................. 19 1.7 Indicadores Financeiros Aplicados à Gestão de Financiamentos ........... 23 1.8 Valor Presente Líquido como Indicador Relacionado a Rentabilidade de Projetos............................................................................................................. 25 1.9 Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR) .................................................... 28 UNIDADE 2 – TÉCNICAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS .............. 36 2.1 Amortização – Aspectos Introdutórios ..................................................... 36 2.2 Elementos Fundamentais da Amortização .............................................. 38 2.3 Sistema de Amortização Constante (SAC) ............................................. 41 2.4 Cálculos no Sistema de Amortização Constante .................................... 42 2.5 Sistema Francês de Amortização (ou Tabela Price) ............................... 52 2.6 Sistema de Amortização Misto (SAM) ..................................................... 61 2.7 Comparações entre o SAC, SAF e SAM ................................................. 62 2.8 Sistema Americano de Amortização (SAA) ............................................. 65 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 67 3 INTRODUÇÃO “Se financiamento fosse bom, não chamaria financiamento.” (Alessandro Ferreira Alves) Que todos nós sabemos que o consumidor brasileiro compra por impulso e sem controle, ou seja, não é novidade que somos consumidores que compramos de forma exagerada e sem nenhuma prudência. Dessa forma, quando temos a escassez de recursos temos que nos remeter a um financiamento ou empréstimo, termo comumente aplicado no âmbito das concessionárias. Cabe ressaltarmos que nos últimos anos com a abertura de crédito cada vez maior, a indústria automobilística vendeu uma quantidade considerável de unidades de veículos, porém no último biênio, tal número está em declínio, exatamente por conta do momento conturbado em que vivemos. Sendo assim, é natural notarmos que o conceito de séries de pagamentos e sistemas de amortização é de fundamental importância para as operações realizadas ao âmbito do longo prazo em concessionárias e instituições associadas. Ou seja, no atual momento financeiro brasileiro, as operações de compra e venda de automóveis e motos, por exemplo, caíram com relação aos últimos anos, onde tivemos um grande leque de operações neste sentido, talvez devido ao poder de compra do brasileiro ter aumentado e até mesmo por conta da abertura facilitada da linha de crédito. Observe que se você for o gestor (gerente) responsável de uma concessionária ou de uma instituição financeira que trabalha com financiamentos e empréstimos, seria interessante que você conheça as principais técnicas associadas a tais operações, ou seja, diante mão, seria muito pertinente entender os tipos de séries aplicadas aos pagamentos e os tipos de sistemas de amortização utilizados, entre outros. Quando falamos na escassez de recursos, não devemos pensar em um primeiro momento que só as classes B, C e D que realizam financiamentos de veículos, a considerada classe dos mais ricos também financiam e até certo ponto em grande escala. Só a título de curiosidade, apesar do mercado brasileiro de automóveis enfrentar uma crise econômica em 2014 e sofrer com seguidas 4 quedas mensais de vendas e, entre os principais fatores, estão as restrições ao crédito e ao financiamento, o segmento de luxo segue muito bem. O número de vendas e de financiamento dos carros denominados "premium" só tem crescido nos últimos anos, com expressivo aumento de 34% em 2013 sobre 2012 (o mercado ficou estável no mesmo período), e repete ritmo parecido este ano. O número do ano passado vem de uma média formada por dados das próprias marcas consideradas premium: Audi, BMW, Dodge, Jaguar Land Rover, Jeep, Lexus, Mercedes-Benz e Volvo, revelados no início deste ano. Segundo dados do blogueiro Joel Leite, Jaguar (480%), Lexus (255%), Porsche (88%), BMW (64%), Mercedes (48%), Audi (42%), Land Rover (30%), Jeep (22%) e Dodge (19,5%) cresceram nas vendas em 2013 na comparação com 2012. Mas não pense que o cliente "Classe A" chega à loja dessas marcas e paga pelo carro à vista e "em cash", em verdade, é sabido que cerca de 60% das vendas incluem financiamento de parte do valor. Segundo as próprias fabricantes, o bom desempenho dos modelos premium (que, de um modo geral, custam no mínimo R$ 90.000,00) também se deve à criação de novas e melhores condições de negócio. Exemplo singelo disso é que os sites oficiais das marcas no Brasil dão grande destaque ao quesito "Financiamento". Antes de iniciarmos propriamente dito todos os aspectos teóricos relacionados à disciplina em si, listamos aqui alguns Cases Empresariais que serão interpretados e resolvidos a partir das ferramentas práticas da Matemática Financeira (conceitos introdutórios e regimes de capitalização) e no Foco da HP 12C. Case Empresarial 01: Gilberto realiza um empréstimo no Banco AFA no mês ano de 2014 no valor de R$90.000,00. O mesmo foi pago em 12 prestações mensais, a juros efetivos de 6% ao mês utilizando o Sistema Misto de Amortização. Qual foi o valor de cada uma das parcelas pagas por Gilberto? Qual o valor das prestações de amortização? Case Empresarial 02: Gilberto faz um empréstimo no valor de R$800.000,00 no Banco Universal, através do Sistema Americano (SAA). Gilberto se propõe a devolver o principal daqui a dois anos, pagando semestralmente somente os juros a taxa de 4% ao semestre. Montar a planilha associada do financiamento de Gilberto pelo SAA. http://omundoemmovimento.blogosfera.uol.com.br/2014/05/20/financiamento-cresce-menos-do-que-a-venda-de-carros/ http://omundoemmovimento.blogosfera.uol.com.br/2014/05/20/financiamento-cresce-menos-do-que-a-venda-de-carros/ http://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2014/10/01/o-carro-e-de-luxo-mas-o-pagamento-e-no-carne.htm http://omundoemmovimento.blogosfera.uol.com.br/2013/11/13/jaguar-cresce-486-e-puxa-o-segmento-de-luxo/ 5 Case Empresarial 03: Determine o valor teórico de um apartamento que rende mensalmente R$1.000, considerando-se a taxa de juros de mercado de 1,0% a.m. Considerar tal aluguel como uma perpetuidade. Case Empresarial 04: Suponhamos que você adquire um veículo nas seguintes condições: uma entrada de R$3.500,00 mais 36 prestações iguais. Sabendo que o valor do veículo à vista é de R$16.000,00 e a taxa de financiamento, de 2,7214% ao mês, qual o valor das prestações? Case Empresarial 05: Um veículo novo é financiado, para pagamento em 12 prestações mensais, iguais e sucessivas, à taxa de 1,99% ao mês. Se o valor financiado é de R$18.500,00, calcular o valor das prestações: a)De acordo com o conceito de termos vencidos. b) De acordo com o conceito de termos antecipados. Neste sentido, o objetivo geral do nosso módulo é apresentar os principais conceitos e técnicas associadas às séries de pagamentos e sistemas de amortização, implementando várias situações de mercado associadas a operações, envolvendo, por exemplo, compra e venda de veículos e financiamentos em geral. Para atingirmos tal objetivo, este material está dividido em três unidades, descritas a seguir: Unidade 01: apresentaremos os conceitos fundamentais das séries de pagamentos, bem como, classificamos as mesmas e implementamos situações envolvendo concessionárias. Unidade 02: apresentaremos aplicações relacionadas às principais técnicas de financiamento aplicadas no mercado financeiro brasileiro e, especificamente falando, no âmbito das concessionárias. Pois bem, as palavras acima são nossa justificativa para o módulo em estudo. “Tempo é dinheiro.” (Beijaminn Flanklin) “Os números governam o mundo.” (Platão) 6 “Dinheiro é o oposto do clima. Ninguém fala sobre ele, mas todo mundo faz algo a respeito.” (Rebecca Johnson) 7 UNIDADE 1 – SÉRIES DE PAGAMENTOS APLICADAS A FINANCIAMENTOS Como planejar melhor as decisões no âmbito de uma concessionária? Como analisar de forma mais estruturada as finanças em uma concessionária? Como fidelizar melhor o seu cliente quando se fala em empréstimos e financiamentos de veículos? Como explicitar os cálculos envolvendo financiamentos de veículos? Com o intuito de respondermos questões como estas, estaremos discutindo nesta primeira unidade todos os conceitos e classificações envolvendo as séries de pagamentos. 1.1 Elementos Fundamentais das Séries de Pagamentos O que é uma série de pagamentos? Quais são os elementos fundamentais das mesmas? Quais os tipos de séries no âmbito do financiamento de veículos? Quando aplicamos as séries nas operações de compra e venda em concessionárias? Antes de trabalharmos as aplicações práticas envolvendo as séries de pagamentos, vamos definir os elementos fundamentais e classificá-los de acordo com alguns critérios. Sendo assim, os seus elementos fundamentais são descritos a seguir: Série de Pagamentos: denominamos de Série de Pagamentos ou Recebimentos, Série de Prestações ou Anuidades, a toda sequência finita ou infinita de Pagamentos ou Recebimentos em datas previamente estipuladas. Termo: cada um destes pagamentos ou recebimentos, referidos a uma mesma taxa de juros compostos, será chamado de Termo da Série ou Termo da Anuidade. Período: o intervalo de tempo entre dois períodos é denominado de Período. Duração: é a soma dos períodos que define a Duração da Série de Pagamentos ou Anuidades. Valor Presente: é a soma dos valores atuais dos seus termos, soma esta realizada para uma mesma data e à mesma taxa de juros compostos. Valor Futuro: é a soma dos montantes ou valores futuros dos seus termos, considerando uma mesma data e uma mesma taxa de juros compostos. 8 1.2 Tipos de Séries de Pagamentos Aplicadas no Campo dos Financiamentos Para a resolução de problemas simulados na gestão financeira envolvendo as séries de pagamentos, é necessária a classificação com relação a alguns critérios, tais como quanto ao número de termos, natureza dos termos, entre outros. Tais critérios são apresentados formalmente a seguir. Figura 01: Critérios de classificação das séries. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Dessa maneira, em linhas formais, temos que as séries de pagamentos são classificadas e identificadas como segue: Quanto ao número de termos: - finita – quando existir o pagamento da última prestação; - infinita (ou Perpétua) – quando não existir o pagamento da última prestação. Quanto à natureza dos seus termos: - uniforme – quando todos os termos forem iguais; - não Uniforme (ou variável) – quando os termos não forem iguais. Quanto ao intervalo entre seus termos: - Periódica – quando o intervalo de tempo entre dois termos sucessivos for constante; 9 - não periódica – quando o intervalo de tempo entre dois termos sucessivos não for constante. Quanto ao vencimento de seus termos: - postecipada (ou de termos vencidos) – quando os termos ocorrerem ao final de cada período; - antecipada – quando os termos ocorrerem no início de cada período. Quanto à ocorrência do primeiro termo: - Diferida – quando o primeiro termo só ocorrer após alguns períodos. Este prazo é chamado de prazo de diferimento ou prazo de carência. Observe que tal prazo aparece de maneira comum no mercado financeiro. - com prazo de carência – quando não tivermos o prazo de carência. Aqui ela é também chamada de não diferida. 1.3 Série de Pagamentos Postecipadas e com Termos Uniformes Uma Série de Pagamentos Iguais com Termos Vencidos possui as seguintes características principais: - os pagamentos são periódicos e sem diferimento; - os termos são iguais; - o intervalo de tempo entre cada termo é constante; - os termos ocorrem ao final dos períodos; - o primeiro termo ocorre ao final do primeiro período. Neste sentido, cada termo da série de pagamentos ou recebimentos iguais será representado por PMT (veja a tecla na HP 12C). Com relação às demais variáveis, serão representadas pelos símbolos já conhecidos (PV, i, n e FV), ou seja: PV = valor presente, valor atual, capital inicial ou principal; FV = valor futuro ou montante; i = taxa de juros compostos, coerente com a unidade de tempo (mês, trimestre, entre outros); n = número de pagamentos ou recebimentos, número de períodos (coincidentes com o número de prestações) referentes à unidade de tempo da taxa. 10 Geometricamente, temos as seguintes duas situações a analisar: DFC – AMORTIZAÇÃO Figura 02: Amortização em uma série de pagamentos iguais de termos vencidos. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Na amortização, o Valor Presente (PV) é obtido pela expressão PV = PMT x ixi i n n )1( 1)1( , onde ixi i n n )1( 1)1( é o fator de valor atual, para uma série de pagamentos de termos iguais de termos vencidos. De outra forma, o Valor Futuro de PMT, na amortização, é obtido pela expressão PMT = PV x 1)1( )1( n n i ixi , onde 1)1( )1( n n i ixi é o fator de recuperação de capital, para uma série de pagamentos iguais de termos vencidos. DFC – CAPITALIZAÇÃO Figura 03: A capitalização em uma série de pagamentos iguais de termos vencidos. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 11 Na capitalização, o valor de FV é obtido pela expressão FV = PMT x i i n 1)1( , onde i i n 1)1( é o fator de acumulação de capital, para uma série de pagamentos iguais de termos vencidos. De outra forma, o valor de PMT, na capitalização, é obtido pela expressão PMT = FV x 1)1( ni i , onde 1)1( ni i é o fator de formação de capital para uma série de pagamentos iguais de termos vencidos. Vejamos a resolução de algumas situações de mercado envolvendo as séries de pagamentos, implementando através da HP 12C. Exemplo 01: Uma concessionária vende certo produto em 12 prestações mensais iguais de R$ 750,00, sendo a primeira, paga 30 dias após a compra. Tal produto em verdade diz respeito a uma marca multinacional bastante conhecida. A taxa de juros de crédito pessoal da concessionária é de 1,40% ao mês. Qual o preço à vista desse componente automotivo? Solução: Note inicialmente que se trata de uma série de pagamentos postecipadas e termos uniformes, já que as prestações são iguais e mensais, sendo que a primeira é paga 30 dias após a compra. Daí, resolvendo na HP 12C, temos a seguinte sequência de passos: Qual tecla usar? O que temos no visor? Qual é o significado? <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores.12 <n> 12,00 Insere o número de prestações mensais. 1.40 <i> 1,40 Insere a taxa mensal de juros. 750 <CHS> <PMT> - 750,00 Valor da prestação mensal. <PV> 8.231,82 Preço à vista do produto. 12 Exemplo 02: Uma instituição financeira vinculada a uma concessionária opera com a taxa de 1,85% ao mês concedeu um empréstimo no valor de R$ 50.000,00 a uma pessoa física que necessita de um automóvel zero quilômetro. Tal empréstimo deve ser amortizado em 12 prestações mensais e iguais, sendo que a primeira vence em 30 dias. Qual é o valor da prestação mensal que esta pessoa física irá pagar mensalmente? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 1.85 <i> 1,85 Insere a taxa mensal da operação em questão. 12 <n> 12,00 Insere o número de prestações mensais. 50000 <CHS> <PV> - 50000,00 Insere o valor do empréstimo feito pela pessoa jurídica. <PMT> 4.684,53 Valor da prestação mensal paga pela pessoa jurídica. Exemplo 03: Um cliente de uma concessionária deposita mensalmente a quantia de R$800,00 em um consórcio automotivo, durante o período de 36 meses, a uma taxa de 1,99% ao mês. Quanto o cliente terá na data do último depósito do consórcio? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição 13 <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 36 <n> 36,00 Insere o número de depósitos mensais realizados pelo cliente. 1.99 <i> 1,99 Insere a taxa mensal. 800 <CHS> <PMT> - 800,00 Insere o depósito mensal feito por Gilberto. <FV> 41.515,58 Valor do Montante que o cliente da concessionária terá na data do último depósito. 1.4 Série de Pagamentos Antecipadas com Termos Uniformes Primeiramente, salientamos que uma Série de Pagamentos Iguais com Termos Antecipados possui as seguintes características principais: - os pagamentos são periódicos e sem diferimento; - os termos são iguais; - o intervalo de tempo entre cada termo é constante; - os termos ocorrem no início dos períodos; - o primeiro termo ocorre no início do primeiro período. Geometricamente, mais uma vez temos duas situações a analisar, a amortização e capitalização, como seguem. 14 DFC – AMORTIZAÇÃO Figura 04: A amortização em uma série de pagamentos iguais antecipada. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Na amortização, o valor presente (PV) é obtido pela expressão PV = PMT x (1 + i) x ixi i n n )1( 1)1( , enquanto que o valor de PMT é dado por PMT = ixi i xi PV n n )1( 1)1( )1( . CAPITALIZAÇÃO Figura 05: A capitalização em uma série de pagamentos iguais antecipada. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 15 Na capitalização, o valor de FV é dado por FV = PMT x (1 + i) x i i n 1)1( , enquanto o valor de PMT é dado por PMT = i i xi FV n 1)1( )1( . Importante! Na HP 12C, para a resolução de problemas envolvendo as séries de pagamentos antecipadas com termos uniformes, procedemos da seguinte forma: Passo 01: para trabalharmos com série de pagamentos ou recebimentos antecipados, pressione as funções <g> <BEG> e aparecerá no visor a palavra BEGIN, que significa “início”, ou seja, pagamentos ou recebimentos feitos no início do período. Para retirar essa instrução, basta pressionar as funções <g> <END>. Passo 02: para a série de pagamentos ou recebimentos postecipados, você nada fará, ou seja, o que indica que a calculadora resolverá o problema, considerando pagamentos ou recebimentos postecipados. Vejamos alguns exemplos ilustrativos envolvendo a série de pagamentos de antecipados e periódicos que podem aparecer no cotidiano financeiro de uma concessionária. Exemplo 04: Determinar o preço à vista de um automóvel, adquirido por um cliente de uma concessionária em 24 prestações iguais, mensais e sucessivas, no valor de R$1.235,00. A primeira prestação será paga na data da compra e a taxa de juros em questão é de 1,99% ao mês. Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. <g> <BEG> 0,00 BEGIN Para resolver 16 problemas com pagamentos antecipados. 24 <n> 24,00 BEGIN Introduz o número de pagamentos mensais. 1.99 <i> 1,99 BEGIN Introduz a taxa mensal. 1.235,00 <CHS> <PMT> - 1.235,00 BEGIN Introduz o valor dos pagamentos iguais. <PV> 23.850,55 BEGIN Preço à vista do automóvel. Exemplo 05: O preço à vista de um automóvel zero quilômetro é de R$45.800,00, ou ainda, o mesmo está sendo negociado em 12 prestações mensais, iguais e sucessivas, sendo, a primeira, paga na data de hoje. Sabendo- se que a concessionária usa uma taxa de 1,45% ao mês, qual o valor da prestação mensal? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. <g> <BEG> 0,00 BEGIN Para resolver problemas com pagamentos antecipados. 45800 <CHS> <PV> -45.800,00 BEGIN Preço à vista da peça em questão. 12 <n> 12,00 BEGIN Insere o número de prestações. 17 1.45 <i> 1,45 BEGIN Introduz a taxa mensal. <PMT> 4.126,05 BEGIN Valor da prestação mensal. Exemplo 06: Calcular o montante de 24 depósitos mensais, iguais e sucessivos, no valor de R$1.050,00, efetuados por um cliente de uma concessionária multinacional, à taxa de 1,35% ao mês, sendo o primeiro depósito realizado na data de hoje. Em verdade, tal operação diz respeito a um consórcio automotivo desenvolvido pela própria concessionária. Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. <g> <BEG> 0,00 BEGIN Para resolver problemas com pagamentos antecipados. 24 <n> 24,00 BEGIN Insere o prazo em meses. 1.35 <i> 1,35 BEGIN Insere a taxa mensal. 1.050,00 <CHS> <PMT> - 1.050,00 BEGIN Valor do depósito. <FV> 29.927,25 BEGIN Valor do Montante. 1.5 Série de Pagamentos de Termos Vencidos e Termos Variáveis 18 Em algumas situações peculiares envolvendo financiamentos e empréstimos, temos a realização de operações envolvendo pagamentos não periódicos, ou seja, não temos mais termos iguais na série a ser interpretada. Para os nossos cálculos, agora não vamos ter mais o contexto da função PMT da calculadora HP 12C, o que poderia resultar numa dificuldade inicial de cálculo, porém, vamos aprender novas funções que tendem a facilitar também os cálculos mesmo para esta situação de pagamentos distintos. De acordo com Samanez (2007), o Valor Presente é calculado pela soma dos valores atualizados de cada um de seus termos a uma mesma taxa i, enquanto que o Valor Futuro pode ser determinado pelo somatório dos montantes de cada termo ou capitalizando o valor presente para a data futura desejada. Figura 06: O valor presente e o valor futuro em uma série de pagamentos variáveis. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Sendo assim, por exemplo, para a amortização, temos a seguinte situação geométrica: 19 Figura 07: A amortização para uma série de pagamentos variáveis. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. O Valor Presente é obtido pela expressão Matemática: PV = n n i PMT i PMT i PMT i PMT )1( ... )1()1(1 3 3 2 21 Além disso, o Valor Futuro é dado pela seguinte expressão: FV = PMT 1 x (1 + i) 1n + PMT 2 x (1 + i) 2n + ... + PMT n Ou seja, FV = PV x (1 + i) n 1.6 TeclasEspeciais da HP 12C Envolvendo Termos Variáveis De acordo com Samanez (2007), pode-se efetuar a simplificação de alguns cálculos envolvendo as séries de pagamentos não uniformes, através das teclas especiais da HP 12C < CF 0 >, <CF j >, <N j > e <NPV>, sendo que: CF 0 : fluxo de caixa na data zero; CF j = fluxo de caixa de ordem j, para j = 1, 2, 3, ..., n; N j : número de vezes que o fluxo CF j se repete; NPV = valor presente líquido. Saiba Mais! Para a função <NPV>, a HP 12C calcula diretamente o valor presente de até 20 (vinte) grupos de fluxo de caixa (excluindo o fluxo inicial), cada grupo contendo um máximo de 99 fluxos iguais. 20 Exemplo 07: Um cliente de uma concessionária realiza um empréstimo liquidando o mesmo em cinco prestações anuais e sucessivas de R$20.000,00, R$30.000,00, R$42.000, R$51.000,00 e R$26.000,00. A taxa de juros utilizada na operação pela concessionária foi de 24% ao ano. Qual o valor do empréstimo realizado por este cliente? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 20000 <g> <CF j > 20.000,00 Fluxo na data 1. 30000 <g> <CF j > 30.000,00 Fluxo na data 2. 42000 <g> <CF j > 42.000,00 Fluxo na data 3. 51000 <g> <CF j > 51.000,00 Fluxo na data 4. 26000 <g> <CF j > 26.000,00 Fluxo na data 5. 24<i> 24,00 Taxa de juros anual (em %). <f> <NPV> 88.108,88 Valor do empréstimo realizado pelo cliente da concessionária. Exemplo 08: A AUO concessionária, após diversas reuniões estratégicas no ano de 2015, decide realizar um investimento com relação à importação de um novo modelo automotivo, com três anos de vida útil, que irá gerar receitas mensais de acordo com o quadro a seguir. A taxa de desconto será 18% ao ano, capitalizada mês a mês. Qual o valor deste investimento hoje realizado pela AUTO concessionária? Meses Número de Meses Valor (em R$) 21 1 a 12 12 9.000,00 13 a 20 08 7.000,00 21 a 24 04 11.000,00 25 a 35 10 14.000,00 36 02 18.000,00 Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 9000 <g> <CF j > 9.000,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo. 12 <g> < N j > 12,00 Número de vezes que este valor se repete. 7000 <g> <CF j > 7.000,00 Valor dos fluxos do segundo grupo. 8 <g> < N j > 8,00 Número de vezes que este valor se repete. 11000 <g> <CF j > 11.000,00 Valor dos fluxos do terceiro grupo. 4 <g> < N j > 4,00 Número de vezes que este valor se repete. 14000 <g> <CF j > 14.000,00 Valor dos fluxos do quarto grupo. 10 <g> < N j > 10,00 Número de vezes que este valor se repete. 18000 <g> <CF j > 18.000,00 Valor do fluxo do quinto grupo. 22 2 <g> < N j > 2,00 Número de vezes que este valor se repete. 18 <ENTER> 12 <> <i> 1,50 Taxa mensal (em %). <f> <NPV> 285.014,64 Valor do Investimento Hoje. Exemplo 09: Calcular o valor presente de um fluxo de caixa com quatro prestações mensais, sucessivas e crescentes em progressão aritmética de razão igual a R$2.500,00 relacionada a uma operação de venda de um veículo por uma concessionária, onde a primeira prestação tem valor igual a R$8.000,00 e a taxa de juros mensal da operação é 1,99%. Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 8000 <g> <CF j > 8.000,00 Fluxo na data 1. 10500 <g> <CF j > 10.500,00 Fluxo na data 2. 13000 <g> <CF j > 13.000,00 Fluxo na data 3. 15500 <g> <CF j > 15.500,00 Fluxo na data 4. 1.99 <i> 1,99 Taxa de juros mensal (em %). <f> <NPV> 44.517,16 Valor presente do fluxo de caixa da operação de venda do veículo. Você Sabia? A perpetuidade é um conjunto de valores periódicos, consecutivos e iguais, que ocorre indefinidamente. Trata-se, portanto, de 23 uma série uniforme permanente, tal como uma pensão mensal vitalícia, um dividendo anual, entre outros. O valor presente de uma perpetuidade PV é dado por PV = PMT/i. Dessa maneira, exemplificando, vamos determinar o valor teórico de um apartamento que rende mensalmente R$ 1.000, considerando-se a taxa de juros de mercado de 1,0 % a.m. Notemos que o aluguel mensal de um apartamento pode ser considerado uma perpetuidade, logo, pela fórmula anterior, chega-se ao seu valor teórico VP= 1.000 / 0,01 = 100.000. 1.7 Indicadores Financeiros Aplicados à Gestão de Financiamentos Como caracterizar a viabilidade econômica de projetos empresariais via indicadores a partir de séries de pagamentos? Em verdade, de acordo com Samanez (2007), pode-se averiguar se um determinado projeto é ou não viável para uma concessionária, a partir da rentabilidade do mesmo e a partir do risco associado ao mesmo, ou seja, podemos caracterizar se o mesmo é ou não interessante em termos monetários e em linhas percentuais. Grosso modo, da literatura, sabemos que um Indicador é uma medida de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto que está sendo observado. Note que no contexto da gestão esta terminologia já é amplamente discutida e aplicada. Por outro lado, é sabido que no mundo globalizado é amplamente concorrido, uma das decisões mais difíceis dentro de uma empresa é decidir se a mesma deve investir ou não, ou especificamente falando, se um determinado projeto é atrativo ou não e, especificamente falando no âmbito das concessionárias não é diferente. De acordo com Samanez (2007), um investimento em uma organização é um desembolso feito visando gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. Ressaltamos que o grande campo de aplicação das Técnicas de Análise de Investimentos Empresariais está associado ao processo de geração de indicadores utilizados na seleção de alternativas de investimentos e, mais recentemente, na avaliação de impacto desses investimentos no EVA (Economic Value Added) de unidades de negócio. 24 Ainda segundo Samanez (2007), com respeito à viabilidade de projetos empresariais, podemos dividir a análise levando em consideração a rentabilidade, bem como o risco associado ao mesmo. Em outras palavras, isto significa que temos dois grupos de indicadores, o que se relacionam com a rentabilidade e os que estão associados com o risco do projeto. Aqui estaremos falando diretamente sobre aplicações envolvendo o Valor Presente Líquido (VPL ou NPV) e a Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR). Grosso modo, os principais indicadores utilizados para a caracterização da viabilidade econômica de projetos industriais são descritos na Figura 08 abaixo. Figura 08: Principais indicadores utilizados na viabilidade econômica de projetos empresariais. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. De outra forma, a classificação dos indicadores com relação à rentabilidade e ao risco apresentado no respectivo projeto a ser estudado é apresentada na Figura 09 abaixo. 25 Figura 09: Classificação dos indicadores. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 1.8 Valor Presente Líquido como Indicador Relacionado a Rentabilidade de Projetos Segundo Samanez (2007), o Valor Presente Líquido de um fluxo de caixa consiste em calcularmos o valor presente de uma série de pagamentos (ou recebimentos), descontado a uma taxa, e deduzir, deste, o valor do fluxo inicial (valor do empréstimo, do financiamento ou do investimento). Utilizamos a notação VPL ou NPV para representar o valor presente líquido. Grosso modo, da equação: PV = n n i CF i CF i CF i CF )1( ... )1()1(1 3 3 2 21 Temos que: NPV = = n n i CF i CF i CF i CF )1( ... )1()1(1 3 3 2 21 – CF 0 Como vimos anteriormente, o Valor Presente Líquido é um indicador relacionado à rentabilidade do projeto, sendo assim, temos a seguinte análise para a averiguação da atratividade do ganho adicional com relação ao contexto abordado: Interpretação via VPL ou NPV! Se NPV > 0, então haverá um ganho adicional (expresso em valores atuais) em relação ao mesmo investimento 26 aplicado à taxa de desconto, isto é, o investimento será atrativo. Contrariamente, se NPV < 0 teremos uma perda (expressa em valores de hoje) e o investimento não será atrativo. Ou seja, constitui um primeiro método ou critério de avaliação de investimento capital. Figura 10: Caracterização da atratividade do projeto em análise via a interpretação do VPL. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Exemplo 10: Um empréstimo realizado por um cliente de uma concessionária no valor de R$15.000,00 será quitado em três prestações mensais e sucessivas de R$4.000,00, R$6.000,00 e R$8.000,00. Sabendo que a taxa de juros praticada nesta operação pela concessionária é de 1,45% ao mês, qual é o valor presente líquido associada à mesma? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 15000 <CHS> <g> <CF 0 > -15.000,00 Valor do empréstimo. 4000 <g> <CF j > 4.000,00 Valor do primeiro 27 pagamento. 6000 <g> <CF j > 6.000,00 Valor do segundo pagamento. 8000 <g> <CF j > 8.000,00 Valor do terceiro pagamento. 1.45 <i> 1,45 Taxa mensal de juros (%). <f> <NPV> 2.434,39 Valor presente líquido. Exemplo 11: examinar se a AUTO concessionária pode aceitar o projeto abaixo, adotando-se uma taxa de 8% ao mês. As características do projeto estão descritas a seguir. Investimento inicial = R$8.000,00 Vida útil = 10 meses Receitas líquidas mensais = R$900,00 Valor residual = R$2.000,00 A Figura 11 a seguir descreve o diagrama de fluxo de caixa do projeto. Figura 11: A disposição geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 28 Solução: Note inicialmente que o valor residual seria uma receita que aparece na última data do horizonte da situação descrita no exemplo. A solução deste problema é obtida da seguinte maneira pela HP 12C. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 8000 <CHS> <g> <CF 0 > -8.000,00 Valor do investimento inicial. 900 <g> <CF j > 900,00 Valor da primeira receita líquida mensal. 9 <g> <N j > 9,00 Número de vezes que este valor se repete. 2900 <g> <CF j > 2.900,00 Valor da décima receita líquida mensal. 8 <i> 8,00 Taxa mensal de juros (em %). <f> <NPV> -4.856,84 Valor presente líquido. De acordo com o critério via VPL, como o NPV = – 1.034,54 < 0, concluímos que o projeto não deve ser aceito pela AUTO concessionária. 1.9 Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR) Segundo Clemente e Alceu (2009), Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR) é a taxa de desconto que torna o valor presente líquido de um fluxo de caixa igual a zero. A taxa interna de retorno será obtida quando igualamos a equação NPV = n n i CF i CF i CF i CF )1( ... )1()1(1 3 3 2 21 – CF 0 a zero, isto é, quando executamos NPV = n n i CF i CF i CF i CF )1( ... )1()1(1 3 3 2 21 – CF 0 = 0, ou ainda, CF 0 = n j j j i CF 1 )1( . É interessante salientarmos que podemos interpretar a Taxa Interna de Retorno (IRR) como sendo aquela que iguala no momento zero, o valor presente 29 das entradas (recebimentos) com o das saídas (pagamentos) previstas no fluxo de caixa. De outro modo, a Taxa Interna de Retorno, nas operações de empréstimos, Financiamentos ou de aplicações de recursos, nada mais é do que a taxa de juros da operação. Figura 12: Interpretação da Taxa Interna de Retorno. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Como foi apresentado anteriormente, a Taxa Interna de Retorno pode ser utilizada como um indicador associado ao risco de implantação de determinado projeto. Porém, para tal análise, é necessário definirmos a Taxa de Mínima Atratividade (TMA) como segue. Definição (Taxa de Mínima Atratividade – TMA) – de acordo com Samanez (2007), chama-se Taxa de Mínima Atratividade (TMA) a melhor taxa, com baixo grau de risco, disponível para aplicação do capital em análise. Dessa forma, a decisão de investir sempre terá pelo menos duas alternativas a serem avaliadas: “Investir no capital” ou “Investir na Taxa de Mínima Atratividade”. Ou ainda, o conceito de riqueza gerada deve levar em conta somente o excedente sobre aquilo que já se tem, isto é, o que será obtido além da aplicação do capital na TMA. Esse conceito, desde há muito defendido pelos economistas, denomina-se lucro residual. Atualmente, uma variação desse conceito de excedente tem sido tratada como Valor Econômico Agregado ou 30 Economic Value Added (EVA). Portanto, o critério via TIR para atratividade de um projeto é apresentado na Figura 13 a seguir. Figura 13: Conclusão da atratividade de um projeto via TIR. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Vejamos alguns exemplos que envolvem o cálculo da Taxa Interna de Retorno em situações cotidianas da gestão financeira. Exemplo 12: Qual é o valor da taxa interna de retorno, correspondente a um empréstimo feito por um cliente de uma concessionária de R$15.000,00 a ser liquidado em quatro pagamentos mensais de R$4.500,00, R$5.000,00, R$3.500,00 e R$5.500,00. Solução: Inicialmente, vamos representar o diagrama de fluxo de caixa desta operação, tomando-se como referência a instituição financeira, ou seja, vamos desenhar o mesmo na visão da instituição financeira. 31 Figura 14: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Logo, a HP 12C faz este cálculo usando a função <IRR> (que significa Internal Rate Return). Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 15000 <CHS> <g> <CF 0 > -15.000,00 Valor do empréstimo. 4500 <g> <CF j > 4.500,00 Valor do primeiro pagamento. 5000 <g> <CF j > 5.000,00 Valor do segundo pagamento. 3500 <g> <CF j > 3.500,00 Valor do terceiro pagamento. 5500 <g> <CF j > 5.500,00 Valor do quarto pagamento. <f> <IRR> 8,81 Taxa Interna de Retorno Mensal (em %). 32 Exemplo 13: Um automóvel zero quilômetro no valor de R$45.000,00 é totalmente financiado por um comerciante, para pagamento em 9 parcelas mensais, sendo, as 3 primeiras, de R$4.500,00, as 2 seguintes, de R$5.000,00, as 3 seguintes, R$6.500,00 e, a nona, de R$7.500,00. Qual a taxa de juros implícita nesta operação realizada pela concessionária que vendeu o veículo? Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C é apresentada a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 45000 <CHS> <g> <CF 0 > -45.000,00 Valor do financiamento. 4500 <g> <CF j > 4.500,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo. 3 <g> <N j > 3,00 Número de vezes que este valor se repete. 5000 <g> <CF j > 5.000,00 Valor dos fluxos do segundo grupo. 2 <g> <N j > 2,00 Número de vezes que este valor se repete. 6500 <g> <CF j > 6.500,00 Valor dos fluxos do terceiro grupo. 3 <g> <N j > 3,00 Número de vezes que este valor se repete. 7500 <g> <CF j > 7.500,00 Valor do fluxo do quarto grupo. <f> <IRR> 2,16 Taxa Interna de Retorno Mensal (em %). 33 Exemplo 14: Uma empresa na área de Logística cuja Taxa de Mínima Atratividade, após o imposto de renda, é de 12% ao ano está analisando a viabilidade financeira de um novo investimento. O Fluxo de Caixa anual do projeto de investimentos em análise está representado no DFC da Figura 15 a seguir. Figura 15: DFC do exemplo. Fonte: Elaborado pelopróprio autor. Calcular os indicadores de retorno Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno, bem como comentar sobre a atratividade do projeto considerando tais indicadores calculados. Solução: A sequência de passos da resolução na HP 12C para cálculo do VPL e TIR são apresentadas a seguir. Cálculo do Valor Presente Líquido Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. - 380 <g> <CF0> - 380,00 Fluxo na data zero. 30 <g> <CFj> 30,00 Fluxo na data 1. 50 <g> <CFj> 50,00 Fluxo na data 2. 70 <g> <CFj> 70,00 Fluxo na data 3. 90 <g> <CFj> 90,00 Fluxo na data 4. 34 110 <g> <CFj> 110,00 Fluxo na data 5. 130 <g> <CFj> 70,00 Fluxo que se repete. 4 <g> <Nj> 4,00 Número de vezes que o fluxo se repete. 12 <i> 12,00 Taxa de juros. <f> <NPV> 80,14 Valor presente líquido. Cálculo do Valor Presente Líquido Qual tecla usar? O que temos no visor? Qual é o significado? <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. - 380 <g> <CF0> - 380,00 Fluxo na data zero. 30 <g> <CFj> 30,00 Fluxo na data 1. 50 <g> <CFj> 50,00 Fluxo na data 2. 70 <g> <CFj> 70,00 Fluxo na data 3. 90 <g> <CFj> 90,00 Fluxo na data 4. 110 <g> <CFj> 110,00 Fluxo na data 5. 130 <g> <CFj> 70,00 Fluxo que se repete. 4 <g> <Nj> 4,00 Número de vezes que o fluxo se repete. 12 <i> 12,00 Taxa de juros. <f> <IRR> 16,19 Valor da Taxa Interna de Retorno. O que concluímos do problema? Dessa forma, concluímos pelo VPL ou pela TIR que o projeto é atrativo, ou seja, que se deve investir no mesmo. Observe que, independentemente de você tomar a decisão pela rentabilidade ou pelo risco associado ao projeto em questão, você deve optar na implementação do mesmo. Importante! Quando falamos em risco, no contexto da gestão empresarial, temos o risco do negócio (que está associado à implementação do projeto) 35 e o risco de gestão (que está diretamente associada à decisão do gestor em questão). 36 UNIDADE 2 – TÉCNICAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Sabemos que o conceito de amortização é o processo de extinção de uma dívida através de pagamentos periódicos, que são realizados em função de um planejamento, de modo que cada prestação corresponde a soma do reembolso do capital ou dos juros do saldo devedor (juros sempre são calculados sobre o saldo devedor), podendo ainda ser o reembolso de ambos. No mercado financeiro, visualizamos os seguintes sistemas de amortização: Sistema de Pagamento Único – ocorre um único pagamento (capital + juros) no final do período estipulado; Sistema de Pagamento Variável – ocorre vários pagamentos diferenciados durante o período (às vezes somente juros, outras juros + capital); Sistema Americano – ocorre um único pagamento ao final do período, porém os juros são calculados em várias fases durante o período; Sistema de Amortização Constante (SAC) – geralmente o mais utilizado, os juros e o capital são calculados uma única vez e divididos para o pagamento em várias parcelas durante o período; Sistema PRICE ou Francês – geralmente usados em financiamentos de bens de consumo, todas as parcelas são iguais e com os juros já embutidos; Sistema de Amortização Misto – calcula-se o financiamento pelos métodos SAC e PRICE e faz-se uma média aritmética das prestações desses dois sistemas, chegando ao valor da prestação do sistema misto. 2.1 Amortização – Aspectos Introdutórios Amortizar significa o ato de saldarmos determinada dívida, ou seja, quitarmos a mesma. E, quando falamos, em empréstimos e financiamentos, de uma forma geral, este termo é de fundamental importância para o entendimento dos empréstimos e financiamentos. É interessante percebermos que na prática do mercado financeiro, principalmente nos dias atuais, a disponibilidade de recursos é, sem dúvida, fator preponderante na decisão da implantação de um investimento como, por exemplo, a construção da casa própria, a aquisição de um http://www.infoescola.com/economia/amortizacao/ 37 equipamento para a empresa, a compra de um veículo, a compra de uma moto, entre outros. Comprar, seja a prazo ou à vista, sempre é necessário que tenhamos dinheiro ou capital, obviamente, na falta dos mesmos recorremos aos empréstimos e financiamentos. No Brasil, especificamente falando, os empréstimos podem ser de curto, médio e longo prazo. De acordo com Samanez (2007), os empréstimos de curto prazo e médio prazo caracterizam-se, normalmente, por serem saldados em até 12 meses, e na visão empresarial, é utilizado pelas organizações com o intuito de melhorar o capital de giro. Contrariamente, os empréstimos de longo prazo (financiamentos), por existirem várias modalidades de restituição do principal e dos encargos financeiros, têm um tratamento especial e devem ser olhados com mais cautela, já que envolvem quantidades maiores de dinheiro. Além disso, segundo Samanez (2007), essas operações de créditos têm suas condições previamente fixadas por contratos bilaterais entre a empresa e o órgão financiador (instituição financeira). Figura 16: Aspectos introdutórios da amortização. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 38 Ressaltamos que o valor desses empréstimos, ao qual chamamos de principal, deverá ser restituído à instituição financeira, acrescidos da sua remuneração, que são os juros. Neste contexto, a maneira pela qual devolvemos o principal mais os juros da operação são chamamos de Sistema de Amortização. Figura 17: Considerações gerais sobre a amortização. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. É de nosso interesse estudar os principais tipos de sistemas de amortização praticados em instituições bancárias ou instituições financeiras no âmbito do mercado financeiro brasileiro, que são o SAC, o PRICE, SAM e o Americano. 2.2 Elementos Fundamentais da Amortização Para compreendermos melhor os sistemas de amortização, é necessário introduzirmos alguns conceitos relacionados aos mesmos, que irão servir de alicerce para a criação das regras e cálculos envolvendo os mesmos. Tais conceitos introdutórios são apresentados na Figura 18 a seguir e definidos formalmente na sequência. 39 Figura 18: Conceitos Fundamentais da Teoria da Amortização. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Sendo assim, de acordo com Samanez (2007), podemos interpretar em termos formais estes conceitos como seguem: CREDOR – aquele que concede o empréstimo ou financiamento; DEVEDOR ou MUTUÁRIO – aquele que recebe o empréstimo ou financiamento; TAXA DE JUROS – taxa contratada entre as partes; PRESTAÇÃO – soma da amortização, acrescida dos juros e outros encargos financeiros pagos em um dado período; AMORTIZAÇÃO – refere-se às parcelas de devolução do principal (capital emprestado); PRAZO DE AMORTIZAÇÃO – intervalo de tempo durante o qual serão pagas as amortizações; SALDO DEVEDOR – trata-se do estado da dívida (débito) em determinado estado de tempo; IOF – imposto sobre operações financeiras; PRAZO DE CARÊNCIA – corresponde ao período compreendido entre a primeira liberação do empréstimo ou financiamento e o pagamento da primeira amortização; PRAZO TOTAL – considera-se a soma do prazo de carência com o prazo de amortização; PLANILHA – quadro pelo qual são inseridos os valores referentes ao empréstimo ou financiamento, constituído de várias colunas, que apresentam, 40 após cada pagamento, a parcela de juros pagos, a amortização, a prestação, os encargos financeiros (IOF, aval, comissões, taxa de abertura de crédito, entre outros) e o saldo devedor. Figura 19: O processo de quitação de um empréstimo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. A partir do momento que introduzimos algumas considerações iniciais, bem como apresentamos os principais elementos que formam a Teoria da Amortização, é de nosso interesse agoradiscutir nas entrelinhas os principais sistemas de amortização praticados no âmbito do mercado brasileiro, especificamente falando para financiamentos de automóveis, crédito consignado e financiamento imobiliário, que são: Sistema de Amortização Constante (SAC); Sistema Francês de Amortização (Price); Sistema de Amortização Misto (SAM) e o Sistema Americano (SAA). 41 Figura 20: Principais Sistemas de Amortização praticados no mercado financeiro brasileiro. Fonte: FERREIRA (2014). 2.3 Sistema de Amortização Constante (SAC) É conhecido também como Sistema Hamburguês, sendo muito difundido pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a partir da década de 70, que o adotou nos financiamentos relativos a imóveis (casa própria). Atualmente, ele é muito usado para financiamentos de longo prazo e também nos financiamentos envolvendo o crédito imobiliário. É importante observarmos que no Sistema de Amortização Constante (SAC), as parcelas de amortização do principal são sempre iguais (ou constantes), por conta disso, a sua nomenclatura. Além disso, aqui o valor da amortização é calculado através da divisão do capital emprestado pelo número de parcelas de amortizações, enquanto que os juros são calculados, a cada período, multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente sobre o período anterior, assumindo valores decrescentes nos períodos. E, por fim, a prestação do financiamento, a cada período, é igual à soma da amortização e dos encargos financeiros (juros, comissões, entre outros), sendo periódica, sucessiva e decrescente em progressão aritmética, de razão igual ao produto da taxa de juros pela parcela de amortização. 42 Você Sabia? Se você já observou as parcelas relativas ao financiamento de uma casa, pode perfeitamente averiguar o decrescimento das parcelas do financiamento, exatamente por conta da característica do SAC. Figura 21: Principais características do SAC. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 2.4 Cálculos no Sistema de Amortização Constante Para montagem da planilha associada ao SAC seguimos as etapas descritas a seguir: Primeira Etapa: O valor da amortização (A) é dado por: A = n PV , ( I ) Onde: PV = principal (valor do empréstimo ou do financiamento); n = número de amortizações. Segunda Etapa: O saldo devedor de cada período t, (P t ), é dado por: P t = P 1t – A = A x (n – t) ( II ) 43 Terceira Etapa: O valor dos juros de cada período t, (J t ), é dado por: J t = i x P 1t , ( III ) Onde: i = taxa de juros. Quarta Etapa: O valor da prestação para cada período t, (PMT t ), é dado por: PMT t = A + J t ( IV ) Vejamos duas ilustrações envolvendo a aplicação do SAC em situações cotidianos no âmbito financeiro. Exemplo 15: A AUTO concessionária solicita um empréstimo no valor de R$100.000,00 para a compra de um terreno para a sua nova filial a ser construída no interior de São Paulo. Sendo assim, o banco libera no ato da assinatura do contrato, pelo sistema de amortização SAC. A taxa de juros cobrada pelo banco é de 6% ao mês e o principal será amortizado em 5 parcelas mensais. Pede-se: a) Construir a planilha da operação de crédito. b) Calcular o custo efetivo (mensal) do empréstimo realizado pelo Hospital AFA. Solução: De acordo com o Exemplo, temos que: PV = R$100.000,00; n = 5 meses; i = 6% ao mês = 0,06 ao mês Daí: a) Construção da planilha Vamos desenvolver as etapas descritas anteriormente: Primeira Etapa: O cálculo da amortização mensal será feito pela fórmula (I). Sendo assim, temos que: 44 A = 5 000.100 = 20.000 Logo, A = R$20.000,00/mês Segunda Etapa: O saldo devedor, após o pagamento de cada prestação mensal, é dado pela fórmula (II). Desta maneira, temos que: saldo devedor ao final do primeiro mês: P 1 = 100.000 – 20.000 = 80.000; saldo devedor ao final do segundo mês: P 2 = 80.000 – 20.000 = 60.000; saldo devedor ao final do terceiro mês: P 3 = 60.000 – 20.000 = 40.000; saldo devedor ao final do quarto mês: P 4 = 40.000 – 20.000 = 20.000; saldo devedor ao final do quinto mês: P 5 = 20.000 – 20.000 = 0. Terceira Etapa: O cálculo dos juros de cada mês é feito pela fórmula (III). Temos então que: juros do primeiro mês: J 1 = 0,06 x 100.000 = 6.000; juros do segundo mês: J 2 = 0,06 x 80.000 = 4.800; juros do terceiro mês: J 3 = 0,06 x 60.000 = 3.600; juros do quarto mês: J 4 = 0,06 x 40.000 = 2.400; juros do quinto mês: J 5 = 0,06 x 20.000 = 1.200. Quarta Etapa: O valor da prestação para cada mês é dado pela expressão (IV). Temos que: prestação ao final do primeiro mês: PMT 1 = 20.000 + 6.000 = 26.0000; prestação ao final do segundo mês: PMT 2 = 20.000 + 4.800 = 24.800; prestação ao final do terceiro mês: PMT 3 = 20.000 + 3.600 = 23.600; prestação ao final do quarto mês: PMT 4 = 20.000 + 2.400 = 22.400; 45 prestação ao final do quinto mês: PMT 5 = 20.000 + 1.200 = 21.200. A partir destas informações podemos construir a planilha da operação de crédito como segue no Quadro 01 abaixo: Quadro 01: A planilha da operação de crédito. MÊS P i A J i PMT i 0 100.000 1 80.000 20.000 6.000 26.000 2 60.000 20.000 4.800 24.800 3 40.000 20.000 3.600 23.600 4 20.000 20.000 2.400 22.400 5 0 20.000 1.200 21.200 TOTAL 100.000 18.000 118.000 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. b) Uma vez construída a planilha da operação de crédito, calculamos o seu custo efetivo mensal. O fluxo de caixa do banco é dado abaixo: Figura 22: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 46 O presente problema pode ser resolvido na HP 12C, calculando a taxa interna de retorno do fluxo de caixa acima: Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 100000 <CHS> <g> <CF 0 > -100.000,00 Valor do Empréstimo. 26000 <g> <CF j > 26.000,00 Valor do primeiro pagamento. 24800 <g> <CF j > 24.800,00 Valor do segundo pagamento. 23600 <g> <CF j > 23.600,00 Valor do terceiro pagamento. 22400 <g> <CF j > 22.400,00 Valor do quarto pagamento. 21200 <g> <CF j > 21.200,00 Valor do quinto pagamento. <f> <IRR> 6,00 Custo efetivo mensal (em %). Portanto, concluímos que o custo efetivo desta operação da AUTO concessionária será de 6% ao mês, pois a empresa não paga qualquer outro encargo financeiro ao banco, apenas a taxa de juros de 6% ao mês. Exemplo 16: Vamos trabalhar com outros tipos de cobranças nas operações de financiamento? Para tal, vamos considerar os mesmos dados do Exemplo 15 anterior, trabalhando, porém, que o banco concedeu quatro meses de carência a AUTO Concessionária e os juros serão pagos mês a mês. De outra forma, será cobrada a taxa de abertura de crédito de 0,5% sobre o valor financiado paga no ato da assinatura, bem como o IOF de 3,5% sobre o valor do financiamento é também pago no ato da assinatura do contrato. Logo, pede-se: a) Construir a planilha do financiamento. 47 b) Calcular o custo efetivo (anual) deste empréstimo. Solução: Neste caso, temos que: a) Usando os cálculos do exemplo anterior temos a planilha descrita no Quadro 02 abaixo. Quadro 02: A planilha da operação de crédito. MÊS P t A J t TAC IOF PMT t 0 100.000 *500 **3.500 4.000 1 100.000 6.000 6.000 2 100.000 6.000 6.000 3 100.000 6.000 6.000 4 80.000 20.000 6.000 26.000 5 60.000 20.000 4.800 24.800 6 40.000 20.000 3.600 23.600 7 20.000 20.000 2.400 22.400 8 0 20.000 1.200 21.200 T OTAL 100.000 36.000 500 3.500 140.000 * Taxa de abertura de crédito = TAC = 0,5% de 100.000 = 500; ** IOF = 3,5 DE 100.000 = 3.500. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. b) O fluxo de caixa do banco, para esta operação, é dado abaixo: 48Figura 23: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. O custo efetivo do empréstimo na verdade é a taxa interna de retorno do fluxo de caixa acima. Sendo assim, resolvendo na HP 12C, temos que: Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 100000 <ENTER> 4000 <– > 96000 <CHS> <g> <CF 0 > -96.000,00 Valor emprestado. 6000 <g> <CF j > 6.000,00 Valor dos fluxos do primeiro grupo. 3 <g> <N j > 3,00 Número de vezes que este valor se repete. 26000 <g> <CF j > 26.000,00 Valor do fluxo do segundo grupo. 24800 <g> <CF j > 24.800,00 Valor do fluxo do terceiro grupo. 23600 <g> <CF j > 23.600,00 Valor do fluxo do quarto grupo. 49 22400 <g> <CF j > 22.400,00 Valor do fluxo do quinto grupo. 21200 <g> <CF j > 21.200,00 Valor do fluxo do sexto grupo. <f> <IRR> 6,84 Custo efetivo mensal (em %). 100 <> 1 <+> 1,07 1 + a taxa mensal (forma unitária). 12 <y x > 1 <–> 100 <x> 121,28 Custo efetivo anual (em %). Você Sabia? Nos empréstimos realizados, na prática, é comum as instituições financeiras cobrarem o imposto sobre operações financeiras, aval, comissões, entre outros. Estes encargos adicionais aumentam a taxa de juros para o devedor, tornando indispensável o seu cálculo. Exemplo 17: Uma instituição financeira para empréstimos pessoais empresta R$300.000,00 a AUTO Concessionária nas seguintes condições: a) Juros de 18% a.a., capitalizados semestralmente. b) Carência de um ano. c) Taxa de Abertura de Crédito (TAC) de 0,75% sobre o valor financiado, pago no ato. d) Comissão de 1% sobre o saldo devedor anual. e) IOF de 2,5% sobre o valor do financiamento, pago no ato. f) Amortizações semestrais constantes. g) Prazo total do financiamento 3 anos e 6 meses. Construir a planilha de financiamento e calcular o custo efetivo anual deste empréstimo. Solução: De acordo com o enunciado do problema, temos que: 50 PV = R$300.000,00 i = 18% ao ano = 9% ao semestre (taxa efetiva semestral) Prazo de Carência = m = 1 ano = 2 semestres Prazo total do financiamento = 3 anos e 6 meses = 7 semestres Observe que o Prazo Total do Financiamento (PTF) é dado por: PTF = n + m – 1, Onde: n = o número de amortizações e m = prazo de carência Vamos considerar série de pagamentos com diferimento e termos antecipados. Logo, 7 = n + m – 1 ou 7 = n + 2 – 1 ou n = 6 semestres O valor da amortização semestral será dado por: A = 6 000.300 = 50.000 Desta maneira, temos a seguinte planilha. Quadro 03: A planilha do Exemplo 17. SEMESTRE P t A J TAC COM IOF PMT t 0 300.000 2.250 7.500 9.750 1 300.000 27.000 27.000 2 250.000 50.000 27.000 2.500 79.500 3 200.000 50.000 22.500 72.500 4 150.000 50.000 18.000 1.500 69.500 5 100.000 50.000 13.500 63.500 6 50.000 50.000 9.000 500 59.500 7 0 50.000 4.500 54.500 TOTAL 300.000 121.500 2.250 4.500 7.500 435.750 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Alguns valores da planilha foram calculados como segue: TAC = 0,75%% de 300.000 = R$2.250,00 51 Comissão: - Primeiro ano (segundo semestre) = 1% de R$250.000,00 = R$2.500,00; - Segundo ano (quarto semestre) = 1% de R$150.000,00 = R$1.500,00; - Terceiro ano (sexto semestre) = 1% de R$50.000,00 = R$500,00. IOF = 2,5% de R$300.000,00 = R$7.500,00 Agora, vamos elaborar o diagrama de fluxo de caixa na visão do banco (considerando múltiplos de R$1.000,00). Sendo assim, temos a seguinte representação gráfica: Figura 24: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Para calcularmos o custo efetivo do empréstimo na calculadora HP 12C, devemos calcular a taxa interna de retorno de caixa como segue: Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 290.25 <CHS> <g> <CF 0 > -290,25 Valor do fluxo na data zero. 27 <g> <CF j > 27,00 Valor do primeiro pagamento. 79.5 <g> <CF j > 79,50 Valor do segundo 52 pagamento. 72.50 <g> <CF j > 72,50 Valor do terceiro pagamento. 69.5 <g> <CF j > 69,50 Valor do quarto pagamento. 63.5 <g> <CF j > 63,50 Valor do quinto pagamento. 59.5 <g> <CF j > 59,50 Valor do sexto pagamento. 59.5 <g> <CF j > 59,50 Valor do sétimo pagamento. <f> <IRR> 10,29 Custo efetivo semestral (em %). 100 <> 1 <+> 1,10 1 + a taxa efetiva semestral (forma unitária). 2 <y x > 1 <–> 100 <x> 21,64 Custo efetivo anual do empréstimo (em %). 2.5 Sistema Francês de Amortização (ou Tabela Price) É comumente identificado pelos nomes “Sistema Price ou Tabela Price” ou “Sistema de Prestação Constante” e é muito utilizado nas compras a prazo de bens de consumo (com crédito direto ao consumidor) e, especificamente falando, é o mais utilizado pelas concessionárias nas operações de financiamento e empréstimos. Aqui o sistema estipula que as prestações devem ser iguais, periódicas e sucessivas. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes e as parcelas de amortização assumem valores crescentes. A soma dessas duas parcelas permanece sempre igual ao valor da prestação. Com o auxílio de sua calculadora HP 12C, pode-se obter facilmente as parcelas de capital (amortização) e as de juros, correspondentes a cada prestação, o saldo devedor após cada pagamento, à soma das parcelas de juros 53 consecutivas e o valor das amortizações acumuladas até certo período. Em verdade, o que devemos observar para não cometermos equívocos no mercado é que , o Sistema Price apresenta as seguintes características: a) Quando a taxa de juros for anual, com pagamento mensal, semestral ou trimestral, usa-se a taxa proporcional ao período de pagamento. b) Quando a taxa de juros for mensal, com pagamento semestral, trimestral ou anual, usa-se a taxa equivalente ao período de pagamento. Saiba Mais! Sistema Price – normalmente os juros vão diminuindo à medida que os períodos vão decorrendo, ao contrário da amortização, que vai aumentando. Figura 25: Principais características da tabela Price. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Exemplo 18: Um empréstimo de R$70.000,00 feito pela AUTO Concessionária deve ser liquidado em 5 prestações mensais, pelo Sistema Price, sendo que a primeira prestação do financiamento vence um mês após a data de assinatura do contrato. A taxa de juros cobrada é de 36% ao ano. Desta forma, pede-se para calcular o valor das prestações, os valores das parcelas de amortizações, as parcelas de juros de cada prestação e o saldo devedor após cada pagamento e construir a planilha do empréstimo. 54 Solução: Neste caso, usaremos a função amarela AMORT que permite o desdobramento das prestações iguais (PMT) em amortizações e juros. Com esta função, poderemos calcular, também, o total de juros e amortizações entre duas prestações. Dessa maneira, na calculadora HP 12C, podemos resolver o exemplo procedendo conforme é mostrado a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 70000 <CHS> <PV> 70.000,00 Valor emprestado. 5 <n> 5,00 Número de prestações mensais. 3 <i> 3,00 Taxa de juros mensal (usamos a taxa proporcional ao período) (Ver observação acima). <PMT> 15.284,82 Valor das prestações mensais. 1 <f> <AMORT> 2.100,00 Juros referentes à primeira prestação. <x <>y> 13.184,82 Amortização referente à primeira prestação. RCL <PV> -56.815,18 Saldo devedor após o pagamento da primeira prestação. 1 <f> <AMORT> 1.704,46 Juros referentes à segunda prestação. <x <>y> 13.580,36 Amortização 55 referente à segunda prestação. RCL <PV> -43.234,82 Saldo devedor após o pagamento da segunda prestação. 1 <f> <AMORT> 1.297,04 Juros referentes à terceira prestação. <x <>y> 13.987,78 Amortização referente à terceira prestação. RCL <PV> -29.247,04 Saldo devedor após o pagamento daterceira prestação. 1 <f> <AMORT> 877,41 Juros referentes à quarta prestação. <x <>y> 14.407,41 Amortização referente à quarta prestação. RCL <PV> -14.839,63 Saldo devedor após o pagamento da quarta prestação. 1 <f> <AMORT> 445,19 Juros referentes à quinta prestação. <x <>y> 14.839,63 Amortização referente à quinta prestação. RCL <PV> -0,00 Saldo devedor. De acordo com os cálculos acima, podemos construir a seguinte planilha do empréstimo: Quadro 04: A planilha do Exemplo 18. MÊS P t A J t PMT t 56 0 70.000 1 56.815,18 13.184,82 2.100 15.284,82 2 43.234,82 13.580,36 1.704,46 15.284,82 3 29.247,04 13.987,78 1.297,04 15.284,82 4 14.839,63 14.407,41 877,41 15.284,82 5 0,00 14.839,63 445,19 15.284,82 TOTAL 70.000,00 6.424,10 76.424,10 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Importante! Os dados do Exemplo (PV, n e i) podem ser introduzidos em qualquer ordem. O fluxo de caixa na visão da instituição financeira é dado abaixo. Figura 26: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Exemplo 19: Um empréstimo de R$90.000,00 feito pela AUTO Concessionária deve ser liquidado em 4 prestações trimestrais, pelo Sistema Price, a uma taxa de juros de 3,5% ao mês. Caracterizar a planilha do empréstimo. Solução: Observe que neste caso, temos que: PV = 90.000,00 n = 4 trimestres i = 3,5% ao mês = 0,035 ao mês 57 Além disso, da teoria sobre taxas sabemos que a taxa trimestral composta equivalente a 3,5% ao mês é dada por i t = 10,87% ao trimestre. Resolvendo o Exemplo pela calculadora HP 12C (função amarela AMORT), temos que: Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 90000 <CHS> <PV> -90.000,00 Valor emprestado. 4 <n> 4,00 Número de prestações trimestrais. 10.87 <i> 10,87 Taxa de juros trimestral (usamos a taxa equivalente composta). <PMT> 28.928,89 Valor das prestações trimestrais. 1 <f> <AMORT> 9.783,00 Juros referentes à primeira prestação. <x <>y> 19.145,89 Amortização referente à primeira prestação. RCL <PV> -70.854,11 Saldo devedor após o pagamento da primeira prestação. 1 <f> <AMORT> 7.701,84 Juros referentes à segunda prestação. <x <>y> 21.227,05 Amortização referente à segunda prestação. RCL <PV> -49.627,06 Saldo devedor após o pagamento da 58 segunda prestação. 1 <f> <AMORT> 5.394,46 Juros referentes à terceira prestação. <x <>y> 23.534,43 Amortização referente à terceira prestação. RCL <PV> -26.092,62 Saldo devedor após o pagamento da terceira prestação. 1 <f> <AMORT> 2.836,27 Juros referentes à quarta prestação. <x <>y> 26.902,62 Amortização referente à quarta prestação. RCL <PV> -0,00 Saldo devedor. Portanto, temos a planilha mostrada no Quadro 05. Quadro 05: A planilha do Exemplo 19. TRIMESTRE P t A J t PMT t 0 90.000 1 70.854,11 19.145,89 9.783,00 28.928,89 2 49.627,06 21.227,05 7.701,84 28.928,89 3 26.092,62 23.534,43 5.394,46 28.928,89 4 0,00 26.092,62 2.836,27 28.928,89 TOTAL 90.000,00 25.715,57 115.715,57 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. O fluxo de caixa da instituição financeira é: 59 Figura 27: A interpretação geométrica do exemplo. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Exemplo 20: A AUTO Concessionária financiou a compra de um componente médico em 6 prestações mensais, iguais e sucessivas, pelo Sistema Francês, vencendo a primeira prestação 30 dias após a compra. Sabendo-se que o valor financiado é de R$650,00 e que a taxa de juros da loja é de 4,5% ao mês, calcular o valor da prestação mensal e construir a planilha da operação. Solução: Neste caso, temos que: PV = R$650,00 n = 6 meses i = 4,5% ao mês PMT = ? Resolvendo na HP 12C, temos: Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 650 <CHS> <PV> -650,00 Valor financiado. 6 <n> 6,00 Número de 60 prestações mensais. 4.5 <i> 4,50 Taxa de juros mensal. <PMT> 126,02 Valor das prestações mensais. Agora, vamos construir a planilha do financiamento através da função AMORT. Quadro 06: A Planilha do Exemplo 20. MÊS P t A J t PMT t 0 650,00 1 -553,23 96,77 29,25 126,02 2 -452,10 101,13 24,90 126,02 3 -346,43 105,68 20,34 126,02 4 -236,00 110,43 15,59 126,02 5 -120,59 115,40 10,62 126,02 6 0,00 120,59 5,43 126,02 TOTAL 650,00 106,13 756,13 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. O fluxo de caixa da loja está representado logo abaixo: Figura 28: A interpretação geométrica do exemplo. 61 Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Para calcularmos o custo efetivo mensal desta operação, procede-se como é mostrado na sequência, via HP 12C. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 650 <CHS> <g> <CF 0 > -650,00 Valor financiado. 126.02 <g> <CF j > 126,02 Valor da prestação mensal. 6 <g> <N j > 6,00 Número de prestações mensais. <f> <IRR> 4,50 Custo do empréstimo (em %). 2.6 Sistema de Amortização Misto (SAM) Em termos históricos pode-se dizer que o Sistema de Amortização Misto (SAM) foi desenvolvido originalmente para as operações de financiamento do Sistema Financeiro de Habitação. Cabe ressaltar que nos dias atuais é conhecido também pela nomenclatura Sistema de Amortizações Crescentes (SACRE). Em verdade, sem grandes dificuldades, pode ser encarado como a média aritmética entre o Sistema Francês (SAF) ou Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC), daí explicando-se a sua própria denominação. Para cada um dos valores de seu plano de pagamentos, deve-se somar aqueles obtidos pelo SAF com os do SAC e efetuar a divisão por dois. Segundo Samanez (2007), aproximadamente até a metade do período de financiamento, as amortizações são menores do que as do Sistema Price. Como decorrência, a queda do saldo devedor é mais acentuada e são menores as chances de resíduo ao final do contrato, como pode ocorrer no Sistema Price. Uma das desvantagens do SAM é que suas prestações iniciais são ligeiramente mais altas que as do Price. Contudo, após a metade do período, o mutuário 62 sentirá uma queda substancial no comprometimento de sua renda com o pagamento das prestações. Figura 29: O sistema de amortização SAM. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. 2.7 Comparações entre o SAC, SAF e SAM Vejamos na Figura 30 a seguir, uma comparação geométrica entre os valores dos três Sistemas de Amortização discutidos anteriormente. Figura 30: Gráfico comparativo entre os três Sistemas de Amortização. Fonte: Samanez (2007). Exemplo 21: Um cliente de uma concessionária realiza um empréstimo no Banco AFA no mês ano de 2014 no valor de R$90.000,00. O mesmo foi pago em 12 prestações mensais, a juros efetivos de 6% ao mês utilizando o Sistema Misto 63 de Amortização. Qual foi o valor de cada uma das parcelas pagas pelo cliente? Qual o valor das prestações de amortização? Solução: Já sabemos que no sistema SAM as suas prestações devem ser consideradas como a média aritmética envolvendo as parcelas do SAC e do PRICE, sendo assim, devemos calcular as prestações via SAC e PRICE, para que na sequência calculemos a média aritmética entre tais valores obtidos. Cálculo das Prestações via PRICE: conforme fizemos anteriormente, vamos determinar tais prestações utilizando a HP 12C, logo, temos a seguinte disposição de passos mostrada na tabela a seguir. Tecla Visor Descrição <f> <REG> 0,00 Limpa os registradores. 90000 <CHS> <PV> 90.000,00 Valor financiado. 12 <n> 12,00 Número de prestações. 6 <i> 6,00 Taxa mensal de juros. <PMT> 10.734,932 Valor da prestação. Cálculo das Prestações via SAC: para o cálculo das prestações via o SAC, vamos utilizar as fórmulas características discutidas anteriormente, obtendo assim a planilha descrita na tabela a seguir. MÊS Saldo DevedorAmortização Juros Prestação 0 90.000,00 -------- -------- -------- 1 82.500,00 7.500,00 5.400,00 12.900,00 2 75.000,00 7.500,00 4.950,00 12.450,00 3 67.500,00 7.500,00 4.500,00 12.000,00 4 60.000,00 7.500,00 4.050,00 11.550,00 5 52.500,00 7.500,00 3.600,00 11.100,00 6 45.000,00 7.500,00 3.150,00 10.650,00 7 37.500,00 7.500,00 2.700,00 10.200,00 64 8 30.000,00 7.500,00 2.250,00 9.750,00 9 22.500,00 7.500,00 1.800,00 9.300,00 10 15.000,00 7.500,00 1.350,00 8.850,00 11 7.500,00 7.500,00 900,00 8.400,00 12 0 7.500,00 450,00 7.950,00 TOTAL ------ 90.000,00 ------ ------ Sendo assim, tendo os valores das prestações no SAC e no PRICE e, agora somamos em cada período as mesmas e dividimos por 2 (média aritmética) para caracterizarmos os valores das prestações no sistema SAM, como mostramos na tabela a seguir. MÊS Prestação (SAC) Prestação (PRICE) Prestação 0 -------- -------- -------- 1 12.900,00 10.734,932 11.817,47 2 12.450,00 10.734,932 11.592,47 3 12.000,00 10.734,932 11.367,47 4 11.550,00 10.734,932 11.142,47 5 11.100,00 10.734,932 10.917,47 6 10.650,00 10.734,932 10.692,47 7 10.200,00 10.734,932 10.467,47 8 9.750,00 10.734,932 10.242,47 9 9.300,00 10.734,932 10.017,47 10 8.850,00 10.734,932 9.792,47 11 8.400,00 10.734,932 9.567,47 12 7.950,00 10.734,932 9.342,47 A partir do momento em que determinamos as prestações do sistema SAM, passamos ao cálculo do esquema de amortização do financiamento feito. Dessa maneira, no sistema SAM, os juros são calculados, mês a mês, sobre o valor do 65 saldo devedor do período anterior e, a amortização pela diferença entre os valores da prestação e dos juros. Note que é semelhante ao que fizemos no sistema PRICE. Além disso, observe que no sistema SAM a prestação se mostrará de forma uniformemente decrescente, como acontece no sistema SAC. Os valores dos juros e das prestações de amortização são mostradas na tabela a seguir. MÊS Saldo Devedor Prestação Juros (6% ao mês) Amortização 90.000,00 -------- -------- -------- 1 83.582,53 11.817,47 5.400,00 6.417,47 2 77.005,01 11.592,47 5.014,95 6.577,52 3 70.257,84 11.367,47 4.620,30 6.747,17 4 63.330,84 11.142,47 4.215,47 6.927,00 5 56.213,22 10.917,47 3.799,85 7.117,62 6 48.893,55 10.692,47 3.372,79 7.319,68 7 41.359,69 10.467,47 2.933,61 7.533,86 8 33.598,80 10.242,47 2,481,58 7.760,89 9 25.597,26 10.017,47 2.015,93 8.001,54 10 17.340,62 9.792,47 1.525,84 8.256,63 11 8.813,59 9.567,47 1.040,44 8.527,03 12 (0,06) 9.342,47 528,82 8.813,65 TOTAL ------ 90.000,00 ------ 90.000,00 2.8 Sistema Americano de Amortização (SAA) É muito utilizado em financiamentos internacionais é um tipo de pagamento de empréstimos que se caracteriza pelo pagamento apenas dos juros da dívida (juros sendo pagos periodicamente), deixando o valor da dívida constante, que pode ser paga em apenas um único pagamento. Em outras palavras, é um tipo de quitação de empréstimo que favorece aqueles que desejam pagar o valor principal através de uma única parcela, porém os juros devem ser pagos https://pt.wikipedia.org/wiki/Juro https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADvida https://pt.wikipedia.org/wiki/Pagamento 66 periodicamente ou, dependendo do contrato firmado entre as partes, os juros são capitalizados e pagos junto ao valor principal. Saiba Mais? Qual seria uma desvantagem do SAA? Em verdade, podemos dizer que a desvantagem do SAA é que o pagamento de juros pode, em tese, ser perpétuo mesmo quando já se pagou o equivalente à dívida em si. Para tal, basta que o número de prestações exceda 100% quando da soma dos juros simples. Vejamos um exemplo ilustrativo da aplicação do sistema americano de amortização. Exemplo 21: Um cliente de uma concessionária faz um empréstimo no valor de R$800.000,00 no Banco AUTO através do Sistema Americano (SAA). O cliente propõe-se a devolver o principal daqui a dois anos, pagando semestralmente somente os juros a taxa de 4% ao semestre. Montar a planilha associada do financiamento realizada pelo cliente através do sistema de amortização americano. Solução: De acordo com o enunciado e através de cálculos diretos podemos montar a planilha como nos mostra a tabela a seguir. Semestre Saldo Devedor Amortização Juros (4% a.s.) Prestação 0 800.000,00 -------- -------- -------- 1 652.298,30 147.701,70 32.000,00 179.701,70 2 498.688,53 153.609,77 26.091,93 179.701,70 3 338.934,37 159.754,16 19.947,54 179.701,70 4 172.790,04 166.144,33 13.557,37 179.701,70 5 -------- 172.790,04 6.911,60 179.701,70 TOTAL ------ 800.000,00 98.508,44 898.508,44 67 REFERÊNCIAS BRUNI, Adriano L; FAMÀ, Rubens. Matemática Financeira: com HP 12C e Excel. São Paulo: Atlas, 2003. CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Noções Básicas de Matemática Comercial e Financeira - 3ª edição rev., atual. e ampl.. Curitiba: Ibpex, 2011. FARIA, Rogerio Gomes de. Matemática Comercial e Financeira. 5 ed.. São Paulo: Makron Books, 2000. FILHO, Nelson Casarotto & KOPITTKE, Bruno H. Análise de Investimentos. 9ªEdição. São Paulo: Editora Atlas, 2000. FRANCISCO, Walter de. Matemática Financeira. 7 ed.. São Paulo: Atlas, 1991. GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática Financeira com HP 12C e Excel: uma abordagem descomplicada - 2 ed.. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. HALFELD, M. Como Administrar seu Dinheiro. São Paulo: Fundamento Educacional, 1998. HAZZAN, S. Matemática Financeira. São Paulo: Saraiva, 2005. HORNGREN, Charles T. ET AL. Contabilidade de custos. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1997. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação Aplicada. 3 Edição. Porto Alegre: Bookman, 2001. PADOVEZE, Clóvis L.; BENEDITO, Gideon C. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. POLO, E. F. Engenharia das operações financeiras pela HP- 12C. São Paulo: Atlas, 2000. PUCCINI, Abelardo de Lima. Matematica financeira. 6 ed.. São Paulo: Saraiva, 2000. RAGSALE, Cliff T. Modelagem e Análise de Decisão. Edição Revisada. São Paulo: Cengage Linerning, 2009. SAMANEZ, Carlos P. Matemática Financeira: aplicações à análise de investimentos. 4 Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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