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SUMÁRIO 1 TURISMO EM PERSPECTIVA: O CENÁRIO E A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO BRASIL E NO MUNDO ....................................................................... 3 2 O TURISMO E AS ÁREAS DE CONHECIMENTO: .................................... 6 3 O TURISMO NO BRASIL ............................................................................ 6 4 A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO ENSINO E NA PESQUISA, E SEU INTER-RELACIONAMENTO COM OUTRAS CIÊNCIAS. ........................................... 8 5 TURISMO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................ 10 6 CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................ 12 7 AS RELAÇÕES ENTRE O LAZER E O TURISMO ................................... 13 8 COMO ENTENDER O TURISMO COMO LAZER .................................... 15 9 TURISMO: NEGÓCIO E CULTURA ......................................................... 15 10 FORMAS E TIPOS DE TURISMO ......................................................... 16 10.1 Turismo Religioso: .......................................................................... 16 10.2 Turismo de Massa: .......................................................................... 17 10.3 Turismo de Incentivo: ...................................................................... 18 10.4 Turismo Cultural: ............................................................................. 19 10.5 Turismo de Eventos: ....................................................................... 19 10.6 Turismo de Estudos: ....................................................................... 20 10.7 Agroturismo: .................................................................................... 22 10.8 Turismo Rural: ................................................................................. 23 10.9 Turismo Náutico: ............................................................................. 26 10.10 Turismo Ecológico: ......................................................................... 27 10.11 Turismo de Aventura: ...................................................................... 29 11 MERCADO TURÍSTICO ........................................................................ 30 11.1 Preço: .............................................................................................. 31 11.2 Liberdade: ....................................................................................... 31 11.3 Heterogeneidade: ............................................................................ 32 12 TIPOS DE MERCADO ........................................................................... 32 12.1 Competição perfeita: ....................................................................... 32 12.2 Competição imperfeita: ou monopolística: ...................................... 32 12.3 Monopolística: ................................................................................. 33 12.4 Oligopólio: ....................................................................................... 33 13 DEMANDA TURÍSTICA ......................................................................... 33 14 CONSUMIDOR DE PRODUTOS TURÍSTICOS .................................... 34 15 OFERTA TURÍSTICA ............................................................................ 35 16 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................. 35 17 FATORES QUE INFLUENCIAM A OFERTA TURÍSTICA ..................... 37 18 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO TURÍSTICO ..................................... 38 19 DEMANDA TURÍSTICA ......................................................................... 39 BIBLIOGRAFIA: .............................................................................................. 46 1 TURISMO EM PERSPECTIVA: O CENÁRIO E A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO BRASIL E NO MUNDO Fonte:patkovacs.blogspot.com O Homem sempre se locomoveu de um lugar a outro motivado por fatores diversos, que no princípio foi apenas em busca de subsistência. Conforme o Ser Humano evoluía, também evoluíam suas necessidades e motivações. Não mais apenas por sobrevivência (andanças em busca de caça, terras férteis, localidades mais seguras etc.), mas também motivado por vários outros novos fatores, desde peregrinações religiosas até avançando com a guerra. Por ser uma criatura naturalmente migratória, o Homem começou a se organizar para atender à demanda de viajantes desde a Antiguidade, embora fosse de uma forma rudimentar. Porém, apenas no Século XX que a atividade turística e sua organização ganham contornos mais elaborados. Com a Ciência e Tecnologia em franca expansão, levando certa qualidade de vida às pessoas, uma consequência benéfica da Revolução Industrial, o Homem se tornou mais livre para se locomover com mais facilidade e rapidez: desenvolvimento dos meios de transporte, especialmente os veículos sobre trilhos; maior tempo livre proporcionado pela regulamentação dos direitos dos trabalhadores; distribuição de renda mais equilibrada, especialmente para a nova classe social, a dos trabalhadores industriais. Tudo isso serviu de contribuição para um maior tempo livre que podia ser gasto com o ócio, o lazer, a diversão, ou investido em estudos, pesquisas ou negócios. O Turismo nos leva a uma visão das possibilidades que esta atividade nos proporciona. E quando falamos em possibilidades, abre-se um horizonte infindável de oportunidades em que se pode atuar. Identificar essas possibilidades e transformá-las em oportunidades é o que separa aqueles que realizam daqueles que ficam somente no campo das ideias. O Turismo em Perspectivas é saber enxergar as oportunidades de gerar negócios movimentando a cadeia produtiva, envolvendo assim diversos atores da sociedade urbana ou rural, aquecendo a economia da região, e fomentando o desenvolvimento. Fonte:www.fecomercio.com.br Saber enxergar as perspectivas não está em sonhar com o Turismo como principal ferramenta motora do desenvolvimento (e isso pode até ocorrer em localidades onde vários fatores contribuam para isso), mas sim em ter a consciência que o Turismo pode contribuir com uma parcela da prosperidade de uma determinada localidade. Sociedades que desenvolvem uma consciência equilibrada e sensata do Turismo em suas perspectivas, são sociedades com visão de futuro de longo prazo, e aqui podemos citar alguns bons exemplos, focando apenas no Turismo de Natura: Foz do Iguaçu, Pantanal-Bonito, Bahia, Costa Rica, Nova Zelândia e outros mundo afora. E estamos falando somente de produtos de natureza, mas não se deve esquecer de outros diversos segmentos, como, por exemplo, o religioso (Aparecida, Fátima, Terra Santa, etc.), e por aí vai. Algumas sociedades conseguiram ver no turismo uma rentável relação com esse mercado. Os dados do Ministério do Turismo mostram que o Brasil atingiu a marca dos 6 milhões anuais de turistas visitando nosso país, um número pífio e insignificante para as dimensões e atrativos que possuímos. Falamos até agora no Turismo em Perspectivas, mas quais as Perspectivas em Turismo? A Copa do Mundo nos colocou na vitrine internacional em 2014, as Olimpíadas, em 2016, e isso reforça ainda mais nossa exposição internacional. Seria maravilhoso e perfeito se estas perspectivas trouxessem resultados mais proveitosos e duradouros, que deixassem um legado que durasse um longo prazo. Seria um sonho, uma utopia? Os fatos nos responderão. Sendo o turismo uma atividade complexa, é preciso que este necessite de pesquisa para analisar suas indicações. Para se compreender melhor o turismo, vários pesquisadores realizaram estudos independentes visando estabelecer seus fundamentos. A compreensão de que o Turismo entrelaça várias áreas de estudo das áreas de ciências humanas é ponto primordial para odesenvolvimento de pesquisa. Seu campo de estudos é muito amplo não possuindo método próprio de pesquisa, mas utiliza métodos de outras disciplinas. Um estudioso do turismo não pode deixar de levar em consideração questões ambientais, sociais, culturais, legais, econômicas, que envolvem um problema e um destino turístico. É por este motivo que disciplina como Direito, Geografia, Antropologia, Sociologia, entre outras precisam ser discutidas e aprofundadas na matriz curricular dos cursos de Turismo. 2 O TURISMO E AS ÁREAS DE CONHECIMENTO: Sabendo que o Turismo depende de outras ciências para construir um conhecimento sobre o fenômeno em seus mais variados aspectos, podemos perceber a integração e dependência que o turismo tem com as ciências econômicas, sociais, humanas, espaciais, biológicas, exatas entre outras, além da necessidade e aplicação nos campos da comunicação, da administração, contabilidade, urbanísticas. Fonte:www.fecomercio.com.br Tendo como exemplo o conhecimento da sociologia e da psicologia que proporciona estudos das motivações e demonstrações do deslocamento humano, do comportamento do homem em grupo das atitudes e hábitos em função de viagens e o contato com viajantes. 3 O TURISMO NO BRASIL A atividade turística no Brasil começou a se desenvolver na década de 1990, devido à estabilidade econômica que tirou o país de um abismo financeiro. Outros fatores que contribuíram para a abertura do país à atividade turística foram: a natural potencialidade do Brasil, com sua natureza diversificada e exuberante, sua cultura miscigenada e seu rico folclore; o financiamento de projetos nacionais por capitais estrangeiros; o interesse do governo em promover a atividade turística, iniciando com a criação da Política Nacional de Turismo, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, posteriormente com a criação do Ministério do Turismo, em 2003, pelo presidente Lula; o crescimento da renda dos brasileiros; investimento na propaganda positiva do Brasil no próprio país e no mundo; capacitação de mão de obra; investimentos na infraestrutura. Fonte:blog.osmosqueteiros.com.br A Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, é o departamento de turismo criado em 1966 e hoje está vinculado ao Ministério do Turismo. Atualmente, suas atribuições vão desde a fomentação de atividades turísticas por todo o país até o apoio na comercialização de produtos e serviços, tanto dentro quanto fora do Brasil. Mesmo com tantos investimentos na área e criações de projetos turísticos, o Brasil ainda está muito abaixo na estatística de receptividade de turistas estrangeiros, em relação a diversos outros países como França, Espanha, EUA e até Arábia Saudita. Porém, não basta apenas investimentos e criação de políticas para a área, pois é necessário melhorar as condições do país num todo. Questões como segurança pública; infraestrutura das cidades; condições das estradas e rodovias; melhor organização dos aeroportos e qualidade/quantidade de voos, melhoria na qualidade dos serviços oferecidos; transportes públicos eficientes; e diminuição da carga tributária, são de relevante importância para atrair turistas ao Brasil, seja para turismo de lazer, negócios, ecológico e cultural. O maior contingente de turistas estrangeiros no Brasil provém da Argentina, EUA, Portugal, Itália, Chile, Alemanha, Japão, entre outros. Sendo que as cidades mais visitadas são Rio de Janeiro e São Paulo (no turismo motivado por lazer e negócio), Foz do Iguaçu, Florianópolis e Salvador (turismo de lazer), Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte (turismo de negócios). Fonte: www.google.com.br 4 A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO ENSINO E NA PESQUISA, E SEU INTER- RELACIONAMENTO COM OUTRAS CIÊNCIAS. A matéria prima do Turismo é o mundo inteiro e o seu objetivo é o Ser Humano. Dada essa vastidão complexa, não é possível restringi-lo a uma disciplina. O fenômeno do Turismo precisa ser analisado e pesquisado dentro de um campo de estudos, utilizando-se de todas as disciplinas em que se pode extrair conhecimentos para o entendimento e a organização dele. O Turismo faz interligação com as Ciências econômicas, sociais, humanas, espaciais, biológicas, exatas, com aplicações nas áreas da comunicação, administração, contabilidade etc. Dentre as áreas de conhecimento que podem ser utilizadas no estudo do Turismo, as mais influentes são: Economia, sobre os efeitos e resultados dos gastos dos turistas que podem contribuir para o desenvolvimento da área visitada; Sociologia, para entender as interações sociais entre residentes e turistas; Psicologia, para compreender as personalidades no contexto social e o comportamento do homem em grupo e em função da viagem; Geografia, para o estudo das relações espaciais e melhor utilização dos recursos naturais; Cartografia, para localização e planejamento do espaço que é objeto de turismo; Antropologia, a fim de conhecer o desenvolvimento e a evolução das formas de lazer do homem ao longo dos tempos; História da Cultura, que envolve folclores locais, em suas diversas manifestações – dança, música, artesanato, manifestações populares em festas etc.; Estatística, para analisar os resultados e consequências obtidas com a movimentação dos viajantes; Econometria, utilizando-se da Estatística; Matemática e Economia para traduzir em números os objetos de estudo e pesquisa; História, que é essencial para o Turismo, para conhecer e compreender a História Geral de uma localidade e utiliza-se disso como atrativo turístico; Direito e Legislação, essencial para a orientação, fiscalização e legislação de passaportes e vistos, proteção de bens materiais e imateriais, proteção aos turistas estrangeiros, à trabalho, passageiros clandestinos, legislação ambiental para proteção da flora e fauna locais, delimitando direitos e deveres dos visitantes; Informática, porque o mundo presente e futuro é dentro da Tecnologia da Informação; Comunicação e Marketing, essencial para o planejamento do Turismo enquanto um produto de consumo. 5 TURISMO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES A maioria das pessoas já fizeram turismo em outro lugar distante do lugar onde reside e muitos ainda não pensaram no significado da palavra turismo. Viajaram para outros lugares, passearam pelo campo e banhara-se em lindas praias, hospedara-se em hotéis, visitaram parentes distantes. Fazendo turismo mesmo sem saber o significado do termo, trouxeram na bagagem lembranças e muitas fotos para a posteridade e para mostrar para os amigos e familiares. Mesmo sendo um turista não pararam para pensar o que é turismo realmente. Fonte:netcult.com.br O turismo pode ser conceituado como um conjunto de ações realizadas por uma ou mais pessoas durante uma viagem e estadia num lugar diferente ao que está acostumado a ver todos os dias. Se uma pessoa passou fora de casa um período curto, não superior a um ano e não estava a trabalho, o que estava fazendo provavelmente seria turismo. Nos dias atuais o turismo é uma das indústrias de mais considerada importância no mundo. Faz-se turismo para descansar, com motivos culturais, com interesse cultural, a negócios ou simplesmente por puro ócio. A indústria do turismo não pertence aos dias atuais; essa atividade vem de muito tempo atrás, mas foi definida como tal somente a pouco tempo como um tipo de atividade econômica considerada independente. O turismo abarca uma variedade grande de setores da economia e de disciplinas acadêmicas. Definir turismo, devido a que é um termo difícil de conceituar, não é uma tarefa considerada fácil. Um conceito que cabe muito bem como turismo é aquele que faz uma descrição sobre o conceito que analisa o turismo como aquelas deslocações de caráter curto e temporário que as pessoas realizam fora do ambiente que está acostumado a ver. Podemos ficar com esse conceitocomo um conceito correto devido à sua rotunda forma de explicar o que é o turismo. Porém, no setor econômico se pode definir como turismo aquelas atividades que envolvem o consumo; na psicologia se realizariam certas análises que partissem dos comportamentos turísticos; e se nos referimos a termos mais precisos como os termos geológicos, a definição principal teria como base o território, as propriedades do mesmo e outras questões que façam referência à sua área de trabalho. O turismo, tal como o conhecemos atualmente, nasceu no século XIX na sequência da Revolução Industrial, que possibilitou as deslocações tendo por objetivo o descanso, o ócio, ou ainda motivos sociais ou culturais. Anteriormente, as viagens prendiam-se mais com a atividade comercial, os movimentos migratórios, as conquistas e as guerras. Recuando no tempo, há que ter em conta que, na Grécia Antiga, já existia uma incipiente atividade turística com as Olimpíadas (ou Jogos Olímpicos) já que, de quatro em quatro anos, milhares de pessoas se deslocavam para assistir ao evento. Considera-se que o inglês Thomas Cook terá sido o pioneiro no turismo enquanto atividade comercial. Em 1841, levou a cabo a primeira viagem organizada da história, um antecedente daquilo que hoje é um pacote turístico. Uma década mais tarde, fundou a primeira agência de viagens do mundo: a Thomas Cook and Son. Hoje em dia, o turismo é uma das principais indústrias a nível global. Pode-se estabelecer uma diferença entre o turismo de massa (um grupo de pessoas agrupado por um operador turístico) e o turismo individual (viajantes que decidem as suas atividades e itinerários sem intervenção de operadores). Por outro lado, existem quase tantos tipos de turismo como interesses humanos. Dito isto, podemos mencionar o turismo cultural (pessoas que se deslocam para conhecer marcos artísticos ou históricos), turismo de consumo (excursões organizadas com o objetivo principal de adquirir produtos), turismo de formação (relacionado com os estudos), turismo gastronómico (para desfrutar da comida tradicional de um determinado local), turismo ecológico (baseado no contato não invasivo com a natureza), turismo de aventura (para praticar desportos de risco/de aventura de carácter recreativo), turismo religioso (relacionado com acontecimentos de carácter religioso) e inclusive o turismo espacial (negócio recente que organiza viagens para o espaço). 6 CONCEITOS BÁSICOS Fonte: www.hardmusica.pt Veranista: Indivíduos que habitualmente passa o verão fora do local onde reside. Viajante: São os indivíduos que se deslocam entre dois ou mais lugares dentro ou fora do país. Visitante: São as pessoas que se deslocam para um lugar diferente de onde mora. O tempo de permanência deve ser inferior a 12 meses. Excursionista: Todo o indivíduo que em sua viagem permanece um tempo inferior a 24 horas fora do local em que residência, mas sem pernoitar. Com a finalidade de recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinação religiosa ou negócio. Turistas: Toda pessoa, sem discriminação de etnia, sexo ou religião entra em um território contratante diferente do local de residência, com um prazo superior a 24 horas e inferior a 12 meses com o objetivo de lazer, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinação religiosa ou negócio. 7 AS RELAÇÕES ENTRE O LAZER E O TURISMO O turismo se reveste sempre numa conotação lúdica que o aproxima do lazer, sem mencionar as férias, tido como “tempo nobre” do lazer, esta última associada tanto ao lazer quanto ao turismo. O que se nota é que muitos fazem uma grande confusão e tem o turismo como parte integrante do lazer e vice-versa. Mas faz-se necessário, segundo rever certos conceitos efetivamente inter-relacionados e que guardam, dentro das suas dinâmicas, instâncias específicas a um e irredutíveis a ambos. Fonte:www.dedicatoturismo.com.br O lazer engloba três grupos de atividade e campos de negócios, sendo: a) Aquele baseado na mídia ou desenvolvido dentro de casa, como, a audiência de rádio e TV, discos, jornais e revistas, livros, e o videogame, computador e internet. b) O baseado nas relações com os outros e o meio ambiente dentro da própria cidade, com destaque para a frequência a parques, academias de ginástica, flanar e shopping-centers, teatro, cinema, bares, restaurantes, danceterias e similares. c) E o baseado na viagem e/ou hospedagem fora do destino de origem. Dos grupos mencionados, o terceiro evidentemente confunde-se com o turismo propriamente dito, o que leva à constatação de que o “turismo é o nome que se dá ao lazer desenvolvido fora da cidade onde se mora”, embora, haja formas de turismo que não se confunde com lazer. No entanto, o lazer turístico é aquele que envolve um deslocamento físico da cidade onde o indivíduo reside, tendo-se em vista seu perfil e peso no contexto global das práticas de lazer. Pode-se dizer que: a) Do ponto de vista cultural é tida como uma das formas culturalmente mais ricas e desejadas sob a ótica do lazer. b) No tocante à questão social, contudo, o turismo não é o mais relevante, porque ainda no país não há uma política de valorização que beneficie o lazer da melhor idade. c) Do ponto de vista econômico, as práticas turísticas vêm ganhando notoriedade muito mais que o próprio tempo de lazer. Contudo, o autor demonstra com sabedoria e sobriedade, a preocupação da sociedade com o meio em que vive o que remete à visão ao desenvolvimento do turismo de forma sustentável. d) Fundamentado na política, o peso do lazer turístico é maior do que o lazer em si, em face à própria condição socioeconômica de quem o pratica, daí a existência de faculdades de turismo e não de lazer-recreação, que ultimamente vem sendo criadas em face à evidência do maior peso político do lazer turístico. Desta forma, conclui que nem tudo que é lazer reduz-se ao turismo, ou seja, o turismo é tido como uma parcela de lazer, pouco significa quantitativamente, mas de grande potencial qualitativo e grande importância econômica. Desde os primórdios, as viagens e deslocamentos de grandes massas humanas sempre foram uma constante. As migrações populacionais aconteceram por vezes vitimadas pelas guerras e conflitos, por outras por circunstâncias religiosas e cívicas. Contudo, o turismo moderno se fortaleceu no século passado, devido ao deslocamento humano que deixou de ser uma contingência dos momentos difíceis ou especiais para enfim afirmar-se como lazer e entretenimento. Daí pode afirmar que o fenômeno turístico surgiu como uma atividade de lazer, como experimento distante do domicílio habitual. Numa segunda conclusão, a afirmação de que o turismo não se reduz ao lazer, parte da consideração de que uma parcela dos deslocamentos turísticos advém de expectativas oriundas das dimensões, sócio profissionais, sócio familiares, sócio religiosas e de saúde da vida dos indivíduos, fundamentadas pelas obrigações decorrentes, mesmo que contaminadas por valores e expectativas nascidas do lazer. Cinco contribuições importantes para o profissional de turismo, advindas da sociologia do lazer, podem dinamizar a condição socioeconômica e cultural do moderno fenômeno das viagens de massa, no tocante à questão profissional deste indivíduo que atua ou irá atuar nos diversos segmentos do turismo. 8 COMO ENTENDER O TURISMO COMO LAZER É dimensionar o turismo como fonte de lazer, sujeito às massas condicionantes e injunções, estas que pesam sobre o lazer como um todo. Faz-se necessário um “olhar crítico” como forma de distinção social. Ao profissional do turismo compete o estudo do lazer como algo fundamental para as motivações lúdicas, abandonando a ideia de que toda viagem ou deslocamento sejam focado apenas como negócio. O mais importante, contudo, nesse contexto, é que o lazer/recreação é tido comoum setor de trabalho intensamente disputado pelos egressos do curso de turismo, seja através da recreação pública: centros culturais, parques urbanos, etc., a recreação privada: academias de ginástica, casas noturnas, etc., a recreação hoteleira, a recreação escolar: acampamentos, “day-camps”, estudo do meio, ecológica e hospitalar, contam cada vez mais com a contribuição dos bacharéis em turismo, que disputam essa fatia do mercado com os egressos dos cursos de educação física. 9 TURISMO: NEGÓCIO E CULTURA O lazer ao ser estudado conceitua a qualidade da viagem como experiência cultural. O lazer doméstico, extra doméstico e turístico são interligados. Estudar as motivações e a dinâmica do lazer, sob esse prisma é fundamentalmente necessário, a adoção de uma atitude crítica face à postura da Organização Internacional do Turismo face à postura da Organização Social do Turismo Social que há mais de trinta anos, assume uma posição intransigente quanto ao aspecto de valorização do turismo como cultura. Reside neste caso em tela, também a denúncia dos principais impactos negativos do denominado turismo-negócio, ou seja, a viagem pela viagem, tido apenas como fuga do cotidiano, por vezes insuportável, a depredação ambiental e a destruição (descaracterização) das culturas locais. Toda atividade de lazer gera três tempos culturais importantes: o antes, o durante, o depois. Na prática, tal postura equivale à sensibilização do profissional do turismo, tendo por base a satisfação do cliente como principal fundamento e não apenas que simplesmente como vender um pacote de viagem, mutilando desta maneira uma atividade. A recreação hoteleira tende a ganhar se estiver atenta à evolução dos tempos, principalmente a vivenciar uma atividade turística. 10 FORMAS E TIPOS DE TURISMO 10.1 Turismo Religioso: O Turismo religioso, diferente de todos os outros seguimentos de mercado do turismo, tem como motivação fundamental a fé. Estando, portanto ligado profundamente ao calendário religioso da localidade receptora do fluxo turístico. Esta tipologia de turismo está fundamentalmente ligada à história da atividade, sendo o seguimento que mais contribuiu em número em períodos que a atividade turística se tornava inviável por conta da insegurança. Fonte:www.panrotas.com.br 10.2 Turismo de Massa: O Turismo de massa também chamado turismo de sol e praia. É o mais convencional, passivo e sazonal tendo a sua criação vinculado à consolidação do capitalismo o que propicia o surgimento do seu público alvo a classe média. É normalmente menos exigente e desprovido de um maior conforto, pois é um segmento turístico voltado para a classe intermediária da sociedade e tem como característica principal o seu baixo custo. Fonte: www.raizesdomundo.com A Organização Mundial do Turismo (OMT) constata que o turismo de massa ainda está na sua "infância", pois, diferentemente do turismo “elitista”, conserva ainda uma importante demanda latente ou (não-público), dependendo, portanto da conjuntura econômica e particularmente do aumento do poder aquisitivo da população gerando uma “Classe média”. Os países em desenvolvimento têm mostrado o quão grande é o potencial deste seguimento de mercado do turismo, pois com o surgimento da classe média nestes países surge também o turismo como atividade. Para esses novos consumidores possuidores deste novo status o tempo livre tornasse viável fazer turismo, principalmente o de massa. Um sinal claro deste crescimento nestas novas economias é dado pela China que, segundo a revista Rost, é o país que mais emprega nas atividades ligadas ao turismo com 62,3 milhões de pessoas trabalhando e tendo segundo dados da OMT um crescimento da ordem de 8,5% no seu fluxo de entrada de turistas no período de 1995 a 2004 o que o coloca entre os primeiros destinos turísticos do mundo. 10.3 Turismo de Incentivo: O Turismo de Incentivo no Brasil é uma ferramenta empresarial utilizada por instituições particulares ou organizações públicas, com o objetivo de motivar ou premiar funcionários ou equipes quando metas de produção ou qualidade são atingidas por eles. Fonte: www.google.com.br No Segmento Turístico o turismo de incentivo é utilizado por empresas do setor, conjuntamente ou de forma isolada. Constitui-se no convite para que algumas especificas agências de viagem enviem seus melhores agentes. Com a finalidade que este tenha um conhecimento real do destino ou do produto especifico. Como consequência, temos um agente de viagem com a capacidade de vender um produto que realmente conhece. 10.4 Turismo Cultural: Fonte: www.flickr.com É certo que o conceito de cultura é extremamente amplo, entretanto quando falamos de Turismo cultural este obtém uma conotação restritiva. O termo Turismo Cultural designa uma modalidade de turismo cuja motivação do deslocamento se dá com o objetivo de encontros artísticos, científicos, de formação e de informação. O Turismo Cultural se caracteriza por uma permanência prolongada e um contato mais “intimo” com a comunidade, ocorrendo viagens menores e suplementares dentro da mesma localidade com o intuito de aprofundar-se na experiência cultural. 10.5 Turismo de Eventos: O Turismo de eventos, é entendido como o deslocamento de pessoas com interesse em participar de eventos focados no enriquecimento técnico, científico ou profissional, cultural incluindo ainda o consumo. Tendo como principais subcategorias o Turismo de Congresso e o Turismo de Convenção. O turista deste segmento caracteriza-se pela sua efetiva presença como ouvinte, “participante” ou palestrante em congressos, convenções, assembleias, simpósios, seminários, reuniões, ciclos, sínodos, concílios, feiras, festivais, encontros culturais entre outras tipologias de evento. Fonte: mundoejecutivoexpress.com Esta modalidade de Turismo pode ser subcategorizada observando a relação da tipologia de evento e o seu público alvo, entidade organizadora ou finalidade. Classificação: Turismo de Congresso - Subcategoria que tem como público membros de uma entidade de classe, profissional, setorial de uma mesma área do conhecimento. Turismo de Convenção - O público focado neste segmento é exclusivamente interno. Participantes de um partido, empresa, religião com o objetivo de motivar, treinar, integração de grupos ou mesmo lazer. Tendo caráter comercial focado comumente em um específico segmento de mercado consumidor. Festival Evento artístico cujo expectador é atraído por um estilo artístico podendo ser musical ou mesmo literário. 10.6 Turismo de Estudos: Segundo o Ministério do Turismo, o Turismo de Estudos e Intercâmbio é um segmento turístico de abrangência muito ampla, que engloba as mais diversas modalidades turísticas. Por se tratar de um segmento de origem muito antiga, está presente em praticamente todos os países do mundo e, como ocorre independentemente de características geográficas ou climáticas específicas, pode ser oferecido durante todo o ano. Fonte:www.acordacidade.com.br Seu desenvolvimento se deu de forma paralela ao desenvolvimento industrial da Europa e posterior à Reforma Protestante, quando uma visão de mundo mais ampla se tornava essencial para acompanhar a evolução científica da época. Era dada aos jovens a possibilidade de sair de seus países para estudar e conhecer culturas diversas. Os programas e atividades englobam a realização de cursos e trocas de experiências com finalidade educacional (formal ou informal). O movimento turístico gerado pela vivência consiste no deslocamento do turista motivado pela busca de conhecimento e entendimento sobre os aspectos culturais e sociais de uma localidade, adquiridos por meio de experiências participativas. Fins de qualificação e ampliação de conhecimento A qualificação deve ser entendida como o aumentono grau de aptidão ou instrução do turista em uma atividade já praticada anteriormente. E, finalmente, por ampliação de conhecimento deve-se entender o desenvolvimento de uma atividade correlata a um conhecimento adquirido anteriormente. Conhecimentos são ideias, informações e experiências acerca de alguma atividade específica, e abrangeriam tanto a área técnica como a área acadêmica. O conhecimento técnico seria aquele relativo a uma profissão, um ofício, uma ciência ou uma arte determinada. Abrangeria, por exemplo, cursos esportivos, de idiomas, intercâmbios de ensino médio, entre outros. O conhecimento acadêmico seria todo aquele relacionado a alguma atividade proveniente de uma instituição de ensino superior de ciência ou arte e abrangeria, entre outras atividades, cursos de graduação ou de pós-graduação, assim como o intercâmbio universitário. O desenvolvimento pessoal é o ganho qualitativo e quantitativo de conhecimentos cuja motivação seja meramente particular. O desenvolvimento profissional é todo o ganho qualitativo e quantitativo de conhecimentos que, posteriormente, serão utilizados no exercício de uma profissão ou ofício. Desta forma pode-se constituir modalidades do Turismo de Estudos e Intercâmbio: os intercâmbios estudantil, esportivo e universitário; os acordos de cooperação entre países, entre estados e municípios na área educacional e entre instituições pedagógicas; os cursos de idiomas, cursos técnicos e profissionalizantes e cursos de artes; e as visitas técnicas, pesquisas científicas e os estágios profissionalizantes, além dos trabalhos voluntários com caráter pedagógico. É válido ressaltar que só serão consideradas modalidades turísticas aquelas cujo tempo de permanência do estudante não ultrapasse o período de um ano. Nesse sentido, o Turismo de Estudos e Intercâmbio deve ser tratado como um segmento de relevante importância para o crescimento e fortalecimento do turismo brasileiro. Além de estar em franco crescimento e de se mostrar um mercado bastante promissor, esse segmento pode ser trabalhado como uma solução para os períodos de baixo fluxo turístico. Além disso, os programas de estudos e intercâmbio podem ser usados como atrativo para os lugares que ainda não possuem roteiros turísticos consolidados. 10.7 Agroturismo: O Agroturismo é uma modalidade de turismo praticada no meio rural, por agricultores familiares dispostos a compartilhar seu modo de vida com os habitantes do meio urbano. Os agricultores, mantendo suas atividades agropecuárias, oferecem serviços de qualidade, valorizando e respeitando o meio ambiente e a cultura local. Fonte:www.novonegocio.com.br Na maioria dos casos, o Agroturismo é associado a atividades de Agroecologia, Ecoturismo ou Educação ambiental. O agroturismo ajuda a estabilizar a economia local, criando empregos nas atividades indiretamente ligadas à atividade agrícola e ao próprio turismo, como comércio de mercadorias, serviços auxiliares, construção civil, entre outras, além de abrir oportunidades de negócios diretos, como hospedagem, lazer e recreação. Com relação aos benefícios ambientais, pode-se mencionar o estímulo à conservação ambiental e à multiplicação de espécies de plantas e animais, entre outros, pelo aumento da demanda turística. Economicamente, pode-se mencionar como exemplo de vantagens associadas ao agroturismo, a possibilidade de agregar valor aos produtos agrícolas do estabelecimento e a instalação de indústrias artesanais, por exemplo para a produção de alimentos regionais típicos. Além disso, desperta a atenção para o manejo, conservação e recuperação de áreas degradadas e da vegetação florestal e natural. 10.8 Turismo Rural: O Turismo rural é uma modalidade do turismo que tem por objetivo apresentar como atração as plantações e culturas em áreas onde as mesmas, porventura, sirvam de referência internacional no chamado agronegócio. Turismo rural no Brasil segundo o documento do Ministério do Turismo “Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural”, a conceituação de Turismo Rural fundamenta-se em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base econômica, aos recursos naturais e culturais e à sociedade. Com base nesses aspectos, e nas contribuições dos parceiros de todo o País, define-se Turismo Rural como: “o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Fonte:www.google.com.br As atividades turísticas no meio rural constituem-se da oferta de serviços, equipamentos e produtos de: hospedagem, alimentação, recepção, à visitação em propriedades rurais, recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural e outras atividades complementares às acima listadas, desde que praticadas no meio rural, que existam em função do turismo ou que se constituam no motivo da visitação. A concepção de meio rural adotada nas Diretrizes brasileiras, baseia-se na noção de território, com ênfase no critério da destinação e na valorização da ruralidade. Assim, considera-se território um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais, como ambiente, economia, sociedade, cultura, política e instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. Nos territórios rurais, tais elementos manifestam-se, predominantemente, pela destinação da terra, notadamente focada nas práticas agrícolas, e na noção de ruralidade, ou seja, no valor que sociedade contemporânea concebe ao rural, e que contempla as características mais gerais do meio rural: a produção territorializada de qualidade, a paisagem, a biodiversidade, a cultura e certo modo de vida, identificadas pela atividade agrícola, a lógica familiar, a cultura comunitária, a identificação com os ciclos da natureza. O Comprometimento com a produção agropecuária identifica-se com a ruralidade: um vínculo com as coisas da terra. Desta forma, mesmo que as práticas eminentemente agrícolas não estejam presentes em escala comercial, o comprometimento com a produção agropecuária pode ser representado pelas práticas sociais e de trabalho, pelo ambiente, pelos costumes e tradições, pelos aspectos arquitetônicos, pelo artesanato, pelo modo de vida considerados típicos de cada população rural. A prestação de serviços relacionados à hospitalidade em ambiente rural faz com que as características rurais passem a ser entendidas de outra forma que não apenas focadas na produção primária de alimentos. Assim, práticas comuns à vida campesina, como manejo de criações, manifestações culturais e a própria paisagem passam a ser consideradas importantes componentes do produto turístico rural e, consequentemente, valorizadas e valoradas por isso. A agregação de valor também se faz presente pela possibilidade de verticalização da produção em pequena escala, ou seja, beneficiamento de produtos in natura, transformando-os para que possam ser oferecidos ao turista, sob a forma de conservas, produtos lácteos, refeições e outros. O Turismo Rural, além do comprometimento com as atividades agropecuárias, caracteriza-se pela valorização do patrimônio cultural e natural como elementos da oferta turística no meio rural. Assim, os empreendedores, na definição de seus produtos de Turismo Rural, devem contemplar com a maior autenticidade possível os fatores culturais, por meio do resgate das manifestações e práticas regionais (como o folclore, os trabalhos manuais, os “causos”, a gastronomia), e primar pelaconservação do ambiente natural. 10.9 Turismo Náutico: Apesar de possuir um litoral de 7.367 quilômetros de extensão, 35.000 quilômetros de vias internas navegáveis, 9.260 quilômetros de margens de reservatórios de água doce, como hidroelétricas, lagos e lagoas, além do clima ameno, o Brasil ainda não aproveita seu grande potencial para o Turismo Náutico. Isso se dá, em parte, pela proibição, até 1995, da navegação de cabotagem no país para navios de bandeira estrangeira. Tal restrição inibia a inclusão do Brasil nas rotas de viagem dos armadores estrangeiros. Somente a partir de agosto de 1995 com a publicação da Emenda Constitucional n°7/95 sob intensa atuação da EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, foi liberada a navegação de cabotagem no litoral brasileiro para embarcações de turismo. Os portos começaram a dedicar áreas especiais para terminais de passageiros e o segmento passou a ser objeto das políticas de turismo e outras correlatas. Desde essa época, os esforços têm sido ininterruptos. A partir das articulações e ações da EMBRATUR iniciaram-se discussões sobre as questões conceituais, de estruturação, de legislação, de fomento e promoção pelo Grupo Técnico Temático de Turismo Náutico da Câmara Temática de Segmentação, no âmbito do Conselho Nacional de Turismo. A depender do local onde ocorre, o Turismo Náutico pode ser caracterizado como: Turismo Fluvial, Turismo em Represas, Turismo Lacustre, Turismo Marítimo. Pode, ainda, envolver atividades como cruzeiros (de longo curso e de cabotagem) e passeios, excursões e viagens via quaisquer tipos de embarcações náuticas com finalidades turísticas. Assim, segundo o Ministério do Turismo, o Turismo Náutico caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas como finalidade da movimentação turística. Fonte: www.travelquotidiano.com 10.10 Turismo Ecológico: O ecoturismo é uma forma de turismo voltada para a apreciação de ecossistemas em seu estado natural, com sua vida selvagem e sua população nativa intactos. Embora o trânsito de pessoas e veículos seja agressivo ao estado natural desses ecossistemas, os defensores de sua prática argumentam que, complementarmente, o ecoturismo contribui para a preservação dos mesmos e para o desenvolvimento sustentado das populações locais, melhorando a qualidade de vida das mesmas. Alguns destinos de visitação, com perfil de ecoturismo no Brasil: Região Sul: Banhado do Taim, RS, Parque Nacional do Superagüi, PR, Itaimbezinho, RS, Bombinhas, SC Região Sudeste: Socorro SP, Brotas SP, Cunha SP, Itatiaia RJ, Delfinópolis MG, Ibitipoca MG, Serra do Cipó MG, Paranapiacaba SP, Serra da Canastra MG, Angra dos Reis, Ilha Grande RJ, Parque Nacional do Caparaó, MG/ES Região Centro-Oeste: Bonito MS, Chapada dos Veadeiros GO, Chapada dos Guimarães MT, Cáceres MT. Região Nordeste: Jacobina BA, Lençóis Maranhenses MA, Chapada da Diamantina BA, Parque Nacional de Sete Cidades PI, Parque Nacional de Fernando de Noronha PE. Região Norte: Ilha do Marajó PA, Presidente Figueiredo AM, Pico da Neblina RO. Atividades consideradas ecoturismo Esta é uma lista de atividades consideradas dentro do ecoturismo. Têm em comum o fato de serem praticadas em meio ao ambiente natural; no entanto, algumas têm suficiente impacto ambiental para não serem consideradas boas práticas pelos ecologistas, ex.: Canyoning em trechos de rio usados para nidificação de aves de rapina. Tirolesa é a prática da travessia de montanhas, vales ou canyons, por meio de cordas, utilizando uma roldana e equipamentos apropriados. Essa modalidade de esporte radical é muito difundida no mundo inteiro, principalmente na Nova Zelândia, onde foi inventada. Fonte:xingoparquehotel.com.br Cavalgada é uma atividade especialmente indicada para terrenos muito acidentados ou em terrenos onde o tráfego de veículos não seja possível ou permitido, especialmente se necessário transportar equipamentos para outras atividades. Passeios a pé em veredas. A ilha da Madeira, a meio ao oceano Atlântico, é um local muito procurado para passeios a pé ao longo de veredas e também em levadas. Snorkeling e flutuação com roupas de neoprene, máscara e snorkel e pé de pato no Aquário de Bonito, onde não é permitido o mergulho. O bóia-cross, é a prática de descer corredeiras classe II (leves) em grandes boias redondas. A atividade inclui brincadeiras no rio e é acompanhada por canoístas profissionais que garantem a segurança dos participantes. O rafting é uma atividade praticada em botes com capacidade de 5 a 7 pessoas no máximo, sempre conduzido por um guia profissional e canoístas para garantir a total segurança dos praticantes. Turismo geológico é o turismo que tem por fim visitar locais de elevado valor geológico, como vulcões e geoparques. 10.11 Turismo de Aventura: O Turismo de Aventura é um segmento de mercado do setor turístico que compreende o movimento de turistas cujo atrativo principal é a prática de atividades de aventura de caráter recreativo. Podendo ocorrer em qualquer espaço: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não. Atividades relacionadas: Rafting, rapel, mountain bike, mergulho autônomo, mergulho de apneia, trekking, arborismo, exploração de Cavernas entre outras atividades. Primeiramente entendido como uma atividade ou subproduto do Ecoturismo, o segmento de Turismo de Aventura, atualmente, possui características e consistência mercadológicas próprias, e consequentemente, seu crescimento vem adquirindo um novo enfoque de ofertas e possibilidades. Como decorrência do desenvolvimento observado na última década, vários empreendimentos foram constituídos no País, oferecendo produtos e serviços especializados aos turistas, impulsionado pelas transformações no comportamento do consumidor na direção de estilos de vida mais saudáveis e também por uma sensibilidade aos assuntos ligados à preservação da cultura e da natureza, que se refletem na escolha das atividades de lazer e, assim, na definição dos destinos turísticos. Assim, as atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos até certo ponto controláveis, e que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do praticante. Fonte:www.floripaxperience.com.br Isso requer que o Turismo de Aventura seja tratado de modo particular, especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. Devem ser trabalhadas, portanto, diretrizes, estratégias, normas, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos e marcos específicos. O segmento de Turismo de Aventura deve contemplar, em sua prática, comportamentos e atitudes que possam evitar e minimizar possíveis impactos negativos ao ambiente, ressaltando o respeito e a valorização das comunidades receptoras. Entende-se por ambiente - natural e construído - o conjunto de inter- relações sociais, econômicas, culturais e com a natureza de determinado território. 11 MERCADO TURÍSTICO Como qualquer outro tipo de mercado, o mercado turístico funciona como uma rede de informações que deixa os turistas (consumidores) ou empresas turísticas tomarem determinadas decisões sobre como resolver problemas econômicos do setor. Essa tipologia de mercado pode ser classificada em dois tipos: Mercado Turístico Direto: este mercado consome e oferece bens e serviços relacionados totalmente ao turismo. Por exemplo: excursões e city tours; Mercado Turístico Indireto: neste tipo, consomem e oferecem bens ligados parcialmente ao turismo, como alojamentos, transportes e restaurantes. Os mercados turísticos podem ser classificados por suas próprias características ou por motivações de realização, como férias, contatos familiares, congressos, contemplação da natureza, entre muitos outros. Para que esses inúmeros mercadosturísticos existam, são necessários fatores básicos e prioritários que são fundamentais em suas potencialidades e atuações, tais como: ter atrativos naturais e/ou artificiais conhecidos e comprovados, ótima infraestrutura seja de alojamento, de higiene, segurança, transporte, entre outros; existência de condições sociais, políticas e uma rede de comercialização de bens e serviços turístico, prestigio e atração turística permanente; adaptação contínua dos meios de transportes às exigências da demanda e através de campanhas publicitárias fazerem promoções e planejamentos. Deve-se lembrar de outros aspectos de menor relevância, como surgimento de novas modas e novos modos de vida da população; os movimentos da demanda; qualidade na prestação de serviços; exigência da demanda. É preciso mostrar três elementos básicos que fazem os mercados turísticos existirem: 11.1 Preço: Fator primordial que influi no comportamento do consumidor. É ele que determina a oferta e demanda de um bem ou serviço. O preço é o fator determinante de vários aspectos turísticos. Exemplificando: preços elevados exigem uma demanda de poder aquisitivo maior, o que leva a ter grandiosas infraestruturas turísticas. Já preços baixos são atrativos para uma demanda de menor poder aquisitivo. 11.2 Liberdade: O turismo é uma manifestação de liberdade e é por isso que é chamado de “5ª liberdade”. A restrição limitada que esse bem de luxo, que hoje pode ser praticado pela maioria das pessoas, tem é de caráter econômico. 11.3 Heterogeneidade: No turismo, tudo é diferente, desigual e com muitos segmentos. Têm tantas atividades e nunca uma é igual à outra. Vivem em constante mudança, tanto por causa da ação do homem, quanto pela ação da natureza. Os serviços oferecidos são diversificados e com diferentes segmentos em cada tipo, como transporte, alimentação, comércio. Por exemplo: os vários hotéis em uma cidade ou inúmeros restaurantes. São essas diversificações de segmentos que determinam a concorrência no mercado. Possibilitando as escolhas do consumidor. 12 TIPOS DE MERCADO Um mercado é feito por vendedores (no caso do turismo: empresas hoteleiras, por exemplo), e compradores (consumidores). O relacionamento entre eles depende do tipo de mercado. Pode-se ter o caso de existir apenas um vendedor que determina o preço de seus produtos, ou onde exista grande número de ambos e o preço é determinado pela Lei da Oferta e da Procura. Principais tipos de mercado: 12.1 Competição perfeita: É caracterizada por grande número de vendedores e compradores sem relações entre eles, ofertando produtos homogêneos e tentam competir em condições de igualdade. As empresas são livres para entrada e saída do mercado e as compras e vendas individuais não mudam os preços dos produtos. 12.2 Competição imperfeita: ou monopolística: É caracterizada pela existência de muitos compradores e vendedores que agem independentemente e com produtos diferenciados. Neste tipo de mercado, as empresas também podem sair e entrar livremente. 12.3 Monopolística: É diferente dos outros tipos de mercados já apresentados: existe só uma empresa e compradores pequenos. Não tem substituto próximo para o produto e é impossível novas empresas entrar no mercado. 12.4 Oligopólio: Caracteriza-se por poucos vendedores grandes e muitos compradores pequenos, os produtos oferecidos podem ser diferenciados ou homogêneos. A entrada de novas empresas é difícil. Os mercados turísticos apresentam características dos mercados de competição imperfeita ou monopolística. Com isso, alguns problemas enfrentados pelas empresas turísticas surgem, como por exemplo, o fechamento de empresas por causa de excesso destas. E isso prejudica também os consumidores, que acabam pagando um preço mais alto pelo produto. Um fator que estimula o turista a viajar é a discriminação de tarifas aéreas, que diminui o preço. Essa diminuição de preço nas baixas temporadas possibilita produzir e vender mais ocupações, o que favorece turistas e empresas turísticas. As operadoras turísticas têm incorporado novas camadas sociais, que não poderiam fazer o uso das atividades turísticas, com seus preços acessíveis e intervenção em vários setores do turismo. Um dos fatores que mais afetam esse tipo de mercado (turístico) é a mudança constate de gostos e preferências dos consumidores. Esses fatores são constantes no mercado turístico por um mercado muito dinâmico. 13 DEMANDA TURÍSTICA É o número de pessoas que viajam ou gostariam de viajar, utilizando instalações ou serviços turísticos em lugares afastados de seus locais de residência de trabalho e almejam consumir por um preço determinado em um tempo estabelecido. A demanda turística é formada por turista, viajante, excursionista e visitante. 14 CONSUMIDOR DE PRODUTOS TURÍSTICOS Demanda turística tem como finalidade explicar o comportamento do consumidor, tendo em vista as oportunidades de bens e serviços oferecidos, certamente com opções de escolha já que os recursos são limitados. A atitude marginal é definida com a quantidade extra de utilidade derivada do consumo de mais de uma unidade por produto turístico, ou seja, quanto mais se viaja para determinado local já visitado, cada vez menos o turista irá adquirir os produtos turísticos do local. Resumindo o consumidor tem livre e espontânea escolha sobre o produto, visando sempre satisfação e capital. O consumidor procura alcançar a máxima satisfação de seus gastos, por meio da provável melhor combinação dos produtos turísticos. Porém ele será obrigado a fazer uma escolha, se deseja consumir uma quantidade maior de um produto turístico deverá consumir uma quantidade menor de outro. O cliente fará esta escolha através de uma escala de preferências, classificando os produtos turísticos de acordo com sua importância, verificando dentre eles quais os que irão garantir a máxima satisfação antes de conhecer o valor e de saber se a renda o possibilita consumir. É fundamental que haja um atendimento apropriado a esta demanda de mercado. Levando em consideração que existem diferentes tipos de demanda, pois, as pessoas apresentam ideias, motivações, comportamentos e desejos diferentes e todas precisam ser saciadas em suas necessidades. Para atender melhor este contingente é necessário reunir em grupos homogêneos, ou seja, segmentar, para assim oferecer serviços e bens específicos, mas para isso é necessário planejamento dos setores que irão receber esta demanda. Preço do produto: Elasticidade preço e demanda, eles são inversamente proporcionais. Quanto maior o preço menor a demanda e vice-versa. Preço dos outros bens e serviços: Se o preço de outros bens e serviços concorrentes for maior que o preço do produto turístico, a demanda pelo turismo será maior que da concorrência. Nível de renda dos turistas: Quanto maior a renda do turista maior será a demanda do produto turístico. Gostos dos turistas: Se o desejo pelo produto turístico muda, consequentemente a demanda também. Considerando que o gosto fique constante algum tempo. 15 OFERTA TURÍSTICA A oferta turística é um conjunto de atrações naturais e artificiais de uma região. Sendo os elementos naturais: o clima, a configuração física ou geográfica, a flora, a fauna e outros. Já os artificiais têm os fatores históricos, culturais e religiosos, as vias de acesso, os meios de hospedagem, os transportes etc. Esses elementos vão distinguir a oferta turística de uma localidade e a preferência do consumidor ao fazer o turismo. Segundo a Organização Mundial do Turismo - OMT (2001) oferta turística é um conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do usuário turístico num determinado destino, para o seu desfrute e consumo. 16 CLASSIFICAÇÃO A oferta turística é classificada em três categorias; Atrativos turísticos:o que motiva o deslocamento de indivíduo ou grupo para um determinado local. Os principais atrativos turísticos são: Os recursos naturais: Montanhas, parques, grutas, fauna, flora, cachoeira, planaltos, planícies, cavernas etc. Os recursos histórico-culturais: Museus, monumentos, festas, artesanato, gastronomia, música, dança e a cultura. As realizações técnicas e científico-contemporâneas: Exploração de minério, exploração industrial, obras de arte e técnica zoológicas e jardins botânicos e etc. Os acontecimentos programados; Congressos, convenções, feiras, exposições etc. Equipamentos e serviços turísticos: é um conjunto de edificações e serviços para o desenvolvimento da atividade turística; Os principais equipamentos e serviços são: Os meios de hospedagem: Hotéis, motéis, pousadas, pensões, acampamentos etc. Os serviços de alimentação: Restaurantes, bares, lanchonetes, confeitaria, cervejarias etc. Os entretenimentos: Boates, cinemas, teatros, mirantes, estádios, áreas de recreação, etc. Outros equipamentos e serviços turísticos: operadoras, agências de viagens, posto informação, locadora de veículos, casas de câmbio, cultos, bancos, etc. Infraestrutura de apoio turístico: envolve todas as construções subterrâneas e de superfície formada por edificações e instalações. As principais infraestruturas são: As informações básicas do município: à distância, os atrativos, os equipamentos e serviços etc. Os sistemas de transportes: Rodoviárias, ferroviárias, aeroporto, portos, táxi, navio, trem, carros, ônibus, veículos e outros Os sistemas de comunicações: Agências postais e telégrafos, postos telefônicos etc. Outros Sistemas: Saneamento, água, eletricidade etc. Os sistemas de segurança: Delegacias, corpo de bombeiro, postos policiais. O equipamento médico hospitalar: Hospitais, clínicas, maternidades, pronto- socorro etc. Através do que foi descrito acima, verifica-se que oferta turística deve ser composta por atrativos que podem ser a região, o objeto, ou um acontecimento que desperte o interesse do turista motivando o deslocamento de pessoas para conhecê- lo. Mas só a atratividade não basta, é necessário serviço para completá-la. Um destes serviços são os equipamentos e serviços turísticos, que são o conjunto de construções, instalações, e serviços fundamentais no crescimento da atividade turística como serviços de hospedagens, alimentação, agenciamento, informações, favorecendo a permanência do turista. Também há necessidade de infraestrutura básica que são todas as edificações e serviços disponíveis no município como transporte comunitário, comunicação e fornecimento de água e luz. A OMT (2001) tem se apoiado no conceito de “gasto” para definir as diferentes categorias de oferta turística de acordo com o local onde se realiza o gasto. Assim inclui como parte da categoria de oferta “todo o gasto de consumo efetuado por um visitante durante o seu deslocamento e sua estada no lugar de destino” OMT (2001). Os conceitos de gasto turísticos são conseguidos através da união de alojamento, alimentação, transporte, lazer, cultura, atividades esportivas, compras e outros. No planejamento do turismo é importante saber sobre os agregados turísticos da oferta turística, pois qualquer investimento em turismo deve visualizar e justificar antes a sua importância para a economia do local. Uma região que deseja o crescimento do setor turístico deve iniciar relacionando todos os recursos para ser utilizados no turismo, e depois identificar, classificar e avaliar as condições reais dos mesmos. Tal planejamento deve privilegiar a proteção do meio ambiente e fazer o levantamento dos gastos necessários. Para atender a diferentes demandas sem causar impactos negativos ao meio ambiente. 17 FATORES QUE INFLUENCIAM A OFERTA TURÍSTICA Preço do produto turístico Quanto mais alto for o preço do produto turístico no mercado, maior deverá ser o incentivo aos produtores em acrescentar aumento em sua oferta. Preços de outros bens e serviços Na competição para adquirir lucro, os produtores do turismo, investirão seus recursos na fabricação dos produtos turísticos que lhes propiciará melhores recompensas. Portanto, os preços dos outros bens e serviços, poderão chamar para o setor do turismo fatores de produção utilizados de outras atividades. Preço dos fatores de produção O preço dos fatores produtivos empregados está direta e positivamente ligado com o custo final dos produtos do turismo oferecidos e com o lucro dos produtores turísticos. Nível de avanço tecnológico Quanto maior for o desenvolvimento tecnológico, maiores serão as utilidades dos recursos em disponibilidade, por isso deverá ser maior a oferta dos produtos turísticos. 18 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO TURÍSTICO O mercado está consolidado sob várias formas de atuação, sendo o objetivo principal, a estabilidade e a conquista de clientes que possam trazer lucratividade aos negócios oferecidos. Por isso a importância de se trabalhar com a segmentação, a qual possibilitará o trabalho direcionado das empresas a grupos específicos. A segmentação de mercado traz grandes vantagens no que diz respeito à facilitação do atendimento ao consumidor, pois permite dispensar maior atenção individual e consequentemente maior eficiência nos serviços prestados, como também é a melhor forma de estudar e planejar o mercado turístico visto que os interesses dos clientes estão cada vez mais diversificados. Além disso, auxilia no direcionamento eficiente das propagandas, evitando-se o desperdício de recursos em tentar atingir desnecessariamente as massas, concentrando-se somente naqueles clientes que são interessantes. E somente por meio da segmentação é possível conhecer dentre outros fatores o perfil dos consumidores e suas vontades, como também detectar os clientes em potenciais. Especialistas classificam algumas variáveis que devem ser consideradas quando estabelecidos os critérios para a segmentação do mercado turístico, sendo elas: psicográficas (Por quê?), socioeconômicas (Quanto?), demográficas e socioculturais (Quem?), comportamentais (Como? Quando?), geográficas (Onde?). Essas características ao serem mensuradas refletem homogeneidade no perfil dos grupos componentes dos respectivos mercados, e é importante ressaltar que essa condição não significa que um turista que inicialmente pertença a uma segmentação de mercado não possa participar de outras segmentações existentes. O importante é que dentro de um segmento estejam agrupados consumidores similares, o que justifica o desenvolvimento de estratégias de marketing específicas. Atualmente, encontra-se no mercado turístico grande diversidade de tipos de turismo, os quais compõem a sua segmentação. São classificados em: turismo de negócios (turismo busca abarcar a população que viaja a trabalho, fornecendo a eles acomodação, entretenimento e serviços em estilos personalizados), turismo de eventos (deslocamento de pessoas especialmente para participar de determinado evento com enfoque no enriquecimento científico, acadêmico, cultural, profissional ou mesmo de lazer), turismo religioso (deslocamento de um grupo de pessoas em prol da religião), turismo rural (caracteriza-se pela prática de atividades em áreas rurais), turismo single (oferecer serviços e lazer para pessoas solteiras), ecoturismo (turismo sustentável), turismo cultural (atividade que possui como atrativo a cultura de um determinado povo), turismo para idosos (voltado a atividades de lazer direcionadas a pessoas idosas), turismo de compras (deslocamento a centros comerciais com intuito principal de consumo). 19 DEMANDA TURÍSTICA O planejamento turístico é uma atividade que tem por objetivo maior alterar a situação atual para uma situação futura desejada. Este câmbio da realidade turística de uma destinação, inexoravelmenteatinge ao mercado turístico, isto em razão de o mercado turístico ser uma das razões da existência do planejamento do setor. Para aclarar esta afirmação é necessário explicar o que se entende por mercado turístico. De uma maneira geral, mercado pode ser definido como o ambiente onde oferta e demanda se encontram havendo comércio ou troca de produtos, bens ou serviços. Lemos (2001, p.128) explica que o mercado turístico é “o conjunto de relações de troca e de contatos entre aqueles que querem vender e os que querem comprar bens e serviços turísticos”, onde se inserem oferta e demanda. Cabe aclarar aspectos pertinentes à demanda, pois é esta quem irá fruir a oferta com produtos e serviços turísticos. Compreende-la e estuda-la em sua amplitude é fator significativo para o planejamento turístico de sucesso. Genericamente, demanda pode ser conceituada como a quantidade de serviços e produtos que se deseja obter por um determinado preço e tempo. Fonte: www.ultimahora.es A atividade turística implica necessariamente o deslocamento temporal de pessoas da sua residência habitual, desta forma, também demanda a prestação de serviços especiais, tais como: transporte, hospedagem, alimentação, entretenimento e outros. Beni (1998, p.201) explica que a demanda turística é uma “compósita de bens e serviços, e não uma demanda de simples elementos ou de serviços específicos isoladamente considerados; em suma, são demandados bens e serviços que se complementam entre si”. Por relacionar quantidades de serviços e bens, preço e tempo pode-se concluir que a demanda está ligada também à decisão, comportamento, do consumidor, e estas análises de comportamento do consumidor são o objeto de estudo da teoria da demanda, de acordo com Lage e Milone (1991), os autores ainda colocam que “o consumidor tem por objetivo primordial a obtenção da máxima satisfação de seus gastos, através da escolha da melhor combinação possível dos produtos do turismo”. A demanda é influenciada por alguns fatores: preços dos produtos turísticos; preços dos outros bens ou serviços; nível de renda dos turistas e preferência dos turistas (LAGE e MILONE, 1991). Já por conta desses fatores é possível observar que a demanda turística é extremamente heterogênea, pois por si só, as preferências e renda do turista são aspectos altamente elásticos frente ao tempo, somente para colocar como exemplo. Lemos (2001) classifica a demanda turística, a fim de criar padrões de comportamento do turista, quanto ao: espaço; meio de transporte utilizado; motivação da viagem; tempo de permanência; forma de organização; quantidade de pessoas e quanto à idade. Mas ainda o autor alerta que essas classificações não são excludentes entre si. Todos esses fatores, que fazem da demanda heterogênea, segundo Beni (1998), servem para a segmentação de mercado turístico, pois do contrário, não seria possível orientar uma política de turismo que atendesse particularmente cada destinação. Mas para isso, é preciso uma análise profunda das motivações para, ainda segundo o autor, constituir a oferta da melhor forma, a fim de atender à demanda. A segmentação possibilitaria, de acordo com o mesmo autor, o conhecimento das principais destinações que trabalham com a mesma segmentação, e da composição homogênea dos turistas em potencial. Aumentando assim as concorrências de mercado, obrigando à criação de políticas de turismo claras e específicas, vinculação de propaganda especializada atingindo a demanda específica e também a maior promoção de pesquisas científicas na área. Com o volume de informações recebidas diariamente, nos mais diversos meios de comunicação e a rapidez em processá-las, a demanda torna-se cada vez mais exigente em relação à oferta, pois o número de promoções e de produtos e destinações turísticas recebidas, bem como as facilidades de acessar essas informações é tão elevado, que já é possível ao turista organizar todos os detalhes da sua viagem com o auxílio da Internet. E isso proporciona um mercado cada vez mais competitivo a fim de atender com sucesso as elevadas expectativas dos turistas em relação à oferta, onde o fator qualidade é o “único critério que se impõem de maneira natural para determinar o êxito ou o malogro dos produtos e serviços” Beni (1998, p.151). Fonte: bp.blogspot.com Molina (2003) explica que o turismo seria caracterizado atualmente pela conduta de consumo dos turistas, porque este consumo tenderia a fragmentar-se cada vez mais, tornando-se menos homogêneo para atender a demandas cada vez menos homogêneas, o autor cita dois tipos de produtos que têm mostrado êxito contemporaneamente: produtos de alta tecnologia como parques temáticos e “os produtos que exploram os recursos ou situações culturais e sociais [...]” (p. 89). Os produtos citados podem ser justificados, dentro da heterogenezação da demanda, por suas variedades de atrações que cada um pode oferecer, atendendo então a uma variada gama de turistas e suas preferências. Sobre o viajante contemporâneo, Avighi (2000, p. 102) explica que em relação ao turista de outrora residem algumas diferenças: saem de cena o consumista da zona franca, o turista ostentatório, os roteiros clássicos. O viajante de vanguarda busca a realização interior e dá ênfase ao meio ambiente e à compreensão da cultura e da história de outros lugares, quer conhecer povos e se enriquecer culturalmente. Percorre roteiros não visitados e elabora seus próprios itinerários. Mas Avighi afirma que sempre haverá o turista de compras, e que este seria sempre bem-vindo nas localidades pelo incentivo que dá ao comércio local, mas que pouco a pouco o turista deixaria as massas para não mais apenas contemplar, mas também conviver, vislumbrar o novo, o diferente, e justifica colocando que: “a articulação mediatizada entre o global e o local gera uma representação sobre lugares e povos e incita a vivenciá-los” (p.103), pois com meios de comunicação tão eficientes e presentes, as informações sobre todas as partes do mundo podem rapidamente ser propagadas no âmbito global, gerando para o turismo, o que Avighi (2000) chama de “a volta do turista ‘viajante’” (p. 102), com a necessidade de sanar as curiosidades sobre o mundo, e este viajante buscaria produtos turísticos que provocassem a sua imaginação, e sustenta: “Há um imaginário local que se põem no imaginário global por meio da mídia [...]” (p.105). Avighi (2000) comenta ainda que sempre haverá espaço para o turista de compras, é possível que sempre haverá roteiros turísticos baseados nos grandes ícones culturais, mas o que se presta a salientar neste momento, é a importância da valorização da cultura como um todo, para sanar as necessidades do turista viajante. Petrocchi (2002) tratando da demanda turística comenta que satisfaze-la é necessário para a sobrevivência da destinação, pois segundo o autor “demanda significa mercado. E, se tudo depende do mercado, há necessidade de estuda-lo, conhece-lo, saber de seus desejos e movimentos [...]” (p. 87). Após estas explanações sobre os conceitos de mercado e demanda turística, para acercar-se mais do aspecto do planejamento turístico, queda ainda tratar das metodologias de estudo da demanda para checar como este pode beneficiar ao planejamento turístico. A demanda turística pode ser conhecida, ou estimada, segundo Petrocchi (2002) através de pesquisa direta, realizada no núcleo emissor do turista. Contudo, o autor não descarta a pesquisa no núcleo receptor, entretanto ele alerta que estas metodologias tratam de demanda real para oferta real. Quando se trata de planejamento turístico, se trata também de mudanças no mercado turístico, é dizer que a localidade em estudo deterá novos produtos turísticos, e provavelmente os turistas sobre ela terão opiniões diferentes das que atualmente tem. A pesquisa direta, particularmenteno núcleo receptor interessa sempre, pois ela determina o perfil e a satisfação da demanda real, traz números e inclusive através de seus resultados pode-se ter objetivos para o planejamento, no que concerne à (in) satisfação do visitante. No que concerne à metodologia de estudo da demanda potencial, países europeus e os Estados Unidos têm lançado mão da econometria, que segundo Petrocchi (2002) são modelos matemáticos que permitem calcular números futuros do mercado que figurarão as tendências. Sua aplicação para o turismo originou a teorometria, que são equações que estabelecem as relações entre as variáveis estudadas no ramo do turismo. Algumas dessas variáveis podem ser destacadas, tais como os fatores socioeconômicos (população, renda, preços das viagens, urbanização e industrialização, ciclo dos negócios, aumento do tempo de lazer), culturais e psicossociais (escala de necessidades e motivos de viagens, turismo e status, níveis culturais e educacionais, promoção e propaganda) e técnicos (atuação do estado, sistema de transportes, infraestrutura turística, operadores turísticos). Este é apenas um exemplo de base de análise para previsão de demanda potencial. Contudo, conhecer o perfil da demanda, ainda que real não deve ser descartado, e desafortunadamente a teorometria ainda não alcançou este modelo. Mas as pesquisas diretas no núcleo receptor podem figurar como uma fonte segura e sólida para este estudo. Para tal, a título de exemplo de metodologia, será utilizada a da Secretaria de Estado de Turismo do Paraná, que há 15 anos trabalha com pesquisas estatísticas em turismo em diferentes localidades (com destaque para Foz do Iguaçu, Curitiba e o Litoral), e que a cada ano incrementa o número de localidades contempladas com o estudo. O instrumento utilizado é o questionário. Para cada localidade existe um questionário diferente, mas de forma geral, eles atendem a características gerais. O mesmo é aplicado a visitantes que pernoitaram ao menos uma noite na cidade, e que são maiores de 18 anos e que estão encerrando sua visita. Estes visitantes são abordados nos portões de saída da cidade, no caso de Foz do Iguaçu por exemplo as abordagens se dão na BR 277, Ponte Internacional da Amizade, Ponte Tancredo Neves (respectivamente as fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Argentina), terminal rodoviário e aeroviário. Abordar no momento em que o visitante deixa o destino garante que ele já tenha realizado todos os consumos de produtos e serviços possíveis e desejados e que desta forma pode emitir uma opinião geral sobre o destino. O questionário é estruturado em perguntas abertas e fechadas, e é composto por núcleos: perfil do visitante (procedência, idade, profissão, gênero, forma de viajar e renda); organização da viagem (motivação da viagem, se utilizou agência de viagens, meio de transporte e de hospedagem utilizado, quais pontos turísticos visitou, frequência com que visita a cidade e os gastos na cidade); percepção com relação ao destino (se indicaria este para outras pessoas, se pretende retornar, opinião sobre a infraestrutura básica e turística da cidade com detalhamento e forma de classificar a cidade); e projeções sobre outros produtos ou localidades do entorno de interesse turístico (se visitaria, quanto tempo dedicaria a esta visita, quais pontos do entorno visitaria). O instrumento é aplicado duas vezes ao ano: na baixa e na alta temporada, e a abordagem ao turista é aleatória. A tabulação e descrição dos dados fornece um retrato do perfil do visitante, que permite orientar ações de planejamento, no sentido de otimizar os recursos já utilizados e colocar em prática os potenciais, segmentar o mercado, e da mesma forma com a divulgação do destino, sendo a mesma destinada aos polos emissores reais e os potenciais. Bem como dirigir ao trade para proceder com o atendimento a satisfação total do cliente. Os dados ainda fornecem ao Estado e ao mercado números de visitantes e seu gasto. Apenas para citar como exemplo dos usos do estudo da demanda para o planejamento turístico. Com o mercado turístico cada vez mais competitivo, composto por uma infinidade de produtos que tentam atender a demanda heterogênea e cada vez mais crítica; e concorrências acirradas entre destinos, este é um panorama que pode ser considerado simplista, mas não irreal. E estas são apenas algumas das razões pelas quais o planejamento turístico apoiado pelo estudo da demanda se faz necessário. Conhecer o público alvo atrai-lo com eficiência e em sua estadia no destino atender ou mesmo superar as suas expectativas pode ser a chave do sucesso e consolidação das localidades turísticas. BIBLIOGRAFIA: BARRETTO, Margarita Manual de Iniciação ao Estudo do Turismo 1ª ed. Campinas SP.: Papirus, 2014. CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. O que é Lazer. 3º ed. Ed. Brasiliense. São Paulo, 1999. p 100. CASSAR, Maurício DIAS, Reinaldo Fundamentos do Marketing Turístico 1ª ed. São Paulo SP.: Pearson, 2005. FABRÍCIO, Ana Carolina Baggio Turismo, Meio Ambiente e Sustentabilidade 1ª ed. Curitiba PR.: Intersaberes, 2015. KNUPP, Marcos Eduardo Carvalho Gonçalves Fundamentos do Turismo, 1ª ed. Curitiba PR.: Intersaberes, 2015. NEIL, John WEARING, Stephen Ecoturismo, Potencialidades e Possibilidades 2ª ed. Barueri SP.: Manole, 2014. NETTO, Alexandre Panosso ANSARAH, Marília Gomes dos Reis Produtos turísticos e novos segmentos de mercado. Planejamento, criação e comercialização 1ª ed. Barueri SP.: Manole, 2015. OLIVEIRA, Luana Mendes STEFANI, Cláudia Compreendendo o turismo: um panorama da atividade 1ª ed. Curitiba PR.: Intersaberes, 2015. PAZINI, Raquel Gestão de Agências de Viagem – orientações para você abrir e administrar o seu negócio 1ª ed. Curitiba PR.: Intersaberes, 2014. PETROCCHI, Mário Turismo Planejamento e Gestão 2ª ed. São Paulo SP.: Pearson, 2009. PORTO, Aluísio Finazzi Patrimônio Turístico do Brasil 1ª ed. Curitiba PR.: Intersaberes, 2015. RUSCHMANN, Doris Solha Karina Toledo (Orgs.) Planejamento Turístico 1ª ed. Barueri SP.: Manole, 2006. SOUZA, Marcelino SANTOS, Eurico de Oliveira (Orgs.) Teoria e Prática do Turismo no espaço rural 1ª ed. Barueri SP.: Manole, 2010.
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