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Modus Operandi Empregador em caso de Epidemias ou Pandemias 1 – Procurar orientar os empregados sobre os sintomas, riscos e consequências da doença. 2 – Orientação jurídica e contábil sobre os riscos financeiros e jurídicos, procurando a melhor solução econômica, sem que haja a dispensa dos funcionários. 3 – Procurar se informar sobre as leis e Decretos do Poder Executivo de todas esferas, Municipal, Estadual e Federal, quanto as normas e diretrizes estabelecidas, período de duração e ao funcionamento dos estabelecimentos. 4 – Empresas do setor de saúde e farmacêuticas, em contrapartida, por ventura irão precisar contratar, contratos mais flexíveis, contrato por prazo determinado (art. 443 CLT), trabalho intermitente, contrato de trabalho temporário (Lei 6.019/1974) espécie de terceirização, contrato de trabalho verde e amarelo MP 905/2019, e a modalidade da Lei 9.601 que pode ser feita uma negociação coletiva para abrir novas vagas na empresa. Ademais, as empresas desse ramo de saúde devem ter cuidados especiais para os empregados que permanecem trabalhando, observando a NR 32 e art. 157 da CLT, tendo o empregador o dever de cumprir e fazer cumprir as normas de saúde e segurança, expedir ordens de serviço para orientar os empregados, devendo orientar os empregados quanto a utilização dos EPI´s e esses empregados devem cumprir as referidas normas sob pena de ser penalizados com dispensa por justa causa, pois está colocando em risco a sua vida e dos demais funcionários e pacientes, podendo ocasionar contágio de Coronavirus que pode ser considerado pela Lei 8.213 como acidente de trabalho por equiparação, pode ter rescisão indireta em decorrência da exposição a mal considerável, pode ainda, ensejar indenização por danos morais e materiais diante da conduta patronal. E ainda, pode ter a situação da resistência ambiental, também conhecida como greve ambiental, que conforme preceitua a Convenção 155 da OIT, que em caso dos empregados verificar um risco no local de trabalho devem comunicar o empregador ou superior hierárquico, e, caso não seja tomada nenhuma providência, os empregados podem cessar a prestação de serviço sem prejuízo dos salários e o empregador não pode adotar medida de represália contra esses empregados. Normas trabalhistas e sua aplicação em caso de Epidemias e Pandemias Análise e avaliação jurídica de cada empresa ou setor empresarial, observadas as Leis, Decretos e normas jurídicas, dentre as quais destacam- se: 1 – Possibilidade de redução de jornada de trabalho, somente através de Termo Aditivo de Acordo Coletivo de Trabalho ou Termo Aditivo de Convenção Coletiva de Trabalho. 2 – Em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo da região, conforme art. 503 da CLT. 3 – Teletrabalho – de acordo com o art. 75-B da CLT, conceitua como teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Já o § único pressupõe que “O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.” Destaca-se, que o art. 6º da CLT, preceitua que “Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.”. Ademais, o teletrabalho possui como características e requisitos: a) A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (art. 75-C da CLT) b) Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. (§ 1º do art. 75-C da CLT) c) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual. (§ 2º do art. 75-C da CLT) d) As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (art. 75-D da CLT) e) As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado. (§ único do art. 75-D da CLT) f) O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. (art. 75-E da CLT) g) O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo- se a seguir as instruções fornecidas pelo empregador. (§ único do art. 75-E da CLT). Diante da caráter emergencial e do interesse publico, com a consequente preservação da saúde dos empregados e cidadãos, vários juristas estão defendendo a possibilidade de não ser necessário o cumprimento de nenhuma das exigências legais para realização do teletrabalho. 4 – Férias coletivas aos empregados, desde que observado o disposto nos arts. 137 (respeitado os períodos do art. 139, § 1º da CLT, qual seja, “As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos”). Observado ainda, o disposto no art. 139 que determina que “poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa”, e diante da nítida força maior da pandemia decorrente do Coronavirus e por se tratar de interesse público (art. 8º, da CLT), e, uma vez estando presente o caráter emergencial e o impacto financeiro a ser suportado pelas empresas, confiamos que o Poder Judiciário referendará a concessão das férias mesmo sem a observância do prazo mínimo de 15 (quinze) dias de antecedência para comunicação ao órgão local da Secretaria de Trabalho, conforme exigência do § 2º do art. 139 da CLT. 5 – Há também a previsão contida na CLT, na qual, o empregado que permanecer em gozo de licença remunerada por mais de 30 dias, pode acarretar a perda do direito de férias. 6 – Dentre as modalidades de rescisão decorrente da Pandemia do Coronavirus, citam-se: a) Negociação Coletiva para despedidas coletivas, embora após a reforma trabalhista o art. 477-B não exige esse procedimento; b) Pode ser ajustado Plano de Demissão Voluntária – PDV, por norma coletiva, inclusive para dar quitação geral do contrato de trabalho, em troca de uma indenização suplementar; 7 – No que tange as Pequenas e Médias empresas pode haver as seguintes formas de rescisão: a) Risco de rescisão indireta, ante a impossibilidade reiteradade pagamento dos direitos trabalhistas básicos, como salário, recolhimentos fundiários, etc; b) Rescisão por motivo de força maior, onde o Poder Executivo baixa Ato ou Decreto determinando o fechamento dos estabelecimentos por uma questão de saúde pública, tendo os empregadores que romper o contrato de trabalho, restando possibilitado ser invocado a norma contida no art. 501 da CLT, caindo pela metade as indenizações, não se considerando o chamado “fato do príncipe”, vez que o art. 486 da CLT prevê essa possibilidade, onde restando comprovado que a rescisão se deu em decorrência de um Ato governamental, na ação ajuizada pelo reclamante na Justiça do Trabalho, o empregador pode requerera responsabilização do agente governamental que praticou esse Ato e ensejou o rompimento do contrato de trabalho. 8 – Situação de faltas ao trabalho no caso do Coronavirus, conforme a Lei 13.979/2020, o empregado que ateste positivo para o COVID-19, no novo sistema de faltas, os principas são: a) Isolamento em que o empregado ficará isolado 14 dias, prorrogável por mais 14 dias. b) Quarentena, o empregado será isolado porque tem risco do empregado ter sido infectado, devendo o empregado ficar isolado por até 40 dias, podendo ser prorrogado de acordo com as autoridades sanitárias. 8.1 – Nessas situações a Lei 13.979 o afastamento do trabalho considera-se falta justificável para os termos da Lei. 9 – Caso o empregado teste positivo e esteja contaminado pelo COVID-19, uma vez reste confirmada a moléstia, o empregador ficará responsável pelo pagamento do salário até o 15º dia, nos termos do art. 59 da Lei 8.213/91. Nesse sentido, a partir do 16º dia deverá o empregado ser encaminhado ao INSS, devendo ser concedido o auxílio-doença e o INSS arcará com o pagamento de salário até o restabelecimento da saúde. 10 – Na situação de Quarentena não existe benefício previdenciário previsto para esse tipo de situação, devendo o empregador arcar com todo o período do afastamento, até porque se trata de risco da atividade econômica. 11 – Saindo dessas hipóteses da Lei 13.979, o não comparecimento ao trabalho importa em falta injustificada e irá produzir o desconto no salário e a consequente perda do repouso semanal remunerado. Quer saber como agir com humanidade, de forma legal, mas minimizando os prejuizos financeiros e econômicos da empresa? Algumas possibilidades foram acima elencadas, no entanto, para saber se a melhor decisão seria a concessão de férias individuais, coletivas ou, ainda, a licença remunerada, necessário se torna a análise pontual de cada caso concreto, isso porque cada situação demanda uma solução diferente. PARA MAIORES INFORMAÇÕES, entre em contato para marcar o atendimento e consultoria online. Carlos Eduardo Faria de Oliveira – OAB/DF 27.310, Advogado especialista em Direito e Processo do Trabalho. Telefone: (61) 9 8270-1253. E-mail: faoli.adv@gmail.com mailto:faoli.adv@gmail.com
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