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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) CONCEITOS Anestesia é a perda dos sentidos ou sensa- ções. Na Anestesia local intrabucal a via de acesso para execução é bucal. Nas Anestesias terminais a ação do anes- tésico ocorrerá nas terminações nervosas. Elas podem ser: a) Superficiais: a ação do anestésico ocorre por meio do contato super- ficial pela pele ou mucosa. b) Infiltrativas: a ação ocorre por meio de injeção do anestésico nos tecidos, o qual agirá nas termi- nações. Nas Anestesias por bloqueio, o anestésico é injetado próximo a um ramo ou tronco nervoso. Pode ser: a) Regional: anestesia de um ramo do nervo (ex.: Nervo alveolar infe- rior, nervo lingual...). b) Troncular: anestesia de um tronco nervoso (ex.: nervo mandibular). Obs: nesse resumo não será abordada a técnica anestésica extrabucal. TÉCNICAS ANESTÉSICAS INTRA- BUCAIS TERMINAIS Superficiais (Anestesia Tópica) - Objetivo: insensibilização das mucosas ou tecidos cutâneos → evitar dor durante a penetração da agulha para anestesias infiltrativas ou por bloqueio. - A mucosa precisa estar bem seca para a que o anestésico penetre no tecido. - Para esse tipo de anestesia, as técnicas mais utilizadas são as de Fricção (esfregar o anestésico na mucosa com chumaço de algodão) e Contato (com um chumaço de algodão, deixa-se o anestésico em contato com a mucosa, sem esfregaço). Infiltrativas Material necessário: seringa carpule, intermediário curto e agulhas curtas descartáveis. CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS ANESTÉSICAS Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) Cuidados com a técnica: - Injetar lentamente a solução anestésica; - Bisel da agulha voltado para o osso; - Nunca penetrar com a agulha até o inter- mediário tocar a mucosa (risco de fratura da agulha dentro dos tecidos). Fatores a serem considerados: a) Área a ser anestesiada (ex.: área pequena: técnica anestésica mais restrita ao local); b) Profundidade e duração; c) Idade: crianças apresentam corti- cal óssea mandibular menos es- pessa → permite anestesia infil- trativa. d) Hemostasia: anestésicos com va- soconstritor promovem melhor hemostasia. Técnicas 1. Submucosa • Indicações: - Intervenções em tecidos moles; • Descrição de técnica: - Puncionar a mucosa, fazendo com que a ponta da agulha penetre cerca de 2-3 mm até a região submucosa; - A punção deve ser feita rapida- mente para evitar dor provocada pela agulha. 2. Supraperiosteal • Anestesia da mucosa vestibular; • Consiste em punção da mucosa, penetração da agulha até a região submucosa, junto ao periósteo, sem penetrá-lo. • Indicações: - Intervenções em qualquer dente superior (adultos ou crianças). Não deve ser utilizada para dentes inferiores em adultos (cortical óssea muito espessa – anestésico incapaz de se difundir até os fora- mes); • Descrição da técnica: - Com o polegar e o indicador da mão oposta, distende-se o lábio superior para evidenciar o fundo de sulco vestibular; - Punciona-se a mucosa no fundo de sulco, na altura do dente em que será feita a intervenção, e a agulha será introduzida através da submucosa; - O conjunto seringa-agulha deve estar paralelo ao dente, e o bisel da agulha deverá estar voltado para o tecido ósseo; - Próximo ao periósteo e ápice dentário, injeta-se de ¾ a um tubo de anestésico lentamente (Porém durante a inserção da agulha, pode-se ir injetando pequenas quantidades de anestésico, a fim de amenizar o desconforto do paciente). 3. Subperiosteal • Injeção de anestésico sob o periós- teo, junto ao tecido ósseo. • Consiste na punção da mucosa, com penetração da agulha até a região submucosa, junto ao periá- pice, com uma inclinação suficien- te para que a agulha penetre o periósteo; • Indicações: - Qualquer dente da arcada superior (adultos e crianças), e pode ser aplicada tanto pela Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) vestibular quanto pela lingual. Não deve ser utilizada para dentes inferiores em adultos (cortical óssea muito espessa – anestésico incapaz de se difundir até os forames); • Descrição da técnica: - Com o polegar e o indicador da mão oposta, distende-se o lábio superior para evidenciar o fundo de sulco vestibular; - Punciona-se a mucosa no fundo de sulco, na altura do dente em que será feita a intervenção, e a agulha será introduzida através da submucosa; - O conjunto seringa-agulha deve estar em 45º ao dente, para que a agulha consiga penetrar o perió- steo, e o bisel da agulha deverá estar voltado para o tecido ósseo; - No periósteo, injeta-se de ¾ a um tubo de anestésico lentamente (Porém durante a inserção da agulha, pode-se ir injetando pequenas quantidades de anestésico, a fim de amenizar o desconforto do paciente); - Técnica anestésica que provoca muita dor ao injetar o anestésico no periósteo. Por isso, geralmente é utilizada como técnica comple- mentar à Anestesia infiltrativa supraperiosteal. Infiltrativas (Complementares) 1. Intra-septal • Injetada no septo ósseo de dois dentes contíguos, na qual a solu- ção é injetada rapidamente pela estrutura óssea esponjosa, se infil- trando nas lacunas e anestesiando as terminações nervosas do alvéo- lo e ligamento periodontal; • Indicações: - Pode ser utilizada em todas as papilas interdentais (maxila e mandíbula), tanto pela vestibular quanto pela lingual; - Grande aplicação na Periodontia, Prótese Fixa, Dentística e Endo- dontia; • Descrição da técnica: - Penetrar com a agulha na papila de modo que a agulha penetre no tecido ósseo. 1. Intra-óssea • Depósito de anestésico no osso esponjoso entre as corticais ósseas (maxila e mandíbula); • Indicações: - Caindo em desuso, porém: exo- dontias de pré-molares e molares quando anestesias por bloqueio regional estão contraindicadas, casos de pulpectomias imediatas, hiperestesia dentinária, para- endodônticas e cirurgias de dente incluso (paciente referir dor); • Descrição da técnica: - Penetra-se no osso com uma broca até atingir osso esponjoso e em seguida aplica-se o anestésico, tomando cuidado de injetá-lo acima do ápice do dente de inte- resse. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) 2. Peridental (ou intraligamentar) • Depósito de anestésico no liga- mento periodontal; • Indicações: - Exodontias, pulpectomias, pul- potomias e preparos cavitários; - A injeção de qualquer substância no ligamento periodontal origina- rá pericementite medicamentosa, motivo pelo qual é contraindicada em preparos cavitários. • Descrição da técnica: - Introduz-se a ponta da agulha no espaço entre o osso alveolar e a raiz do dente, fazendo com que a substância penetre no ligamento periodontal. Caso o paciente sinta dor, injeta-se o anestésico e muda- se o local de nova aplicação, contornando, assim, o dente. 3. Intra-pulpar • Anestesia direta da polpa dentá- ria. • Indicações: - Endodontias, principalmente nos casos de biopulpectomias e bio- pulpotomias; - Pode ser complementar à técnica de anestesia do nervo alveolar inferior → referência de dor quando em extrações); • Descrição da técnica: - Introduz-se a ponta da agulha na polpa dentária exposta, procu- rando, se possível, inseri-la nos canais radiculares; - Anestésico injetado rapidamente e sob pressão (paciente geralmente sente bastante dor, porém quase instantaneamente ocorre insensi- bilização). BLOQUEIOS Regionais Maxila 1. Nervos Alveolares Superiores Posteriores: Técnica Zigomática - A agulha penetra na fossa zigomá- tica, de forma que a agulha esteja bemrente à parede posterior da tuberosi- dade da maxila. • Considerações anatômicas: nervo alveolar superior posterior se origina do nervo maxilar antes de entrar no canal sub-orbital. Aden- tram na tuberosidade da maxila e na fossa zigomática, por onde saem nos forames alveolares superiores posteriores, inervando 2º e 3º molares e raízes distal e palatina do 1º molar. • Localização: distal: - 10 anos: 1º molar superior; - 15 anos: 2º molar superior; Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) - Indivíduos adultos: 3º molar su- perior. • Indicações: - Intervenções nos molares (exceto a raiz mesial do 1º molar superior) → Em caso de exodontia e endodontia dos 1º molares, necessário complementar a anes- tesia com técnica infiltrativa na raiz mesiovestibular. • Nervos anestesiados: nervo alveolar superior posterior. • Ponto de reparo: curva zigomática alveolar do osso maxilar, plano oclusal dos molares superiores e plano sagital mediano do paciente. • Descrição da técnica: - Pede-se ao paciente que abra ligeiramente a boca, visando im- pedir a completa abertura da boca, para que não ocorra deslocamento da apófise coronoide sobre a tuberosidade; - Com a mão livre, localiza-se o processo zigomático alveolar com o dedo indicador, o qual se situa na altura do 1º molar; - O conjunto seringa-agulha deve estar, em vista frontal, a 45º em relação ao plano sagital mediano e, em vista lateral, 90º em relação ao plano oclusal dos molares superiores; - A agulha deve ser inserida 1,2-1,5 cm na tuberosidade da maxila, de forma que sua ponta se situe o mais próximo possível dos fora- mes alveolares posteriores supe- riores; - Como dito anteriormente, caso a intervenção seja estendida até o 1º molar, deve-se fazer uma aneste- sai infiltrativa complementar na raiz mediovestibular, e em casos de exodontia, complementar essas anestesias com anestesia infil- trativa subperiosteal ou bloqueio do nervo palatino maior. • Erros mais comuns: - Conjunto seringa-agulha em ân- gulos diferentes de 45º em relação ao plano sagital mediano ou 90º em relação ao plano oclusal do paciente; - Paciente com a boca muito aber- ta, projetando o processo coronoi- de sobre o túber. 2. Nervos Alveolares Superiores An- terior e Médio: Técnica Infraor- bitária - A ponta da agulha deve ser inserida no forame infraorbitário, onde deverá anestesiar os nervos alveolares supe- riores anteriores e médios (caso o pa- ciente o tenha). • Considerações anatômicas: ner- vos alveolar superior anterior e médio se originam do nervo maxi- lar ao adentrar na fissura orbitária inferior. Não é incomum o nervo alveolar superior médio estar pre- sente: Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) - Quando presente, inerva a raiz mesiovestibular do 1º molar e os pré-molares; - Quando ausente, essas estruturas são inervadas pelo nervo alveolar superior anterior. • Indicações: - Intervenções extensas em inci- sivos, caninos e pré-molares ou quando não for possível realizar uma anestesia infiltrativa. • Nervos anestesiados: nervos al- veolares superiores anteriores e médios. Técnicas: a) Canto do olho/fundo de saco vestibular • Pontos de reparo: rebordo infra- orbitário, forame infraorbitário e canto interno do olho. • Descrição da técnica: - Traçar linha imaginária paralela ao plano sagital mediano do paciente (passa pelo canto interno do olho); - Com o dedo indicador da mão oposta, palpa-se o rebordo infraor- bitário para localizar o forame infraorbitário, situado mais ou menos 0,5cm sob o rebordo infra- orbitário e 1 cm do canto interno do olho; - Com o polegar da mesma mão distende-se o lábio superior a fim de evidenciar o fundo de sulco vestibular, e traça-se uma nova linha imaginária sobre o fundo de sulco, perpendicular à linha do canto do olho; - Na intersecção das duas linhas (em torno de 3-5mm), inserimos a agulha até sua ponta ser intro- duzida no forame → essa margem de 3-5mm evita erros de técnica; - Dependendo do procedimento, esta técnica deverá ser comple- mentada com anestesia infiltra- tiva subperiosteal ou bloqueio do nervo palatino anterior. b) Linha incisiva/ápice do canino • Pontos de reparo: rebordo e forame infraobitários, ápice do canino e linha incisiva. • Descrição da técnica: - Traça-se uma linha incisiva que cruza diagonalmente o incisivo central do lado que se pretende anestesiar, a qual se origina no ângulo incisomesial e estende-se até o ângulo distogengival; - Centraliza-se as pupilas do paciente (olhar para o horizonte); - Traça-se uma linha imaginária a qual passa pelo centro pupilar e pelo longo eixo do 2º pré-molar (o forame se localiza nessa linha, 6-7 mm abaixo do rebordo infraor- bitário, e a 1 cm do canto interno do olho); - Com o dedo indicador da mão oposta, apalpa-se o rebordo infra- orbitário para encontrar o forame; - Após encontrá-lo, manter o dedo sobre o forame, e, com o polegar, Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) afasta-se o lábio para evidenciar o fundo de sulco vestibular; - Posiciona-se o conjunto seringa- agulha posicionado paralelamente à linha incisiva, puncionando a mucosa alveolar cerca de 3-5 mm exatamente na altura do ápice do canino → visualmente, parece que a agulha está direcionada no canto externo do olho; - Durante a inserção da agulha, vai-se injetando o anestésico lenta- mente, permitindo uma penetra- ção indolor; - O dedo indicador orientará a inserção da agulha e protegerá o globo ocular do paciente. c) Centro pupilar/longo eixo do segundo pré-molar superior • Pontos de reparo: rebordo e fora- me infraorbitários, centro pupilar e longo eixo do 2º pré-molar. • Descrição da técnica: - Inicialmente, pede-se ao paciente que olhe ao horizonte, a fim de centralizar as pupilas; - Em seguida, traça-se uma linha imaginária que passa pelo centro pupilar e pelo longo eixo do 2º pré-molar do lado que se pretende anestesiar (o forame se localiza nessa linha, 6-7 mm abaixo do rebordo infraor-bitário, e a 1 cm do canto interno do olho); - Com o dedo indicador da mão oposta, apalpa-se o rebordo infra- orbitário para encontrar o forame; - Após encontrá-lo, manter o dedo sobre o forame, e, com o polegar, afasta-se o lábio para evidenciar o fundo de sulco vestibular; - Posiciona-se o conjunto seringa- agulha seguindo exatamente a linha imaginária, puncionando a mucosa alveolar cerca de 3-5 mm; - Durante a inserção da agulha, vai-se injetando o anestésico lenta- mente, permitindo uma penetra- ção indolor; - O dedo indicador orientará a inserção da agulha e protegerá o globo ocular do paciente. 3. Nervos Nasopalatinos • Considerações anatômicas: o ner- vo nasopalatino se origina do gân- glio esfenopalatino, atravessa o ca- nal incisivo e atinge o palato duro com seu homólogo. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) • Indicações: intervenções na fibro- mucosa palatina (1/3 anterior), e como anestesia complementar de anestesias infiltrativas para den- tes anteriores e da técnica de anestesia regional infraorbitária. • Nervos anestesiados: nervos na- sopalatinos. • Pontos de reparo: papila incisiva e incisivos centrais superiores. • Descrição de técnica: - Pede-se para o paciente abrir a boca, e identifica-se a localização da papila incisiva (5-7 mm atrás dos incisivos centrais); - A punção deverá ser feita ao lado da papila incisiva, porém com angulação suficiente para que a ponta possa entrar no forame incisivo. 4. Nervos Palatinos Maiores (Anes- tesia Palatina Posterior)- Aplicada na região posterior da boca, próximo ao limite entre os palatos du- ro e mole. • Considerações anatômicas: se ori- ginam do nervo esfenopalatino, penetram no canal palatino maior, e emergem pelo forame homô- nimo, no palato. Inervam a muco- sa palatina dos dentes posteriores. - Localizado no limite entre os os- sos palatinos e a base dos proces- sos alveolares da maxila e a 1 cm do hámulo pterigoideo, ou no limite palato duro-mole. • Indicações: intervenções na fibro- mucosa palatina dos dentes poste- riores e como anestesia comple- mentar. • Nervos anestesiados: nervos pala- tinos maiores e menores. • Pontos de reparo: limites palato duro-mole, rafe mediana e limite do processo alveolar/ossos pala- tinos e dentes molares. • Descrição de técnica: - Após a localização do ponto de inserção da agulha, direciona-se o conjunto seringa-agulha de modo a direcioná-lo de baixo para cima e de dentro para fora; - Punciona-se o local, com pene- tração da agulha de no máximo 0,5 cm. Mandíbula Nervos Alveolar Inferior, Bucal e Lingual - Anestesia pterigomandibular: ponto de punção de agulha na região pterigoman- dibular, para anestesiar os nervos alveolar inferior, lingual e bucal, independente da técnica. 1. Nervo Alveolar Inferior • Considerações anatômicas: r Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) - Ramo do nervo mandibular do nervo trigêmeo (V3), o qual segue para baixo, passando sob o músculo pterigoideo medial e pelo nervo lingual. - Adentra na mandíbula pelo forame mandibular, seguindo pelo canal mandibular, por onde inerva molares e pré-molares. - Se bifurca emitindo ramos que inervarão canino e incisivos, e então se exterioriza pelo forame mentoniano (mentual), inervando a mucosa da região. 2. Nervo Bucal: • Considerações anatômicas: - Ramo descendente do nervo mandibular. - Emite filetes cutâneos para a mucosa jugal, comissura labial e parte externa do lábio. - O ramo mucoso atravessa o mús- culo bucinador ao nível da borda alveolar inferior, inervando a mucosa geniana, capa glandular e o tecido gengival vestibular de molares. 3. Nervo Lingual • Considerações anatômicas: - Ramo terminal do nervo mandi- bular. - Dirige-se para o lado interno da cavidade bucal, onde atinge a língua na região do 3º molar. - Inerva os 2/3 anteriores da língua, face interna da gengiva e assoalho bucal, parte interior da língua, face inferior, dorsal e bordas laterais da língua. - Essencialmente sensitivo. 4. Nervo Mentoniano (Mentual) • Considerações anatômicas: - O nervo mentual é o nome dado ao nervo mandibular após sua ex- teriorização pelo forame de mes- mo nome. - Inerva pele, mento, mucosas la- bial e da região anterior da man- díbula. Técnicas anestésicas: Mandíbula Técnica Direta • Não anestesia o nervo bucal → complementação com a técnica do nervo bucal (a ver abaixo). • Pontos de reparo: - Pré-molares do lado oposto, plano oclusal dos molares inferio- res, depressão formada pelo liga- mento pterigomandibular (inter- namente), linha oblíqua (externa- mente) e trígono retromolar. • Descrição da técnica: - Cabeça do paciente posicionada de forma que, ao abrir a boca, o plano oclusal esteja paralelo ao solo; - Desliza-se com o dedo indicador da mão oposta sobre a oclusal dos molares da região a ser anes- tesiada, até encontrar o vértice do trígono retromolar → ponto exato da punção (depressão formada pela linha oblíqua e pelo liga- mento pterigomandibular); - Essa técnica distende a mucosa e indica a altura de punção (1 cm); - Ponto de apoio: pré-molares do lado oposto; - Conjunto seringa-agulha: coloca- do no sentido ântero-posterior, 1 cm acima do plano oclusal dos molares; - A agulha deve ser inserida até atingir o tecido ósseo; em seguida, recua-se a agulha 1-3 mm para injetar ¾ do anestésico; - Após a injeção do anestésico, retrai-se a agulha de forma que apenas 1 cm dela permaneça no tecido, e injeta-se o ¼ restante, a fim de anestesiar o nervo lingual. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) Técnica Indireta (3 posições) • Não necessita de anestesia com- plementar, pois essa técnica contempla a anestesia dos nervos alveolar inferior, lingual e bucal. • Pontos de reparo: - Superfície oclusal dos molares inferiores, bordas anterior do ramo ascendente, pré-molares do lado oposto, linhas oblíquas exter- na e interna e vértice do trígono retromolar. • Descrição da técnica: - Cabeça do paciente posicionada de forma que, ao abrir a boca, o plano oclusal esteja paralelo ao solo; - Desliza-se com o dedo indicador da mão oposta sobre a oclusal dos molares da região a ser anes- tesiada, até encontrar o vértice do trígono retromolar → ponto exato da punção (depressão formada pela linha oblíqua e pelo liga- mento pterigomandibular); - Feito isso, gira-se o dedo indica- dor de forma que a unha fique voltada para a cavidade bucal, mantendo-o na posição; - O conjunto seringa-agulha deve ser puncionado 1 cm acima do plano oclusal, e introduzido cerca de 5-6 mm para anestesia do nervo bucal (1ª posição); - Continua-se a introduzir a agulha até cerca de 1 cm para anestesiar o nervo bucal (2ª posição). À medida que a agulha é introduzida injeta-se o anestésico (¼ do anestésico para anestesia dos nervos bucal e lingual); - Após a anestesia dos nervos bucal e lingual, retrai-se a agulha, de forma que apenas a ponta fique em contato com os tecidos, e gira- se o conjunto seringa-agulha no sentido dos pré-molares opostos; - Nesta nova posição, insere-se a agulha até a ponta atingir o tecido ósseo (3ª posição); - Retrai-se a agulha 1-3 mm, e injeta-se o restante do anestésico (¾ do tubete) para anestesiar o nervo alveolar inferior. Legenda: Localização do local de punção Legenda: 1ª posição Legenda: 2ª posição Legenda: 3ª posição Técnica Direta Técnica Indireta Não anestesia o nervo bucal Anestesia o nervo bucal 2 punções (Técnica Direta e Nervo Bucal) 1 punção Maior desconforto (punções são dolorosas) Risco de não anestesiar o Nervo alveolar inferior corretamente - mascaramento Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) Anestesia do nervo bucal • Indicações: - Complemento da técnica direta e para intervenções em tecidos mo- les da região. • Pontos de reparo: linhas oblíquas interna e externa e vértice do trígono retromolar. • Descrição da técnica: - Primeiro, identifica-se os pontos de referência; feito isso, punciona- se a mucosa no vértice do trígono retromolar; - O acesso é feito pela vestibular, e a agulha deve ser inserida 2-5 mm. Anestesia do nervo mentoniano (mentual) • O forame mentoniano (mentual) localiza-se ao nível do ápice dos pré-molares inferiores. • Normalmente, é um orifício único. • Tomar cuidado com pessoas mais idosas, onde já houve reabsorção do rebordo alveolar (o forame pode se localizar mais próximo ao rebordo). • Indicações: intervenções cirúrgi- cas em tecidos moles da região ou quando houver processo patoló- gico, o qual contraindica a aneste- sai infiltrativa. • Nervos anestesiados: nervos mentoniano e incisivo. • Pontos de reparo: pré-molares inferiores, borda inferior do corpo da mandíbula e borda superior dos processos alveolares inferio- res. • Descrição da técnica: - A agulha deve penetrar no forame com angulação de 45º em relação à mandíbula, na altura da raiz mesial do 1º molar inferior; - O conjunto seringa-agulha deve ter sentido de cima para baixo e de posterior para anterior, para que a ponta da agulha penetre na luz do forame, e deve serinserida cerca de 3-6 mm. Técnica de Gow-Gates • Considerações anatômicas: mem- brana mucosa na parte mesial do ramo da mandíbula, numa linha da incisura intertrágica até o canto da boca, imediatamente distal ao 2º molar superior. • Descrição da técnica: - Colocar o paciente na posição de decúbito dorsal ou semidecúbito; - Pedir ao paciente para estender o pescoço e abrir bem a boca; - Localização da incisura intertrá- gica e canto da boca; - Apalpação da incisura coronoide (não é essencial, mas fornece maior segurança para a técnica, segundo a experiência do autor); - Dirigir a seringa (segura em sua mão direita) para o local de injeção a partir do canto da boca do lado oposto; - Introduzir a agulha delicada- mente nos tecidos no local de injeção, imediatamente distal ao segundo molar maxilar, na parte alta de sua cúspide mesiolingual (mesiopalatina); Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) - Alinhar a agulha com o plano que se estende do canto da boca do lado oposto à incisura intertrágica do lado da injeção. Ela deve estar paralela ao ângulo entre o ouvido e a face; - Avançar a agulha devagar até fazer contato com o osso (cerca de 2,5 cm); - Depositar o anestésico lenta- mente, por 60-90 segundos; - Retirar a agulha, e pedir ao paciente para não fechar a boca por 1-2 minutos para permitir a difusão do anestésico; - Após a anestesia, retornar o paciente à posição ereta ou semiereta. Legenda: agulha alinhada com a incisura intertrágica. Legenda: aplicação da técnica. Técnica de Vazirani-Akinosi (boca fechada) • Muito utilizada na Odontopedia- tria. • Anestesia do nervo alveolar infe- rior, mesmo sem que o paciente abra a boca (pacientes acometidos por trismo). • Pontos de reparo: borda anterior do ramo ascendente, plano oclusal de molares inferiores e borda livre da gengiva marginal dos dentes superiores. • Descrição da técnica: - Traciona-se os lábios e a boche- cha do paciente para fora com a mão oposta, para máxima visuali- zação da região; - Identifica-se os pontos de refe- rência e posiciona-se o conjunto seringa-agulha paralelos à linha imaginária que passa tangencian- do a superfície das bordas livres da gengiva marginal dos dentes superiores; - Punciona-se a mucosa no prolon- gamento dessa linha imaginária, e introduz-se a agulha cerca de 1,5- 2 cm; - Desse modo, anestesia-se os ner- vos alveolar inferior, lingual e bucal com uma única punção. REFERÊNCIAS • Malamed, Stanley F. – Manual de Anestesia Local, 6ª edição, Parte III, Capítulos 13, 14 e 15; • Lima, José Roberto Sá – Atlas Colorido de Anestesia Local em Odontologia, Capítulo 2. • Teixeira, Lucilia Maria de Souza - Anatomia Aplicada à Odontolo- gia; 2ª edição.
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