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Fundamentos Semiológicos de Enfermagem EXAME NEUROLÓGICO Prof. Danilo Prof. Érick Tópicos Exame Neurológico; Identificação de Problemas de Enfermagem; Avaliação do nível de consciência; Escala de Coma de Glasgow; Avaliação Pupilar; Avaliação Sensorial; Avaliação de Reflexos profundos. CONSCIÊNCIA Estado em que o indivíduo está cônscio de si mesmo e do ambiente; É conhecedor das circunstâncias que lhe dizem respeito e daquelas com que se relaciona (tempo, espaço, pessoas e fatos). NÍVEL DE CONSCIÊNCIA • Capacidade de despertar do paciente, ou da vigília, determinada pelo nível de atividade que se obtém do paciente como resposta a estímulos crescentes por parte do examinador. CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Alerta/vigília: é o indivíduo que está acordado, alerta, que responde adequadamente ao estímulo verbal, que está orientado no tempo e no espaço. Letargia: estado de sono anormalmente prolongado. Obnubilação: sonolento, despertável com estímulos sonoros, perda do sentido de orientação no tempo e no espaço, estando normais as resposta às perguntas e ordens banais. CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Torpor/Estupor: Grau mais profundo da obnubilação, não responde as ordens banais. Coma: indivíduo em sono profundo, inconsciente, com os olhos fechados, não emite som verbal, não interage consigo ou com o ambiente. AVALIAÇÃO DAS PUPILAS AVALIAÇÃO PUPILAR • Diâmetro; • Forma; • Simetria; • Fotorreação (reação a luz); • Velocidade de reação. DIÂMETRO PUPILAR O diâmetro da pupila varia de 1 a 9 mm, sendo considerada um variação normal de 2 a 6 mm, com um diâmetro médio em torno de 3,5 mm. FORMA PUPILAR A forma das pupilas geralmente é arredondada, como um círculo, e a sua avaliação deve ser feita pela observação do contorno das mesmas. Formas anormais de pupilas: ovóide, buraco de fechadura ou irregular. Forma ovóide = sinal precoce de herniação transtentorial devido à hipertensão intracraniana. Forma buraco de fechadura = comum em pacientes submetidos à cirurgia de catarata. Forma irregular = encontrada em pacientes com trauma de órbita. Simetria Pupilar PUPILAS ANISOCÓRICAS D> E FOTORREAÇÃO PUPILAR O reflexo fotomotor da pupila depende do nervo óptico e do nervo oculomotor. A fotorreação é observada com o auxílio do foco de luz de urna lanterna. 1. Fechar o olho; 2. Aguardar alguns segundos; 3. Levantar rapidamente a pálpebra dirigindo o foco de luz diretamente sobre a área da pupila; 4. Repetir do outro lado. • Incidência da luz: constrição. • Retirada da luz: retorno a dilatação VELOCIDADE DE REAÇÃO • Normal: constrição rápida; • Alterações: constrição lenta, arreativa ou fixa. Vídeo Fotorreação Escala de Coma de Glasgow ECG Não se aplica a paciente sedado; Rápida aplicação; Valor máximo: 15 pontos Valor mínimo: 3 pontos Atenção Abertura Ocular Melhor Resposta Verbal Melhor Resposta Motora Reatividade Pupilar AVALIAÇÃO DOS PARES CRANIANOS I OLFATÓRIO II ÓPTICO III OCULOMOTOR IV TROCLEAR V TRIGÊMIO VI ABDUCENTE VII FACIAL VIII VESTÍBULO- COCLEAR IX GLOSSOFARÍNGEO X VAGO XI ACESSÓRIO XII HIPOGLOSSO I NERVO OLFATÓRIO I NERVO OLFATÓRIO • SENSITIVO • FUNÇÃO: Olfato • TESTE: Identificar itens com odores muito específicos (p.ex., sabão, café e cravo), colocados junto ao nariz do paciente. Cada narina deve ser testada separadamente. • ALTERAÇÕES: Hiposmia = redução da olfação; Anosmia = ausência da olfação. Dicionário de Fundamentos Semiológicos • Anosmia • Hiposmia • Cacosmia • Coprosmia • Agnosia Olfatória • Prebiosmia • Fantosmia II NERVO ÓPTICO II NERVO ÓPTICO • SENSITIVO • FUNÇÃO: Visão • TESTE: Acuidade e campo visual. • ALTERAÇÕES: 1. Hemianopsia: ausência da visão em metade do campo visual de cada olho; 2. Amaurose: perda total da visão do lado lesado Painel de Snellen Dicionário de Fundamentos Semiológicos • Ambliopia • Amaurose • Hemianopsia • Dipoplia III Oculomotor IV Trocelar VI Abducente III OCULOMOTOR IV TROCLEAR VI ABDUCENTE • MOTOR e VEGETATIVO • FUNÇÃO: Movimentos dos olhos • Oculomotor: constrição pupilar, abertura dos olhos, movimento do olho para cima e para fora, para cima e para dentro, para dentro, para baixo. • Troclear: para baixo e para fora. • Abducente: para fora. • ALTERAÇÕES: Estrabismos convergentes e divergentes: os olhos não se fixam no mesmo objeto; • Nistagmo: tremor do globo ocular Dicionário de Fundamentos Semiológicos • Ptose palpebral • Fotofobia V Trigêmio V TRIGÊMIO • MISTO: MOTOR E SENSITIVO • FUNÇÃO: Reflexos da córnea, sensibilidade facial e movimentos mandibulares. • RAMOS: Oftálmico, maxilar e mandibular. • TESTE: Ramo Motor – solicite que o paciente cerre os dentes, enquanto faz a palpação do músculo temporal e masseter. Ramo sensitivo – estimule as áreas com objeto rombo alternando com pontiagudo, o paciente deve estar com os olhos fechados. • REFLEXO CÓRNEOPALPEBRAL: Piscar e lacrimejar os olhos ao toque na superfície da córnea. Testes nervo Trigêmio VII NERVO FACIAL VII NERVO FACIAL MISTO: Motor, sensitivo, sensorial e vegetativo FUNÇÃO: 1. Motora - Movimentos faciais. 2. Sensitiva – sensibilidade tátil, térmica e dolorosa do pavilhão auditivo, conduto auditivo externo e tímpano. 3. Sensorial - Gustação dos 2/3 anteriores da língua. 4. vegetativa - natureza secretória ( lacrimais e salivares) TESTES do Nervo Facial Solicitar ao paciente que: • Levante os supercílios; • Feche os olhos firmemente; • Sorria; • Encha as bochechas de ar; • Assobie; Causas • Paralisia de Bell • Síndrome de Guillain-barré • Paralisia Periférica • Neurite dentre outras VIII NERVO VESTIBULO-COCLEAR VIII NERVO VESTIBULO-COCLEAR • Porção vestibular e porção coclear FUNÇÃO: Vestibular: Percepção consciente da cabeça, do movimento e do equilíbrio. Coclear: Sensibilidade auditiva. • ALTERAÇÕES: Nistagmo. Teste de Rinne • A- Auditiva Condutiva (Vibratória) • B- Sensorial Teste de Rosemberg IX NERVO GLOSSOFARINGEO IX NERVO GLOSSOFARINGEO • MISTO: Motor, sensorial, vegetativo e sensitivo • Sensorial – sensibilidade gustativa do terço posterior da língua (principalmente azedo e amargo); • Sensitiva – membrana mucosa da faringe • Vegetativa - glândula parótida; • Motora – Elevação e contração do palato mole e úvula e deglutição. • TESTES: • Peça ao paciente para dizer “ Ah” ou boceje • Com o paciente de olhos fechados, pingue uma substância amarga nesta região e peça que ele identifique o sabor. O normal é que o sabor amargo seja identificado (Somente para conhecimento) X NERVO VAGO X NERVO VAGO • MISTO: Motor, sensitivo, vegetativo e sensorial. FUNÇÕES: 1. Motora – Inervam músculo do palato mole, faringe e laringe (fonação); 2. Sensitivo-sensoriais - sensibilidade geral de área cutânea retro auricular e do conduto externo auditivo, da mucosa da laringe e porção inferior da faringe. 3. Vegetativa – inervação parassimpática de vísceras torácicas e abdominais. Reflexo de Vômito XI NERVO ACESSÓRIO XI NERVO ACESSÓRIO • MOTOR • FUNÇÃO: Movimentação do ombro e rotação da cabeça contra uma resistência exercida. • TESTE: Observe a presença de atrofia ou rigidez no músculo trapézio. XII NERVO HIPOGLOSSO XII NERVO HIPOGLOSSO • MOTOR • FUNÇÃO: Simetria e posição da língua. • TESTE: Solicite ao paciente que exteriorize a língua, observe simetria e desvio em relação a linha média. Solicite que empurre a língua contra as bochechas de modo alternado Resumo Avaliação sensitiva e de reflexos tendinosos profundos O exame da sensibilidade deve ser realizado por etapas, evitando cansar o paciente; Ambiente tranquilo; Os olhos fechados a fim de se evitar o controle visual; SENSIBILIDADE SUPERFICIAL • A sensibilidade tátil deve ser pesquisada utilizando-se uma mecha de algodão ou um pincel;• A sensibilidade dolorosa é pesquisada por meio de agulha • A sensibilidade térmica (frio e calor) deve ser explorada utilizando-se dois tubos de ensaio, um contendo água gelada e outro água quente (temperatura entre 40 e 45 ºC). • Deve ser pesquisada deslocando-se, lenta e suavemente, uma articulação (dedos dos pés e das mãos, tornozelo, joelhos, punhos) em diferentes direções. • Iniciar esta pesquisa pelo hálux, tomando cuidado de separá-los dos outros artelhos e de imprimir-lhes movimentos suaves para cima e para baixo, devendo o paciente indicar a posição em que o artelho é fixado. SENSIBILIDADES PROFUNDAS VIBRATÓRIA • Diapasão de vibrações lentas (128 ciclos/segundo. • O diapasão é aplicado, sucessivamente nas diversas saliências ósseas devendo o paciente acusar ou não as vibrações. BARESTÉSICA • Sensibilidade à pressão – exercendo pressão progressiva, com a polpa de um dedo ou um objeto rombo, sobre a pele DOLOROSA PROFUNDA • Pesquisada aplicando compressão das massas musculares, dos nervos e dos tendões. ESTEREOGNÓSTICA • É a capacidade que o indivíduo apresenta de reconhecer objetos pela palpação, estando com olhos fechados. • Objetos: pente, chave, moeda, lápis, objetos de madeira entre outros. • Evitar objetos cujo reconhecimento possa ser feito por intermédio da sensibilidade sensorial, como molho de chaves pela audição ou isqueiro, pelo odor do fluído. Tato discriminativo Dicionário de Fundamentos Semiológicos • Agnosia ou astereognosia • Morfoagnosia: • Hiloagnosia: • Assimbolia Tátil: REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS • Mantenha o paciente relaxado; • Posicione os membros correta e simetricamente, e percuta o tendão de forma brusca, usando um movimento rápido do punho. • A pancada deve ser rápida e direta, sem resvalar. • Pode-se usar a extremidade pontuda ou achatada do martelo. • A extremidade pontuda serve para atingir áreas pequenas, como o dedo colocado sobre o tendão bicipital. • A extremidade achatada causa menos desconforto ao paciente na área braquiorradial. TÉCNICA • Segure o martelo de Déjérine entre o polegar e o indicador, de modo que oscile livremente dentro dos limites definidos pela palma da sua mão e os dedos. • Observe a velocidade, força e amplitude da resposta reflexa. • Compare sempre um lado com o outro. Classoficar reflexos como • Hipoflexia • Normoflexia • Hiperflexia Sempre realizar comparação bilateral REFLEXO BICIPITAL (C5, C6) • O braço do paciente deve ser parcialmente fletido no cotovelo, com a palma da mão para baixo. • Coloque seu polegar ou outro dedo firmemente sobre o tendão bicipital. • Golpeie com o martelo de reflexo, de modo que o golpe vise diretamente o seu dedo na direção do tendão bicipital. REFLEXO TRICIPITAL (C6, C7) • Flexione o braço do paciente no cotovelo, com a palma da mão virada para o corpo, e puxe o braço um pouco por sobre o tórax. • Percuta o tendão do tríceps acima do cotovelo. • Dê um golpe direto por detrás do tendão. Observe a contração do músculo tríceps e a extensão do cotovelo. REFLEXO PATELAR (L2, L3, L4) • O paciente pode ficar sentado ou deitado, contanto que o joelho esteja fletido. • Percuta bruscamente o tendão patelar logo abaixo da patela. • Observe a contração do quadríceps com a extensão do joelho. • A colocação da mão sobre a região anterior da coxa do paciente ajudará a sentir este reflexo. REFLEXO AQUILEU (S1) • Se o paciente estiver sentado, faça a dorsiflexão do pé ao nível do tornozelo. • Consiga que o paciente relaxe, e percuta o tendão de Aquiles. • Observe e palpe a presença de flexão plantar no tornozelo. • Verifique, também, a velocidade de relaxamento após a contração muscular. RESPOSTA PLANTAR (L5, S1) • Com um objeto como uma chave ou um abaixador de língua feito de madeira, percorra a face lateral da região plantar, desde o calcâneo até a concavidade, fazendo uma curva no sentido medial através da concavidade. • Movimento dos artelhos, que normalmente corresponde a uma flexão.