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Nutrição Parenteral AULA 6 Profº Marcelo Moraes soares.marcelo2020@gmail.com Conceito A terapia nutricional é a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, de acordo com o as condições clínicas de cada paciente, tendo em vista à oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela via oral, convencional (CORTES et al., 2003). Conceito A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sistêmica, ultrapassando o trato gastrointestinal (TGI), é recomendada quando há uma alteração parcial ou total do trato gastrointestinal, sendo indicada também em outros casos como o pré-operatório ou subnutrição, além disso, pode ser utilizada como complemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as necessidades nutricionais do paciente. (COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018; LAMEU, 2005) Histórico Os primeiros estudos bem sucedidos de infusão de uma alimentação artificial parenteral foram desenvolvidos por Dudrick e colaboradores, somente na década de 1960, o que demonstra o quanto esta prática tem se desenvolvido e se aperfeiçoada, nos últimos tempos. (GASTALDI et al., 2009). Relação custo x benefício A decisão sobre qual paciente será submetido a NP envolve aspectos relacionados com a doença de base e a experiência clínica da equipe de suporte nutricional sendo a primeira etapa considerar se o processo mórbido em si vai ser influenciado pelo suporte nutricional parenteral, se a doença ou o tratamento vai piorar o apetite, alterar a digestão/absorção e qual a sua duração. (MARCHINI et al., 1998). Análise prévia Nutrição Parenteral Quanto a via de administração Periférica; Central; Nutrição Parenteral Quanto a composição da solução Sistema glicídico binário ou “dois em um” – solução de aminoácido e glicose; Sistema lipídico ternário ou “três em um” – solução de aminoácidos, glicose e lipídios. Transição A NP deve ser interrompida assim que possível, quando a oferta pelas vias oral/enteral atingir > 50% das calorias necessárias estimadas e a tolerância for adequada pode ocorrer a transição para essas vias. A retirada lenta em pacientes propensos a hipoglicemia é necessária com a diminuição da infusão em 1 – 2 horas antes da retirada. (CARVALHO, 2014) Legislação vigente Há duas legislações que regem a prática de nutrição parenteral no Brasil, Resolução RDC nº 45, de 12 de março de 2003 que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais (SP) em Serviços de Saúde e a Portaria MS/SNVS nº272, de 8 de abril de 1998 que fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral. De acordo com a legislação brasileira, Portaria 272/98 para a avaliação, execução e supervisão de todas as etapas da Terapia Nutricional, é necessária a presença nas unidades hospitalares de uma Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN). Essa Equipe é fundamental para monitorar todos os passos relacionados a terapia nutricional (BRASIL, 1998). Indicações especificas para NPT Interferência de doença de base em ingestão, digestão ou a absorção dos alimentos; Estados hipermetabólicos como grandes queimados, pacientes sépticos, politraumatismo extenso, pancreatite aguda, fístulas intestinais de alto débito; Falência intestinal devido a: Íleo paralítico e mecânico (pós-operatório); Trauma; Doença inflamatória intestinal; Enterocolite (aids, quimioterapia/ radioterapia); Ressecção intestinal (síndrome do intestino curto); Câncer gastrointestinal; Pacientes pediátricos neonatos; Colite ulcerativa complicada ou em período perioperatório; Hemorragia gastrointestinal persistente; Abdome Agudo/Íleo paralítico prolongado; Contraindicações para NPT Pacientes hemodinamicamente instáveis; Fase aguda ("fase de refluxo") durante as primeiras horas após o trauma, cirurgia ou o aparecimento de uma infecção grave; Insuficiência cardíaca crônica com retenção hídrica (exceto em pacientes com evidente má absorção e a nutrição enteral mostrou-se inefetiva); Insuficiência renal crônica sem tratamento dialítico (exceto em pacientes com perda calórico-protéica severa ou com severas alterações gastrointestinais). Composição Necessidades energéticas na NPT O cálculo do que será ofertado ao paciente é relacionado ao valor estimado para o metabolismo basal (GEB), considerando-se o peso atual do paciente. Uma das maneiras de estimar o metabolismo basal é por meio da equação de Harris – Benedict que é diferente para mulheres e homens, para pacientes que não respondem aos cálculos é utilizada a calorimetria indireta (CORTES et al., 2003). Cálculo para NPT Macronutrientes na NPT A glicose representa a única fonte de carboidratos na NP, as demais fontes de carboidratos, tais como frutose, sorbitol e xilitol, produzem efeitos colaterais negativos. Uma das vantagens da solução de glicose é a de ser facilmente encontrada e ser barata, porém o seu excesso pode causar infiltração de gordura no fígado e aumento do estresse respiratório. (CARVALHO et al., 2014; GASTALDI et al., 2009). Macronutrientes na NPT Os lipídios proporcionam uma Nutrição Parenteral Total (NPT) de menor volume e menor osmolaridade, auxiliam a evitar a carência de ácidos graxos essências (ácidos linoleico, linolênico e araquidônico) e de todas as complicações bioquímicas decorrentes desta ausência. (GASTALDI et al., 2009). Micronutrientes na NPT A adição dos eletrólitos, vitaminas e oligoelementos devem atender as necessidades diárias para manter íntegros os processos fisiológicos intra e extracelulares, devem ser fornecidos a partir do início de qualquer forma de apoio nutricional. Os requisitos de micronutrientes são atendidos com os preparativos padrão disponíveis (COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018). Vantagens da combinação de macro e micronutrientes em NPT evitar hiperglicemia; reduzir o estresse respiratório e metabólico; garantir o fornecimento de ácidos graxos essenciais e aminoácidos essenciais; reduzir o risco para hipofosfatemia; facilitar a infusão periférica devido à baixa osmolaridade; transmitir efeito favorável sobre a função das células do fígado e integridade com nova geração de emulsões lipídicas; MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE A monitorização é realizada com utilizando dados clínicos e laboratoriais, sendo os dados clínicos relacionados com o bem estar geral, resposta ao tratamento da doença de base e a própria desnutrição. Nesta avaliação, estão incluídos aspectos gerais, de atividade, sinais vitais e relacionados ao balanço hídrico. Os dados laboratoriais incluem dosagens de eletrólitos e glicose. (MARCHINI, 1998). MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE O peso deve ser monitorado diariamente, assim como o balanço diário da oferta e perda (balanço hidroeletrolítico). O balanço nitrogenado deve ser feito sempre que necessário É importante também avaliar o local de inserção quanto a presença de sinais inflamatórios e infecciosos (CARVALHO, 2014; MOURA-JÚNIOR et al., 2012). MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE O Controles Glicêmicos: devem ser realizados nas primeiras 24h a cada 8h; se a glicemia se mantiver > 180mg%, realizar controle de 4/4h. Semanalmente devem ser avaliadas a atividade de protrombina, triglicerídeos, bilirrubina, transaminases e fosfatase alcalina. MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE Segundo MOURA-JÚNIOR e colaboradores (2012) deve-se observar a presença de picos febris associada ao cateter, e se necessário realizar hemocultura sistêmica e cultura do cateter para garantir que não há infecção causada pela NP. Complicações na NPT MECÂNICAS Relacionadas ao cateter: deslocamento em direção cefálica, perfuração do vaso, pneumotórax, hemotórax, desconexão do cateter com perda sanguínea ou embolia gasosa; Complicaçõesna NPT METABÓLICAS Sobrecarga hídrica Hiperglicemia; Hipoglicemia; Hipertrigliceridemia; Hipercapnia; Deficiência de ácidos graxos essenciais; Síndrome de retroalimentação; Distúrbios eletrolíticos; Distúrbios hepatobiliares; Gastrite; Úlcera de estresse; Complicações na NPT INFECCIOSAS Sepse relacionada ao cateter, tendo como agentes etiológicos mais freqüentes: Staphylococcus epidermidis, fungos, bacilos Gram negativos (Escherichia coli, Serratia marcescens, Enterobacter cloacae) e Staphylococcus aureus. Controle de Qualidade na NPT MANIPULAÇÃO A NPT deve ser manipulada em sala limpa classe ISO 7, em cabines de fluxo laminar classe ISO 5, com pressão positiva com o uso de produtos com registro no Ministério da Saúde e por profissional capacitado. Controle de Qualidade na NPT TRANSPORTE O transporte deve ser feito sob condições validadas, que garantam a integridade físico-química e de esterilidade do produto, sendo que a temperatura não deve exceder 20°C e o tempo de transporte não deve exceder 12 horas. Controle de Qualidade na NPT ARMAZENAMENTO O Armazenamento que antecede a administração da nutrição parenteral deve ser feito em refrigerador exclusivo para medicamentos e sua temperatura deve estar entre + 2°C a +8°C. Referencias Bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria 272, de 8 de Abril de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 de Abril de 1998. CARVALHO, A. P. P. F. et al. Protocolo de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral da Comissão de Suporte Nutricional. Goiânia: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, 2014. 162 p. COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018. CORREIA, M. I. T. D. Avaliação nutricional subjetiva. Rev. Bras Nutr. Clín., v. 13, p. 68-73,1998. CORTES, J. F. F.; FERNANDES, S. L.; NOGUEIRA-MADURO, I. P. N.; BASILE-FILHO, A.; SUEN, V. M. M.; SANTOS, J. E.; VANNUCHI, H.; MARCHINI, J. S. Terapia nutricional no paciente criticamente enfermo. Medicina, v. 36, p. 394-398, abr./dez., Ribeirão Preto, 2003. GASTALDI, M.; SIQUELI, A. G.; SILVA, A. C. R.; SILVEIRA, D. S. G. Nutrição Parenteral Total: Da Produção a Administração. Pharmácia Brasileira, set./out., 2009. Lameu, E. Clínica Nutricional. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. MARCHINI, J. S.; Okano, N.; Cupo, P.; Passos, N. M. R. R. S.; Sakamoto, L. M.; Basile-Filho, A. Nutrição parenteral — princípios gerais, formulários de prescrição e monitorização. Medicina, v. 31, p. 62-72, jan./mar., Ribeirão Preto, 1998. MOURA-JÚNIOR, S. J. A. et al. Protocolos de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Teresina, mar., 2012. Nutrição Parenteral Conceito Conceito Histórico Relação custo x benefício Análise prévia Nutrição Parenteral Nutrição Parenteral Transição Legislação vigente Indicações especificas para NPT Contraindicações para NPT Composição Necessidades energéticas na NPT Cálculo para NPT Macronutrientes na NPT Macronutrientes na NPT Micronutrientes na NPT Vantagens da combinação de macro e micronutrientes em NPT MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE Complicações na NPT Complicações na NPT Complicações na NPT Controle de Qualidade na NPT Controle de Qualidade na NPT Controle de Qualidade na NPT Referencias Bibliográficas
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