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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Henrique Martins Rocha Natureza do planejamento e controle da produção Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Expressar o conceito de planejamento e controle da produção. � Identificar as dimensões de planejamento e controle de produção. � Resolver problemas de planejamento, programação e controle de produção. Introdução Neste texto, você vai estudar os conceitos de planejamento e contro- le da produção, ou seja, o que deve ser feito para gerenciar o sistema produtivo, de forma a garantir que os objetivos de produção sejam alcançados. Você verá, também, quais são as dimensões dessas ativi- dades, e aplicará os conceitos em alguns exemplos para dimensiona- mento dos recursos e tomadas de decisão sobre o planejamento e o controle da produção. Conceitos de planejamento e controle da produção Para qualquer coisa que você deseja fazer, deve traçar um plano para isso. Por exemplo, imagine que você deseja encontrar um(a) colega para irem juntos ao cinema e precisa planejar alguns detalhes: � Que filme vocês assistirão? � Definido o filme, que dia e horário assistirão e em que cinema? � Aonde vocês irão se encontrar para irem ao cinema e a que horas? � Como você irá para o local marcado e a que horas sairá de casa? � Com que roupa você irá e a que horas precisa começar a se arrumar? � Se for de ônibus ou de táxi, de quanto dinheiro precisará para pagar o transporte de ida e de volta? � Quanto dinheiro você precisa levar para pagar a entrada e mais um lanche? Ou seja, você vai buscar as informações de que precisa (ex: horário do filme) e identificar os recursos necessários (ex: dinheiro para entrada) para que consiga alcançar os objetivos traçados (no caso, ir com um colega ao cinema). E, ao longo desse processo, vai tomar decisões (ex: decidir a que horas começa a se arrumar) para que o objetivo possa ser alcançado. Isso é planejar! Vamos definir, então, planejamento: é o processo estruturado de identi- ficar e comunicar as ações a serem tomadas, bem como os recursos que pre- cisam estar disponíveis no tempo, na quantidade e no local apropriado, para que possamos alcançar objetivos específicos estabelecidos. Nas empresas, você tem uma situação semelhante: quando pensa na pro- dução de bens e serviços, os objetivos a serem alcançados estão relacionados a garantir que o sistema produtivo possa produzir o que é esperado, ou seja, atender à demanda. A produção precisa ser planejada. Além disso, é preciso definir: � o que será produzido: � como será produzido; � em que quantidade; � aonde será produzido; � que recursos (materiais, máquinas e equipamentos, instalações, pes- soas) são necessários para produzir o que é previsto e em que quanti- dade; � quando esses recursos precisarão estar disponíveis para a produção; � que passos precisam ser executados para que os recursos estejam dis- poníveis e quem será responsável por eles; etc. Observem que não são poucas coisas que precisam ser pensadas, definidas e decisões tomadas. O planejamento da produção é uma atividade de grande importância e complexidade: falhas nesse processo podem comprometer se- riamente a capacidade de a empresa cumprir com seus compromissos, e isso pode afetar severamente sua imagem, competitividade e capacidade de conti- nuar atuando no mercado. Administração da produção170 Você sabia que erros no planejamento podem “quebrar” a empresa? Veja o que a ma- téria “10 erros que podem ‘quebrar’ a sua empresa” menciona sobre tomar decisões sem planejamento: Este erro é muito comum entre pequenos empresários principalmente aqueles que não têm certo grau de conhecimento sobre administração de negócios. Decisões pre- cipitadas e falta de planejamento podem gerar prejuízos enormes e deixar sequelas por muito tempo na empresa. Erros na tomada de decisão principalmente quando envolvem recursos financeiros podem afundar a empresa em dívidas, atrapalhando os resultados e gerando prejuízos (ALVES, 2012). O planejamento tem três funções básicas, e a primeira delas é verificar se, ao menos teoricamente, um objetivo tem como ser alcançado. Por exemplo, no caso do cinema, caso você não tivesse dinheiro para pagar a entrada, o objetivo de ir com o(a) colega ao cinema não seria possível e, por meio do planejamento, você já teria identificado isso. Qual a vantagem? Bem, você não precisaria se arrumar, sair de casa, etc., para, só depois disso perceber que não conseguiria alcançar o objetivo de ir ao cinema com o(a) colega. Assim, não perderia tempo (nem o dinheiro da passagem) para não fazer o que queria. Assim, essa primeira função do planejamento é como um “filtro” grosso dos objetivos. Por meio dele, você avalia se deve ou não dar continuidade às ações para atingir os objetivos traçados. Se a resposta for positiva, vá em frente, ou seja, faça o necessário para chegar onde quer. Ou seja, execute as ações planejadas. E aí está a segunda função do planejamento: orientar a execução das ações necessárias ao alcance dos objetivos. Em outras palavras, fazer o planejado. Mas há um aspecto importante: o fato de planejar não garante que as coisas aconteçam exatamente como o planejado. São inúmeras variáveis envolvidas, e elas podem mudar o rumo das coisas. Por exemplo, o clima mudou, e a roupa que você tinha planejado usar já não é mais apropriada: assim, você precisa pensar em uma roupa diferente. 171Natureza do planejamento e controle da produção Já imaginou se você não tivesse acompanhado a mudança do clima? Por exemplo, se tivesse programado usar uma roupa leve e, quando saísse, per- cebesse que estava muito frio? Isso poderia inviabilizar sua saída e, assim, comprometer o objetivo de ir ao cinema, não é mesmo? Observe como é im- portante acompanhar, monitorar o que acontece quando você começa a agir de acordo com o planejado: é preciso coletar informações sobre o que está, de fato, acontecendo. Assim, você conseguirá tomar decisões e ajustar o que for necessário para alcançar os objetivos traçados. A isso chamamos “controle”, que se refere à comparação: comparar o que foi planejado com o que está acontecendo, de tal forma que, caso necessário, você tome decisões de ajuste. Ou seja, decisões que permitirão, apesar das mudanças que possam vir a ocorrer, que você as contorne e, com isso, consiga alcançar os objetivos. Temos aí, então, a terceira e última função do planejamento: viabilizar o controle, ou seja, permitir que tenhamos uma base de comparação com o que está acontecendo, os resultados da execução do plano, ação necessária para permitir que tomemos decisões quando necessário. Temos, assim, um ciclo para gerenciamento dos objetivos, ou seja, o que você deve fazer para garantir que possa alcançá-los, como mostra a Figura 1. Novamente, você pode traçar um paralelo com o gerenciamento da pro- dução. Ainda que o planejamento tenha sido feito de forma bastante completa e detalhada, imprevistos acontecem: máquinas quebram, empregados faltam, fornecedores atrasam entregas, etc. Por isso, é de extrema importância con- trolar a produção, ou seja, monitorar constantemente a produção, comparando o que está sendo produzido com o que foi planejado. Ocorrendo desvios, isto é, não produzindo o que é esperado, você deve tomar decisões sobre o que fazer para reverter a situação e alcançar os ob- jetivos. Por exemplo, se uma máquina quebrou, substituí-la ou consertá-la o mais rapidamente possível para retomar a produção; se faltou um funcionário, colocar alguém temporariamente em seu lugar ou programar horas-extras para compensar o atraso; se um fornecedor atrasou a entrega de determinada matéria-prima, vamos antecipar a produção de alguma outra coisa, enquanto aguardamos a chagada do material, etc. Administração da produção172 Figura 1. Ciclo de gerenciamento de objetivos. Fonte: O autor. De�nição dos objetivos Planejar Executar Controlar Desvios? OcorrênciasAções Alcance dos objetivos Mas, observe: essas decisões só podem acontecer se soubermos o que está acontecendo e se houver necessidade de fazer alguma coisa. Por exemplo, não faz sentido programarmos horas-extras se não houver atraso a ser com- pensado e, assim, é importante termos informações sobre o que foi planejado e o que está sendo executado para que possamos controlar, ou seja, fazer as comparações necessárias antes de tomar decisões. Por isso, o planejamento e o controle da produção são tão importantes. 173Natureza do planejamento e controle da produção Figura 2. Fonte: Kaspars Grinvalds/Shutterstock.com Dimensões de planejamento e controle de produção O planejamento e o controle da produção existem para que possamos atender demandas, conciliando as necessidades de mercado com os recursos produ- tivos. Ou seja, a empresa não funciona de forma isolada: ao contrário, ela interage constantemente com o mercado e com seus fornecedores, como pode ser visto na Figura 3. Figura 3. Ambiente de mercado e interações da empresa. Fonte: Autoria própria. Fornecedor 1 Fornecedor 2 Fornecedor 3 Fornecedor n In su m os Pr od ut os e s er vi ço s Cliente n Cliente 3 Cliente 2 Cliente 1 Administração da produção174 http://www.shutterstock.com/gallery-71916p1.html Para viabilizar isso, é necessário, primeiramente, estimar qual é a de- manda, isto é, o que o mercado vai pedir, em que quantidade e quando. Para isso, são feitas previsões de vendas, com base em dados históricos e/ou pes- quisas de mercado, buscando estabelecer o quanto a empresa deve produzir de cada produto ou serviço e quando. Leia sobre “Previsão de demanda” em Passos para implantação de sistemas de previsão de demanda: técnicas e estudo de caso (PELLEGRINI; FOGLIATTO, 2001). Lidamos, assim, com incerteza na demanda, pois ela depende das inten- ções dois consumidores, bem como dos movimentos dos concorrentes (os consumidores podem decidir comprar determinado produto ou serviço, mas não de você e sim de um de seus concorrentes). Temos, então, a primeira dimensão de planejamento e controle da produção, relacionada à demanda: demanda independente e demanda dependente. Demanda independente é aquela que depende exclusivamente do mercado e dos consumidores, ou seja, não depende de qualquer outro item, ainda que seja afetada por percepções, situação econômica, moda, etc. Ex: a quantidade de sanduíches que uma lanchonete vai vender em determinado período. Demanda dependente é aquela em que a demanda depende de outros itens; por exemplo, a demanda de queijo fatiado para sanduíches em uma lanchonete depende de quantos sanduíches ela vai vender. Um fabricante de pneus produz para atender as montadoras de veículos e, também, para abastecer o mercado de varejo (pneus que os clientes compram para repor os pneus de seus veículos que estão gastos ou danificados). O contrato de fornecimento dos pneus para as montadoras é um exemplo de demanda dependente, pois o fabricante de pneus precisa produzir e suprir cinco pneus para cada ve- ículo produzido pela montadora (os quatro regulares mais o estepe), ao passo que a quan- tidade de pneus a serem produzidos para abastecer o mercado de reposição depende ex- clusivamente da demanda desse tipo de público, não estando relacionada à demanda de qualquer outro item, sendo um exemplo de demanda independente. 175Natureza do planejamento e controle da produção Outra dimensão existente no que tange à produção envolve as denomi- nadas “produção empurrada” e “produção puxada”. Na primeira, a produção ocorre com base em previsões de demanda e, ao final, havendo a formação de estoque de produtos acabados, procura-se vendê-los. Na realidade, o conceito de “empurrar” acontece em todos os elos da cadeia produtiva: compramos matéria-prima e “empurramos” para a fábrica. Em seguida, “empurramos” a matéria-prima para a área da produção, produzindo os produtos que são, então, “empurrados” para os estoques da fábrica e, dali, são novamente “em- purrados” para os distribuidores e, em seguida, “empurrados” para as lojas. Essa é a modalidade que encontramos, por exemplo, nos produtos que você vê nas lojas de departamentos: fogões, geladeiras, etc. Esses produtos foram produzidos antes de alguém pensar em comprá-los. Na modalidade de produção empurrada temos MTS (do inglês make to stock: produzir para estoque) e, como o regime é sempre o de empurrar, há normalmente formação de estoques intermediários. Por exemplo, ao empur- rarmos a matéria-prima, é comum que ela fique esperando a disponibilidade de máquinas e equipamentos para as operações de produção, da mesma forma que os produtos ficam estocados nas lojas, esperando pelos consumidores para serem comprados. Outra modalidade é a ATO (do inglês assemble to order: montar conforme pedido), em que os materiais são “empurrados”, mas não o produto final, ou seja, temos tudo o que é necessário para concluir o produto final, mas só o fazemos quando há um pedido do cliente. Por exemplo, os sanduíches em uma lanchonete: o dono não deixa os sanduíches preparados à espera dos pedidos. Eles são preparados (montados) no momento em que o cliente faz o pedido, diferentemente dos sanduíches que encontramos prontos em alguns locais: lacrados e refrigerados, prontos para consumo. Temos, ainda, a produção “puxada”, na qual a demanda é que comanda os passos e o ritmo da produção. Nesse caso, em que temos a modalidade MTO (do inglês make to order: produzir conforme pedido), adquire-se os insumos, produz-se e entregam-se os produtos somente a partir dos pedidos feitos pelos clientes. Nesse caso, obviamente, não há a formação de estoques intermedi- ários, pois tudo é produzido estritamente conforme a necessidade. Produtos específicos, feitos por encomenda, personalizados, bem como produtos de referentes a pedidos de exportação, em que demandas específicas de cada país promovem a fabricação diferenciada são exemplos de produção puxada. Em casos específicos, em que a empresa precisa atender demandas espe- cíficas não só de fabricação, mas do próprio desenvolvimento (criação) do Administração da produção176 produto ou serviço demandado pelo cliente, temos a caracterização do ETO (do inglês engineering to order: engenharia conforme pedido). As dimensões que caracterizam a produção sob encomenda, puxada, por não gerarem excessos de material, ou seja, acúmulo de estoques, são usual- mente bastante rápidas e com perdas e desperdícios muito reduzidos, consti- tuindo o que usualmente é chamado de produção enxuta. Leia sobre o conceito de pensamento enxuto, que engloba a produção enxuta, no site do Lean Institute Brasil: http://www.lean.org.br/. Outra dimensão, de alguma forma relacionada às demais, diz respeito ao planejamento e controle da produção em termos de prazo: Longo prazo ainda que tenhamos uma previsão de demanda, ela é agre- gada, ou seja, não diferencia produto a produto, trabalhando com totalizações. Por exemplo, uma lanchonete vai fazer seu planejamento estimando o aten- dimento de 1.000 clientes por semana, os quais pedirão sanduíches, pizzas, refrigerantes, sucos, etc., sobre os quais temos, também, uma mera estimativa de distribuição de pedidos. Ainda que de forma macro, tal planejamento ser- virá para definirmos espaços de atendimento e de estocagem de ingredientes, quantidade de caixas registradoras, espaço para circulação e para produção dos lanches, quantidade de funcionários, etc. Médio prazo aqui já desagregamos a demanda por tipo de item (quanti- dade prevista de cada um deles), servindo de base para definirmos os insumos a serem adquiridos para atender a cada produto, na quantidade esperada. Por exemplo, a demanda prevista de hambúrguer e de cheesebúrgueres vai nos nortear na quantidade a ser adquirida de pães para ambos e, também, na quan- tidade de queijo necessária para os cheesebúrgueres, algo que não era possível na demandaagregada. Curto prazo relacionada ao dia a dia, nas demandas que surgem a cada momento com a chegada e atendimento dos clientes em nossa lanchonete. Nesse caso, o ciclo de planejamento, execução e controle é muito rápido, por conta da variedade de pedidos e a frequência com que ocorrem. A Figura 4 dá uma visão geral de tais dimensões, bem como da inter-re- lação entre as diferentes atividades de planejamento e controle da produção. 177Natureza do planejamento e controle da produção Figura 4. Visão geral das atividades de planejamento e controle. Fonte: Davis, Aquilano e Chase (2001, p. 441). Problemas de planejamento, programação e controle de produção Aqui, você verá como os conceitos de planejamento, programação e controle da produção funcionam na prática. Acompanhe alguns exemplos de exercí- cios resolvidos. Administração da produção178 Exemplo 1: Um fabricante de pneus tem contrato com duas montadoras de automóveis: a primeira produz 600 automóveis por dia e utiliza o pneu tipo A, enquanto a segunda produz 800 automóveis por dia e utiliza o pneu tipo B. Além disso, os estudos de mercado mostram que parte dos proprietários dos veículos vendidos continuam a comprar os pneus desse fabricante, para reposição, gerando uma demanda de 40% do volume produzido para as mon- tadoras. Sabendo que os recursos produtivos exigem que tenhamos um empregado na produção para cada 100 pneus produzidos e que os insumos são diferentes para os pneus tipo A e tipo B, vamos definir quantos empregados precisamos ter na produção e quanto de insumos para cada tipo de pneu precisamos ad- quirir. Solução: vamos iniciar pelos insumos. Como são 600 veículos/dia que uti- lizam pneus tipo A (demanda dependente), temos... 600 veículos x 5 pneus = 3.000 pneus tipo A. Além disso, a estimativa para o mercado de reposição (demanda indepen- dente) é de 40% desse valor. Assim, temos 40% x 3.000 = 1.200 pneus o tipo A. Totalizamos, então, 3.000 + 1.200 = 4.200 pneus do tipo A por dia. Essa é a demanda que utilizaremos para planejar os insumos para produção desse tipo de pneu. Fazendo os mesmos cálculos para o pneu tipo B, temos: Demanda dependente: 800 x 5 = 4.000/dia; Demanda independente: 40% x 4.000 = 1.600/dia; Total = 4.000 + 1.600 = 5.600 pneus tipo B por dia. Vamos, agora, fazer o cálculo da demanda agregada, para dimensionarmos a mão de obra: são 4.200 pneus tipo A e 5.600 pneus tipo B por dia. Assim, o total de pneus é de 4.200 + 5.600 = 9.800 pneus por dia. Como nossa métrica é de um empregado para 100 pneus produzidos, pre- cisamos de... 9.800/100 = 98 empregados na produção, para atender a demanda. Exemplo 2: na mesma fábrica de pneus, o custo de cada hora de produção é de R$10.000,00 e cada hora-extra custa mais 50%. Por conta de alguns pro- blemas de qualidade, algumas unidades de produto foram descartadas, atra- sando a produção. Após três horas de trabalho, haviam sido produzidos 1.000 pneus do tipo A e 1.500 do tipo B. Como não há como recuperar a perda de produção dentro do turno normal de oito horas de trabalho, será preciso programar horas ex- tras. Calcule o custo dessas horas. 179Natureza do planejamento e controle da produção Solução: primeiramente, vamos analisar o que foi planejado. Com base na questão anterior, precisamos produzir 9.800 pneus por dia, ou seja, por jornada de oito horas de trabalho. Assim, a produção horária seria de 9.800/8 = 1.225 pneus/hora. Após três horas de produção, deveríamos ter produzido 3 x 1.225 = 3.675 pneus. Vamos ver o que, de fato, foi produzido: foram 1.000 pneus do tipo A + 1.500 pneus do tipo B, ou seja, um total de 2.500 pneus. Ao compararmos o que foi planejado com o que foi produzido, ou seja, ao controlarmos a pro- dução, encontramos uma diferença de 1.175 pneus (3.675 – 2.500) e, dessa forma, como são produzidos 1.225 pneus/hora, precisaríamos de... 1.175/1.225 = 0,96 hora (a qual arredondaremos para 1 hora) para produ- zirmos o que foi perdido. Isto é, após o controle, tomamos a decisão de trabalhar em um regime de horas-extras, para alcançarmos os objetivos de produção. Para isso, como temos um acréscimo de 50% no valor da hora trabalhada, essa atividade custará R$15.000,00. 1. Em uma papelaria de seu bairro, há cinco empregados: três vendedores, que atendem aos clientes, fazem as vendas e entregam as mercadorias; um contador, que apura o quanto é gasto no dia a dia e compara com o orçamento; e um gestor, que define como devem ser os espaços para estocagem, a quantidade de caixas registradoras e a quantidade de vendedores necessários para atender a clientela. Podemos dizer que, respectivamente, tais atividades podem ser classifica- das como de: a) Controle, execução e planeja- mento. b) Execução, planejamento e controle. c) Planejamento, controle e exe- cução. d) Execução, controle e planeja- mento. e) Controle, planejamento e exe- cução. 2. O controle deve se iniciar: a) Antes do planejamento. b) Junto com o planejamento. c) Após o planejamento. d) Junto com a execução. e) Após a execução. 3. A quantidade de parafusos usados em um automóvel em uma monta- dora e em uma oficina, e a quanti- dade de pacotes macarrão que vão em cestas básicas e que vão nas prateleiras de um supermercado são, Administração da produção180 respectivamente, demandas... a) Dependente, independente, dependente, independente. b) Independente, dependente, independente, dependente. c) Dependente, dependente, inde- pendente, independente. d) Independente, independente, dependente, dependente. e) Dependente, independente, inde- pendente, dependente. 4. A fábrica de sorvetes XYZ trabalha com uma rede de restaurantes e, também, vende no varejo. São 30 restaurantes que pedem, em média, 100 kg de sorvetes, cada um deles, dos mais variados sabores toda se- mana. Já no varejo, a demanda varia muito: são cerca de 100 kg/dia nas segundas e terças-feiras; 200 kg/dia nas quartas e quintas-feiras; 400 kg/ dia nas sextas-feiras; e 500 kg/dia nos sábados e domingos. Qual a demanda semanal agregada de sorvetes (em toneladas)? a) 2 t. b) 3 t. c) 5 t. d) 3.000 t. e) 5.000 t. 5. “A Dell abre para cada cliente um site na Web com acesso protegido por criptografia. A página oferece um pacote de serviços: algumas confi- gurações predefinidas de produtos, histórico de compras, rastreamento dos pedidos e assistência técnica básica. Por ela, é possível comprar, a qualquer dia ou hora, sem precisar conversar com ninguém nem sequer transmitir um e-mail. [...] O pedido feito aciona imediatamente a linha de produção da Dell, que só trabalha sob encomenda [...]. Além disso, as páginas estão conectadas aos fornecedores de componentes. Eles também regulam sua produção pela demanda.” (CAETANO, 2000)). Com base no texto acima, você pode dizer que o sistema de produção da Dell é o: a) ATO. b) ETO. c) MTO. d) MTS. e) Nenhum dos citados. 181Natureza do planejamento e controle da produção ALVES, F. 10 erros que podem “quebrar” a sua empresa. Indústria Hoje, 17 ago. 2012. Disponível em: <http://www.industriahoje.com.br/10-erros-que-podem-quebrar-a- -sua-empresa>. Acesso em: 07 set. 2016. CAETANO, J. R. O evangelho segundo Dell. Revista Exame, 05 maio 2000. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/711/noticias/o-evangelho-segun- do-dell-m0046598>. Acesso em: 11 set. 2016. DAVIS, M. M.; AQUILANO, N. J.; CHASE, R. B. Fundamentos da administração da produção. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. PELLEGRINI, F. R.; FOGLIATTO, F. S. Passos para implantação de sistemas de previsão de demanda: técnicas e estudo de caso. Production, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 43-64, jan./jun. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- -65132001000100004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 07 set. 2016. Administração da produção182 Conteúdo:
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