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Mandado de Segurança contra demissão de servidora

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PRATICA SIMULADA - CASO CONCRETO 3
MM. JUÍZO FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE (...)
(10 ESPAÇOS)
 MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, professora, portador da carteira de 
identidade nº (número), inscrito no CPF sob o nº (número), domiciliado e residente na rua 
(nome da rua), (número), (bairro), (cidade), (UF), (CEP), (endereço eletrônico), vem por seu 
advogado ( instrumento de mandado anexo) ,com endereço profissional (endereço 
completo), (endereço eletrônico), onde recebe intimações (art. 77, V, CPC/15), vem à 
presença vossa excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso, LXIX, da Constituição 
Federal, e lei no 12.016/09, impetrar
 MANDADO DE SEGURANÇA
 Contra ato do Relator que, exerce suas funções na, com endereço na UNIVERSIADADE 
FEDERAL DO ESTADO..., à rua..., número..., bairro..., cidade..., cep..., estado...,endereço 
eletrônico..., pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
II - DOS FATOS
 A Autora, Maria Souza, foi atacada em sala de aula por um dos seus alunos, 
Marcos Silva, que, com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela 
modificasse sua nota que lhe foi atribuída em uma disciplina do curso de graduação. Nesse 
instante, com o propósito de repelir a iminente agressão, a professora conseguiu desarmar 
e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado 
Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da 
1
professora. Ao mesmo tempo, ela foi denunciada pelo crime de lesão corporal. Na esfera 
criminal, ela foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima defesa, em decisão 
que transitou em julgado.
 O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, 
pois a Comissão nomeada entendeu que ela já tomara ciência da instauração do 
procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão 
apresentou relatório pugnando pela condenação da servidora à pena de demissão. o 
fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, aplicou a pena de demissão à 
servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. 
Em 11/01/2017, ela foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário 
Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções, e, em 22/02/2017, procurou seu 
escritório para tomar as medidas judiciais cabíveis, informando, ainda, que, desde o 
afastamento, está com sérias dificuldades financeiras, que a impedem, inclusive, de 
suportar os custos do ajuizamento de uma demanda.
III - DOS FUNDAMENTOS
III.1 - DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR 
 Presentes os requisitos legais, conforme artigo 5º LXIX, o Mandado de Segurança 
será concedido para proteger direito líquido e certo, sempre que haja ilegalidade ou com 
abuso de poder por parte de autoridade. Verifica-se presente o “fumus boni iuris” ante a 
incontestável necessidade de notificação da autora para defesa em Processo Administrativo 
Judicial, em virtude do cumprimento do preceito Constitucional contido no artigo 5º LV e 
artigo 22 da Lei 8.112/90. Corroborada com o fato da autora já ter sido absolvida em esfera 
criminal, em virtude da excludente de ilicitude em razão da legítima defesa, o que também 
afasta a demissão em PAD, por força do artigo 132 VII da lei 8.112/90. Já o “periculum in 
mora”, se verifica em razão da séria dificuldade financeira passada pela autora, que perdeu 
como a demissão sua fonte de renda.
IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA
 O artigo 300 do Novo Código de Processo Civil define como requisitos para antecipação 
de tutela a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
2
processo. O perigo ou receio de dano irreparável (periculum in mora) resta demonstrado 
uma vez que a Autora não está percebendo proventos em razão da sua demissão e, por 
conta disso, passa por dificuldades financeiras. A probabilidade do direito/verossimilhança 
das alegações (fumus boni iuris) está consubstanciada na nulidade do PAD por ausência de 
citação, com flagrante violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e 
da ampla defesa, capitulados no Art. 5º, LIV e LV da CRB/88 c/c Art. 143 da Lei nº 8.112/90, 
bem como pela inobservância do fato de que a sentença penal absolutória transitada em 
julgado necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 
125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP. Logo, em razão dos vícios do PAD, ora 
apresentados, e do prejuízo/lesão sofrido pela Autora em decorrência de sua demissão, 
imperiosa é a concessão da presente tutela de urgência, com a determinação da 
reintegração da Autora ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento dos salários 
atrasados e de todas as vantagens do cargo.]
V - DO MÉRITO
 Primeiramente, o Art. 5º, inciso LIV e LV da CRFB/88 garante o direito ao devido 
processo legal, ao contraditório e a ampla defesa. Vejamos:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV -
aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
No mesmo sentido, o Art. 143 c/c 161, §1º da Lei 8.112/90 estabelece que qualquer 
procedimento administrativo destinado à apuração de eventual ato ilícito cometido pelo 
servidor público, seja sindicância ou PAD, deve assegurar ao acusado a ampla defesa. 
Vejamos:
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo 
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, 
será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e 
das respectivas provas. § 1 O indiciado será citado por mandado o expedido pelo presidente 
da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe 
vista do processo na repartição.
 Na situação apresentada, a Autora só foi cientificada, por meio de publicação em 
Diário Oficial, após a sua demissão. Tal ato do Poder Público viola os princípios do devido 
3
processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
 Outrossim, na hipótese de absolvição penal com fundamento em excludente de 
ilicitude, como a legítima defesa, não há espaço para aplicação do resíduo administrativo 
(falta residual), vez que constitui uma das hipóteses de mitigação ao princípio da 
independência entre as instâncias, capitulado no Art. 2º da CF/88.
 Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o 
conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o 
Art. 65 do CPP. Assim, ante aos vícios do PAD, ora apresentados, imperioso é a anulação do 
ato demissional, bem como a determinação da reintegração da servidora ao cargo público, 
sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo 
desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida pelo não 
recebimento dos vencimentos, na forma do Art. 28 da Lei nº 8.112/1990.
VII - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) a concessão da justiça gratuita em razão das dificuldades financeira enfrentadas pela 
parte Autora, na forma da Lei nº 1.050/1960;
b) a concessão da tutela de urgência para garantir a reintegração da servidora aos quadros 
funcionais da autarquia federal, até a decisão final, com fulcro no Art. 9º c/c Art. 701 do 
NCPC;
c) a citação do réu para que, querendo, contestar o feito no prazo de lei;
d) a confirmação da tutela de urgência com a anulação do ato que resultou na demissão da 
servidora e a condenação do Réu à reintegração da servidora aos quadros funcionaisda 
autarquia federal, bem como ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do 
cargo a que a autora faria jus se em exercício estivesse.
e) a produção de provas por todos os meios admitidos em direito e necessários a solução da 
4
controvérsia, inclusive a juntada dos documentos anexos;
f) a condenação do Réu ao pagamento das custas processuais e aos honorários advocatícios. 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00. ( para efeitos fiscais)
Deixa de requerer a condenação em honorários advocaticios em razão do disposto no 
art.25, da lei 12.016/2009
Termos em que pede deferimento.
Local e data...
Advogado...
OAB/UF...
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