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11111Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003. 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS: A CINESIOTERAPIA COMO IMPORTANTE RECURSO DA FISIOTERAPIA Layana de Souza Guimarães1 Mônica Cardoso da Cruz2 1 Discente do 4o ano de Fisioterapia e monitora da disciplina Cinesioterapia 2 Fisioterapeuta e Docente do curso de Fisioterapia das disciplinas de Cinesioterapia e Enfermidades e distúrbios da Infância. RESUMO: A Cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de terapia. Os primeiros estudos sobre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém foi a partir da I Guerra Mundial que houve um aumento acentuado da utilização deste recurso para a reabilitação de pacientes, isso devido ao grande números de incapacitados durante e após os cambates. Sua principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do movimento livre para a sua função, e tem como efeitos principais a melhora da força, resistência à fadiga, coordenação motora, mobilidade e flexibilidade. HISTÓRICO DA CINESIO- TERAPIA Em um período entre 4000 a.C. e 395 d.C. o movimen- to humano era utilizado no trata- mento de disfunções já estabelecidas, já instaladas e fa- ziam parte das funções dos sa- cerdotes. Na Idade Média, ocor- reu uma interrupção dos estudos na área da saúde, pois nessa épo- ca o corpo era considerado infe- rior, sem importância, havia um culto da alma, do espírito. Já no final da idade média e início do Renascimento, as belezas físicas do homem e da mulher começa- ram a ser valorizadas, desenvol- ve-se a preocupação com o cor- po refletido pela revitalização do culto ao físico. Neste período, o exercício era ligado à cultura da beleza física, do belo. Ao final do Renascimento, Don Francisco e Ondeano Amorós (1779-1849) dividiram a ginástica em quatro pontos, sendo o terceiro ponto a cinesioterapia, que tinha a finali- dade de manutenção de uma saú- de forte, tratamento de enfermi- dades, reeducação de convales- centes e correção de deformida- des. Nesta mesma época, surge a diferenciação da ginástica com fins terapêuticos e manutenção de condições normais, quando fi- cou definido que o tratamento de enfermos mediante exercícios é algo distinto da ginástica para pes- soas sãs. Com a industrialização, começam a surgir patologias re- lacionadas com a atividade de tra- balho, além de outras epidemias e doenças. Com isso, novas tecnologias começam a ser em- pregadas para a melhoria da saú- de e medicina, momento em que houve o predomínio de uma con- cepção de saúde direcionada para a assistência curativa, recuperativa e reabilitadora, as- sim como a necessidade de es- pecializações na área da saúde. Durante a guerra, ocorreu um grande número de casos de le- sões, mutilações, alterações físi- cas de vários tipos e graus, gran- de campo de atuação da cinesioterapia, favorecendo o 22222 Lato& Sensu, Belém, v.4, n.2, p. 6, out, 2003. 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 crescimento da fisioterapia e des- ta área. Os primeiros estudos so- bre a utilização dos exercícios terapêuticos datam da Grécia e Roma antiga, porém foi a partir da I Guerra Mundial que houve um aumento acentuado da utili- zação deste recurso para a rea- bilitação de pacientes, isso devi- do ao grande números de inca- pacitados durante e após os com- bates. DEFINIÇÃO A cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de tratamento, o recurso se autodenomina, cinesio signifi- ca movimento. A cinesioterapia é uma técnica que se baseia nos conhecimentos de anatomia, fi- siologia e biomecânica, a fim de proporcionar ao paciente um me- lhor e mais eficaz trabalho de prevenção, cura e reabilitação. O exercício terapêutico tem como objetivo manter, corri- gir e/ou recuperar uma determi- nada função, ou seja, restaurar a função normal de corpo ou man- ter o bem estar (SHESTACK, 1987). Sua principal finalidade é a manutenção ou desenvolvimen- to do movimento livre para a sua função, e seus efeitos baseiam- se no desenvolvimento, melhora, restauração e manutenção da for- ça, da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do re- laxamento e da coordenação motora (KISNER & COLBY, 1998). Segundo o COFFITO a fi- sioterapia busca alcançar, através de metodologias e técnicas pró- prias baseadas na utilização te- rapêutica dos movimentos e dos fenômenos físicos, uma melhor qualidade de vida para o cidadão, frente às disfunções intercor-ren- tes. As metodologias e as técni- cas da cinesioterapia são práti- cas próprias e exclusivas do pro- fissional fisioterapeuta, sendo sua indicação e sua utilização prá- tica terapêutica própria, privativa e exclusiva do profissional Fisio- terapeuta. CINESIOTERAPIA E FI- SIOTERAPIA Uma das mais óbvias ca- racterísticas que mostram a exis- tência de vida em um organismo é a presença de movimento (GREVE & AMATUZZI, 1999) e é a partir dele que desempe- nhamos grande parte das nossas funções. O desenvolvimento e a manutenção das estruturas res- ponsáveis pela motricidade de- pendem constantemente da exe- cução dos movimentos, isto é, a ação motora estimula o sistema que a produz. Podemos dizer que todo o sistema locomotor é, a cada momento, a manifestação da maneira com que tem sido usa- do. Pode-se concluir que o as- pecto dinâmico do corpo é um dos principais responsáveis por sua saúde. Qualquer alteração desta dinâmica afetará cedo ou tarde, tanto o trofismo como as estrutu- ras responsáveis pelos atos mo- tores. A indicação da cinesioterapia é bastante criteriosa, necessita de avaliação para traçar objetivos e estratégi- as, além de reavaliações freqüen- tes, visando a atualização junto a progressão do paciente e em con- seqüência da necessidade de cor- reções ao programa inicial até atingir o potencial de recupera- ção esperado. O exercício físico classifi- ca-se como estético, desportivo e terapêutico, sendo o último uti- lizado em fisioterapia. O exercí- cio na Cinesioterapia poderá ser passivo ou ativo. No primeiro, o terapêuta realiza o movimento, sem a ajuda do paciente. A cinesioterapia passiva engloba os meios e as formas em que o do- ente tem participação passiva; o movimento é executado quer manualmente por outro indivíduo, quer através de aparelhagens es- peciais, que imitam os movimen- tos fisiológicos ou realizam-se manipulações de diferentes seg- mentos ou tecidos, com o auxílio de diversas metodologias. En- quanto que, na cinesioterapia ati- va, o paciente realiza o movimen- to, sem a ajuda do terapeuta.É caracterizada pela participação ativa e consciente do paciente, que executa voluntariamente os movimentos. O exercício ativo sedivide em três tipos: ativo-assisti- do, este é realizado pelo paciente que recebe ajuda parcial do terapeuta; ativo livre, realizado pelo paciente com ou sem a ação 33333Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003. 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 12345678901234567890123456789012123456 da força da gravidade, e ativo- resistido, quando o movimento é realizado contra a resistência ma- nual, mecânica ou fluida. O programa de exercícios para cada paciente é determina- do de acordo com suas necessi- dade e baseia-se na avaliação da incapacidade do paciente. A mo- dalidade, freqüência e duração do tratamento cinesioterapêutico são determinados frente à história clí- nica e exame físico do paciente, sendo que este inclui a inspeção, palpação, mensuração, avaliação dos reflexos, testes especiais, tes- te de força muscular e de ampli- tude articular de movimento (SHESTACK, 1987) CONCLUSÃO: Com o trabalho cinesioterapêutico, esperamos reabilitar ou melhor reequilibrar as forças mecânicas atuantes em nosso organismo como um todo, proporcionando uma melhor qua- lidade de movimento levando a uma melhora da qualidade de vida. E para isso a cinesioterapia é de fundamental importância para a fisioterapia, visto que o movimento só se cura com o movimento. Este recurso baseia- se em estudos científicos de biomecânica, anatomia e fisiolo- gia, dividindo-se em várias me- tas. Quando observamos uma gama de patologias podemos di- zer que na maioria delas a cinesioterapia tem seu campo de atuação, pois sempre há o com- prometimento de alguma função orgânica e achamos, entre as me- tas da cinesioterapia, a solução. Vários autores afirmam que os outros recursos da fisioterapia, como os agentes eletroter- moterápicos, ajudam na interven- ção junto ao paciente, porém es- tes agentes não conseguem fa- zer a cura da patologia por si só. “O exercício terapêutico é considerado um ele- mento central na maioria dos planos de assistência da fisioterapia, complementado por ou- tras intervenções, com a finalidade de aprimorar a função e reduzir uma incapacidade” (HALL & BRODY, 2001) “O exercício terapêutico é uma das ferramentas- chave que um fisiotera- peuta usa para restaurar e melhorar o bem estar musculoesquelético ou cardiopulmonar do paci- ente” (KISNER & COLBY, 1998). REFERÊNCIAS BIBLIO- GRÁFICAS: GARDINER, M. Dena. Manu- al de terapia por exercícios. São Paulo: Santos, 1995. GREVE, Julia M D. ; AMATUZZI, Marco Martins. Medicina de Reabilitação apli- cada à ortopedia e traumato- logia. São Paulo: Roca, 1999. HALL, Carrie; BRODY, Lori Thein. Exercícios Terapêuti- cos em busca da função. São Paulo: Manole, 2001. KISNER, Carolyn; COLBI, Lynn Allen. Exercícios terapêuti- cos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998. REBELATO, J.R.; BATONÉ, S. P. Fisioterapia no Brasil - perspectivas de evolução como campo profissional e como área de conhecimento. São Paulo: Manole, 1987. SHESTACK, Robert. Fisiotera- pia prática. 3.ed. Sao Paulo: Manole, 1987. THOMPSON, Ann et al. Fisio- terapia de Tidy. 12. ed. São Paulo: Santos, 1994
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