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caracteristicas da midia em massa I

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Características das Mídias de Massa 
 
 
 
 
Unidade I 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Roberto Velota 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS MÍDIAS DE MASSA 
 
“As atividades cotidianas das pessoas, durante cada era, 
foram profundamente influenciadas pelos sistemas de 
comunicação em vigor” (DeFleur e Ball-Rokeach). 
 
 
Introdução 
Esta disciplina visa a conceituar os meios de comunicação de massa na 
sociedade humana através da apresentação de sua história. Para o 
cumprimento dessa meta, usaremos como parâmetro a linha do tempo da 
civilização humana, as origens da comunicação e dos sistemas tecnológicos 
empregados para a produção e transmissão de mensagens. 
Atualmente nossa relação com os sistemas de comunicação é cotidiana 
e quase que mecânica. Enviar e receber mensagens, produzir e difundir 
informações, são atividades banalizadas por alguns que se perderam no 
envolvimento tecnológico, sem refletir sobre o conteúdo. 
Entender as origens da comunicação de massa e as mudanças no 
comportamento e na cultura podera auxiliar na tomada de decisões futuras. O 
recente surgimento de vários meios de comunicação de massa e sua rápida 
proliferação resultam no que se tem denominado como SOCIEDADE DA 
INFORMAÇÃO. 
 
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Os aglomerados de humanos cresceram, expandiram suas fronteiras e 
acabaram encontrando com outras tribos. A necessidade da troca de 
experiências era muito difícil devido aos significados dados em cada uma das 
pequenas sociedades. A limitação de formas de expressão, a ausência de um 
suporte que permitisse o transporte da informação e as diferenças de cada 
uma das tribos tornavam o processo de comunicação muito limitado, moroso e 
impreciso. 
Os processos internos de abstração, classificação, síntese, indução do 
geral a partir do particular, e o raciocínio a partir de premissas para chegar a 
conclusões eram, sem dúvida, prejudicados e quase invalidados pela limitação 
comunicativa, atrasando grandes descobertas científicas e a difusão da 
informação. Isso começou muito antes dos nossos ancestrais primitivos 
andarem eretos. 
 
A fala e a linguagem 
 
 
Disponível em: <www.sxc.hu>. 
 
Há 35 ou 40 mil anos, o homem desenvolve outros recursos de 
comunicação. 
Agora possui estrutura fonética, já conhece alguns sistemas de fixação 
de imagens e representações codificadas de imagens e situações. 
O homem de Cro-Magnon possuía hábitos diferentes como planejar e 
conceber, caçar de forma mais coordenada, defender-se mais eficazmente e 
explorar melhor as regiões de caça. 
Inicialmente nômades, os homens utilizaram os benefícios do acúmulo 
dos conhecimentos permitidos pela fala e linguagem na vida fixa em aldeias. 
Com o passar do tempo, desenvolveram novas formas de comunicação. 
 
 
As pinturas rupestres eram a única forma de registrar e repassar as 
informações e conhecimentos adquiridos. A falta de um sistema e de suportes 
para a transmissão dessas informações era notória. 
 
A escrita e a linguagem 
Agora, o homem não é mais nômade, desenvolveu uma estrutura de 
organização social mais complexa, criando duas novas formas de 
comunicação: 
 
1) A escrita pictográfica: caracterizada por desenhos que 
representavam ideias e objetos. 
 
 
Disponível em: <www.sxc.hu>. 
 
Os primeiros sistemas de escrita aconteceram por volta de 4000 a.C. Os 
primeiros sistemas pictográficos não possuíam alfabeto, só foi criado dois mil 
anos depois. Não podemos conferir o surgimento da escrita a um único local ou 
civilização, sendo que registramos as civilizações americanas, os egípcios, 
chineses e mesopotâmicos como os primeiros a desenvolver seus sistemas de 
representação gráfica surgindo assim os hieróglifos, outra forma de chamar os 
pictogramas. 
Os primeiros registros eram desenhos que visavam a reproduzir de 
forma simplificada os conceitos ou coisas a serem representadas. O mais 
antigo registro escrito de que se tem notícia foi encontrado na cidade de Uruk, 
Iraque. Os sumérios, povo que habitou o vale entre os rios Tigre e Eufrates na 
Mesopotâmia, desenvolveram a escrita cuneiforme. A escrita cuneiforme era 
caracterizada pelo entalhe em placas de argila de símbolos que efetivamente 
traduziam ideias e objetos, relatando ainda fatos do dia a dia e questões 
políticas e econômicas. 
Com o passar do tempo, os sistemas de escrita foram ganhando maior 
complexidade, quando os símbolos passaram a representar sons. Os fenícios, 
outra civilização muito conhecida pelo comércio em toda a região da palestina, 
desenvolveram, a partir da escrita cuneiforme, o alfabeto fonético, constituído 
por aproximadamente vinte letras que inovavam ao substituir as imagens e 
símbolos por sons. Esse alfabeto serviu como predecessor dos alfabetos 
grego, latino, árabe e hebraico. Isso se deu graças à necessidade de registrar 
as transações comerciais que os fenícios realizavam. 
 
 
A ampliação do uso de sinais fonéticos foi criada a partir do momento 
em que se notava a semelhança dos sons empregados para coisas distintas, 
na medida em que surgia a necessidade de criar símbolos distintivos para 
termos semelhantes. Enquanto isso, a necessidade de simplificar o uso dos 
signos escritos foi tornando o sistema mais compacto e funcional. 
Depois disso, as civilizações greco-romanas deram outra importante 
contribuição para a formação dos alfabetos contemporâneos. Foi entre os 
povos gregos que se introduziu o uso de vogais. Séculos mais tarde, os 
romanos – sendo fortemente influenciados pelos etruscos – deram formas 
claras ao sistema alfabético utilizado por diversas nações do mundo ocidental 
contemporâneo. Graças à formação de um vasto império e do contato com os 
bárbaros, as línguas latinas predominam em diferentes culturas do mundo 
atual. 
Os pictogramas são empregados até os dias de hoje, informam com 
uma velocidade muito grande e alguns de seus elementos são reconhecidos e 
entendidos mundialmente. 
 
2) A escrita fonética tem na sua origem a ideia de criar símbolos para 
um determinado som ao invés do uso de elemento visual para representar uma 
ideia ou um objeto. Permite um número maior de associações de forma mais 
simples. 
Com o passar do tempo, foram desenvolvidos novos suportes para 
conter as informações, os egípcios usavam o papiro, que permitia a 
movimentação das mensagens nele contidas; as tabuletas cuneiformes de 
barro foram substituídas por cerâmica, muito mais resistente; em outras 
civilizações o pergaminho, tecidos, madeira, dentre outros suportes, foram 
sendo empregados para o registro e o transporte das informações.Podemos 
dizer que a partir de então possuíamos mídias portáteis. 
Os processos de produção de livros e demais artigos escritos eram 
lentos, necessitavam do uso de pessoas treinadas e especializadas, no mínimo 
dos escribas ou de copistas que pudessem duplicar os documentos. A tiragem 
(quantidade de exemplares produzidos) era muito pequena e não havia o 
processo de revisão. Outra característica da época era que nessas sociedades 
a predominância de analfabetos e o alto custo de cada publicação tornavam o 
acesso aos livros e documentos proibitivo, podendo-se afirmar que somente a 
elite econômica e cultural poderia acessá-los. 
Antes da era da impressão e do advento da prensa de tipos móveis de 
Gutenberg, a comunicação humana era basicamente oral. A transmissão de 
fatos, a perpetuação de culturas, a formação de profissionais e várias outras 
questões eram relatadas de forma oral, sempre feita por algum membro de 
uma casta superior em sua organização social. Até hoje, várias nações 
indígenas, no Brasil, usam o recurso de recontar as histórias para dar 
continuidade aos seus costumes e perpetuar as suas culturas. Esse processo 
perdurou até o século XIV, com a invenção da prensa móvel, que revolucionou 
os processos de impressão. 
 
 
 
Impressão 
Após a substituição do pergaminho pelo papel nas sociedades orientais 
e a evolução da prensa de impressão, os processos de impressão passaram 
por um grande desenvolvimento, permitindo a tiragem de um número maior de 
exemplares de cada material publicado. O processo ainda era muito lento, pois 
tinha de se esculpir um novo bloco para cada página de cada um dos 
documentos a serem impressos. 
Em 868 d. C., na China, foi impresso o material mais antigo de que se 
tem notícia: uma escritura budista. O processo empregado foi o da xilografia. 
 
 
Disponível em: <www.sxc.hu>. 
 
 
Disponível em: <www.sxc.hu>. 
Nas imagens acima, que mostram hieróglifos egípcios, podemos notar o 
cuidado com a qualidade dos registros feitos e a inclusão de cores para poder 
destacar algumas informações de maior importância. 
 
Gutenberg 
 
 
 
Disponível em: <www.museutec.org.br>. 
Acredita-se que o alemão Johannes Gutenberg, nascido por volta de 
1400 e falecido em 1468 em Mainz, trabalhou como ourives em Estrasburgo, 
onde fundou uma empresa para a fabricação de espelhos para os que 
peregrinavam por ali. A peregrinação foi adiada e seus sócios reclamaram na 
justiça a devolução do investimento feito. Essa fábrica de espelhos originou da 
fundição que produziria os tipos móveis. Junto com a fábrica de espelhos, 
existia um projeto secreto que alguns pesquisadores acreditam ser as primeiras 
experiências para a impressão de livros (Gutenberg é mencionado em alguns 
documentos de Mainz, já em 1448, como um inventor que conhecia esse 
processo). 
O maior projeto da vida de Gutenberg foi sem dúvida alguma a 
impressão da Bíblia. A Bíblia de Gutenberg continha o Velho e o Novo 
Testamento, com 42 linhas de texto por página. Foram necessários três anos 
(de 1452 a 1455) e aproximadamente vinte artesãos para cumprir essa tarefa, 
com um custo bastante expressivo. Cada exemplar da Bíblia de Gutenberg era 
composto por dois volumes com 1282 páginas. Vale lembrar que existem 
alguns exemplares da Bíblia de Gutenberg guardados em museus. 
 
A nova tecnologia 
Para o processo de impressão mecânico, Gutenberg teve de 
desenvolver primeiramente uma liga de metal que pudesse ser usada várias 
vezes e que permitisse o realocamento de cada uma das “letras” (tipos), para 
um maior aproveitamento e aumento da velocidade de impressão. Reuniu 
então chumbo e antimônio, formando uma liga que permitiu fundir os tipos. 
 
 
O passo seguinte foi o desenvolvimento de uma tinta para pergaminho e 
papel. Ao misturar fuligem, óleo de linhaça e resina, conseguiu uma mistura de 
alta viscosidade e que não transpassava para o outro lado da folha de papel, 
devendo secar rapidamente a fim de agilizar todo o processo. A tinta era 
aplicada com duas almofadas, feitas de couro de cachorro e recheadas com 
crina de cavalo, sobre os tipos de metal. Gutenberg escolheu copiar as letras 
de um manuscrito da biblioteca do mosteiro de Mainz, pela belíssima caligrafia 
registrada. Buscava uma impressão alinhada, bonita, e que reproduzisse as 
melhores letras tidas nos manuscritos. O tamanho dos tipos deviam ser 
grandes para permititr a leitura nas igrejas, que eram ilumidas apenas por 
velas. 
 
 
Disponível em: <www.museutec.org.br>. 
 
Aspectos sociais da nova invenção 
A igreja católica viu uma grande oportunidade de difundir a Bíblia. Emitir 
mais cartas de indulgências e proibiu que fosse traduzida para outra língua que 
não fosse o latim. A reprodução de textos era mais fiel, sem os erros dos 
manuscritos, mais barata e altamente transportável. Estes são alguns dos fatos 
que possibilitaram a rápida inclusão desse novo sistema por toda a Europa. 
Deu-se início a um novo processo de alfabetização, difusão da ciência e 
rompeu-se o poder hegemônico da igreja católica em relação à cultura. Apesar 
de ser uma inovação revolucionária, esse novo sistema de impressão foi visto 
como uma ameça aos interesses dominantes e proibidos em alguns reinos. A 
severa supervisão de governos e da igreja definia o que poderia ou não ser 
reproduzido. Os que não cumpriam com as determinações poderiam ser até 
mortos. 
Vários outros materiais foram impressos, mas os livros têm até os dias 
de hoje, o status de melhor e maior produto impresso. Os jornais e revistas só 
 
 
apareceram na primeira metade do século XVII, e se espalharam rapidamente 
por toda a Europa, tornando-se populares em pouco menos de dois séculos em 
todo o mundo. A velocidade com que surgiram jornais por todo o mundo, foi tão 
grande quanto a da instalação de tipografias. Pelos idos de 1600, surgiram as 
gazetas, periódicos diários informativos e simplórios, que ficaram conhecidos 
de várias sociedades europeias. No início, os jornais diários eram simples, 
contendo poucas páginas, sem imagens (ilustrações), com informações 
cotidianas e anúncios de compra e de venda. No século XIX, acrescidos de 
ilustrações e conteúdos editorias mais opinativos, os jornais se popularizaram, 
dando margem ao surgimento de mais uma forma de comunicação para 
grandes quantidades de pessoas: a revista. As revistas surgiram já com a 
ilustração e cores mais vibrantes, os conteúdos muito mais ideológicos e 
críticos. O que parecia uma ameaça aos jornais tornou-se mais uma alternativa 
de comunicação para grandes populações. 
 
Jornal 
A máquina de Gutenberg possibilitou a troca de ideias e proliferação do 
conhecimento através de livros e de outros materiais impressos. Boletins 
informativos levavam aos comerciantes notícias de interesse sobre o mercado 
os primeiros eram manuscritos, em forma de panfletos, e muitas vezes eram 
sensacionalistas. Eles já circulavam pela Europa no século XV. O termo 
gazeta, muito usado para identificar jornais, surgiu em Veneza no século XVI, 
quando um jornal local era comprado por uma moeda popularmente conhecida 
por gazeta, nome dado em vários países de língua latina. Os jornais mais 
próximos aos que conhecemos nos dias de hoje surgiram em vários países da 
Europa ainda na primeira metade do século XVII, como: 
 
PAÍS TÍTULO PRIMEIRA PUBLICAÇÃO 
Alemanha AVISA RELATION ODER ZEITUNG 1609 
Bélgica NIEUWE TIJDINGEN 1616 
França GAZETTE 1631 
Inglaterra LONDON GAZETTE 1665 
 
No início, os primeiros jornais continham informações regionais, 
geralmente não cobrindo acontecimentos de outros continentes. Os franceses 
davam muito espaço aos escândalos havidos na corte inglesa; os ingleses 
comentavam sobre as derrotas militares sofridas pelos franceses. Os assuntos 
locais começaram a receber maior destaque somente no final do século XVII. A 
censura já era exercida, mas algumas vezes não conseguia impedir que fatos 
contraditórios ao governo fossem publicados. 
 
 
Com o surgimento dotelégrafo, em meados do século XIX, as 
informações puderam ser transmitidas com maior velocidade, permitindo que 
as notícias fossem mais próximas das datas em que haviam ocorrido. 
A publicação da primeira fotografia na capa de um jornal aconteceu no 
Daily Herald, de Nova York, Estados Unidos. Somente no início do século XX o 
uso de fotografias nos jornais e revistas tornou-se comum. O rádio ganha suas 
primeiras emissoras nos anos 1920. Os jornais então passaram por um 
processo de remodelagem devido ao medo de extinção e reagindo de forma 
positiva à concorrência. O jornal tornou-se mais atraente para seu público. O 
jornal ainda sentirá a chegada da televisão e a sua convergência e interação 
com a internet, obrigando novas soluções inovadoras para prosseguir existindo. 
 
O jornal no Brasil 
O início das tipografias no Brasil da-se com a vinda da família real 
portuguesa, no início do século XIX. Também é inaugurada, em dez de 
setembro de 1808, a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal diário publicado 
e impresso no Brasil. Havia o Correio Braziliense, que era editado e impresso 
em Londres e depois enviado ao Brasil. 
Até a vinda da família real para o Brasil, a impressão de folhetos, 
revistas, jornais e livros era proibida. Somente com a criação da Imprensa 
Régia foi permitida a impressão de veículos informativos e de jornais, que eram 
previamente censurados pela Coroa Portuguesa. 
O jornal mais antigo em circulação é o Diário de Pernambuco, 
inaugurado em 1825, sendo até hoje publicado. Os jornais brasileiros eram 
caracterizados pela simples transposição da informação. Isso durou até o 
retorno da família real para Portugal. A partir de então os jornais passaram a 
ser mais dinâmicos e opinativos. Uma das questões, ainda do ponto de vista 
dos recursos empregados, é o fato de os jornais só introduzirem as fotografias 
a partir do final do século XIX. Veja a seguir um quadro que apresenta os 
jornais mais antigos ainda em publicação no Brasil, excetuando o Diário de 
Pernambuco. 
 
 
TÍTULO LOCAL DATA 
Jornal do Commercio Rio de Janeiro/RJ 01/10/1827 
O Mossoroense Mossoró/RN 17/10/1872 
O Estado de São Paulo São Paulo/SP 01/01/1875 
 
 
O Fluminense Niterói/RJ 08/05/1878 
Tribuna do Norte Pindamonhangaba/ SP 11/06/1882 
Gazeta de Alegrete Alegrete/RS 01/10/1882 
Diário de S. Paulo (antigo Diário 
Popular) São Paulo/SP 08/11/1884 
O Taquaryense Taquari/RS 31/07/1887 
Gazeta de Minas Oliveira/MG 04/09/1887 
Diário Popular Pelotas/RS 27/08/1890 
Jornal do Brasil 
(Apenas Online desde 01/09/2010) 
Rio de Janeiro/RJ 09/04/1891 
Gazeta de Ouro Fino Ouro Fino/MG 31/01/1892 
A União João Pessoa/PB 02/02/1893 
A Tribuna Santos/SP 26/03/1894 
Correio do Povo Porto Alegre/RS 01/10/1895 
Jornal A Mococa Mococa/SP 11/04/1896 
Jornal A Comarca Mogi-Mirim/SP 05/07/1900 
Jornal de Piracicaba Piracicaba/SP 04/08/1900 
Tribuna de Petrópolis Petrópolis/RJ 09/10/1902 
 
 
Cruzeiro do Sul Sorocaba/SP 12/06/1903 
Jornal do Commercio Manaus/AM 02/01/1904 
Jornal Cidade de Rio Claro Rio Claro/SP 01/01/1905 
O Norte João Pessoa/PB 07/05/1908 
Comércio de Jahu Jaú/SP 31/07/1908 
Jornal Correio Riograndense Caxias do Sul/RS 13/02/1909 
Fonte: Associação Nacional de Jornais (ANJ). 
 
Revistas 
As revistas surgem no século XIX, sendo lançados vários títulos e em 
diversas cidades brasileiras. Diferenciam-se dos jornais diários pela presença 
de ilustrações e charges desde o seu lançamento. Seu conteúdo tem um 
caráter muito mais político e questionador. Algumas já apresentavam páginas 
coloridas ainda no final daquele mesmo século, ao contrário dos jornais, que se 
tornaram totalmente coloridos quase que ao término do século XX. 
 
Segundo Thomaz Souto Corrêa, no Curso Abril de Jornalismo: 
 
A primeira [revista] de que se tem notícia já embutia o conceito de 
que revista é sinônimo de variedade. O objeto era igual a um livro, 
mas com assuntos variados, ainda que reunidos sob um mesmo 
tema, no caso a teologia. Enquanto os livros tratavam e geralmente 
tratam de um mesmo tema, a revista inovou, ao tratar de um mesmo 
tema com assuntos variados. Chamava-se Edificantes Discussões 
Mensais a primeira revista de que temos registro. Nasceu em 
Hamburgo, em 1663, ... o formato quase igual, o mesmo “jeitão”: uma 
sucessão de artigos em branco e preto. Na França, em 1672, alguém 
teve a ideia de misturar assuntos muito variados debaixo de um 
mesmo título e inventou o que hoje chamamos de revista de interesse 
geral. O Mercúrio Galante publicava crônicas sobre a Corte, anedotas 
elegantes, poesia. Mas levou vinte anos para que alguém inventasse 
a primeira revista feminina da história, em 1693, sempre na França. 
Pelo jeito, essa revista era aparentada com o Galante, porque se 
chamou Mercúrio das Senhoras. Também tinha a crônica da Corte e 
poesia, mas mostrava desenhos de roupas, moldes para vestidos e 
bordados, poesia. Dando uma de engenheiro de obra feita, fica fácil 
dizer que, do ponto de vista do marketing, as revistas nasceram 
segmentadas por tema, teologia, ciências, literatura, e o Mercúrio 
Galante inaugurou a seção de revistas segmentadas por mercado 
leitor, no caso o feminino. O número de novas revistas se multiplicou 
 
 
pela Europa, onde o analfabetismo diminuía e o interesse por novas 
ideias crescia. 
 
Até a década de 1830, as revistas eram desprovidas de imagens e de 
cor. Passaram a incorporar imagens já no idos de 1840, eram caras, lidas 
apenas por membros da elite cultural e econômica das sociedades. Logo, os 
editores perceberam que deviam alterar o modelo de revista buscando algo 
mais leve, com matérias de interesse de toda a comunidade, ilustradas e com 
um preço acessível pela maioria da população. 
Aproximadamente em 1850, as revistas passaram a ser publicadas com 
fotografias, outra grande oportunidade de negócios que foi explorada. A receita 
obtida com as vendas dos exemplares era reinvestida no processo de 
produção, otimizando os parques de impressão e as tipografias. Ao final do 
século XIX, já havia revistas segmentadas por sexo, dedicadas às senhoras, 
contendo assuntos referentes às atividades domésticas, moda, receitas e 
anúncios voltados à mulher. Casos semelhantes encontramos em revistas 
masculinas, em que a política, economia, charges e anedotas davam o tom. 
A primeira metade do século XX, marcado por duas guerras antecedidas 
por uma crise econômica mundial, serviu para consolidar a revista como um 
meio de comunicação de massa rico e de incontestável credibilidade, sendo as 
revistas ilustradas as que mais possuíam leitores. Um dos maiores sucessos 
de todos os tempos no mercado internacional de revistas foi a revista Life, que 
chegou a vender oito milhões de exemplares em uma única edição, inspirando 
o surgimento de revistas ilustradas em todo o mundo. 
Assis Chateaubriand tinha a ideia de editar uma revista ilustrada muito 
antes dos americanos e europeus. O Cruzeiro foi publicado pela primeira vez 
em 1928 e só encontrou uma concorrente à altura com o lançamento da revista 
Manchete, em 1952. O Cruzeiro foi publicada pela última vez em 1975, edição 
que tinha uma foto do então jogador do New York Cosmos, Pelé. 
A periodicidade na publicação das revistas veio oferecer maior 
conveniência aos leitores. Revistas de interesse geral como Veja, Visão e Isto 
É, eram publicadas todas as semanas. Havia periodicidades quinzenais, 
mensais, bimestrais, trimestrais, quadrimestrais, semestrais e até os anuários. 
Segundo a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), em 2009 
foram publicados 3285 títulos regulares, em um total de mais de 4200, 
contando as edições especiais. 
 
 
 
 
 
 
Acima, apresentamos exemplos de capas da revista O Cruzeiro, uma de 
1928 e outra com Carmem Miranda e seus barangandãs, de 19371. 
No Brasil há uma vasta segmentação de títulos para os mais diversos 
tipos de interesse e orientação seja esta étnica, sexual, profissional, 
comportamento e moda, hobbies, cultura,lazer, religião, dentre várias outras. A 
revista brasileira possui uma qualidade editorial e de impressão igual a 
qualquer outra no mundo. 
 
O processos de impressão 
Vale a pena lembrar que os processos de impressão sofreram 
transformações e receberam inovações tecnológicas ao longo de pouco menos 
de 500 anos desde a impressão da Bíblia de Gutenberg. Os processos 
impressão são cada vez melhores e rápidos. Editores criam novos jornais e 
revistas, oferecendo de tudo em termos de informação e cultura. 
 
                                                            
1 Imagens do arquivo pessoal de José Carlos Vaz Velota, gentilmente cedidas. 
 
 
Conclusão 
Não podemos deixar de lembrar os inúmeros inventos e incrementos 
tecnológicos que possibilitaram a criação dos meios de comunicação de 
massa, a eletricidade e a pilha, os estudos de Hertz sobre a eletricidade e as 
ondas eletromagnéticas e tantos outros, que deram continuidade ininterrupta 
ao desenvolvimento da comunicação social da humanidade. 
A comunicação passará por novas transformações e inovações a partir 
do desenvolvimento de meios de comunicação que usam a eletricidade para 
sua transmissão e recepção, não mais dependendo somente de suportes 
concretos como o papel e suas variações. Veremos melhor essas mídias na 
unidade II da disciplina. 
 
 
 
Referências bibliográficas 
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. A Gazeta do Rio de Janeiro (2808-1822): 
cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Eduerj, 2007. 
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de Comunicação. 
2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. 2. ed. São Paulo: 
Fundamento Educacional, 2009. 
HERSCHMANN, Micael M.; GOULART, Ana Paula. Comunicação e História: 
interfaces e novas abordagens. Rio de Janeiro: Mauad, 2008. 
Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em: 
<http://www.revistadehistoria.com.br>. Acesso em: 10 jan. 2011. 
Curso Abril de Jornalismo. Disponível em: <cursoabril.abril.com.br>. Acesso 
em: 12 jan. 2011. 
 
 
 
 
 
ANEXO 
 
Número de jornais brasileiros em circulação 
Periodicidade 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 
Diária 491 523 529 532 535 532 555 675 682 
Semanal 937 1221 1405 1399 1533 1531 - - - 
Quinzenal 249 377 395 397 445 420 - - - 
Mensal 176 380 396 424 380 378 - - - 
Bissemanal 93 113 125 131 139 145 - - - 
Trissemanal 34 39 35 35 36 40 - - - 
Outras - 31 108 86 30 30 - - - 
TOTAL 1980 2684 2684 3004 3098 3076 3079 4103 4148 
Fonte: ANJ, ABRE, ADJORI/SC, ADJORI/RS, ADI/Brasil e Mídia Dados.

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