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Reconhecimento da gestação e placentação • Fecundação o Fusão de material genético de 2 gametas - espermatozóide (pai) e óvulo (mãe) • Desenvolvimento embrionário o Fase inicial ▪ Zigoto: embrião em uma única célula ▪ Inicia-se o processo de clivagem: divisões mitóticas extremamente rápidas, com a formação de inúmeras células pequenas, os blastômeros • 1a clivagem: 11 a 20h após a fecundação • 2a clivagem: padrão rotacional de divisão dos blastômeros (2 a 3 dias da fecundação) o Fase inicial ▪ 3 a 5 dias • Até o estágio de 8 células: arranjo frouxo, com espaço abundante entre os blastômeros ▪ Embrião com 16 células: compactação dos blastômeros ▪ Embrião com 32 células: mórula - massa interna e massa externa o Processo de compactação ▪ Mórula -> mórula compacta • Camada externa das células se diferencia; íntima conexão entre blastômeros o Processo de blastulação ▪ Mórula compacta -> blastocisto • Células do trofoblasto passam a secretar fluido para a cavidade do embrião: blastocele • Blastômeros internos posicionam-se em um polo do embrião, formando a massa celular interna (que dá origem ao embrião/feto) • • • Eclosão do blastocisto o Fundamental para que o embrião consiga aderir à parede do útero; lise ZP pela estripsina do trofoblasto e enzimas do endométrio + crescimento + contração do blastocisto • Bloqueio da luteólise o Na fêmea gestante o Concepto previne a secreção de PFG2α ▪ Ação: direta nas células endometriais; estimula síntese de proteínas; inibe produção de PFG2α o Concepto altera a distribuição PFG2α ▪ Inibe luteólise o Concepto secreta substância que compete com a PFG2α no CL • Placenta o Funções ▪ Alimentação do feto • Água (difusão bilateral); subst inorgânicas (difusão direcional da mão para o feto); subst orgânicas; açúcares (glicose + frutose); lipídeos (digeridos por enzimas placentárias); aminoácidos: rapidamente transferidos ▪ Filtração • Impermeável a: soluções coloidais; elementos celulares • Permeável a: todos os medicamentos anestésicos; narcóticos e barbitúricos ▪ Secreção interina • Prostágenos, estrógenos, e gonadotrofinas: preparação do parto; indução ou supressão da lactação ▪ Imunossupressão • Passagem de imunoglobulinas: epiteliocorial (impermeável); endoteliocorial (parcialmente permeável); hemocorial (muito permeável) o Classificação ▪ 1- Quanto a modificação da porção materna na hora do parto • Deciduada (dissolução prévia de uma ou mais camadas uterinas)ou adeciduada ▪ 2- número de camadas teciduais materna • Epiteliocorial: todas as 6 camadas presentes • Sinepiteliocorial ou sindesmocorial: células do trofectoderme se fundem a células do endométrio = células binucleadas; 5-6 camadas celulares entre mãe e feto • Endoteliocorial: epitélio uterino e estroma materno; 4 camadas entre mãe e feto • Hemocorial: 3 camadas maternas ausentes ▪ 3- distribuição e padrão dos vilos coriônicos • Córion frondoso • Córion liso • Difusa: maior parte do saco coriônico está uniformemente unida ao endométrio • Cotiledonária: cotilédones fetais unem-se à carúnculas maternas • Cotilédones: arranjos isolados de vilos coriônicos • Carúnculas: proeminências endometriais ovais aglandulares • Zonária: vilos em faixa, semelhante a cinta ao redor do equador do saco coriônico • Discoidal: área do córion em formato de disco se une ao estroma endometrial Diagnóstico de gestação Não retorno ao estro • Manifestação clínica: edema vulvar, muco vaginal, inquietação, diminuição do apetite RTM e RTH • Falso positivo: falha na luteólise, cisto ovariano, cio silencioso Palpação retal • Suínos: método moroso e pouco prático; não seguro antes dos 30d de gestação; avaliação de cérvix, útero e avaliação da artéria uterina média (frêmito) • Equinos: contenção do animal; técnica; remoção das fezes; aplicar pressão leve; lubrificação o 20 dia de gestação: vesícula embrionária 30-40 mm, bom tônus uterino o 30 dias de gestação: vesícula embrionária 40-50 mm, pequena quantidade de líquido flutuante na porção ventral, tônus mais flácido próximo à saliência embrionária o 40 dias de gestação: vesícula embrionária 65 mm, tônus uterino diminuído, tônus cervical excelente o 50 dias de gestação: vesícula fetal com, pelo menos, 8 cm de diâmetro, tônus uterino diminuído, acúmulo de fluido no corpo e cornos uterinos o 60 dias de gestação: vesícula fetal com 10-13 cm de diâmetro, útero começa a ser deslocado cranial / ventralmente. Ovários aproximam- se. A Vesícula urinária pode ser confundida com líquido fetal. o 60-100 dias de gestação: útero aumenta de tamanho, deslocado ventralmente no abdomen. Ovários estão deslocados ventralmente e unidos medialmente o 100 dias de gestação: Bola de futebol o 100-120 dias de gestação: feto pode ser facilmente palpado. Útero em topografia abdominal o Após 150 dias de gestação: ligamento largo o Após 210 dias de gestação: útero na cavidade pélvica • Bovinos o Tempo de gestação o 28 D: vesícula amniótica = 2 cm / vesícula alantoideana = 18 cm o 35 D: feto = 1.8 cm / vesícula amniótica = 3 cm o 45 D: palpação do alanto-córion e presença do CL adjacente ao corno uterino dilatado (início de assimetria) o 4 M: feto palpável em 50% das vezes; frêmito da artéria uterina; tensão da cérvix o 5M: Feto não palpável Palpação abdominal • Pequenos animais o Muito cuidadosa: maior risco de absorção o 22 a 28 dias pós-ovulação: vesículas córioalantoideanos com 5 cm de diâmetro o 35 a 45 dias pós-ovulação: crescimento e alongamento das vesículas • Dificuldades: raças gigantes, obesas, abdômen tenso, feto único • Gatas o 15 dias pós-coito: vesículas de 1 cm de diâmetro o 28 dias pós-coito: vesículas de 2 cm de diâmetro Radiografia abdominal • Pequenos animais o Até 21 dias pós-ovulação: não identificação de distensão uterina o 21 a 42 dias pós-ovulação: útero distendido com conteúdo líquido o Início da mineralização óssea fetal: 42 a 46 dias pós-ovulação o Úmero, escápula e fêmur: após 45 dias P.O. o Rádio, ulna, tíbia, pelve: mais tarde ainda • Gatas o Não recomendada até 40 dias de gestação o 17 a 21 dias pós acasalamento: dilatação segmentada dos cornos (1,2 a 2,5 cm) o Início da mineralização óssea fetal: 38 a 40 dias pós acasalamento o Media crown-rump: estimativa da idade gestacional • Fazer 2 projeções Ultrassonografia • Vantagens: seguro, acurado, não invasivo, prático, pode ser realizado a campo, técnica simples, diagnóstico precoce, barato • Imagens da fase inicial da gestação: presença de líquido intra-uterino; vesícula embrionária; batimento cardíaco; diferenciação de cabeça e tronco; cordão umbilical • • Efeito doppler o Emissão de ultrassons, que são refletidos por superfícies móveis o Avaliação do fluxo sanguíneo corrente e resistência o Fluxo da artéria uterina o Fluxo da artéria umbilical o Pequenos animais: auscultação cardíaca fetal; a partir de 25 dias de gestação; avaliação de estresse fetal Auscultação abdominal • Pequenos animais: a partir do 2° mês; FC fetal = 200 a 240 bpm; estresse fetal <170 bpm Laboratoriais • Matrizes biológicas utilizadas: soro, sangue, leite, urina, fezes... • • Dosagem de progesterona - éguas: limitada acurácia no diagnóstico; fêmeas não prenhes com P4 elevada no período equivalente ao reconhecimento materno; útil para diagnosticar hipoprogesteronemia • Dosagem de eCG - éguas: gestações gemelares X feto mula; falso negativo (época de colheita do exame); falso positivo (perda gestacional após formação das criptas endometriais) • Dosagens hormonais (cadelas) o Progesterona (não diagnostica gestação); Relaxina (produzida pela placenta, aumento significativo entre 20 e 30 dias); prolactina (aumento significativo em gestação média a final = 30 a 45 dias); homônimo folículo estimulante/FSH (abaixo de 150 ng/mL pós implantação, acima de 150 ng/mL em não prenhes); estrógeno(dosagem na urina, aumento significativo em prenhes após 21 dias do acasalamento); proteína C reativa, haptoglobina, glicoproteína ácida e fibrinogênio (elevam-se no momento da implantação embrionária, falso-positivo: infecções uterinas) Puerpério fisiológico e patológico Puerpério fisiológico • Conceito: modificações fisiológicas uterinas, que ocorrem imediatamente após o parto, preparando-o para uma futura prenhez • Fase 1 - delivramento o Do pós parto imediato à eliminação dos anexos fetais o Mecanismo de ação ▪ Atividade contrátil do miométrio; perda de aderência materno- fetal -> espessamento e preguiamento da mucosa uterina; diminuição do lúmen e do volume total do útero o Durante a gestação final ▪ Modificações celulares na parte fetal da placenta ▪ Início da degeneração dos vilos coriônicos ▪ Modificações homeostática o Após o parto ▪ Menor fluxo sanguíneo para o útero ▪ Menor pressão sanguínea nos vilos coriônicos ▪ Vilos se desprendem das criptas carunculares ▪ Liberação da placenta • Fase 2 - inovulação uterina o Volta do útero à condição não gravídica e apto para nova gestação o Mecanismo de ação ▪ Reabsorção e dissolução tecidual (enzimas lisossomais armazenadas na gestação); apoptose celular o Contratilidade do miométrio ▪ Resposta à ocitocina: 24h após o parto ▪ Resposta à PGF2: 4 a 5 dias pós parto • Lóquios o Secreção presente na cavidade uterina, com restos celulares da superfície endometrial, que foram destruídos por degeneração gordurosa o Duração e coloração variáveis com a espécie e tempo pós parto o Característica e duração ▪ • Importância do puerpério o Estritamente ligado à índices reprodutivos o Intervalo entre partos o Taxa de serviço o Número de serviços por concepção o Taxa de concepção o Taxa de prenhez o Essencial para a manutenção da fertilidade • Expulsão da placenta o • Duração do período o • Afecções do puerpério o Definição: afecções decorrentes ao parto, mas que ocorrem durante o período de expulsão da placenta, involução uterina e/ou retorno da atividade cíclica ovariana o Atonia uterina ▪ Ausência de contrações uterinas no pós-parto ▪ Consequência: não involução uterina e eliminação insuficiente de líquidos ▪ Diagnóstico: palpação uterina e ultrassonografia • Flacidez uterina, aumento de volume e espessura uterinas • Ausência de corrimento vaginal no pós parto ▪ Tratamento • Drogas ecbólicas: ocitocina e PGF2α • Antibioticoterapia + lavagem o Retenção uterina ▪ Falha na expulsão da placenta no período aceitável para cada espécie ▪ Sinais clínicos: restos placentários na rima vulvar; odor; corrimento serosanguíneo; hipertermia; inapetência, diminuição da produção leiteira; rejeição à cria ▪ Tratamento: agentes ecbólicos (ocitocina); lavagem uterina (sol. fisiológica aquecida); antibioticoterapia; controle da endotoxemia; infusões pela artéria umbilical ▪ Fatores predisponentes • Parição: animais pluríparas e idosas • Infecções do aparelho reprodutivo • Deficiência vitamínica (A, E, selênio) • Hiperproteinemia • Indução do parto, parto prematuro, gemelaridade • Hipocalcemia, atonia uterina, distocias ▪ Medidas profiláticas: suplementação com vit E e selênio durante o período seco; administração de ocitocina no pós-parto imediato ou pós-cirúrgico; administração de prostaglandina no pós-parto imediato (questionável) ▪ Complicações: metrite, endometrite, septicemia, laminite; cetose e deslocamento de abomaso; morte o Metrite puerperal ▪ Inflamação de todas as camadas uterinas durante o período pós- parto, com comprometimento sistêmico da fêmea ▪ Etiologia: mecanismos de defesa uterina ineficientes no período pós-parto ▪ Predisposição: retenção placentária; distocias; natimortalidade; gemelaridade; gestação prolongada; manejo sanitário inadequado; alterações de involução uterina; primíparas ou idade avançada ▪ Sinais clínicos: corrimento vaginal fétido; cérvix dilatada; diminuição na produção de leite; hipertermia ou normotermia; anorexia; depressão; rejeição à cria; pequenos animais -> choque (hipovolemia/desidratação) ▪ Diagnóstico: anamnese + exame físico; palpação retal (grandes animais) -> aumento uterino, assimetria de cornos; vaginoscopia; US uterino; hemograma; microbiológico de vagina ▪ Tratamento: antibioticoterapia sistêmica e local; lavagens uterinas constantes; agentes ecbólicos (PGF2α); analgesia e suporte; pequenos animais -> retirada dos filhotes e manejo de órfãos o Prolapso uterino ▪ Deslocamento do útero (inversão e exteriorização) logo após a expulsão fetal ou durante o período puerperal imediato ▪ Etiologia: idade; extração forçada; fetos enfisematosos; lesões do canal do parto; retenção de placenta; hiperestrogenismo; atonia uterina por hipocalcemia, com contração abdominal ▪ Sinais clínicos • Exteriorização de graus variados do útero pela rima vulvar (total ou parcial) • Alterações de estado geral: tenesmo, dor abdominal, choque hipovolêmico • Diferenciação com prolapsos de vagina / bexiga e neoplasias vaginais ▪ Tratamento • Lavagem, lubrificação e proteção do tecido • Excisão de tecido necrótico • Anestesia epidural + sedação • Redução manual (decúbito e posicionamento adequado) • Redução cirúrgica: laparotomia + pexia ou OHE • Grandes animais: sutura de Bühner para retenção • ATB local e/ou sistêmica o Laceração de períneo ▪ Grau 1: mucosa do vestíbulo + pele da comissura dorsal da vulva ▪ Grau 2: mucosa e submucosa do vestíbulo + pele comissura dorsal da vulva + músculo do corpo perineal ▪ Grau 3: todos anteriores + mucosa e submucosa retal, septo perineal e esfíncter anal ▪ Fístula reto-vaginal: idem grau 3, porém sem envolver o períneo e esfíncter anal ▪ Sinais clínicos: fezes em vagina; corrimento vaginal mucopurulento; deformações anatômicas de períneo; hemorragia de via fetal mole ▪ Diagnóstico: histórico clínico + sintomatologia; inspeção e palpação vaginal e retal o Hipocalcemia puerperal ▪ Etiologia: menor lactação e mineralização fetal -> maior absorção intestinal e reabsorção óssea ▪ Importância do cálcio: coagulação sanguínea; permeabilidade de membrana; excitação neuromuscular; transmissão impulso nervoso; ativação sistemas enzimáticos ▪ Fatores predisponentes: dieta inadequada (hipocalcemia/hipercalcemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia); idade; tamanho da ninhada (grande); porte ▪ Excesso de cálcio período pré-natal -> Diminuição progressiva da atividade da glândula paratireoide -> Déficit de atuação em momentos de grande necessidade Parto e primeiras semanas pós-parto (lactogênese) ▪ Sinais clínicos • Cadela: hipertermia, espasmos musculares, polidipsia, taquicardia, convulsões, êmese, taquipneia • Gata e vaca: hipotermia/normotermia, hiperexcitabilidade, hipersensibilidade, incoordenação, paralisia flácida, resfriamento de extremidades, timpanismo (vaca) • Menor concentração de cálcio sérico -> bloqueio da transmissão da acetilcolina -> paralisia flácida ▪ Cadelas: diminuição nas concentrações de cálcio -> maior permeabilidade muscular ao íons Ca -> despolarização facilitada - > tetania ▪ Complicações: falência cardiorrespiratória; hipertermia intensa (cadela); edema cerebral; morte ▪ Diagnóstico: anamnese+ exame físico; Ca ionizado total < 0,8 mmol/L (1,2 – 1,4) ou 4,0 mg/100 mL ▪ Diagnóstico diferencial • Hipocalcemia: especialmente nos casos em que não há resposta ao tratamento com cálcio • Epilepsia • Meningoencefalite • Envenenamento (cafeína, stricnina...) ▪ Tratamento • Gluconato de cálcio 10% (IV): 0,5 – 1,5 mL/kg • Lento e monitorização (ECG) • Reavaliar Ca ionizado após infusão • Carbonato de cálcio (VO): 100 mg/kg/dia • Separar a ninhada da mãe • Controlar a temperatura corpórea Biotécnicas na reprodução de animais selvagens Colheita de sêmen • Anatomia • Fisiologia/comportamento • Temperamento do indivíduo • Métodos o Técnicas ejaculatórias▪ Massagem manual • Colaboração do animal • Contenção física • Condicionamento: animal não pode ser anestesiado ▪ Vagina artificial • Colaboração total do animal • Raramente utilizada • Relato em cervídeos ▪ Eletroejaculador • Contenção química • Mais utilizada ▪ Vibroejaculador • Colaboração do animal • Contenção física • Sem anestesia ▪ Recuperação de sêmen pós-coito o Técnicas não ejaculatórias ▪ Sêmen de epidídimo • Animais mortos • Recuperação de material genético • Bastante estudado em animais domésticos • Pouco utilizado ainda • Cervídeos / caprídeos ▪ Massagem trans-retal • Pouco utilizado • Condicionamento • Elefantes o Contenção ▪ Física ▪ Química ▪ Condicionamento Análise/preservação do sêmen • Características peculiares do sêmen o Volumes baixos ▪ Diluidores o Coágulos: maioria das espécies de primatas ▪ Enzimas proteolíticas: hialuronidase ou tripsina ▪ Centrifugação em gradiente o “Substâncias indesejáveis” ▪ Centrifugação • Decisão o Sêmen fresco o Sêmen resfriado o Sêmen congelado Sincronização/monitoramento do estro • Momento correto de inseminação/pareamento o Coletas seriadas de sangue o Matrizes alternativas ▪ Fezes/urina Inseminação artificial • Número de doses • Cirúrgica o Laparoscopia / videolaparoscopia o Contenção química • Não-cirúrgica o Pipeta o Endoscopia o Colaboração do animal Colheita / Conservação de oócito • In vivo o Superovulação o Laparoscopia o Punção - US • Animais mortos o Coleta de ovários Transferência de embrião • Cirúrgico: deposição dos embriões no útero; bovídeos; cervídeos; primatas; canídeos; felinos Clonagem Fisiologia do parto e estática fetal Duração da gestação • Caminho do embrião • Parto • Composto por 3 fases: preparação ou pródromos; expulsão do(s) feto(s); expulsão da placenta • Desencadeamento fetal o O feto sinaliza o momento do nascimento o Desenvolvimento hipotalâmico fetal ▪ Desenvolvimento de sinapses em núcleos hipotalâmicos ▪ Aumento da função neuro-endócrina • Resposta à atuação do ACTH pelo córtex da adrenal ▪ Responde a fatores estressantes fetais • Hipóxia, variação de pressão sanguínea, disponibilidade de glicose ▪ Aumento da secreção de cortisol pela adrenal o o Estrógeno ▪ Miométrio: responsividade à ocitocina ▪ Cérvix: relaxamento ▪ Útero: produção e liberação de prostaglandinas o Progesterona ▪ Útero: perda da quiescência ▪ Cérvix: perda do tampão mucoso o Prostaglandinas produzidas ▪ PGF2α: contratilidade do miométrio; gap junctions entre as fibras musculares ▪ PGE: auxilia nos mecanismos de relaxamento da cérvix e canal do parto ▪ PGI2: potente vasodilatador; manutenção da perfusão vascular da placenta o • Pródromos do parto o Alterações na gestante (até 7 dias antes) ▪ Inquietação, inapetência, isolamento ▪ Ato de fazer ninho: carnívoros e suínos ▪ Início de contrações uterinas (desconforto) ▪ Relaxamento/dilatação cervical, edema vulvar ▪ Relaxamento da musculatura pélvica: andar característico ▪ Posicionamento fetal ▪ desenvolvimento mamário e galactorréia: variável (até 2 semanas antes) ▪ Equinos: cálcio sérico > 40 mg/dL indica feto maduro ▪ Cadelas: queda da temperatura corpórea 24 horas do parto ▪ Ruptura da membrana corioalantoideana: final da primeira fase do parto • Expulsão do feto o Via fetal ▪ Óssea ▪ Mole • Pontos críticos: cérvix, anel himenal, vulva ▪ Dilatação da via fetal • Insinuação das bolsas fetais pelo canal do parto, que se rompem e lubrificam a passagem • Sensação de dor e desconforto o Próximo ao momento do parto ▪ Sínfise púbica: desmineralização; dissolução do tecido conjuntivo; prejudicada em fêmeas mais velhas ▪ Conformação anatômica da pelve • Bovinos: ovalada, assoalho côncavo • Equinos: circular, assoalho convexo • Pequenos ruminantes, suínos, carnívoros: tende a circular o Controle das contrações uterinas ▪ Primeiras contrações: irregulares e fracas ▪ Sistema neuro-endócrino: hipotálamo e hipófise ▪ Ocitocina: despolariza a membrana celular do miométrio ▪ Inervação autônoma do miométrio (SNS) • Adrenalina: receptores α e β adrenérgicos o Reflexo de Fergurson ▪ o Reflexos de contração ▪ Involuntários ▪ Associação da contração uterina com a abdominal o Tempo de expulsão ▪ Cadela e gata: 15 minutos a 2 horas ▪ Égua: 30 minutos ▪ Porca: 15 minutos a 2 horas ▪ Ruminantes: 1 a 3 horas • Expulsão da placenta o Perda da circulação placentária; deiscência e separação placentária; contrações uterinas; expulsão da placenta o Ruminantes: 12 horas o Carnívoros: alguns minutos após o nascimento o Égua: 15 minutos a 2 horas o Suínos: alguns minutos após o nascimento até 4h Estática fetal • • • • • • • • • Neonatologia veterinária Adaptação evolutiva • Herbívoros x carnívoros o Gestação mais prolongada o Melhor adaptação neonatal ao nascimento ▪ Neurônios mielinizados ▪ Sinapses mais adequadas ▪ Visão, audição, aparelho locomotor, etc Período neonatal (período crítico) • Variável em cada espécie • Duas semanas pós-natal • Desenvolvimento de funções vitais extra-uterinas • Fase de transição • Amadurecimento fisiológico o Temperatura corpórea • Termorregulação o Alta relação superfície: massa corpórea o Oxidação do tecido adiposo marrom o Aumento da atividade metabólica o Reflexo tremor ▪ Presente em grandes animais ▪ Ausente em pequenos animais o Vasoconstrição periférica reduzida • Pequenos animais: pecilotérmicos o 1° dia 34,4-36°C o 2° ao 14° dia: 36-37°C • Grandes animais: homeotérmicos o 37-39°C Aparelho cardiovascular • Aparelho respiratório • Aparelho urinário • Baixa concentração urinária • Baixa taxa de filtração glomerular • Baixo fluxo plasmático renal Aparelho hepatobiliar • Perfil bioquímico enzimático alterado • Colestase funcional • Baixa atividade enzimática: citocromo P450 • Baixo metabolismo hepático -> nefrotoxicidade • Hemácias: macrocitose, corpúsculo nuclear, policromasia, reticulócitos • Anemia progressiva: 30 dias de vida • Hematopoiese extra-medular • Série branca semelhante ao adulto Transição feto-neonatal • Adaptação respiratória • Respiração pulmonar: estímulos táteis e térmicos; privação de oxigênio pelo parto • Expansão pulmonar pelo ar: diminuição da resistência vascular; aumento do fluxo sanguíneo; elevação da oxigenação Chacoalhar ou não? • Remoção do fluido pulmonar somente das vias aéreas superiores • Eliminação do conteúdo gástrico proteção local para TGI • Traumas • Concussão cerebral: convulsões, déficit de aprendizado, distúrbios comportamentais... • Hemorragias intracerebral e subdural • Plano inclinado x pêndulo o Fragilidade da articulação coxo-femoral / boleto o Fluidos trato respiratório inferior: absorção o Conteúdo expelido: LA estomacal o Compressão torácica pelos órgãos abdominais Assistência imediata - hígidos • Grandes animais o • Pequenos animais o Remoção da membrana amniótica o Limpeza das secreções oro-nasais o Massagem / fricção torácica o Clampeamento do cordão umbilical o Avaliação clínica escore APGAR > 7 ▪ o Aquecimento e cuidados com o umbigo o Mamar o quanto antes o Avaliação clínica Assistência imediata - deprimidos • Distocia o o • Cesariana o o o Remoção da membrana amniótica antes de descolar a placenta o Limpeza das secreções oro-nasais o Massagem / fricção torácica o Clampeamento do cordão umbilical o Avaliação clínica : escore APGAR As primeiras 24 horas • Período de maior criticidade o Garantir o adequado fornecimento colostral o Garantir adequado aporte energético o Garantir controle ambiental • Tríade neonatal o o Manifestações clínicas ▪ Perda do reflexo de sucção ▪ Taquipneia ▪ Bradicardia ▪ Vocalização aguda intensa ▪ Menor vitalidade ▪ Rejeiçãomaterna ▪ Hipóxia tecidual e acidose metabólica o Diagnóstico ▪ Clínico ▪ Laboratorial o Tratamento ▪ Reaquecimento progressivo (1-3 horas) • Rápido: vasodilatação periférica ▪ Reidratação • VO, IV, SC • Aleitamento, água + açúcar, fluidoterapia • Monitoramento constante o Acompanhar as funções vitais imediatamente ao parto e pontualmente o Potros: primeira micção (8,5h após o nascimento); primeira defecação (até 24h pós natais) • Grandes animais - cuidados gerais o Absorção do colostro ▪ Bezerros e cordeiros • Até 36h de vida, pico máximo de abçorção: 6h • 6-10% PV em 24h ▪ Potros • Até 24h de vida, pico máximo de absorção: 6-12h ▪ Falha na transferência passiva colostral • Aumento da morbidade e mortalidade • Potros: septicemia, artrite séptica, pneumonia, enterite • Bezerros: depressão SNC, fraqueza, dispnéia, anorexia, artrite séptica, panoftalmite, meningite, diarréia • Tratamento - bezerros: soro ou plasma; ingestão forçada (colostro inter-espécies: meia-vida Igs) - máximo 2/3 litros; substitutos comerciais (IgG equina liofilizada) • Tratamento - potros • Ama de leite (égua ou cabra) • Dia 1 a 10: oferecer volume igual à 10% PV • > dia 10: oferecer volume igual à 25% PV durante a lactação • Substitutos comerciais • Evitar leite integral de vaca (2x mais gordura, 2/3 de carboidratos) o Onfalite / onfaloflebite ▪ Definição: inflamação das estruturas umbilicais (veias, artérias, úraco, adjacências) ▪ Etiologia: ambiente externo, FTPC ▪ Sinais: dilatação umbilical, drenagem purulenta, assintomático, dor à palpação, disúria, polaciúria septicemia ▪ Tratamento • Inflamação: ATB, suporte • Infecção: cirúrgico; prognóstico reservado o Úraco persistente ▪ Definição: persistência da conexão tubular entre umbigo e bexiga ▪ Etiologia: rompimento precoce, má ligadura do cordão, inflamação/infecção, manipulação ▪ Sinais: gotejamento de urina, pêlos umidecidos ▪ Diferencial: onfaloflebite ▪ Tratamento: conservativo, cauterização, cirúrgico o Síndrome do mal ajustamento ▪ Etiologia: não infecciosa, hipóxia periparto, distocia ▪ Manifestação clínica: potros com 1 dia de vida; perda do reflexo de sucção, ranger de dentes, “cegueira”, vocalização anormal, anisocoria, dispneia, hipotermia, convulsões, coma e morte ▪ Tratamento: controlar temperatura, convulsões, equilíbrio eletrolítico e ácido-básico, glicemia; antibioticoterapia ▪ Prognóstico: bom, na ausência de sepse associada; recuperação em 2 a 7 dias • Pequenos animais o Falha na transferência passiva de Ac ▪ Gatos recebem 25% Ac via placenta ▪ Cães recebem somente 5 a 10% ▪ Enzimas FA e GGT muito inferiores ▪ Tratamento • Soro de animal adulto vacinado, 36°C o Assistência mediata ▪ 1a semana • Reflexo de sucção (21 dias) • Reflexo ano-genital • Reflexo de flexão (até 4 dias de vida) • Dormem 90% do tempo • 10% do tempo mamam a cada 1-2 horas ▪ 2a semana • Reflexo de extensão: após 6 dias de vida • Reflexo de retirada à dor: após 7 semanas • Apoio sobre membros torácicos e pélvicos e abertura do olhos e condutos auditivos: 10-11 dias ▪ Temperatura corpórea • Estabilidade • • Controle ▪ Período de transição (cães- 3a a 5a semana; gatos 10° ao 20° dia) • Orientação visual: ao redor de 4 semanas • Orientação auditiva: entre 25 e 28 dias • Fechamento de fontanelas x hidrocefalia: 4a a 5a semana • Vermifugação: 15/30/60 dias ▪ Desmame (duração de 2 semanas) • Transição da dieta líquida de lactente para a dieta sólida de adulto • Início: entre 4a e 5a semana • Final: máximo na 7a semana • Progressivo e lento para permitir a adaptação TGI e geral • Água à disposição ▪ Orfandade • Padrão de administração (aleitamento) • Quantidade • Estômago: 50 mL/kg • Excesso: vômito, diarréia, falsa-via • • Distribuição • • Erros de administração • Clonagem Objetivos: comercial (produção de indivíduos idênticos em larga escala), terapêutico (não é realidade), espécies em extinção (produção de indivíduos idênticos em larga escala) Métodos de clonagem • Gêmeos univitelinos • Separação de blastômeros o Rompimento da ZP o Separação de todos os blastômeros o Formação da ZP artificial em cada blastômero o Problemas: macrossomia e malformações congênitas • Bipartição ou bissecção embrionária o Maneira mais simples de clonagem o Indivíduos geneticamente idênticos, porém diferentes dos progenitores • Transferência nuclear Etapas da clonagem • Enucleação do oócito (citoplasma receptor) o Retirada das células do cumulus oophorus; criteriosa seleção (corpúsculo polar); desestabilização do citoesqueleto o Auxílio de micromanipulador • Transferência da célula doadora de núcleo para o oócito enucleado (reconstrução) o Transferência do núcleo da célula doadora para o citoplasma receptor o Tipos celulares: embrionárias (blastômeros), fetais e adultas (fibroblasto, granulosa, etc) o Microinjeção e fusão das membranas plasmáticas • Fusão da célula doadora com o citoplasma (eletrofusão) o Membranas plasmáticas se fundem • Ativação o Retomada da mitose e início do desenvolvimento embrionário o Métodos utilizados: físicos e/ou químicos (estímulo elétrico, etanol, cálcio, estrôncio, etc) o Melhores resultados com combinação de estímulos (físico e químico) • Cultivo dos embriões clonados o Embriões reconstruídos são cultivados por 7 a 9 dias em estufa CO2 , 39°C com alta umidade o Condições idênticas às da FIV (meios quimicamente definidos ou co- cultivo com células da granulosa) • Transferência para receptoras Maturação in vitro Implicações • Éticas Complicações • Problemas pré-implantação o Elevadas taxas de perda embrionária e fetal ▪ Taxa de nascimento por embriões transferidos = 0 a 12% o Alterações cromossômicas o Alocação anormal no número de células no botão embrionário o Formação deficiente do fuso mitótico • Problemas pós-implantação o Abortamento (75% das gestações com < 6 meses) o Prolongamento da gestação o Gigantismo fetal o Anormalidades placentárias • Problemas Neonatais o Anormalidades anatômicas neonatais o Imaturidade fisiológica neonatal o Diminuição da taxa de sobrevivência neonatal • Gestação • Malformações
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