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Simpaticolíticos Os antagonistas adrenérgicos (também denominados bloqueadores adrenérgicos ou simpaticolíticos) ligam-se aos adrenoceptores, mas não iniciam os usuais efeitos intracelulares mediados pelos receptores. Esses fármacos atuam ligando-se reversível ou irreversivelmente aos adrenoceptores, evitando, assim, sua ativação pelas catecolaminas endógenas. Fenoxibenzamina • Não é seletiva e se liga covalentemente aos receptores α1 e α2. O bloqueio é irreversível, e o único mecanismo que o organismo pode usar para anular o bloqueio é sintetizar novos adrenoceptores, o que exige 1 dia ou mais. • A fenoxibenzamina é usada no tratamento do feocromocitoma, um tumor de células derivadas da suprarrenal secretor de catecolamina. Ela pode ser usada antes da remoção cirúrgica do tumor para prevenir crise hipertensiva e é útil no manejo crônico de tumores não operáveis. Fentolamina • Em contraste com a fenoxibenzamina, a fentolamina produz bloqueio competitivo dos receptores α1 e α2 que dura cerca de 4 horas após injeção única (bloqueio reversível). • Ela é usada no tratamento de curta duração do feocromocitoma. Também é usada localmente para prevenir a necrose dermal após extravasamento de norepinefrina. A fentolamina é útil no tratamento da crise hipertensiva devido à retirada abrupta de antihipertensivos e devido à ingestão de alimentos contendo tiramina em pacientes sob tratamento com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). Prazosina, terazosina, doxazosina, tansulosina e alfuzosina • São bloqueadores competitivos seletivos de receptores α1. São úteis no tratamento da hipertensão. • Tansulosina e alfuzosina são exemplos de outros antagonistas α1-seletivos indicados no tratamento da hiperplasia benigna da próstata (HBP). • Indivíduos com pressão arterial elevada tratados com um desses fármacos não se tornam tolerantes à sua ação. Contudo, a primeira dose desses fármacos pode produzir hipotensão ortostática exagerada, que pode resultar em síncope (desmaio). Iombina • É um α2-bloqueador competitivo e seletivo. Ela é componente do córtex da planta Yohimbe e tem sido usada como estimulante sexual e no tratamento da disfunção erétil. Como não há demonstração de eficácia, seu uso no tratamento desses distúrbios não é recomendado. • A ioimbina atua no SNC aumentando o efluxo simpático para a periferia. Ela é contraindicada em doença cardiovascular, condições psiquiátricas e disfunções renais, pois pode agravar tais condições. Todos os β-bloqueadores disponíveis para a clínica são antagonistas competitivos. Os β-bloqueadores não seletivos atuam em receptores β1 e β2, ao passo que os β-antagonistas cardiosseletivos bloqueiam principalmente receptores β1. (Nota: não há β2-antagonistas clinicamente úteis.) Propranolol: um β-antagonista não seletivo • O propranolol é o protótipo dos β-antagonistas adrenérgicos e bloqueia os receptores β1 e β2 com a mesma afinidade. Existem preparações de liberação sustentada para administração uma vez ao dia. • Hipertensão: O propranolol não diminui a pressão arterial em pessoas com pressão sanguínea normal. Ele diminui a pressão arterial na hipertensão por diversos mecanismos. O mecanismo primário é a redução do débito cardíaco, mas a inibição da liberação de renina pelos rins, a diminuição na resistência periférica total no uso prolongado e a redução do efluxo simpático do SNC também contribuem para o seu efeito anti-hipertensivo. Propranolol: um β-antagonista não seletivo • Angina de peito: O propranolol diminui o oxigênio exigido pelo coração e, por isso, é eficaz na redução da dor torácica de esforço, que é comum na angina. Assim, ele é útil no tratamento crônico da angina estável. • Infarto do miocárdio: O propranolol e outros β-bloqueadores têm efeito protetor no miocárdio. Assim, o paciente que teve um infarto pode ser protegido contra um segundo ataque com o uso profilático dos β- bloqueadores. Além disso, a administração de um β-bloqueador imediatamente depois do infarto reduz seu tamanho e acelera a recuperação. O mecanismo para esses efeitos pode ser o bloqueio das ações de catecolaminas circulantes, que aumentariam a demanda de oxigênio em um músculo cardíaco já bastante isquêmico. O propranolol também reduz a incidência de morte súbita por arritmia após o infarto. Propranolol: um β-antagonista não seletivo • Enxaqueca: O propranolol é eficaz em reduzir os episódios de enxaqueca quando usado profilaticamente. É um β-bloqueadores mais úteis para essa indicação devido a sua natureza lipofílica, que lhe dá acesso ao SNC. (Nota: para o manejo agudo da enxaqueca, são usados agonistas da serotonina, como a sumatriptana e outros fármacos) • Hipertiroidismo: O propranolol e outros β-bloqueadores são eficazes em diminuir a ampla estimulação simpática que ocorre no hipertiroidismo. No hipertiroidismo agudo (tempestade tireóidea), os β-bloqueadores podem salvar a vida e proteger contra arritmias cardíacas graves. Propranolol: um β-antagonista não seletivo Efeitos adversos comumente observados em indivíduos tratados com propranolol Nadolol e timolol: β-antagonistas não seletivos • Tratamento do glaucoma: Os β-bloqueadores, como os de uso tópico timolol, betaxolol e carteolol, são eficazes para diminuir a pressão intraglobular no glaucoma. Isso ocorre por diminuição da secreção do humor aquoso A reserpina é um alcaloide vegetal que bloqueia o transporte dependente de Mg2+/trifosfato de adenosina de aminas biogênicas (norepinefrina, dopamina e serotonina) do citoplasma para as vesículas de armazenamento no terminal nervoso adrenérgico de todos os tecidos corporais. No final do período de bloqueio do transporte, isso causa a depleção das aminas biogênicas. Em geral, a função simpática é bloqueada devido à baixa liberação de norepinefrina. A reserpina tem início de ação lento, duração de ação longa e efeitos que persistem por vários dias depois que o seu uso é interrompido. Foi usada no tratamento da hipertensão, mas foi amplamente substituída pelos novos fármacos com perfil de efeitos adversos mais favorável e menos interações com outros fármacos.
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