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Ministérios e Estruturas da Igreja (Hinitian e Jamê)

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Ministérios e Estruturas da Igreja 
 
Enfoque Bíblico e Teológico 
 
 
Compilação da apostila “Estruturas da Igreja” de Jorge Himitian, 
do livro “Verdades Atuais” de K. R. Iverson e Bill Sheidler, 
 e da apostila “Visão da Igreja” de Jamê Nobre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse material pode ser utilizado, 
impresso e distribuído livremente 
 I 
 
Índice 
 
ÍNDICE I 
Introdução 2 
1|DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA ESTRUTURA ECLESIAL 8 
No primeiro século 8 
Ocidente e Oriente nos Séculos Posteriores 10 
Depois da Reforma 11 
2|OS MINISTÉRIOS PRINCIPAIS DA IGREJA 12 
Apóstolos 13 
Profetas 15 
Evangelistas 16 
Pastores-Mestres 18 
Algumas Considerações sobre os Ministérios 19 
3|CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ESTRUTURA ECLESIAL 21 
1. O Princípio da Pluralidade 22 
2. O Principio da Unidade 22 
3. O Princípio da Autoridade 22 
4. O Princípio do Desenvolvimento Gradual 23 
4|ESTRUTURA DA IGREJA LOCAL E EXTRA-LOCAL 25 
A Estrutura da Igreja Local 25 
A Estrutura da Igreja Extra-local 26 
Conclusão 28 
 
Ministérios e Estruturas da Igreja 
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Introdução 
Este não é um assunto novo para nós. Há aproximadamente 20 anos temos 
começado a compreender que a restauração da igreja inclui a restauração de todos os 
dons e ministérios que são citados no Novo Testamento, e nessa direção temos 
avançado prudentemente. Nesta altura de nosso desenvolvimento, entendemos que 
necessitamos abordar novamente o tema e progredir em direção a certas definições 
que nossa situação atual requer. 
Este é um dos temas em que há mais desigualdade de critérios nos diferentes 
setores da cristandade de nossos dias. Por que há tantas divergências? As Escrituras 
definem uma forma específica de governo e estrutura para a igreja? Creio que 
responder a esta pergunta não é tão simples, e apontar qual poderia ser essa 
estrutura é tarefa ainda mais difícil. 
Nas Sagradas Escrituras podemos descobrir modelos e princípios, mas não um 
esquema completo sobre organização e governo da igreja. Sua estrutura é dinâmica, 
cresce, desenvolve-se, evolui. Necessitamos humildade para aprender de Deus, e mais 
humildade ainda para não sermos sábios em nossa própria visão e aprender uns dos 
outros. Como cremos que Deus tem se proposto restaurar sua igreja, cremos também 
que ele guiará a seus servos passo a passo até que alcancemos a plenitude como 
corpo de Cristo. 
Precisamos compreender, antes de mais nada, que a Igreja, como qualquer 
organismo vivo, precisa de uma estrutura básica. As figuras usadas na Bíblia para 
representar a Igreja mostram isso. 
Algumas figuras que podemos citar: 
Templo - Mostra a intenção de Deus em ter um povo que 
O adore e que seja Sua habitação - Ef 2:20-22 
Corpo - Revela o padrão de relacionamento integrado, 
sinconizado e participativo de cada membro - Ef 4:16 
Noiva/Esposa - Com essa figura Deus estabelece o tipo de 
relacionamento que ele planeja ter: comprometido, íntimo e 
profundo, que leva à produção de outras vidas - AP 21:2 
Família - O plano de Deus é ter muitos filhos semelhantes 
a Jesus e que se relacionem como irmãos que se amam - Hb 
2:10 e Rm 8:17,28,29 
Ministérios e Estruturas da Igreja 
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Cada uma dessas figuras tem o seu tipo de estrutura, sem o que não 
funcionaria. 
O Templo tinha um tipo de funcionamento onde os sacerdotes serviam cada um 
no seu turno e havia uma ordem estabelecida na qual as pessoas envolvidas 
respondiam por seu trabalho. Não era algo voluntarioso, em que cada um agia 
comforme pensasse ser o certo. 
O Corpo é completamente estruturado a partir do próprio esqueleto que o 
sustenta, passando pelos sistemas respiratório, digestivo, circulatório, etc., onde se 
pode ver estruturas de funcionamento extremamente complexas, organizadas e 
hierarquizadas. E sabemos que a doença consiste, simplesmente, no mau 
funcionamento de uma dessas partes. 
O relacionamento de marido e mulher somente caminha bem quando as partes 
conhecem o seu papel e o desempenha bem. O marido exercendo a responsabilidade 
de governar, suprindo as necessidades da esposa com amor, e ela edificando sua casa 
com sabedoria e inteligência. Isso não é estrutura? 
A Família é a situação resultante do relacionamento de marido e mulher no qual 
foram agregadas outras pessoas (filhos) que estão aprendendo com os pais numa 
estrutura que se expandiu e agora rege o relacionamento não mais de duas pessoas 
mas, de tantas quantas forem agregadas. Os membros têm responsabilidades entre si 
(estrutura). Cada um tem seu papel. Uns governam (pai e mãe) e outros são 
governados (filhos), aprendendo, sendo informados e formados. 
Deus estabeleceu uma cadeia de comando nos relacionamentos humanos e 
através dela governa o mundo. A cadeia de comando de Deus relaciona-se às três 
instituições estabelecidas por Ele: governo nacional, família e Igreja. 
Foi Deus quem estabeleceu os poderes que estão governando. Ele estabeleceu 
os reis nos seus tronos (Dn 2:21). O Governo tem a sua hierarquia ou cadeia de 
comando, mas Deus é o Cabeça de todas as coisas. Até os reis respondem diante de 
Deus por sua mordomia (Lc 16:2). E quando todos estão propriamente submissos à 
autoridade colocada por Deus, estão sob a Sombra do Onipotente, sob as asas de sua 
proteção e cobertos contra todas as tempestades. Se alguém sair de debaixo da sua 
cobertura (cabeça) apropriada estará fora de proteção da nuvem de Deus. 
A família é outra instituição ordenada por Deus. Ela tem sua cadeia de 
comando: o marido está submisso a Deus, a esposa ao marido, e os dois lideram os 
filhos. 
A Igreja, a terceira instituição ordenada por Deus, não é diferente. Ela tem uma 
cadeia de comando apropriada. Deus, o Cabeça de Todas as coisas, deu ao Seu filho a 
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chefia da Igreja (Ef 1:20-23).Cristo agora funciona em Seu corpo através do ministério 
do Espírito Santo (Jo 14:18-26). Embaixo dea autoridade de Cristo trabalham os 
supervisores encarregados de administrar e liderar a Igreja. 
Como a natureza da Igreja é familiar, centrada na autoridade do Pai, todo 
aquele que exerce qualquer autoridade na Igreja o faz, primeiro, por delegação, isto é, 
sua autoridade não é sua, segundo, seu coração deve preservar a consciência de 
família e sempre lembrar de sua condição de representante do Pai. Isso vai produzir 
no coração dos líderes um cuidado com os filhos de Deus como se eles fossem os pais 
do rebanho, não somente líderes de uma organização. 
 
 
Autoridade civil 
 
Rm 13:1-4 “Todo homem esteja 
sujeito...” 
 
Autoridade na Família 
 
Ef 6:1-3 “Filhos, obedecei a vossos 
pais...” 
 
Autoridade na Igreja 
 
Hb 13:17 “Obedecei a vossos 
guias...” 
 
O Senhor levanta (chama) homens, reconhecidos como presbíteros, para 
supervisionar, pastoreando e apascentando o rebanho. 
Esse grupo de homens, com ministérios diferentes entre si, formam o 
presbitério da localidade. (At 20:28; Ef 4:11) 
Obs.: Entendemos por “localidade” o povo de Deus em uma cidade, ainda que 
reconheçamos que na situação em que vivemos hoje a cidade está dividida em 
congregações (parte da igreja) que muitas vezes assumem o papel da igreja 
(totalidade). 
Presbitério 
A função do presbitério é, antes de tudo, ministrar ao Senhor. Logo após, deve 
cuidar da vida dos seus componentes, de suas famílias, inclusive. Em decorrência 
dessas duas atividades (ministrar ao Senhor e cuidar uns dos outros) ele está apto a 
cuidar do povo, que é a razão de ser de um presbitério. Os discípulos foram chamados 
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primeiro para estar com Jesus e depois para serem enviados a pregar (Mc 3:14; At 6:4; 
At 20:28) 
A estratégia para se atingir esses objetivos são as seguintes: 
 Tempo de oração e meditação na Palavra de forma pessoal. 
 
 Tempo de oração e estudo da Palavra em caráter coletivo.Na medida em 
que se estuda a palavra e se medita, existe mais condições de ouvir ao 
Senhor para que a congregação seja ordenada na forma que Deus deseja. 
 
 Relacionamento estreito entre os presbíteros e suas famílias. 
 
 Formação, pelo discipulado, de novos presbíteros, diáconos e outros 
ministérios necessários no serviço da igreja, para que ela atinja o seu 
objetivo: IR A TODAS AS NAÇÕES E FAZER DISCÍPULOS (Mt 28:18,19). 
 
 Trazer a visão de Deus ao povo (visão profética) 
 
 Ensinar a discipular, trazer à disciplina. 
 
Resumindo, um presbitério pode ser descrito da seguinte forma: 
a. É um grupo de homens com MINISTÉRIOS DIFERENTES que são necessários à 
igreja local, que se completam como uma equipe, levantados para levar a Igreja à 
maturidade, no relacionamento com Deus, no relacionamento com os irmãos e na 
multiplicação dos discípulos ( Ef 4:11-16). 
b. São homens que foram levantados por outros presbíteros que viram, tiveram 
revelação e discernimento de seu chamamento e capacitação pelo Senhor. Viram suas 
qualidades, interesse, potencial e livre trânsito no mio do povo (At 16:1-3). 
c. Nessa revelação há o reconhecimento do chamamento de Deus ainda antes 
do candidato ter convicção: a constante na Bíblia é que Deus revele primeiro para 
aquele que está em posição de autoridade, depois para o que sendo preparado e 
depois para o povo. Exemplo: Moisés e Josué, Eli e Samuel, Samuel e Davi, Davi e 
Salomão, Barnabé e Saulo, Paulo e Timóteo, Jesus e seus discípulos. (Ex 18:25; 
35:30,31; Lc 6:12,13) 
 
 
 
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Diferentes Formas de Governo no Contexto Atual 
Existem três formas clássicas, vigentes especialmente nas igrejas históricas: 
 
 
EPISCOPAL 
A autoridade principal 
reside no bispo. (Igreja 
Católica, Igrejas 
Ortodoxas, e algumas 
Igrejas Protestantes). A 
maioria destas igrejas 
reconhecem três graus de 
ordenação ministerial: 
bispo, presbíteros e 
diáconos. 
 
PRESBITERIANO 
A autoridade reside em um 
presbitério. Este pode ser 
nacional, regional ou local. 
 
CONGREGACIONAL 
A autoridade reside na 
congregação. Seus 
membros elegem 
democraticamente seus 
pastores e demais cargos. 
 
Além destas três formas principais ou clássicas de governo, existem 
denominações onde estas três formas são combinadas. Na atualidade, há também 
igrejas ou movimentos estruturados ao redor de ministérios unipessoais de homens 
carismáticos que são os fundadores e únicos líderes dessas obras. 
Também podemos ver da seguinte forma as diferentes estruturas no contexto 
atual: 
 
 
Estrutura 
mundial ou universal 
 
Estrutura 
nacional 
 
 
Estrutura 
congregacional ou local 
 
Estas diferentes estruturas, quanto a jurisdição, se combinam com as diferentes 
formas de governo mencionadas anteriormente, dando lugar a variadas formas de 
organização e governo. 
Definições 
Consideremos agora a equivalência entre PRESBÍTEROS, BISPOS, PASTORES e 
MESTRES: 
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PRESBÍTEROS: É o termo mais usado no NT para referir-se aos homens que os 
apóstolos estabeleciam à frente de novas comunidades. Atos 14.23 diz: "... 
designaram-lhes presbíteros em cada igreja...". 
BISPOS: Em Atos 20.17, Paulo reúne os presbíteros de Mileto, e lhes diz: "...o 
Espírito Santo os colocou como bispos... (v. 28). Em 1 Tm 3.1-2 e Tito 1.5-9, usa os 
termos bispo e presbítero indistintamente para referir-se ao mesmo cargo ministerial. 
MESTRES: Entre os requisitos para reconhecer alguém como presbítero, além 
das qualidades de caráter, é básico que ele tenha um dom ministerial, que seja "apto 
para ensinar". No grego, a palavra é "didaktikos". É daí que vem a nossa palavra 
"didático". Didaktikos é a qualidade que mostra um "didaskalós", quer dizer, um 
mestre. Em Tito 1.9, em outras palavras, destaca-se o mesmo requisito para o 
reconhecimento dos presbíteros: saber ensinar. 
PASTOR: Em Atos 20.28, Paulo mostra aos presbíteros de Éfeso que sua função 
é "apascentar" no grego "pastorear". Pedro diz o mesmo aos presbíteros: "Pastoreiem 
o rebanho de Deus que está aos seus cuidados, olhando por ele..." 1 Pe 5.2. 
Com toda esta análise, levantamos as seguintes conclusões: 
Pastor, mestre, presbítero e bispo, são diferentes termos para descrever um 
mesmo ministério, cargo ou função. Um mesmo homem pode ser visto de três 
diferentes perspectivas: 
 
segundo o 
DOM 
segundo o 
CARGO 
segundo a 
FUNÇÃO 
 
MESTRE 
Aquele que ensina 
(didaskalos/ 
) 
 
PRESBÍTERO OU BISPO 
Supervisor, superintendente 
(presbuteros/ 
episkopos/) 
 
PASTOR 
O que cuida da ovelha, 
que toca (aconselha) 
(poimen/) 
 
O dom ou a graça ministerial quem dá é o Senhor. Por isso, ao enumerar 
os ministérios conforme os dons usa-se o termo "mestre". Os apóstolos não 
podem estabelecer mestres sem reconhecer o dom de mestre que o Senhor 
tem dado a alguns. Se possuírem os outros requisitos, podem ser 
estabelecidos como presbíteros. 
Todas as referências que encontramos quanto a este cargo ou ministério 
estão no plural. Isto significa que sobre cada igreja havia um presbitério cuja 
responsabilidade era ensinar, pregar, pastorear, cuidar e governar (1 Tm 3.2; 
Tt 1.9; 1 Tm 5.17; Hb 13.7; 1 Pe 5.1-4). 
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1|Desenvolvimento Histórico 
da Estrutura Eclesial 
 
No primeiro século 
 
O Cabeça da Igreja 
Cristo é a cabeça da igreja, o único que tem autoridade absoluta e 
plenipotenciária. Qualquer outra autoridade está subordinada à Cristo e sua palavra, e 
é uma autoridade delegada. 
Os Doze 
Cristo escolheu dentre seus discípulos a doze homens a quem chamou 
APÓSTOLOS - Lc. 6.12-16. Deu-lhes autoridade para: 
 Pregar, curar e expulsar demônios - Mt 3.13-15 
 Batizar e ensinar - Mt 28.18-20 
 Perdoar pecados - Jo 20.21-23 
 Excomungar aos que não se arrependem - Mt 18.15-18 
 A tarefa de pregar o Evangelho a toda criatura, e fazer discípulos de todas as 
nações - Mc 16.15-16 e Mt 28.18-20. 
 Em duas ocasiões fez uma menção pessoal a Pedro: 
 prometeu dar-lhe as chaves do reino - Mt 16.18-20 
 pediu-lhe que pastoreasse as ovelhas do Senhor - Jo 21.15-19 
Na recém-nascida comunidade de Jerusalém, o governo estava centralizado nos 
doze apóstolos. Eles eram a única autoridade aqui na terra. Pedro era o primeiro entre 
os iguais. Todos eles pregavam o evangelho, ensinavam a doutrina, batizavam, faziam 
milagres, administravam as finanças, disciplinavam, convocavam a igreja, etc. (Atos 
cap. 2 a 5). 
 
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Os Sete 
Devido ao crescimento da igreja, foram escolhidos sete colaboradores dos 
apóstolos, à quem foi delegado a responsabilidade da administração e distribuição 
diária de alimentos para as viúvas (At 6.1-7). Nasceu assim um segundo nível de 
ministério. (O termo DIÁCONO não aparece nesta passagem para designá-los, ainda 
que são usadas as palavras diakonia (διακovια -substantivo) e diakonew - (διακovεω - 
verbo) - nos versos 1 e 2 respectivamente). 
Profetas 
Em Atos 11.27-28 menciona-se de "alguns profetas" que desceram de 
Jerusalém à Antioquia, entre eles Ágabo. Em Atos 13.1 é relatado que na igreja em 
Antioquia, havia "profetas e mestres". Em Atos 15.32 Judas e Silas são apresentados 
como "profetas". 
Presbíteros 
Em Atos 11.30 aparece pela primeira vez o termo "presbíteros" (anciãos). Em 
Atos 15, fala-se definidamente dos apóstolos e presbíteros de Jerusalém. 
Outros Apóstolos 
A partir de Atos capítulo 14 (vs. 4 e 14) vemos surgir outros apóstolos, como 
Paulo e Barnabé, os que, ao fundar novas comunidades em diferentes cidades, 
tornaram-se autoridade sobre elas. 
Mas logo em seguida começaram a estabelecer "presbíteros" (no plural) sobre a 
igreja de cada cidade, à quem delegavam a tarefa de pastorear, ensinar e cuidarda 
igreja, sob a autoridade dos apóstolos - Atos 14.23, 20.28, 10 Tm 5.17, Tt 1.5 e 9. 
Presbitérios 
O governo das igrejas locais era exercido por um presbitério (pluralidade) 
estabelecido pelos apóstolos, à cujos integrantes chamavam-se insdistintamente 
"anciãos" ( gr. Presbuteros - πρεσβυτερoσ) ou "bispos" ( gr. Episkopos - επισκoπoσ); 
eram os tinham a função de ensinar (mestres) e pastorear (pastores) - At 20.17,28; 10 
Tm 3.2; Tt 1.5,7; At 13.1; Ef 4.11. 
Diáconos 
Devido ao crescimento das comunidades fez-se necessário um segundo nível de 
ministério na igreja local: os "diáconos" ( palavra grega que significa "servidores"), Fp 
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1.1; 1 Tm 3.8-12. Os diáconos eram colaboradores dos presbíteros nas diferentes 
tarefas pastorais, administrativas, caritativas, litúrgicas, etc. Havia também diaconisas, 
Rm 16.1. 
Colaboradores dos Apóstolos 
Ao estender-se a obra para novas regiões, e para evangelizar novas áreas, os 
apóstolos enviavam seus colaboradores, que em caráter de delegados apóstolicos, 
evangelizavam, fundavam comunidades, estabeleciam presbíteros, corrigiam erros, 
transmitiam os ensinos apostólicos, e zelavam pelo bom funcionamento das igrejas. 
Exemplo disto, foram Timóteo e Tito - 2 Tm 4.10-13; Tt 1.4 e 5, Epafras - Cl 1.7, e 
vários mais - 2 Tm 4.9-12,20. 
O Primeiro Entre os Iguais 
No fim do primeiro século, ao ir desaparecendo os apóstolos fundadores, e 
possivelmente para que os presbitérios das igrejas locais não ficassem acéfalos, sem 
direção, foi dada a responsabilidade de presidir o presbitério à um dos presbíteros, 
que foi denominado o "primus inter pares" ou "o primeiro entre iguais". 
Provavelmente, depois de algum tempo, ele passou a ser distinguido dos demais como 
o presbítero principal ou o mensageiro principal da igreja, ( "Ao ANJO da igreja de... 
escreve") Ap 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14. Anjo significa "mensageiro". Muitos vêem 
nestes textos de Ap 2 e 3 o primeiro indício do reconhecimento de um só ministro a 
frente de cada comunidade local, e a base para o que pouco depois de desenvolveria 
como o bispado monárquico sobre a igreja de cada cidade. 
Bispo 
No começo do Segundo Século, o termo "bispo" começou a ser usado 
especificamente para designar ao que presidia o presbitério da igreja local. Isto pode-
se concluir dos escritos de Inácio de Antioquia* ( 110 d.C.) e de outros. Com o tempo 
foram estabelecendo na igreja de cada cidade três níveis de ministros: o bispo, os 
presbíteros e os diáconos. 
(Isto é um desenvolvimento legítimo da estrutura eclesial ou um desvio?) 
Ocidente e Oriente nos Séculos Posteriores 
Os bispos das grandes cidades paulatinamente foram exercendo maior 
influência e tendo maior ascendência sobre os demais bispos da região. Séculos 
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depois, o bispo de Roma reclamava para si autoridade sobre os outros bispos. Esta 
pretensão teve seu reconhecimento universal nas igrejas do Ocidente. As igrejas do 
Oriente resistiram a esta reivindicação de Roma. 
No ano 1054, houve o cisma entre Oriente e Ocidente. Desde então, as igrejas 
orientais ficaram estruturadas como igrejas nacionais sob um patriarca ou "catolicós" 
(por exemplo, a Igreja Ortodoxa Russa, a Ortodoxa Grega, etc.). As igrejas do Ocidente 
adquiriram uma estrutura universal sob o bispo de Roma, o Papa, com o nome de 
Igreja Católica Apostólica Romana. 
 
Depois da Reforma 
As igrejas protestantes reagiram contra o centralismo e absolutismo de Roma e 
foram adotando diferentes posições no que se refere a organização e governo da 
igreja, no meio de um complexo quadro de divisões, que aconteceram por diversas 
razões: 
 Por exercer o direito de discordar, fundamentado na "livre interpretação" 
das Escrituras, foram iniciadas novas igrejas. 
 Excomunhões por intolerância religiosa. 
 Pelo surgimento de novos movimentos (alguns avivamentos sadios, outros 
não) que as igrejas tradicionais não conseguiram assimilar. Criou-se assim 
novos grupos, denominações e missões para-eclesiásticas, com suas 
doutrinas e características próprias. 
 Por razões pouco nobres: ambições pessoais, ciúmes, contendas, etc. 
Assim, nos últimos cinco séculos foram surgindo, um número cada vez maior de 
denominações, organizações e missões. Estes têm levado suas diferenças aos campos 
missionários em todo o mundo, com os mais variados critérios e práticas sobre o 
governo da igreja e outros pontos doutrinais. 
 
 
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2|Os Ministérios Principais da 
Igreja 
 
Há duas passagens fundamentais nas quais se destacam os ministérios 
principais estabelecidos pelo Senhor na igreja: 
 
Ef4:11 "E ele designou alguns para APÓSTOLOS, outros para PROFETAS, outros para 
EVANGELISTAS, e outros para PASTORES e MESTRES," ( NVI ). 
 
"E ele é que 'concedeu' a uns ser apóstolos..." ( Bíblia de Jerusalém) 
 
1Co12:28 "Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente APÓSTOLOS; em segundo lugar 
PROFETAS; em terceiro lugar, MESTRES; depois os que realizam milagres e também os que têm dom 
de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam 
diversas línguas." ( NVI ). 
"E aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo 
lugar, profetas; em terceiro lugar, doutores... Vêm, a seguir, os dons dos milagres (dunamiS), das 
curas, da assistência, do governo e o de falar diversas línguas." ( Bíblia de Jerusalém ). 
 
Por estes textos e pelo ensino geral do Novo Testamento, entendemos 
que os PRINCIPAIS DONS MINISTERIAIS que Cristo deu à igreja são quatro, 
e na seguinte ordem: 
 APÓSTOLOS 
 PROFETAS 
 EVANGELISTAS 
 PASTORES/MESTRES. (Mais adiante falarei porque entendemos que 
pastor e mestre são um mesmo ministério). 
 
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Apóstolos 
Conforme o que entendemos do Novo Testamento, há 3 classes de apóstolos: 
1. Os Doze Apóstolos. 
Eles tinham um caráter único por serem testemunhas oculares da vida, 
ministério, morte e ressurreição de Cristo. Além do mais, foram receptores diretos e 
transmissores dos ensinos de Jesus. Ao faltar um dos doze, Judas Iscariotes, o 
substituto teve que ser alguém que havia estado com eles desde o batismo de João 
até a ascenção. (At 1.15-26). 
2. Os Apóstolos Primitivos e fundadores da Igreja Universal. 
O Senhor levantou outros apóstolos e profetas como Paulo, Barnabé, etc., que, 
junto com os doze, receberam pelo Espírito Santo a revelação do mistério de Cristo e 
de sua igreja ( Efésios 3.1-7). Obviamente o apóstolo Paulo foi usado como importante 
canal de revelação para dar-nos a conhecer o mistério de Cristo. 
Todos eles tiveram a FUNÇÃO PIONEIRA, EXCLUSIVA E IRREPETÍVEL DE 
ESTABELECER O IMUTÁVEL FUNDAMENTO DOUTRINAL DA IGREJA PARA TODOS OS 
SÉCULOS ( Ef. 2.20 ). Esta revelação encontra-se registrada nas Sagradas Escrituras do 
Novo Testamento, e não admite acréscimos nem modificações posteriores ao período 
dos primitivos apóstolos ( Gl 1.8-9 ). 
3. O Ministério Apostólico de Caráter Permanente. 
Conforme Ef4.11-16, Cristo continua dando à sua igreja apóstolos, profetas, 
evangelistas e pastores/mestres até que se complete a edificação do corpo de Cristo, 
até que todos cheguemos à unidade da fé, etc. Após distinguirmos o caráter único e 
exclusivo dos primeiros apóstolos, resta-nos destacar em que consiste o ministério 
apostólico em geral: 
a) Evangelizar - Apóstolo quer dizer "enviado". É um enviado ao mundo. É o 
homem que está mais perto do coração de Deus e arde com o mesmo desejo de Deus 
de que o evangelho chegue a todo o mundo e a toda criatura - Rm 1.1,5,14,15; 15.18-
24. 
b) Acompanhar a evangelização com prodígios, sinais e milagres - 2 Co 12.12; 
Rm 15.19. 
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c) Fundar igrejas (1 Co 3.10-11) - A evangelização em novas áreas gera o 
nascimento de novas igrejas. Esta tarefa requer o doutrinamento de novas 
comunidades, a capacitação dos santos, a formação de novos obreiros, a ordenação 
de presbíteros, etc. Paulo mostra que o fato de ter sido ele o instrumento para 
levantar a igreja em Corinto, é o selo de seu apostolado entre eles - 1 Co 9.2. 
d) Supervisionar as igrejas com autoridade apostólica - interceder por elas, 
ensinar a sã doutrina, dar alento, instruir, corrigir erros, disciplinar os impenitentes, 
etc. Esta supervisão e ministração é realizada através de visitas pessoais, cartas, e o 
envio de delegados apostólicos. O propósito desta cobertura apostólica é que as 
igrejas sejam sadias em sua fé, vivam em santidade, mantenham a unidade, sirvam em 
amor e evangelizem ao mundo. 
e) Ser canais de revelação - Já temos mostrado que os apóstolos junto com os 
profetas são canais de revelação ( Ef 3.5 ). A revelação no que se refere a khrigma 
(kerigma) e a didach (didakê), já nos foi dada pelos primeiros apóstolos e temos as 
mesmas registradas nas objetivamente nas Sagradas Escrituras. Mas hoje, como 
sempre, necessitamos ministérios de revelação em dois sentidos: 
 Para ajudar aos santos compreender "o revelado". Deus, através da 
iluminação do Espírito, dá a alguns de seus servos luz sobre antigas 
verdades da Palavra, as quais sempre estiveram ali, eram lidas, mas 
muitas vezes não compreendidas, devido à carga de tradições errôneas, 
pelos condicionamentos culturais e religiosos. Devido ainda a pouca 
dependência do Espírito, ou por nossas limitações humanas naturais. O 
bom uso deste dom sempre produziu avivamento e renovação na igreja, e 
seu mau uso, heresias. 
 Pela necessidade de uma palavra circunstancial e particular. Assim como 
Jesus Cristo deu a João uma mensagem específica para cada uma das sete 
igrejas da Ásia, hoje temos a mesma necessidade. Deus pode revelar a 
seus servos uma palavra específica para certa igreja, nação, ou indivíduo. 
f) Ser a autoridade principal na estrutura eclesial. Nas listas dos dons 
ministeriais, sempre é mencionado em primeiro lugar. Em 1 Co 12.28, o texto grego 
diz: "PRIMEIRO, apóstolos; SEGUNDO, profetas; TERCEIRO, mestres; DEPOIS..."Esta 
ordem não é simplesmente cronológica, mas hierárquica. Os apóstolos são autoridade 
sobre os profetas, evangelistas, bispos, presbíteros e diáconos. 
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Esta é a ordem de Deus para a igreja e é o que torna possível sua unidade. É 
responsabilidade dos apóstolos a condução geral da obra, sob a orientação do Espírito 
Santo. 
CONSIDERAÇÃO CONTEXTUAL: Em nosso contexto atual, dada a condição e 
necessidade da igreja, até aqui, a maior parte dos ministérios que cumprem uma 
função apostólica têm sido orientados em direção a restauração das igrejas, através 
de restabelecer o fundamento apostólico, compartilhar a "revelação" recebida sobre o 
revelado uma vez e para sempre, transmitir a visão do reino, da unidade da igreja, etc. 
A nossa função têm sido uma função apostólica e profética de restauração. 
Sem descuidar deste ministério de restauração, tão necessário para a igreja de 
todo o mundo, devemos avançar em direção a um ministério apostólico evangelístico 
e pioneiro sob a direção do Espírito Santo. 
Profetas 
São poucas as referências no Novo Testamento quanto a este ministério. Dentre 
as que existem podemos dizer o seguinte: 
1. Ao falar sobre os apóstolos já destacamos que os profetas também são canais 
de revelação. O que temos dito sobre a graça da revelação é aplicável igualmente aos 
profetas. Pois ambos são mencionados no Novo Testamento como ministérios que 
recebem revelação (Ef 2.20; 3.5). 
2. Na ordem dos dons ministeriais, ocupam o segundo lugar: "...em segundo 
lugar, profetas..."(1 Co 12.28). Também ocupa o segundo lugar em Efésios 4.11. 
. É evidente que o apóstolo tinha autoridade estrutural e espiritual sobre as 
igrejas que estavam sob seu ministério, enquanto o profeta parecia ter somente 
autoridade espiritual. 
4. Podemos perceber dois perfis diferentes de profeta: um com as 
características de Ágabo, que aparentemente se movia mais na "palavra de 
conhecimento". O Senhor revelou-lhe que viria fome sobre a terra habitada, por causa 
disso, os discípulos de Antioquia enviaram ajuda econômica aos irmãos da Judéia 
(Atos 11.27-30). Em outra ocasião revelou que Paulo seria aprisionado em Jerusalém 
(Atos 21.10-11). O outro perfil, com as características de Barnabé, Silas e Judas. Destes 
dois últimos diz Atos 15.32: "Judas e Silas, que eram profetas, encorajaram e 
fortaleceram os irmãos com muitas palavras." Creio que este perfil difere um pouco 
de Ágabo. Estes evidentemente, desenvolveram mais o ministério de edificação, 
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consolação e confirmação nas igrejas. algo parecido é dito de Barnabé ao descrever 
seu ministério quando chegou em Antioquia (Atos 11.23-24). Voltando à Silas, ele é 
quem acompanhou Paulo depois que este separou-se de Barnabé, e foi por um bom 
tempo integrante de sua equipe apostólica. 
5. Como os apóstolos, sua atuação é tanto local como extra-local. 
CONSIDERAÇÃO ESPECIAL: Um apóstolo exerce sua autoridade nas igrejas que 
estão sob sua responsabilidade apostólica, mas quando vai à outras igrejas, atua como 
profeta. Ou seja, exerce ali autoridade espiritual e não estrutural. Por isso a esfera de 
atuação profética de um apóstolo pode ser muito maior que sua esfera apostólica. Por 
exemplo, se um apóstolo da Inglaterra viesse ministrar-nos, exerceria entre nós uma 
função profética, com uma autoridade espiritual e não estrutural. 
Evangelistas 
Este termo aparece somente três vezes no Novo Testamento: Uma em Efésios 
4.11, já transcrita aqui no início. As outras duas são: 
 
At21:8 "Partindo no dia seguinte, chegamos a Cesaréia e ficamos na casa de FILIPE, O 
EVANGELISTA, um dos sete." 
2Tm4:5 "Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, FAÇA A OBRA DE UM 
EVANGELISTA, CUMPRA PLENAMENTE O SEU MINISTÉRIO." 
Paulo disse isto a Timóteo; e conforme esta declaração, não restam dúvidas de 
que para Paulo o ministério de Timóteo era o de um evangelista. Isto pode soar um 
tanto estranho ao mundo evangélico. Para esclarecer isto é necessário levar em conta 
que as palavras podem ter dois valores diferentes: um etimológico e outro semântico. 
Se analisarmos o valor etimológico do termo "evangelista" dentro de um contexto 
evangélico, deveríamos indicar que trata-se de um homem dedicado a fazer 
campanhas evangelísticas, com um ministério livre e independente, e dentro do 
círculo pentecostal, alguém que ora pelos enfermos, expulsa demônios, e quem sabe 
faz algumas poucas coisas mais. Mas nós necessitamos conhecer o valor semântico da 
palavra "evangelista" nos tempos da igreja primitiva. A única maneira de sabermos, é 
estudando no Novo Testamento, o ministério de Filipe e especialmente o de Timóteo, 
sobre quem temos mais dados. Ao fazer isto, chegamos à conclusão de que os 
evangelistas tinham as seguintes características: 
 
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1 - Eram colaboradores dos apóstolos e membros de uma equipe apostólica: 
Filipe foi colaborador dos apóstolos de Jerusalém (Atos 8.4-17); Timóteo foi do 
apóstolo Paulo. Não eram homens independentes; trabalhavam sujeitos aos apóstolos 
(Fp 2.19-24) 
2 - Eram os braços de extensão do ministério apostólico. Ao estender-se a obra 
por muitos lugares, os apóstolos dar cobertura pessoalmente às diferentes regiões. 
Então enviavam alguns homens, que em caráter de delegados apostólicos atendiam as 
necessidades das igrejas. Paulo tinha vários destes colaboradores. Ainda que o único a 
que se faz referência direta como evangelista seja Timóteo; no entanto tinha muitos 
outros colaboradores que cumpriam funções similares,como por exemplo Epafrodito 
(Fp 2.25-30). Em 21 Tm 4.9-20, Paulo menciona vários: "DEMAS ...abandonou-me 
CRESCENTE foi para a Galácia, TITO, para a Dalmácia. Só LUCAS está comigo. Traga 
MARCOS com você... Enviei TÍQUICO à Éfeso... ERASTO permaneceu em Corinto, mas 
TRÓFIMO, deixei-o doente em Mileto". 
3 - O ministério ou função específica que cumpriam era: Evangelizar (Epafras em 
Colossos, Cl 1.5-7; 21 Tm 1.6-8; 4.1-5), batizar (Atos 8.12), ensinar, doutrinar a igreja 
(11 Tm 4.6,13; 21 Tm 1.6-8; 4.1-5), instruir homens fiéis (21 Tm 2.2), estabelecer 
presbíteros (11 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9), corrigir deficiências (Tt 1.5). Fica evidente que no 
campo de ação, exerciam as mesmas funções que um apóstolo, mas com autoridade 
delegada. 
4 - A diferença que existia entre um apóstolo e um evangelista consistia em que 
o evangelista não tinha a graça da revelação como tinham o apóstolo e o profeta. Por 
isso, ainda que na prática exercia as mesmas funções, no entanto deveria ser um fiel 
comunicador dos ensinamentos apostólicos. Paulo, escrevendo à Timóteo, enfatizou: 
"Retenha, ... o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim." (21 Tm 1.13). "E as 
coisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie a homens fiéis 
que sejam também capazes de ensinar a outros." (21 Tm 2.2). Permita-me 
parafrasear, é como se ele tivesse dito: "Cumpre teu ministério, que é o de 
evangelista, não te faças apóstolo, limita-te à graça que Deus te deu, não fique 
inventando outras doutrinas, transmite com fidelidade a doutrina que aprendeste de 
mim que sou um apóstolo." Paulo tomou o cuidado ao iniciar suas cartas de não 
incluir a Timóteo ou a outros com a designação de apóstolo. Veja 1 Co 1.1; 2 Co 1.1; Fp 
1.1; Cl 1.1; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1. 
5 - A função de um evangelista é mais ampla que simplesmente pregar o 
evangelho aos pecadores. Por quê, então, chama-se evangelista? Como uma das 
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funções primordiais de um apóstolo era evangelizar novas regiões, e por ser o 
evangelista seu colaborador, foi assim denominado por ser a evangelização uma de 
suas tarefas principais. A igreja de Colossos estava sob a autoridade apostólica de 
Paulo, mas quando ele lhes escreveu a carta, ainda não havia estado com eles. A igreja 
surgiu ali através do ministério evangelístico de Epafras (Cl 1.5-7). 
6 - Na lista de 11 Co 12.28 não se menciona evangelista. Muito provavelmente 
seja pelo surgimento paulatino dos ministérios. Estima-se que 1 Coríntios foi escrito 
ao redor do ano 57 e Efésios por volta de 61-62. É possível que ao escrever 1 Coríntios, 
os colaboradores não eram assim denominados. Quando descreve-se a ação de Filipe 
em Samaria, Atos 8, não se faz menção à ele como evangelista. Em Atos 21.8 ele é 
denominado "o evangelista", após terem se passado vários anos. Provavelmente esta 
classe de ministério já estava atuando sem ter um nome específico até ali. 
CONSIDERAÇÃO CONTEXTUAL: Devido à semântica atual do termo evangelista 
no mundo evangélico, nós devemos ter bem claros estes conceitos, mas ter o devido 
cuidado ao usar o termo externamente. Com graça, paciência e humildade 
compartilharemos estas coisas fora de nossos círculos, no momento e no lugar 
adequado. 
Pastores-Mestres 
Devido as seguintes razões, temos chegado ao convencimento de que pastor e 
mestre são uma mesma função e ministério: 
 1 - O texto de Efésios 4.11 não diz: "a outros pastores e a outros mestres"; o 
texto diz: "...alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e 
outros para pastores e mestres,". 
2 - O termo "pastor" é uma expressão alegórica, cuja correlação literal seria 
"mestre". O pastor tem ovelhas; o mestre, discípulos. 
3 - Este é o único texto em que a palavra "pastor" (poimenas) aparece no grego 
referindo-se a ministérios. Os outros três textos em que aparece a palavra "pastor" na 
versão Revista e Corrigida da Editora Vida, Hb 13.7, 17 e 24, aparece no original grego 
a palavra "dirigente" - hgoumenos - . O verbo "pastorear" é que aparece várias vezes 
no grego. 
4 - Na lista de 1 Coríntios 12.28, diz: primeiro apóstolos, segundo profetas, 
terceiro mestres. Não se menciona "pastores", ainda que pastorear era uma das 
principais funções do ministério. 
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5 - Lucas relata que na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, e não 
menciona pastores. Por acaso pode haver um rebanho sem pastores? 
Por estas razões e algumas mais, entendemos que pastor e mestre são um 
mesmo ministério. E que os ministérios principais dentro do corpo de Cristo são 
quatro e não cinco. Esta é a única menção que faz o original do termo pastor. Se não 
usássemos tanto este termo, ficaria mais fácil entender o contexto todo. Não está 
errado usá-lo, desde que não abusemos do termo, e que tenhamos a clara 
compreensão que pastor e mestre são o mesmo ministério. 
Algumas Considerações sobre os Ministérios 
1 - Paulo diz em Efésios 4.7-8: "E a cada um de nós foi concedida a graça, 
conforme a medida repartida por Cristo. Por isso é que foi dito: 'Quando ele subiu ao 
alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens'." O que outorga estes 
ministérios é o Senhor, com base em sua soberania. Ele, por graça, escolhe alguns 
homens para certas funções; chama-os e lhes dá dons ou carismas para um ministério 
específico. Esse dom é uma graça (capacidade ou habilidade) que alguém recebe para 
desempenhar uma função determinada no corpo de Cristo. 
Em Cristo habita a plenitude de todas as graças, dons e ministérios; e ele, de si 
mesmo, dá a cada um o que ele quer, e na medida que ele determina. Ninguém pode 
ser apóstolo, profeta, evangelista ou pastor/mestre por escolha própria. O 
chamamento e o carisma para determinado ministério vem de Deus. 
2 - Os dons ou ministérios podem crescer, desenvolver-se, ampliar-se segundo a 
vontade de Deus. Filipe era um dos sete administradores em Atos 6, mais tarde foi 
denominado evangelista. Barnabé e Saulo foram mencionados entre os profetas e 
mestres em Antioquia, mais tarde foram chamados apóstolos. 
Devemos ter bem claro que estas mudanças estão sob a soberana mão de Deus. 
Cada um de nós deve fugir da idéia mundana e carnal de buscar ascensão. Nossa 
maior ambição deve ser a de estar no centro da vontade de Deus. Se sua vontade é 
que eu seja um diácono até o fim de meus dias, o serei com muita alegria, paz e 
fidelidade. 
3 - A Bíblia declara que "...os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis" 
(Rm 11.29). No entanto, para exercer um ministério não é suficiente ter dons e 
chamamento; é necessário, conforme as instruções do apóstolo Paulo, ter um caráter 
com virtudes cristãs, bom testemunho e uma boa trajetória. Por mais dons que uma 
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pessoa tenha, pode ficar desqualificada para o ministério por não reunir os requisitos 
quanto a qualidade de vida. 
4 - Outro aspecto a ter em conta é que aqueles que tem o mesmo ministério, 
não são necessariamente iguais; nem em desenvolvimento ministerial, nem em 
estatura espiritual, nem em nível de graça, nem em autoridade espiritual. Um profeta 
pode ter um ministério muito mais abrangente e extenso que outro profeta. O mesmo 
podemos dizer acerca de cada um dos outros ministérios. 
 
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3|Considerações Gerais Sobre a 
Estrutura Eclesial 
 
 
1 - A estrutura da igreja é VIVA e DINÂMICA. O modelo de governo que 
encontramos nas Escrituras não é o de uma estrutura rígida e estática, mas viva e 
dinâmica. Um edifício tem uma estrutura, mas sua estrutura, seja de concreto 
armado, ferro ou madeira, é estática, fixa. Não cresce, não se desenvolve. A estrutura 
da igreja é como a estrutura de uma árvore, que cresce de um modo natural por causa 
de sua vida. A igreja é um organismo, um corpo.Um organismo é um sistema vivo. A 
figura que corresponde e a do corpo humano, com uma estrutura que tem vida e 
cresce. 
2 - A estrutura da igreja é MINISTERIAL e FUNCIONAL. Das 24 vezes em que 
aparece o termo "ministério" no Novo Testamento, 21 vezes provém da tradução da 
palavra grega "diakonia". Ministério quer dizer serviço. Todos os ministérios são 
diaconias. Todos os ministros são servidores. O "primeiro" (e há primeiros!) tem que 
ser o servidor de todos (Mateus 20.25-27). 
O propósito da autoridade é servir. A função da estrutura eclesial é unir todos 
os membros do corpo com a cabeça, que é Cristo para tornar possível sua nutrição, 
seu crescimento, sua capacitação, e seu conseqüente funcionamento. 
3 - A estrutura é CARISMÁTICA. Jesus Cristo dota soberanamente alguns 
homens com diversos carismas e dons especiais para as diferentes funções dentro do 
corpo. Os diferentes ministérios não estão determinados pela vontade de cada um, 
mas sim pela vontade do Senhor. Não é uma vocação que alguém escolhe, mas um 
chamado ao qual a pessoa responde. Não é uma carreira de ascensões, é uma graça 
recebida que capacita ao que a recebe para uma função determinada. Analisando o 
desenvolvimento na igreja do 11 século observamos QUATRO PRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS NA ESTRUTURA ECLESIAL: 
 
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1. O Princípio da Pluralidade 
 Os apóstolos eram doze. 
 Os administradores em Atos 6 eram sete. 
 O número mínimo requerido para uma pluralidade é de dois. Jesus enviou os 
setenta de dois em dois (Lc 10.1). E disse: "Também lhes digo que se dois de 
vocês concordarem na terra..." (Mt 18.19). "Pois onde se reunirem dois ou 
três..." (Mt 18.20). 
 É mencionado Pedro e João, Barnabé e Saulo, Paulo e Silas, etc. 
 Os apóstolos sempre estabeleciam "presbíteros" (plural) à frente de uma 
igreja. Em Filipos fala-se de "bispos e diáconos" (Fp 1.1). 
 Paulo funcionava com uma equipe apostólica. 
 Em Jerusalém reuniram-se os apóstolos e anciãos, no primeiro concílio da 
igreja, para discutir o tema da circuncisão (Atos 15). Nos séculos posteriores 
muitos assuntos foram decididos por concílios. 
 
2. O Principio da Unidade 
A pluralidade funcionava em unidade. Eram doze apóstolos, mas havia uma só 
igreja em Jerusalém. Os doze formavam um só ministério, uma só equipe apostólica. 
"Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração..." (Atos 4.32). Havia 
uma só igreja em cada cidade. Pluralidade de anciãos, mas um só presbitério sobre a 
única igreja da cidade. Diferentes apóstolos podem ministrar em uma mesma cidade, 
mas não estruturar diferentes igrejas em torno de seus ministérios ( 1 Co 1.10-13; 3.3-
11). Este princípio de unidade devia estar vigente na igreja de cada cidade e do 
mundo, e era um dos assuntos que com maior zelo observavam os apóstolos. A 
unidade da estrutura é fundamental para a unidade do povo de Deus. 
 
3. O Princípio da Autoridade 
Este princípio torna possível que a igreja seja corpo. Cristo é a única autoridade 
no corpo, é a única cabeça; os demais somos todos membros. Quanto a perdão, 
salvação, acesso a Deus, vida, privilégios, bençãos, todos somos iguais; mas quanto a 
dons, carismas, ministérios, funções e responsabilidades, somos diferentes. 
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Existe uma ordem de autoridade: primeiro os apóstolos, segundo os profetas, 
terceiro os mestres, etc. O corpo de Cristo funciona dentro de um organograma 
vertical que vai desde a cabeça até o último membro, unindo-o num todo. 
Mesmo entre os doze, sendo todos apóstolos, quer dizer, tendo o mesmo grau 
ministerial, Pedro era o primeiro entre iguais. De modo que se combinavam os três 
elementos: pluralidade, unidade e autoridade. Não cremos que Pedro foi o "Papa". 
Mas era a "ponta de lança" entre os doze e os presidia, ainda que, por sua vez, estava 
sujeito à eles. Também podemos notar que Pedro, Tiago e João se destacavam por 
uma maior influência entre os doze em Jerusalém. 
Em nossos dias, ao escrever uma lista de homens, para que ninguém se ofenda, 
geralmente o fazemos em ordem alfabético. Mas nos textos bíblicos comumente a 
ordem era indicativo de certa influência. Das várias listas em que aparecem os doze, 
sempre o primeiro é Pedro e o último Judas. Em Atos 13, Barnabé encabeça a lista e 
Saulo a finaliza. 
Ao iniciar a primeira viagem apostólica lê-se: "Barnabé e Saulo". Mas adiante, 
quando o ministério de Paulo torna-se mais importante, é mencionado então "Paulo e 
Barnabé". Não é acidental, mas intencional. Quando há dois ou mais, geralmente um 
tem maior graça e ascensão, e requer-se humildade para reconhecê-lo. 
Os profetas reconheciam a superioridade dos apóstolos. Não havia evangelistas 
independentes; eles eram de grande utilidade sujeitos aos apóstolos. Os presbíteros 
não constituíam a autoridade final sobre as igrejas, mas estavam sob a autoridade dos 
apóstolos, e sujeitavam-se ainda a seus colaboradores enviados. 
Os diáconos funcionavam sob a autoridade dos presbíteros, e eram de grande 
ajuda nas diferentes áreas de serviço. Este mesmo princípio poderia haver levado o 
presbitério ao reconhecimento de um presbítero principal entre eles. 
 
4. O Princípio do Desenvolvimento Gradual 
Já mostramos que a estrutura da igreja primitiva era vital e dinâmica, e que 
desenvolveu-se naturalmente conforme foi crescendo e estendendo-se. Uma árvore 
gigantesca tem uma grande estrutura. Não necessitava desta estrutura quando era 
um pequena árvore. Do mesmo modo, desde Atos 2, até Apocalipse 2 pode-se 
observar como a estrutura da igreja foi crescendo e desenvolvendo-se 
paulatinamente, conforme a necessidade. Ao princípio só havia apóstolos, logo, 
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apareceu um segundo nível de sete homens. Depois surgem os profetas, os 
presbíteros, etc. 
É fundamental que tenhamos muito em conta este princípio do 
desenvolvimento gradual da estrutura para não cometer o erro de tirar conclusões a 
partir de análises da estrutura da igreja primitiva retratando apenas momentos 
determinados de seu desenvolvimento. A análise correta surgirá ao estudar o 
desenvolvimento histórico da estrutura eclesial, pelo menos até onde permitam os 
registros do Novo Testamento. 
 
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4|Estrutura da Igreja Local e 
Extra-local 
 
A Estrutura da Igreja Local 
Uma só igreja na cidade. Este tema já tem sido desenvolvido claramente por 
Angel Negro, concluindo-se que, de acordo com o ensinamento e prática apostólica, a 
totalidade dos crentes que vivem em uma localidade formam a única igreja dessa 
cidade ou povoado: a igreja local. 
Um só corpo na cidade. A unidade da igreja de uma determinada cidade não 
consiste em ter um único lugar de reunião. De fato, os discípulos que vivem em uma 
cidade podem reunir-se em um só lugar e/ou em muitas casas, em todos os bairros, 
segundo as circunstâncias próprias de cada época e lugar, e segundo o que seja 
funcionalmente mais conveniente de acordo com os objetivos de Deus. 
A unidade da igreja numa cidade consiste em ser um só corpo. E isto não é algo 
"espiritual". Ser um só corpo na cidade significa ter uma unidade orgânica, estrutural. 
Significa que todos os filhos de Deus da cidade são membros do mesmo corpo e estão 
unidos uns aos outros por conjunturas. Significa que todos os ministérios que 
funcionam na cidade estão unidos. Significa diversidade em unidade. Há diversidade 
de dons, diversidade de ministérios, diversidade de operações, mas nunca diversidade 
de "corpos" numa mesma cidade. (1 Co 12). 
Uma só estrutura na cidade. Funcionar como um só corpo em cada cidade 
significa ter uma só estrutura de ministério e governo. Um ministério unido, um só 
governo sobre a igreja local. Todos os pastores da cidade formam um só presbitério 
sobre a única igrejada cidade ou povoado (Atos 20.17,28). 
Funcionamento interno do presbitério. Tendo em conta os 4 princípios da 
estrutura eclesial já destacados: unidade, pluralidade, autoridade e desenvolvimento 
gradual, podemos esboçar a maneira em que, possivelmente, foi progredindo a 
autoridade interna nos presbitérios: 
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1. Poucos presbíteros, TODOS IGUAIS em autoridade. 
2. Um presbítero exercendo a função de COORDENADOR. 
3. Alguém atuando como O PRIMEIRO ENTRE IGUAIS, ("primus inter pares" 
em latim). 
4. Um PRESBITÉRIO PRINCIPAL ou o "ANJO (mensageiro) da igreja de..." (Ap 
2.1, etc). 
5. Um BISPO (antes sinônimo de "presbítero") sobre o presbitério, quem 
tem a autoridade principal sobre a igreja da cidade (começos do segundo 
século). 
Os três graus ministeriais na igreja local. Na primeira etapa do trabalho 
apostólico nas igrejas locais, havia um só nível ministerial: os presbíteros. 
Posteriormente se estabeleceram dois níveis oficiais de ministério: os 
presbíteros/bispos e os diáconos. A partir do segundo século, as igrejas locais foram 
estruturando-se em três níveis: o BISPO, os PRESBÍTEROS, e os DIÁCONOS.
 
A Estrutura da Igreja Extra-local 
A unidade da igreja universal. Jesus Cristo disse: "...Edificarei a minha igreja..." 
(Mt 16.18), utilizando a palavra "igreja" no singular ao referir-se à igreja universal. Isto 
nos dá a base para compreender que não só a igreja de cada cidade é uma, mas 
também a igreja universal. Cristo tem uma só igreja, um só rebanho, um só povo, uma 
só nação, uma só família, um só corpo, uma só esposa. A totalidade dos redimidos de 
todas as idades, e de toda língua e nação, formam a IGREJA UNIVERSAL de Cristo; 
abarcando a todos os que estão nos céus e na terra (Ef 3.14-15). A unidade da igreja 
nesta dimensão também já foi exposto aqui por Cristian Romo. 
A unidade da igreja extra-local. Com esta expressão nos referimos à igreja que 
está mais além da localidade, e que pode estender-se às igrejas de uma região, de 
uma nação, do continente ou do mundo. Todas as igrejas locais são parte da única 
igreja universal de Cristo. Há muitas passagens no NT que se referem à igreja universal 
como um só corpo (Ef 1.22-23; Cl 1.18). O funcionamento da "igreja" em muitas 
"igrejas locais" é uma simples subdivisão geográfica e prática, e não afeta a sua 
natureza essencial. Não existe na visão apostólica nenhuma igreja "autônoma" ou 
independente. 
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Se todos formamos o corpo de Cristo no mundo, todas as partes do corpo 
devem estar unidas e funcionar de maneira interdependente. A forte ênfase que 
recebemos de Watchman Nee sobre a unidade da igreja local nos desequilibrou e 
perdemos de vista esta dimensão da unidade da igreja universal. 
Os ministérios extra-locais são a estrutura funcional da igreja extra-local. Já 
vimos que os apóstolos, profetas e evangelistas são os ministérios extra-locais ou 
translocais que unem o corpo de Cristo que está em diferentes lugares e os 
responsáveis de velar sobre a saúde e o bom desenvolvimento das igrejas locais, e de 
estender o reino de Deus até o último da terra. 
 
Estrutura Total da Igreja 
Apóstolos 
Profetas Ministérios Translocais 
Evangelistas 
Bispos 
Presbíteros Ministérios ou Cargos Locais 
Diáconos (sujeitos aos ministérios translocais ) 
 
 
Cristo é a única cabeça da igreja. Os apóstolos são a autoridade principal aqui na 
terra. Os profetas e evangelistas são parte da equipe apostólica. A unidade da igreja 
da cidade se dá pela unidade do presbitério e sua sujeição ao bispo. A unidade das 
igrejas locais se dá pela sujeição dos bispos aos apóstolos ou a seus delegados. A 
unidade da igreja extra-local realiza-se pela unidade dos apóstolos. Como podemos 
apreciar, a estrutura local continua na extra-local e assim se dá uma unidade funcional 
no corpo de Cristo. 
 
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Conclusão 
É muito importante que mantenhamos uma atitude de abertura e permanente 
busca diante de Deus e sua Palavra em todo este tema de MINISTÉRIOS, GOVERNO E 
ESTRUTURA DA IGREJA. Como temos advertido, nas Escrituras não encontramos um 
"manual" com um esquema pronto e completo sobre a organização e o governo da 
igreja, mas princípios permanentes e modelos da igreja do primeiro século. 
A nível de desenvolvimento que hoje tem alcançado a parte do corpo de Cristo 
onde temos um a responsabilidade ministerial direta, necessitamos fazer certas 
definições para um funcionamento mais ordenado, coerente e dinâmico. Mas por sua 
vez necessitamos humildade para aprender de Deus, e mais humildade ainda para 
aprender uns com os outros, sem importar de que setor da igreja nos vem maior 
clareza. 
Não cabe a mim fazer uma aplicação destes princípios a nossa realidade. Outros 
o farão. A tarefa que me foi designada é dar o enfoque bíblico e teológico do tema. 
Ao concluir, quero expressar o seguinte: a divisão da igreja é um dos assuntos 
mais difíceis e críticos da atualidade no mundo protestante. Temos sobre nós 500 
anos de divisões. Mas somos um movimento de restauração e renovação da igreja. 
Deus, por pura graça, tem nos dado luz sobre antigas verdades das Escrituras. 
Deixando de lado todo "complexo messiânico", "iluminismo" e orgulho, 
devemos declarar com fé, simplicidade e unção a convicção que Deus tem forjado em 
nossos corações por sua Palavra e por seu Espírito: 
1 - Reconhecemos que bíblica e teológicamente A UNIDADE É A ÚNICA 
ALTERNATIVA VÁLIDA PARA A IGREJA. 
2 - Reconhecemos com dor que a DIVISÃO DA IGREJA, realidade inegável e 
problemática muito complexa, É UMA ANORMALIDADE, já que não obedece à 
natureza da igreja; é contrária aos ensinamentos apostólicos; não contribui à 
edificação dos santos; e é um estorvo em nosso testemunho ante o mundo. 
3 - Cremos firmemente que Deus quer restaurar a UNIDADE TOTAL E A 
SANTIDADE DE SUA IGREJA, e proclamamos que tem todo o poder de fazê-lo. 
4 - Cremos que a restauração da igreja está intimamente relacionada à 
restauração de todos os ministérios. Deus irá levantando ministérios apostólicos e 
proféticos até que todos alcancemos gradualmente a unidade do Espírito, a unidade 
da fé, a unidade do corpo de Cristo, em cada cidade, em cada nação e no mundo. 
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5 - Reconhecemos que esta obra é um milagre tão grande que só Deus pode 
fazê-lo. E cremos que o fará. Mais ainda, que já está fazendo. 
6 - Devemos ser solícitos em buscar a unidade com todo o povo de Deus, e 
gradualmente ir unindo-nos com todos aqueles com quem o Senhor nos vai unindo. 
 
 
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* pág 03: Até a época de Inácio 
o, os anciãos (presbíteros) e os bispos estavam numa posição de igualdade, a partir de Inácio, 
o bispo passou a ocupar posição superior a dos presbíteros ou anciãos (Sênior). Inácio foi o primeiro a 
salientar esta diferença. Para Clemente de Roma (95 dC) os bispos eram sucessores diretos dos 
apóstolos. (Nota do Tradutor). 
- As referências bíblicas citadas são do Novo Testamento na Nova Versão Internacional da 
Sociedade Bíblica Internacional.

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