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PCC - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 2020 - PAULA

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM 
 Prática como componente curricular (PCC) 
 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DE BEBÊS, CRIANÇAS, 
ADOLESCENTES, ADULTOS E IDODOS 
 
 
 
 
CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
DISCENTE: ANA PAULA BARROSO DOS SANTOS 
MATRÍCULA: 20190244018 
 
 
 
 
 
 
 MANAUS-AM 
 2020 
 
 
 
 OBJETIVO 
 
 Reconhecer e compreender nas crianças os aspectos do desenvolvimento 
cognitivo, psicomotor, emocional e social e construir uma análise crítica das 
observações realizadas com base nas diferentes teorias do desenvolvimento e da 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Abordaremos aqui uma caracterização da criança em idade escolar, 
possibilitando ao pesquisador uma maior compreensão do desenvolvimento infantil. 
Conhecer as características de cada etapa do desenvolvimento pode evitar que, ao 
lidar com estudantes, exijamos habilidades cognitivas, emocionais ou sociais, para as 
quais eles ainda não estão preparados. As teorias do desenvolvimento consideram que 
o comportamento é fruto tanto de características hereditárias quanto de outras 
aprendidas no meio em que estamos inseridos. Entre tanto, algumas dessas teorias 
divergem quanto a parcela de influência de cada uma destas fontes. Este estudo tem 
por objetivo refletir sobre diferentes posições teóricas na vertente interacionista, de 
modo a compreender como cada uma encara o papel social em meio aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO 
 
Sujeito da Observação: Luiza 
Idade: 04 anos 
Data: 03.03.2020 
Inicio: 8:00hs 
Término: 11:00hs 
Escolaridade: Educação Infantil Jardim 1 
Local da Observação: Escola Municipal Raimunda Eneida 
 
 
Primeiro dia de observação: 
 
 Luiza chegou cedo à escola e já estava na fila ansioso para entrar. Na sala a turma 
tem a rotina certa, a professora incentiva a autonomia pedindo para cada um guardar 
seu material e pegar o suco para colocar na geladeira para o lanche mais tarde (que é 
trazido de casa). A professora iniciou a rodinha de forma lúdica, com músicas e Luiza 
participou cantando junto; a professora começou a roda de conversa sobre hábitos de 
higiene, deixando todos que quisessem opinar ter sua vez, Vitória falava junto com 
quando era vez de outro colega, sendo chamado atenção algumas vezes. Em seguida, 
foram levados para a sala de vídeo onde assistiram um vídeo falando sobre higiene; 
Luiza teve que ser chamada atenção várias vezes, pois não ficava sentada direito e 
nem prestava atenção no vídeo. Voltaram para sala, foi dada uma atividade para pintar 
somente o que usamos na nossa higiene, Luiza fez com interesse e facilidade, 
querendo ajudar os colegas com dificuldade. 
 
 
 
 
Segundo dia de observação: 
 
 Hoje acompanhei a turma a partir da hora do lanche, a turma vai ao banheiro lavar 
as mãos um por vez, cada uma pega o seu lanche com bastante autonomia. Assim que 
acabam pegam sua escova de dente e vão para higiene. Luiza fica bem ansiosa por sua 
vez. Logo em seguida eles vão para o pátio realizar uma atividade dirigida, a professora 
organiza uma casinha e desenha dois caminhos com giz no chão (curto e longo) e um 
por um, modificando a ordem do caminho, pede para os alunos passar por eles. Luiza 
é chamado atenção algumas vezes, pois está em pé ou brincando com um colega, 
atrapalhando as vezes os colegas. 
 
 
Terceiro dia de observação: 
 
 Novamente acompanhei na hora da entrada, e dessa vez Luiza não estava na fila e 
sim no colo da mãe. Quando o sinal bateu, não quis entrar alegando que estava com 
saudade do pai (o pai serve ao exército e tinha voltado). Depois de um tempo a 
professora o convenceu a entrar, não quis guardar o material nem pegar o suco, 
sentou no tapete emburrada e não participou da rodinha. A professora fez uma 
brincadeira de reconhecer o número apresentado no dia (número cinco), a partir disso 
Luiza começou a participar das atividades. Logo em seguida, eles tiveram Educação 
Física com uma professora diferente onde fizeram um percurso com obstáculos e ela 
participou normalmente, sendo chamado atenção algumas vezes para esperar sua vez. 
 
 
 
1- Desenvolvimento físico motor: 
 
 Luiza é uma criança saudável com aproximadamente 1 metro de altura, tem pele 
morena, olhos castanhos e cabelos liso castanhos. Possui um bom desenvolvimento 
psicomotor, consegue segurar com firmeza e faz uso do lápis de forma correta 
pintando de forma satisfatória os desenhos. Caminha, corre, pula de forma equilibrada 
e fez o percurso de proposto pela professora corretamente. 
 
2- Cognição e Aprendizagem Escolar: 
 
 Luiza é uma criança emotiva, esperta e prestativa. Um pouco inquieta, compreende 
os comandos dados pela professora e combinados da turma, contudo as vezes não os 
segue. A aluna já escreve o primeiro nome com apoio, reconhece as vogais, os nomes 
dos colegas e os números até 10. Aparenta ter a parte cognitiva em perfeito 
funcionamento e possui linguagem apropriada para idade. Tem interesse em 
desenhos próprio para sua idade. Tem uma concentração mediana, mas que não 
atrapalha na absorção dos conteúdos. 
 
 
 
 
 
 
 
3- Desenvolvimento Social: 
 
 Luiza tem uma boa relação com a turma e é bastante amorosa com a professora. É 
comunicativa, participa das atividades com entusiasmos e é muito prestativa. Gosta 
de brincar com um colega especifico e as se desentende as vezes, pois o mesmo quer 
brincar com outros colegas. 
 
4- Desenvolvimento Emocional: 
 
 Aparenta ter um desenvolvimento emocional compatível com sua idade. É uma 
criança alegre e bem cuidada. Não gosta de ser contrariada e quando o pai está 
trabalhando fica mais emotivo e astuta. 
 
 Análise das situações observadas com base nas teorias de desenvolvimento: 
PIAGET 
 
 As respostas as questões sobre a natureza da aprendizagem de Piaget dadas a 
partir de sua epistemologia genética, na qual o conhecimento se constrói pouco a 
pouco, à medida que as estruturas mentais e cognitivas se organizam, de acordo com 
os estágios de desenvolvimento da inteligência. A inteligência é antes de tudo 
adaptação. Esta característica se refere ao equilíbrio entre organismo e o meio que 
 
 
 
 resulta de uma interação entre assimilação e acomodação, que são os motores da 
aprendizagem. A adaptação intelectual ocorre quando há o equilíbrio de ambas. 
Com base nesta teoria, Emanuel encontra-se no estágio das operações concretas, esta 
estrutura (equilibrada) se acha aperfeiçoada: o que a criança teria adquirido no nível 
da ação, ela vai aprender a fazer em pensamento. Procede de uma fase de preparação 
entre 2 a 7 anos e se equilibra entre 7 e 11 anos. 
 
FREUD 
 
 Um segundo pressuposto básico é o de que a personalidade tem uma estrutura que 
se desenvolve com o passar do tempo. Freud propôs três partes da personalidade: o 
id, que é a fonte da libido; o ego, um elemento muito mais consciente, o “executivo” 
da personalidade; e o superego que é o centro da consciência e da moralidade, uma 
vez que ele incorpora normas em censuras da família e da sociedade. Na teoria de 
Freud essas três partes não estão todos presentes no nascimento. O bebê e a criança 
pequena são totalmente id – instinto e desejo, sem influencia repressora do ego ou do 
superego. O ego começa a se desenvolver nas idades de 2 a aproximadamente 4 ou 5 
anos, quando 
 A criança aprende a adaptar suas estratégias de gratificação instantânea. Finalmente, 
o superego começa a se desenvolver exatamente antes da idade escolar, quando a 
criança incorpora os valores e as tradições culturais dos pais. Freudacreditava que os 
estágios do desenvolvimento da personalidade eram fortemente influenciados pelo 
amadurecimento. Em cada um dos cincos estágios psicossexuais de Freud (estágios do 
 
 
 desenvolvimento da personalidade sugerido por Freud, consistindo dos estágios oral, 
anal, fálico, de latência e genital. 
Com base nesta teoria, Luiza encontra-se no estágio fálico, entre 4-5 anos, neste 
estágio a criança começa a ter a percepção dos gêneros, masculino (pai) e feminino 
(mãe). 
 
VYGOTSKY 
 
 Na teoria interacionista desenvolvida por Vygotsky, o conhecimento é, antes de 
tudo, impulsionado pelo desenvolvimento da linguagem no ser humano. Sua teoria 
também considera que a interação entre o indivíduo e o meio em que ele está inserido 
são essências ao processo de aprendizagem, inclusive, entra em acordo com as etapas 
do desenvolvimento propostas por Jean Piaget na teoria construtivista. Entretanto, 
para Vygotsky, é o próprio movimento de aprender e buscar conhecimento que irá 
gerar aprendizagem efetiva. Este processo deve ocorrer de fora para dentro, ou seja, 
do meio social para o indivíduo. Segundo Vygotsky, a intervenção pedagógica provoca 
avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de Zona de 
Conhecimento Proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a 
criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina 
completamente, “puxando” de lá um novo conhecimento. O psicólogo considerava 
ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo 
conteúdo não se resume a aquisição de habilidade ou de um conjunto de informações, 
mas amplia as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio da 
escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do próprio 
funcionamento psicológico. 
 
 
 
 
WALLON 
 
 A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, ou seja, “o 
ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da 
cultura para atualizar” (Dantas, 1992). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento 
cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa. O estudo de 
Wallon é centrado na criança contextualizada, onde o ritmo no qual se sucedem as 
etapas do desenvolvimento é descontinuo, marcado por rupturas, retrocessos e 
reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas anteriores. Nesse 
sentido, a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por 
ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma 
etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança. Conflitos se instalam nesse 
processo e são origem exógena quando resultantes dos desencontros entre as ações 
da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura e endógenos 
e quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa (Galvão, 1995). 
 Segundo esta teoria Luiza está no estágio Personalismo, que ocorre dos três aos seis 
anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as 
interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas. 
 participou cantando junto; a professora começou a roda de conversa sobre hábitos 
de higiene, deixando todos que quisessem opinar ter sua vez, Emanuel falava junto 
com quando era vez de outro colega, sendo chamado atenção algumas vezes. Em 
seguida, foram levados para a sala de vídeo onde assistiram um vídeo falando sobre 
 
 
 
higiene; Luiza teve que ser chamada atenção várias vezes, pois não ficava sentado 
direito e nem prestava atenção no vídeo. Voltaram para sala, foi dada uma atividade 
para pintar somente o que usamos na nossa higiene, Luiza fez com interesse e 
facilidade, querendo ajudar os colegas com dificuldade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Nesta pesquisa foi possível observar que o desenvolvimento é algo continuo no ser 
humano e depende do contexto para que possa ser favorável ou não. Diversos aspectos 
são comuns a muitas pessoas que possibilita trabalhos focais, envolvendo-os. Outros 
são específicos, frutos de condições da própria pessoas (a presença de algum tipo de 
deficiência) ou, ainda, frutos de condições sociais e/ou culturais. Em qualquer dos 
casos, o professor precisa estar atento para poder compreender e contribuir com o 
desenvolvimento dos seus estudantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro; Zahar, 1960. 
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: 
Pioneira Thomson, 2005. 
VYGOTSKY, L. S. et a l. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: 
Icone/ ED US P, 1988. 
CARRARO, PATRÍCIA ROSSI – Livro didático - Psicologia do desenvolvimento e da 
aprendizagem. 1ª edição, SESES, Rio de Janeiro, 2015.

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