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Trabalho de Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de licenciatura em Química
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Título da atividade estruturada:
Observação de criança(s), adolescente(s) e/ou jovens no espaço escolar na educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II ou Médio) para compreender características que ressaltam o desenvolvimento físico-motor, afetivo-emocional, intelectual, moral ou social desses sujeitos.
Aluno autor da atividade: 
Matrícula: 
Rio de Janeiro – RJ
2020
Objetivos
Identificar as características do desenvolvimento físico-motor, afetivo-emocional, intelectual, moral ou social nos sujeitos determinados acima. 
Desenvolver um relatório sobre a observação realizada para entender como essas características influenciam o desenvolvimento da aprendizagem nesses sujeitos. 
Relacionar teoria e prática para entender os fenômenos observados e para a escrita do relatório. 
Introdução
Abordaremos aqui uma caracterização da criança em idade escolar, possibilitando ao pesquisador uma maior compreensão do desenvolvimento infantil. Conhecer as características de cada etapa do desenvolvimento pode evitar que, ao lidar com estudantes, exijamos habilidades cognitivas, emocionais ou sociais, para as quais eles ainda não estão preparados. As teorias do desenvolvimento consideram que o comportamento é fruto tanto de características hereditárias quanto de outras aprendidas no meio em que estamos inseridos. Entre tanto, algumas dessas teorias divergem quanto a parcela de influência de cada uma destas fontes. Este estudo tem por objetivo refletir sobre diferentes posições teóricas na vertente interacionista, de modo a compreender como cada uma encara o papel social, enquanto condição que facilita e determina a apropriação e superação do conhecimento socialmente disponível.
Observação
A criança observada foi o filho do meu vizinho de 9 anos de idade, que se chama João Pedro. Encontra-se estudando em casa devido ao isolamento por causa do Corona vírus. 
Primeiro dia de observação:
João Pedro tem sua rotina muito regrada, possui horário para realizar suas tarefas diárias de estudos, ajudar nos afazeres domésticos, brincadeiras e jogos eletrônicos. Geralmente acorda bem disposto e agitado, se reúne com seus pais e irmão mais velho para tomar café da manhã e logo em seguida senta-se à mesa para iniciar seus estudos. 
Após o almoço descansa e passa algumas horas vendo seus programas preferidos, até chegar a hora dos jogos eletrônicos (jogos mobile e vídeo game), que joga acompanhado de seu irmão. 
No final da tarde, início da noite vai para o quintal jogar bola. 
Segundo dia de observação:
João acordou mais cedo que o de costume, por algum motivo acordou e levantou logo. Como de costume tomou seu café da manhã junto com seus familiares e foi seguir com seus estudos. 
Notei que hoje ele estava um pouco disperso, não se concentrava na tarefa e perdia o foco com facilidade. Saí do ambiente porque o simples fato de estar ali próximo já tirava sua atenção. Para não atrapalhar seus estudos achei melhor encerrar minha pesquisa do período da manhã.
A tarde, após dormir por algum tempo, foi orientado pela sua mãe a continuar estudando para terminar os exercícios, mostrou-se um pouco irritado, mas continuou a atividade. Neste dia não houve brincadeira com jogos eletrônicos e a noite foi dormir mais cedo. 
Terceiro dia de observação:
Neste dia percebi que João Pedro acordou irritado, impaciente, dizendo que não queria estudar, provavelmente isso aconteceu por causa desse período de confinamento. 
Sua mãe, em comum acordo com seu pai, o liberaram de estudar, deixando bem claro que esse dia foi uma exceção. 
No restante do dia João Pedro brincou normalmente, brincou de várias coisas com seu irmão. Tentou se impor durante algumas brincadeiras, chegando a se desentender com ele. De forma geral o dia passou tranquilamente.
 
Desenvolvimento físico motor: 
A criança observada e muito saudável, com boa estatura corpórea. Possui um bom desenvolvimento psicomotor, consegue realizar tarefas manuais com destreza. Caminha, corre, pula como qualquer criança em sua idade
Características do desenvolvimento intelectual: 
João Pedro é uma criança regrada, inteligente e prestativa. Mostrou-se inquieta algumas vezes. Tem facilidade de aprender, se dedica aos afazeres da escola, consegue ler e colocar em pratica o que leu.
Tem a parte cognitiva em perfeito funcionamento e possui linguagem ampla e diversificada. Tem interesse em história, ciências da natureza e idiomas. Este último despertado pelos jogos eletrônicos.
Desenvolvimento social: 
João Pedro tem uma boa relação com seus amigos e é bastante amoroso com seus pais e irmão. É comunicativo, conversa bem sobre assuntos de seu interesse, participa das atividades em família com entusiasmos e é muito prestativo. 
Desenvolvimento afetivo-emocional: 
Tem um desenvolvimento emocional compatível com sua idade. É uma criança alegre e de fácil convívio. Em algumas situações não gosta de ser contrariado, mostrou dificuldade em lidar com derrotas, principalmente nos jogos. 
Análise das situações observadas com base nas teorias de desenvolvimento:
Piaget
As respostas as questões sobre a natureza da aprendizagem de Piaget dadas a partir de sua epistemologia genética, na qual o conhecimento se constrói pouco a pouco, à medida que as estruturas mentais e cognitivas se organizam, de acordo com os estágios de desenvolvimento da inteligência. A inteligência é antes de tudo adaptação. Esta característica se refere ao equilíbrio entre organismo e o meio que resulta de uma interação entre assimilação e acomodação, que são os motores da aprendizagem. A adaptação intelectual ocorre quando há o equilíbrio de ambas.
Com base nesta teoria, João Pedro encontra-se no estágio das operações concretas, esta estrutura (equilibrada) se acha aperfeiçoada. Essa fase começa a partir dos 7 anos e se estende até os 12 anos. Nela a criança pode começar a aplicar os princípios e a lógica. O anterior sugere que a criança deixa de conhecer através da intuição e começa a conhecer através da racionalidade. Por outro lado, ainda que a criança nessa etapa comece a fazer comparações lógicas, ela não é capaz de administrar abstrações. Seu pensamento está centrado nas ações que realiza.
Freud
Um segundo pressuposto básico é o de que a personalidade tem uma estrutura que se desenvolve com o passar do tempo. Freud propôs três partes da personalidade: o id, que é a fonte da libido; o ego, um elemento muito mais consciente, o “executivo” da personalidade; e o superego que é o centro da consciência e da moralidade, uma vez que ele incorpora normas em censuras da família e da sociedade. Na teoria de Freud essas três partes não estão todas presentes no nascimento. O bebê e a criança pequena são totalmente id – instinto e desejo, sem influencia repressora do ego ou do superego. O ego começa a se desenvolver nas idades de 2 a aproximadamente 4 ou 5 anos, quando
A criança aprende a adaptar suas estratégias de gratificação instantânea. Finalmente, o superego começa a se desenvolver exatamente antes da idade escolar, quando a criança incorpora os valores e as tradições culturais dos pais. Freud acreditava que os estágios do desenvolvimento da personalidade eram fortemente influenciados pelo amadurecimento. Em cada um dos cincos estágios psicossexuais de Freud (estágios do desenvolvimento da personalidade sugerido por Freud, consistindo dos estágios oral, anal, fálico, de latência e genital. 
Com base nesta teoria, João Pedro se encontra na fase de latência, que vai dos 6 aos 11 anos aproximadamente. Este período caracteriza-se pelo deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas, ou seja, a criança passa a gastar sua energia em atividades sociais e escolares.
Vygotsky
Na teoria interacionista desenvolvida por Vygotsky, o conhecimento é, antes de tudo, impulsionado pelo desenvolvimento da linguagem no ser humano. Sua teoria também considera que a interação entreo indivíduo e o meio em que ele está inserido são essenciais ao processo de aprendizagem, inclusive, entra em acordo com as etapas do desenvolvimento propostas por Jean Piaget na teoria construtivista. Entretanto, para Vygotsky, é o próprio movimento de aprender e buscar conhecimento que irá gerar aprendizagem efetiva. Este processo deve ocorrer de fora para dentro, ou seja, do meio social para o indivíduo. Segundo Vygotsky, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de Zona de Conhecimento Proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, “puxando” de lá um novo conhecimento. O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume a aquisição de habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia as estruturas cognitivas da criança. 
de acordo com as teorias de Vygotsky João Pedro se encontra Estágio operatório-concreto
Ocorre dos 7 aos 12 anos e é marcado pelo início do pensamento lógico concreto. Aqui, a criança começa a manipular mentalmente as representações do que internalizou nos estágios anteriores. Isso só ocorre, porém, com coisas concretas, já que conceitos abstratos ainda não são compreensíveis para ela.
Outra noção mais bem desenvolvida é a da moral: as regras fazem mais sentido e, em situações simples, a criança já consegue julgar o que é correto. 
Wallon 
A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, ou seja, “o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para atualizar” (Dantas, 1992). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa. O estudo de Wallon é centrado na criança contextualizada, onde o ritmo no qual se sucedem as etapas do desenvolvimento é descontinuo, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas anteriores. Nesse sentido, a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança. Conflitos se instalam nesse processo e são de origem externa quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura e endógenos e quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa (Galvão, 1995).
Segundo esta teoria João se encontra no estágio categorial, onde temos um período onde há exaltação da inteligência sobre as emoções. Segundo Wallon, a criança desenvolve suas capacidades de memória e atenção voluntária e "seletiva", neste estágio a criança começa a abstrair conceitos concretos e começa o processo de categorização mental onde se tem um salto em seu desenvolvimento humano.
Conclusão
Nesta pesquisa foi possível observar que o desenvolvimento é algo contínuo no ser humano e depende do contexto para que possa ser favorável ou não. Diversos aspectos são comuns a muitas pessoas que possibilita trabalhos focais, envolvendo-os. Outros são específicos, frutos de condições da própria pessoas (a presença de algum tipo de deficiência) ou, ainda, frutos de condições sociais e/ou culturais. Em qualquer dos casos, o professor precisa estar atento para poder compreender e contribuir com o desenvolvimento dos seus estudantes.
Referências 
PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro; Zahar, 1960. 
SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Pioneira Thomson, 2005. 
VYGOTSKY, L. S. et a l. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/ ED US P, 1988. 
CARRARO, PATRÍCIA ROSSI – Livro didático - Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. 1ª edição, SESES, Rio de Janeiro, 2015. 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/o-desenvolvimento-humano-fatores-e-aspectos/62281
https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/psicologia-do-desenvolvimento.htm

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