Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cinesioterapia Andrea Alano RA 8419275 Ingrid de Jesus RA 7698002 Letícia Michelini RA 7958486 Conceito • Conjunto de exercícios terapêuticos que ajudam na reabilitação de diversas situações, fortalecendo e alongando os músculos, otimizando o estado de saúde geral e prevenindo alterações motoras. Indicações • Promover o equilíbrio; • Melhorar o sistema cardiopulmonar; • Aumentar a coordenação motora, a flexibilidade e a mobilidade; • Aumentar a força dos músculos; • Melhorar a postura; • Treino de marcha/caminhada. • Prevenção de lesões: animais atletas ou submetidos a cargas elevadas de treinamento. • Reabilitação neurológica: para infecções agudas, como hérnia de dico, doenças crônico- degenerativas, como a mielopatia degenerativa. Conceito AFIRME • O plano de reabilitação através dos exercícios terapêuticos deve considerar o conceito AFIRME: ØAlongar, Ø Fortalecer, Ø Informar, ØReprogramar, ØMobilizar e Ø Estabelecer. • Exige noções especificas de anatomia, fisiologia, fisiopatologia, biomecânica e cinesiologia, além do conhecimento das avaliações fisiátrica, ortopédica e neurológica. REABILITAÇÃO • Os exercícios podem ser classificado: • movimentação passiva (PROM – Passive Range of Motion • movimentação ativa (AROM – Active Range of Motion). • Os exercícios passivos consistem na flexão e extensão suave das extremidades, na terra ou em meio aquático, sofrendo uma leve pressão da água e consequente relaxamento dos músculos, uma vez que o animal deve estar em repouso e não provocar nenhum movimento por conta própria. • Os exercícios ativos consistem na movimentação ativa, promovendo a contração e extensão dos músculos e articulações realizados pelo próprio animal, aumentando a força muscular, a coordenação motora e a função do membro. AMPLITUDE PASSIVA • ALONGAMENTO • Técnicas de alongamento são geralmente realizadas em conjunto com a amplitude passiva de movimentos, com o objetivo de aumentar a flexibilidade articular e a extensibilidade dos tecidos periarticulares, músculos e tendões. • Alongamento estático: a técnica de alongamento estático gera um estímulo tensivo no músculo, capaz de promover mudanças morfológicas e mecânicas. • Alongamento balístico ( ou dinâmico): O alongamento balístico difere do alongamento estático, uma vez que uma série de movimentos são usados para esticar os músculos e tecidos conectivos. • Pode ser realizada também com o auxílio de uma bola ou rolo, onde apoiamos o paciente e fazemos o alongamento de seus membros ou coluna. Alongamento balístico de membros anteriores com auxílio de bola Alongamento mecânico • Alongamento mecânico prolongado (ou alongamento plástico): o alongamento mecânico prolongado é bem similar ao alongamento estático por também ter uma baixa tensão aplicada, mas difere desta por ser mais prolongada, de no mínimo 20 minutos a algumas horas. É eficaz no aumento da amplitude de movimento em muitos pacientes. Em animais uma maneira efetiva de manter o alongamento por mais tempo é fazer o uso de talas. Alongamento passivo • Alongamento passivo: é conhecido também como alongamento estático, pois usa força externa proporcionada por uma pessoa ou máquina específica visando ao ganho de amplitude de movimento. Nessa técnica, o indivíduo não contribui para a realização do trabalho, pois algo ou alguém irá gerar uma tensão alongando o músculo específico e lentamente de forma passiva até a amplitude desejada, mantendo-a por um tempo e voltando para a posição inicial. ESTÍMULO DOS REFLEXOS FLEXOR E EXTENSOR • O estímulo do reflexo flexor é utilizado principalmente em pacientes com déficit do NMS. Este estímulo provocará a retirada dos membros torácicos e pélvicos, gerando, assim, flexão ativa dos carpos e cotovelos ou dos joelhos e tarsos, respectivamente, exercitando o tônus muscular. Esse exercício tem por objetivo prevenir a atrofia e o tônus muscular. Estímulo dos reflexos do extensor • Estímulo do reflexo extensor tem como objetivo melhorar o tônus e a força muscular em pacientes com déficit ou não do nervo femoral. Este exercício deve igualmente ser aplicado em pacientes com déficit do NMS, para aproveitar a hiperatividade deste reflexo. Para realizar o exercício, o fisioterapeuta pode estimular o reflexo de extensão pressionando o membro contra o corpo do paciente. Este movimento deve ser repetido 15 a 20 vezes, duas a três vezes por dia AMPLITUDE ATIVA • SUSTENTAÇÃO ASSISTIDA • Este exercício permite que o cão fique em estação com os quatro membros corretamente apoiados no chão, possibilitando assim adquirir a postura fisiológica para comer, urinar e defecar. • Para a realização do exercício, a sustentação pode ser realizada com as mãos em pacientes pequenos ou, em cães de grande porte, com o uso de toalha ou sling (tipóia), que deve ser posicionado embaixo do tórax, na parte caudal do abdômen ou em ambos (Figura 1), de acordo com a condição do paciente. MARCHA ASSISTIDA • MARCHA ASSISTIDA • A marcha assistida colabora na recuperação da coordenação neuromuscular e no fortalecimento dos músculos, acelerando o processo de recuperação do animal. • O animal deve ser estimulado a caminhar devagar, possibilitando que ele avance os membros da forma mais independente possível. A pessoa conduzindo o cão deve permitir tempo suficiente para que os membros entrem em contato com o solo a cada passo. ESTEIRA • Quando o paciente estiver apto a caminhar, mesmo na presença de déficit proprioceptivo, pode-se aumentar a resistência do exercício para obtenção de fortalecimento muscular. • A caminhada em esteira, além de promover o fortalecimento muscular e resistência, é útil na reaprendizagem e padronização da marcha. Contração Isocinética • Para a realização da contração isocinética é necessário manter a velocidade angular do movimento constante, com uma contração e uma força aplicada pelo músculo uniforme durante todo o movimento. De forma livre não é possível manter esta igualdade na execução do movimento, sendo que na área humana utilizam-se aparelhos chamados dinamômetros isocinéticos. Como requerem grande controle voluntário e o emprego de aparelhos específicos, tornam-se contrações pouco práticas para a medicina veterinária e não aplicadas na reabilitação animal. • Em relação às formas de realização da força, ela poderá ser expressa em três formas: máxima, rápida e de resistência. Esses três tipos de força envolvem recrutamento de fibras diferentes, e devem ser considerados durante a realização do exercício terapêutico Força rápida (explosiva) • Também chamada de força de potência, é considerada toda força que atua em um menor intervalo possível, com grande recrutamento de fibras IIB. Em pequenos animais, por exemplo, alguns exercícios de esportes como salto e modalidades de agility utilizam-se da força rápida para sua realização. Força máxima • Força máxima: maior força disponível ocasionada por uma contração muscular voluntária, sem causar lesões e distensões, com um grande recrutamento também de fibras brancas. Como exemplo, podemos citar o exercício de tração com o uso de elástico. Treino de força máxima por tração com uso de elásticos de tensão. Força de resistência • Força de resistência: conceito aplicado às fibras brancas e vermelhas. É determinada pela capacidade do grupo muscular de resistir à fadiga perante determinado recrutamento por um período prolongado. Uma esteira seca ou uma simples caminhada pode ser um exercício realizado para desenvolver a força de resistência, por exemplo. Treino de resistência em esteira seca. Contração isométrica • Neste tipo de exercício ocorre a contração das fibras musculares sem movimentação aparente, com pouca alteração na amplitude articular. Ressalta-se que são exercícios de alta intensidade, com 3 a 5 repetições, onde cada repetição pode variar de apenas alguns segundosaté 45 segundos, em animais já condicionados. Exercício isométrico com o uso de discos e prancha Exercício de elevação do membro, o que ocasiona uma contração isométrica no membro contralateral. Contração isotônica • Contração isotônica: refere-se à contração que ocorre com encurtamento ou alongamento das fibras musculares, onde o recrutamento e a força são dependentes da carga e da resistência. O músculo tem seu comprimento alterado, o que gera a movimentação das articulações envolvidas, seja em flexão, extensão ou rotação. Pode ser categorizada em ação concêntrica (positiva) ou excêntrica (negativa). Ação concêntrica • Ação concêntrica: a força gerada é maior que a resistência oferecida; ocorre encurtamento das fibras e diminuição da extensão muscular. É empregada tanto na reabilitação humana quanto na veterinária, e envolve diversos exercícios terapêuticos. Um dos exemplos seria o exercício de dar a pata ou de cumprimento com a pata (hi- five), onde é realizada uma contração concêntrica do músculo bíceps braquial. Exercício de “dar a pata.” Exercício de cumprimentar com a pata (hi-five) Ação excêntrica • Resistência ou a força de oposição ao movimento são maiores que a força gerada no músculo, o que ocasiona aumento da extensão muscular durante o exercício, mesmo com a tentativa de contração das fibras. Ocorre o alongamento do músculo, e consequente movimento articular. São exercícios induzidos facilmente pelo uso de elástico de resistência, em que o conhecimento da anatomia funcional e biomecânica é essencial para o planejamento e a execução destes exercícios. A exemplo, suponhamos que gostaríamos de realizar um exercício de contração excêntrica do bíceps braquial. Para isso, deve-se oferecer uma resistência maior que sua força de contração e induzir a extensão da articulação cotovelo ao mesmo tempo em que o animal tente flexioná-lo. Para isto, amarra-se uma faixa ou um tubo elástico na altura do carpo, e pede-se para que ele dê a pata, com o cão realizando a tentativa de contração do músculo e o terapeuta, a oposição. Exercício de ação excêntrica em musculatura anterior de membro. EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS • Rampas: • Alteram os movimentos das articulações e auxiliam no fortalecimento do quadril e na maioria dos músculos, especialmente os extensores. • Subir escadas: • Auxilia a melhora da amplitude de movimento, coordenação e propriocepção. É uma atividade que pode ser realizada pelo proprietário, como exercício domiciliar. Inicialmente cinco a sete degraus, aumentando dois a quatro degraus. Pode ser feito de uma a três vezes ao dia. Dança • Os membros pélvicos do animal são apoiados sobre o solo e são feitos movimentos “para frente” e “para trás”. • O objetivo desse exercício é a melhora da força, propriocepção e coordenação dos membros pélvicos. O pico de força sobre os membros é ligeiramente maior comparado ao animal ao trote. Exercício de dança em cão Carrinho de mão • Auxilia e encoraja o animal a colocar os membros torácicos no solo, proporcionando melhora da força, propriocepção e coordenação. • O pico de força nos membros terá valores entre a caminhada e o trote. Pode ser feito com auxílio de uma pessoa ou utilizando uma bola terapêutica. Carinho-de-mão em cão Sentar e levantar: Tem por objetivo principal o fortalecimento das musculaturas: ísquio-tibiais, do glúteo, gastrocnêmio e quadríceps. Inicia-se com cinco a dez repetições, aumentando gradualmente. • Cavaletes: • Caminhar sobre os cavaletes resulta em aumento da flexão e amplitude de movimento das articulações escápuloumerais, úmero- rádio-ulnares, e tíbio-társicas. Também pode ser usado para promover desafios proprioceptivos, coordenação motora e equilíbrio em animais que estão retornando a funções neurológicas normais, pós injúria. • As traves devem ser colocadas inicialmente na altura da articulação rádio-cárpica, e a distância entre os cavaletes é medida de acordo com o tamanho do animal, em extensão crânio-caudal, do “ombro” ao “quadril”. Podem ser colocadas em diferentes alturas ou posições fazendo com que animal enfrente várias situações. EXERCÍCIOS COM CONES, EM OITO, OU EM CÍRCULOS • Auxiliam na flexão lateral da coluna, fortalecimento da musculatura abdutora e adutora, equilíbrio e propriocepção. • Inicia-se com uma distância maior entre os cones e conforme a progressão e o aumento da propriocepção a distância pode ser diminuída. O exercício em círculo pode ser acrescentado como uma técnica diagnóstica para visualizar lesões em tecidos moles, analisando a flexibilidade do movimento do animal. Discos ou tábuas de equilíbrio • São superfícies baixas, instáveis e possuem vários formatos e tamanhos. O paciente é colocado sobre o disco ou tábua com um ou mais membros. Usado para melhora do equilíbrio e fortalecimento da musculatura estabilizadora. Indicado também para tratamento de alterações do sistema nervoso periférico, como por exemplo, polineuropatias. Animal equilibrando em discos. • Exemplo da utilização de dois ou mais tratamentos fisioterápicos: • Tratamento fisioterápico em um cão portador de displasia coxo femoral utilizando piscina terapêutica, foram usadas três sessões realizadas em solo, utilizando eletroterapia e cinesioterapia para o tratamento da doença secundária (artrose). • Foram utilizados no tratamento estudado a cinesioterapia e o ultrassom terapêutico como recursos auxiliares e a hidroterapia em piscina terapêutica como recurso principal. A avaliação foi baseada na anamnese, inspeção e palpação, verificados nas duas primeiras sessões. • Procedimentos: • Cinesioterapia: A intensidade e duração do alongamento dependem da tolerância do paciente e da força e resistência física do terapeuta. Um alongamento manual de baixa intensidade aplicado por mais tempo possível será mais confortável e mais tolerado pelo paciente, o que resultará em maior ocorrência de melhora sem expor o tecido enfraquecido a forças excessivas que podem ameaçar a estrutura. Bibliografia • Fonte: https://www.revistaveterinaria.com.br/cinesioterapia-tecnica-de-fisioterapia- animal/ • Fonte: Fisiatria em pequenos animais; RICARDO STANICHI LOPES; RENATA DINIZ, 2018. • Fonte: Tratado de Fisioterapia e Fisiatria de Pequenos Animais; Jennifer Hummel; Gustavo Vicente. • Fonte: https://www.tuasaude.com/cinesioterapia/ • Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170404/001050597.pdf?sequen ce=1
Compartilhar