Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento de cargos e salários 7º Aula Gestão de cargos e salários Que bom tê-los aqui conosco! Iremos nesta sétima aula abordar algumas definições importantes sobre Administração de Cargos e Salários. Caso ao final desta aula você tenha alguma dúvida, poderão enviar seus questionamentos através das ferramentas “fórum” ou “quadro de aviso” e chat. Iremos inicialmente analisar os objetivos propostos e verificar as seções que serão estudadas no decorrer desta aula. Bom estudo!!! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao final desta unidade, o aluno será capaz de: • adquirir novos conhecimentos sobre os aspectos motivacionais davalorização profissional; • ampliar novos horizontes na busca da análise e descrição de cargos; • refletir sobre técnicas de coleta de dados; • perceber a importância de descrição e especificação de cargos. 55 1 - Introdução 2 - Salário e Motivação 3 - Análise e Descrição de Cargos 4 - Coleta de Dados 5 - Descrição e Especificação de Cargos Seções de estudo 1 – Introdução 2 – Salário e Motivação A administração de cargos e salários consiste em ajustar as necessidades estruturais das organizações e as expectativas diversas dos trabalhadores, englobando em sua abordagem conceitual, as etapas de elaboração, classificação, procedimento, vantagens e desvantagens, fórmulas estatísticas e sua utilização prática em ambiente laboral. A sociedade antiga legitimava a diferenciação entre ricos e pobres e não se preocupava em igualar os desiguais, mas sim em tornar jurídica a desigualdade. A verdade é que pouco se fez nos povos antigos para desencadear o processo de igualação das pessoas, uma vez que a desigualdade era legítima. Na Idade Média a desigualdade atinge o seu clímax, haja vista que a sociedade cada vez mais enrijecia as diferenças e, da mesma forma, o pensamento filosófico as legitimava. Era o tempo dos suseranos e dos vassalos, quando se utilizava o critério de posses de terras para se distinguir as camadas sociais que formavam o modelo de sociedade estamental. Não obstante, na Grécia Antiga, Aristóteles havia vinculado a ideia de igualdade à ideia de justiça, embora houvesse vislumbrado somente uma igualdade-justiça relativa, que dá a cada um o seu. Nesse sentido, a igualdade aristotélica seria impensável (diga-se injusta) sem uma desigualdade suplementar, que somente seria satisfeita se o legislador tratasse de maneira diferente do pensamento da época. Munidos deste espírito da igualdade aristotélica, em momento histórico posterior, a igualdade ganha terreno e começa a ser reconhecida como uma necessidade para efetivar as transformações sociais, levando ao nascimento do Estado Moderno. Com efeito, foi o renascimento comercial que proporcionou a volta da moeda como fator de enriquecimento em detrimento da propriedade do sistema feudal, abrandando dessa forma o poder dos suseranos, uma vez que embutia certa volatilidade entre as castas sociais. O sistema feudal entra em declínio, e, no mesmo compasso, surgem as cidades, as grandes monarquias nacionais e uma nova classe social – os burgueses. Apesar de terem ajudado a construir as monarquias absolutistas, a burguesia, pouco a pouco, foi se insurgindo contra esse modelo estatal que privilegiava os nobres e limitava o seu crescimento social, até que a indignação burguesa atingiu seu ápice, culminando em revolução. Continuando na linha histórica, observe-se que o salário, na economia liberal do século XIX, era considerado como o preço de uma mercadoria, sendo estabelecido segundo a lei da oferta e da procura, sem controle algum por parte do Estado, laissez faire, laissez passer”, que significa literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”. Em decorrência dessa liberdade salarial irrestrita, surgiram injustiças entre os salários pagos aos homens que executavam os mesmos serviços, ademais da remuneração bastante inferior do trabalho feminino. Com o passar do tempo, esse quadro de desigualdades e injustiças salariais deu azo a reivindicações que levaram os trabalhadores às ruas, em busca da igualdade salarial. Assim, no ano de 1919, o Tratado de Versailles passou a consagrar, dentre outros, o princípio de “salário igual, sem distinção de sexo, para trabalhos de igual valor”. Outrossim, internacionalmente, em 1948, a Carta das Nações Unidas e, em 1951, a Convenção nº 100 da Organização Internacional do Trabalho (“OIT”), garantiram o direito à isonomia salarial entre homens e mulheres por trabalho de igual valor. O Estado Democrático de Direito funda-se sobre os pilares, herdados da ideologia da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), entretanto o conceito de igualdade não mais remonta o do individualismo burguês revolucionário, vindo a adquirir uma roupagem mais aristotélica, ao considerar o elemento justiça, tendo em mente as desigualdades naturais. Desta forma, atualmente, é de conhecimento geral de que a verdadeira igualdade não consiste em tratar a todos da mesma maneira, mas sim em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, sendo essa isonomia de tratamento constitucionalmente garantida. A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio da isonomia salarial, através dos incisos XXX e XXXI de seu artigo 7º, os quais determinam, respectivamente, a “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil” e a “proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência”. Segundo Chiavenato (2004), ninguém trabalha de graça. Ninguém investe sem esperar algum retorno. As pessoas trabalham nas organizações em função de certas expectativas e resultados. Elas estão dispostas a se dedicar ao trabalho e às metas e objetivos da organização desde que isso lhe traga algum retorno significativo pelo seu esforço e dedicação. Em outros termos, o engajamento das pessoas no trabalho organizacional depende do grau de reciprocidade percebido por elas: na medida em que o trabalho produz resultados satisfatórios, maior será o engajamento. (CHIAVENATO, 2004) Uma das questões mais polêmica referentes a salário é se este funcionaria como um fator de motivação para os empregados. Se estudarmos a evolução do pensamento administrativo, primeiramente na “Teoria da Administração Científica”, de F. Taylor, veremos que essa teoria, dentro de uma abordagem mecanicista, procura conciliar empresa x empregado em termo de produtividade x salário. Taylor acreditava poder tornar as fábricas da época mais produtivas, através da simplificação das tarefas e dos movimentos executados pelos empregados e não se preocupava em absoluto com a satisfação que o empregado poderia ter se executasse um trabalho onde pudesse acompanhar o processo de produção. (PONTES, 1998) Com estudos de Hawthorne (final da década de 20, início da de 30), que serviriam de base para a “Teoria das Relações Planejamento de cargos e salários 56 Humanas”, dentro de uma Abordagem Humanística da Administração, E. Mayo concluiu que o grupo social, dentro da organização informal, afeta profundamente as atitudes dos funcionários e partir daí começaram os estudos sobre os fatores no processo de motivação dos empregados e foi percebido que, isoladamente, o salário não é fator de motivação. (PONTES, 1998) Um dos fatores que influenciam o comportamento das pessoas é a motivação. A motivação está correlacionada ao motivo, ao impulso que o indivíduo tem ao agir, ou seja, que determina um comportamento específico. Este impulso poder ser provocado por um estímulo externo como também gerado internamente dentro de cada pessoa. Já Maslow apresentou seu conceito de hierarquia de necessidade humanas que influenciam o comportamento humano. Para ele, a partir do momento que temos uma necessidade satisfeita, a necessidade seguinte passa a ser o fator motivador de nossas atitudes. (PONTES, 1998)De acordo com Pontes (1998), através da teoria de Herzberg, poderemos compreender melhor o papel do salário que está tão intimamente ligado a satisfação das necessidades humanas. Para Herzberg a motivação das pessoas depende de dois fatores: fatores motivacionais e higiênicos. Quadro 01 – Teoria de Maslow e Herzberg Hierarquia das necessidades de Maslow Auto-Realização Auto – Estima Social Segurança Fisiológicos Fatores Motivadores e Higiênicos de Herzberg Motivacionais: Cargo ocupado; Trabalho adequado; Responsabilidade exigida; Reconhecimento e progresso; Higiênicos: Ambiente de Trabalho Relacionamento com superiores Benefícios sociais e de salário Fonte: PONTES (1998) Portanto, podemos afirmar que o salário não é fator de motivação quando analisado isoladamente. A simples troca de produção por salário não gera satisfação ao empregado, sendo apenas uma recompensa justa pelo seu trabalho desenvolvido, pois o empregado busca a garantia de sua sobrevivência (PONTES, 1998). Salário pode funcionar como fator de motivação? Pesquise e leia mais assuntos que falam sobre isso. Faça sua refl exão. O direito do trabalho no Brasil consagrou a equiparação salarial na CLT estabelecendo o direto de percepção de salário igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade para todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador. (ECONET EDITORA, 2011) Podemos definir a equiparação salarial como a figura jurídica mediante a qual se assegura ao trabalhador idêntico salário ao de seus pares, perante o qual tenha exercido simultaneamente função idêntica, na mesma localidade e para o mesmo empregador. (ECONET EDITORA, 2011) Art. 461 - CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952 § 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952 § 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. Redação dada pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952 § 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antinguidade, dentro de cada categoria profissional. Incluído pela Lei nº 1.723, de 8.11.1952 § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. Incluído pela Lei nº 5.798, de31.8.1972 CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas Desde a publicação da Constituição Federal de 1934, incorporou-se ao sistema legislativo brasileiro, o princípio da isonomia salarial que veda diferenças salariais para trabalhadores na mesma função. Nossa atual Constituição, vigente desde outubro de 1988, em seu artigo 7º, incisos XXX, XXXI, XXXII, dispõe como direito social dos trabalhadores a isonomia salarial, proibindo diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, sendo vedada também a existência de diferenças em relação a trabalhadores portadores de deficiência. (ECONET EDITORA, 2011) A CLT consagra também que não haverá diferenças salariais, para empregados na mesma função, para trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, de conformidade com o estabelecido pelo artigo 461 do Diploma consolidado. Assim, presentes os requisitos, o empregado, caso esteja auferindo valores salariais inferiores aos demais na mesma função, poderá pleitear a equiparação salarial com base no princípio da isonomia salarial (ECONET EDITORA, 2011). Vamos à leitura abaixo sobre cargos e salários para o aprimoramento do assunto. CARGOS E SALÁRIOS Equipe Guia Trabalhista As políticas salariais são realizadas através de plano de cargos e salários, o qual normatiza internamente a promoção e a progressão das carreiras na empresa. A gestão de cargos e salários ocupa uma posição-chave no recrutamento e manutenção dos recursos humanos das empresas, pois estas precisam propiciar um ambiente de motivação e produtividade, eliminando as incoerências e distorções que possam causar desequilíbrios salariais ou a insatisfação das pessoas. Cargos e salários. Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/ cargos_e_salarios.htm Acesso em 20 set 2011. 57 IMPORTÂNCIA – ISONOMIA SALARIAL Atualmente não há legislação trabalhista que trate especificamente da Gestão de Cargos e Salários. No entanto, indiretamente, há princípios que acabam por proteger o trabalhador de certas incoerências ou distorções que possam ocorrer em suas remunerações. A falta do plano de cargos e salários na empresa geralmente traz definições de salários, promoções ou reconhecimentos sem uma adequada avaliação para este reconhecimento. A importância do plano de cargos e salários está justamente na possibilidade de se garantir esta isonomia, através do exercício da avaliação da estrutura funcional separando tarefas e responsabilidades que corresponderão a cada cargo, atribuindo-lhes valores justos e coerentes. OBJETIVOS – QUADRO DE PESSOAL ORGANIZADO - REGISTRO NO MTB O Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece através da súmula 06 que o quadro de pessoal organizado em carreira só será válido quando homologado pelo Ministério do Trabalho. Abaixo, a súmula 06 na íntegra: Súmula 06: EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (incorporação das Súmulas nºs 22, 68, 111, 120, 135 e 274 e das Orientações Jurisprudenciais nºs 252, 298 e 328 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000) II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982) III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003) IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970) V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. (ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980) VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior. (ex-Súmula nº 120 - alterada pela Res. 100/2000, DJ 20.09.2000) VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equipa-ração salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. (ex- OJ da SBDI-1 nº 298 - DJ 11.08.2003) VIII -É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977) IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) X - O conceito de “mesma localidade” de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovada-mente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex- OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002). REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO – CONCEITOS GERAIS Alguns conceitos gerais que envolvem a implantação de cargos e salários em uma empresa: • Tarefa: é a unidade do trabalho que requer certa habilidade mental ou física para determinado fim. • Função: é um conjunto de tarefas e responsabilidades atribuídas a um cargo. • Cargo: é uma composição de funções ou atividades equivalentes em relação às tarefas a serem desempenhadas, o qual é definido estrategicamente na busca da eficiência da organização. • A diferença entre cargo e função é que o cargo é a posição que uma pessoa ocupa dentro de uma estrutura organizacional determinado estrategicamente e função é o conjunto de tarefas e responsabilidades que correspondem a este cargo. • Salário: é o pagamento em dinheiro como contraprestação ao trabalho, podendo ser fixo ou variável. O salário, se não for bem administrado nas empresas, pode provocar graves erros e riscos comprometedores em aspectos de produtividade no mercado competitivo. Todos os gestores da empresa, diretores, contadores, economistas devem-se preocupar com o problema salário, fator de grande importância no processo econômico por exercer significativas influências na economia das organizações, uma vez que diz respeito a custo. (NASCIMENTO, 2001) A função da Administração de Cargos e Salários é a de implantar um sistema de remuneração que mantenha adequadamente a relação vertical entre salários, ajustando esse sistema ou plano à realidade de mercado e estabelecendo um correto regime de estímulos ao aumento da eficiência e produtividade do colaborador. (NASCIMENTO, 2001) Remuneração e Motivação3 Vanderlei Silva Este é um tema antigo. Frederick Herzberg, por exemplo, argumentava que a remuneração elimina a insatisfação, mas não cria satisfação. Abraham Maslow idealizou uma hierarquia das necessidades humanas, onde a realização pessoal estava no topo. Nesse caso, dependendo da importância que alguém atribua a ter dinheiro, a remuneração pode satisfazer alguma necessidade no alto da hierarquia. Hoje, os especialistas estão aparentemente divididos em dois blocos bem definidos: uns acham que a remuneração funciona com um “motivador”; outros acham que ela não substitui a “motivação Planejamento de cargos e salários 58 interior” da pessoa para fazer aquilo de que ela gosta ou que lhe dê o sentimento de realização pessoal. Talvez ambos os grupos de especialistas estejam certos. Há pessoas que se sentem motivadas pelo sucesso fi nanceiro de seus empreendimentos. Nesta categoria estão a maioria dos empresários. Afi nal, não se conhece nenhum que, em vida e em seu juízo normal, tenha dado toda sua fortuna para instituições de caridade ou coisa parecida. Há também pessoas que se sentem felizes fazendo alguma coisa de que gostam, desde que isso lhes dê o retorno fi nanceiro mínimo necessário para uma sobrevivência digna. Nessa categoria estão trabalhadores muito especializados, alguns artistas e outros que, em função de habilidades especiais, são procurados e bem remunerados pelo mercado. As pessoas que trabalham em organizações, em sua vasta maioria, não têm uma percepção clara daquilo que gostam de fazer. Apenas aprenderam um ofício ou desenvolveram alguma habilidade, de forma não planejada, ao acaso, que lhes permite obter uma remuneração satisfatória. Fazem aquilo que sabem e não aquilo de que gostam. Estão presas a essa armadilha do destino, sem coragem para tentar descobrir sua verdadeira vocação, que poderia dar a elas uma recompensa fi nanceira igual ou maior do que o que elas conseguem com o que fazem hoje. Uma boa parte desse último e majoritário grupo de pessoas provavelmente continuará a responder bem a incentivos monetários (remuneração e benefícios), até eventualmente descobrir sua verdadeira vocação e mudar de carreira ou ramo de negócios. Para algumas categorias de profi ssionais, a remuneração é um indicador de sua competência profi ssional, como os vendedores que recebem comissão, por exemplo. Um vendedor comissionado que não se sinta motivado pelo dinheiro difi cilmente será um profi ssional de destaque na área de vendas. Uma outra argumentação poderia ser a de que pessoas adultas, maduras, farão qualquer coisa que apenas toleram para obter os meios fi nanceiros necessários para realizar seus projetos pessoais. Tendo dinheiro sufi ciente, poderão planejar melhor sua vida, sua carreira, seus negócios. Por outro lado, pode-se também afi rmar que pessoas “irrealistas”, “sonhadoras”, se apegarão a alguma que não dá dinheiro imediatamente, talvez até renunciem a confortos materiais para realizar seu ideal, apenas porque têm paixão por aquilo que estão fazendo. Eventualmente, terão sucesso e muito dinheiro. São conhecidas as histórias de Bill Gates, Steve Jobs e muitos outros empresários e executivos americanos. (Os brasileiros dessa categoria, com exceção dos artistas, parecem ter vergonha de divulgar suas difi culdades antes de alcançar o sucesso). Vanderlei Silva é consultor, especializado em ajudar empresas a remunerar, incentivar e melhorar o desempenho de seus profi ssionais. 3 – Análise e Descrição de Cargos Pela avaliação é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia entre eles. Por isso, pelo processo de análise, os cargos são analisados e comparados de forma a colocá-los em ordem de importância. (PONTES, 1998) Além de ordenar os cargos, a avaliação permite estabelecer a estrutura salarial que, por sua vê, determinará consistentemente os salários a serem pagos. Portanto, é através da avaliação de cargos que se neutraliza o efeito de decisões arbitrárias para a determinação de salários. (PONTES, 1998) Administrar cargos e salários pressupõe conhecer profundamente cada função do conjunto de cargos da empresa, no que diz respeito aos requisitos mínimos estabelecidos para poder atribuir, com segurança, um valor relativo que se traduza em valor absoluto justo, compatível com a estrutura de cargos da entidade, suas disponibilidades e com o mercado de trabalho concorrente. (CARVALHO e NASCIMENTO, 1997) A administração de cargos e salários da empresa será feita considerando alguns requisitos básicos. O salário de cada cargo será baseado nos conhecimentos exigidos pela função, complexidades das atividades desenvolvidas e responsabilidades pela execução de tarefas ou apresentação de resultados específicos esperados do cargo, observando o CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) específico. (ECONET EDITORA, 2011) Os salários serão estabelecidos de forma a serem competitivos quando comparados com os padrões de mercado de empresas que tenham situação econômico- financeira semelhante à de cada empresa. Por exemplo, empresas que sejam parecidas com a nossa em termos de porte, participação de mercado, filosofia de gestão empresarial e outros fatores que possam indicar que utilizam profissionais do mesmo gabarito dos nossos. Uma remuneração competitiva nos permitirá atrair e reter profissionais de bom desempenho. Lembrando que o salário hoje é considerado investimento e não custo ou despesa. (ECONET EDITORA, 2011) A política salarial levará em conta o desempenho econômico-financeiro da empresa e suas perspectivas de crescimento e desenvolvimento. A evolução dos salários será prevista no orçamento,da mesma forma que todas as despesas, receitas e investimentos planejados pela empresa. Como todos os itens do orçamento, a evolução dos salários será acompanhada regularmente pelos sistemas de informações gerenciais. (ECONET EDITORA, 2011) Como foi visto, a análise de cargo é feito para fins de administração salarial. Ao descrever um cargo, deve-se ter em mente que a descrição é genérica e deve abranger as diversas funções nele incluídas. Descreve-se o que fazem os ocupantes do cargo, incluindo-se, em alguns casos, a periodicidade das atividades. (LACOMBE, 2005) Para assegurar a coerência interna dos salários, cada cargo deve ser avaliado em termos de pré-requisitos para seus ocupantes, do esforço exigido e da responsabilidade que lhe é inerente, inclusive por erros possíveis e a gravidade de suas consequências. Na avaliação, considera-se o conteúdo do cargo. Existem muitos métodos de avaliação, mas todos requerem, segundo afirma Lacombe (2005): • a seleção dos fatores que serão considerados na avaliação; • o número de níveis usados nesses fatores; • a pontuação a ser distribuída a cada nível de cada fator. Qualquer que seja o método escolhido para avaliação dos cargos, é primordial que esta seja feita por um comitê ou 59 Saber Mais Com relação aos termos existentes no plano de cargos e salários, Chiavenatto (1997, p. 321) aponta algumas das definições que devem ser abordadas antes de se recrutar pessoas para o cargo: (ECONET EDITORA, 2011) comissão de avaliação de cargos, com membros da organização como um todo que conhecem bem os cargos que estão sendo avaliados. Os principais objetivos do comitê são (PONTES, 1998): • garantir a correta hierarquização dos cargos; • manter critérios uniformes nas avaliações; • garantir aceitação posterior das avaliações pela participação de indivíduos de diversas áreas da empresa. As normas e procedimentos do plano de cargos e salários devem ser objetivos e definir claramente os critérios e passos para: • salários de admissão; • alterações de salários; • promoções; • transferências; • reajustes de mercado; Segundo as considerações de Zimpeck (1992, p. 17), os métodos e sistemas disponíveis para obter a consecução dessas finalidades são comumente denominados: (ECONET EDITORA, 2011) • formulação de diretrizes; • análise e descrição de cargos; • avaliação de cargos; • avaliação de desempenho; • escalas de salários. Quadro n. 02 – Definições Tarefa É toda atividade individualizada e executada por um ocupante de cargo. Geralmente é a atividade atribuída a cargos simples e repetitivos (cargos de horistas e ou operários) Atribuição É toda atividade individualizada e executada por um ocupante de cargo. Geralmente é a atividade atribuída a cargos mais diferenciados (cargos de mensalistas ou colaboradores), como preencher um cheque. Função É um conjunto de tarefas (cargos horistas) ou de atribuições (cargos mensalistas) exercido de maneira sistemática e reiterada por um ocupante de cargo. Pode ser exercido por uma pessoa que, sem ocupar um cargo, desempenha provisória ou definitivamente uma função. Para que um conjunto de atribuições constitua uma função é necessário que haja reiteração em seu desempenho. Cargo É um conjunto de funções (conjunto de tarefas ou de atribuições) com uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma. A posição define as relações entre o cargo e os demais outros cargos da organização. No fundo, são relações entre duas ou mais pessoas. Atividades do cargo Descrição das atividades desempenhadas (como por exemplo: redigir memorandos, recepcionar clientes, arquivar documentos, etc. O nível de detalhamento exigido varia de empresa para empresa. Ferramentas de trabalho Máquinas, equipamentos, ferramentas e outros recursos utilizados no trabalho Requisitos pessoais Atributos pessoais (características de personalidade, nível intelectual, interesses, características físicas, etc.); conhecimentos e habilidades relacionados ao cargo (formação, treinamento, experiência profissional) Responsabilidades O desempenho das atribuições do cargo pode envolver responsabilidades como: supervisão de pessoas, materiais, ferramentas, equipamentos, dinheiro, documentos e informações. Fonte: Adaptado de (ECONET EDITORA, 2011) Concluindo, uma administração de cargos e salários saudável produz, entre outras, as seguintes vantagens: • uma estrutura de cargos enxuta; • menores custos de pessoal; • melhor retorno de cada real despendido com salários. Assim, a avaliação de cargos é uma técnica de “medição” da importância relativa de cada cargo. É uma fase que responde por 95% ou mais do sucesso do Sistema de Gestão de cargos e salários, constitui-se para definir o salário ou a faixa salarial para cada cargo da empresa, de acordo com a legislação vigente. Durante o processo de avaliação de cargos, os diretores e gerentes têm uma oportunidade de discutir e rever as responsabilidades de cada cargo. É muito comum o diretor comercial ter uma ideia diferente sobre o que o gerente financeiro faz ou deveria fazer. Ou o diretor financeiro ficar surpreso com as reais responsabilidades do gerente de vendas. (ECONET EDITORA, 2011) O processo de análise de cargos e descrição de cargos assemelha-se a uma pesquisa social, abrangendo as etapas: determinação dos dados requeridos, coletas de dados, análise de dados e descrição e especificação de cargos. (GIL, 2001) A análise e descrição de cargos requer uma série de dados, tais como: Quadro 03 – Determinação de dados requeridos Fonte: GIL (2001) As necessidades de recursos humanos das empresas são definidas a partir do desenvolvimento aprimoramento da análise de cargos. Daí derivam a descrição e a especificação de cargos, que fornecem o alicerce para sua avaliação da qual resultam a fixação de salários e a política salarial da empresa. (GIL, 2001) Planejamento de cargos e salários 60 Fonte: Adaptado de GIL (2001) 4 – Coleta de Dados Os dados para análise e descrição de cargos podem ser obtidos a partir de diferentes técnicas. As mais utilizadas são a observação direta, o questionário e a entrevista, que podem ser aplicados de maneira exclusiva ou combinadas entre si. (GIL, 2001) O analista de cargos e salários deve estar apto a utilizar todos os instrumentos acima, dominando suas técnicas de aplicação, a fim de conseguir o máximo de informações na composição do perfil de cada cargo na empresa. Somente a correta aplicação dessas técnicas garante a maximização qualitativa de seu trabalho. (MARRAS, 2000) Método Conceitos Vantagens Limitações OBSERVAÇÃO DIRETA Consiste na observação direta do ocupante do cargo no exercício de suas fun- ções. - Garante a veracidade dos dados obtidos; - Não requer do ocupante a paralisação dos trabalhos; - É adequado para a análise de tarefas simples e repetitivas. - É contraindicado pra a análise de tarefa complexas; - Requer prolongado tempo do analista o que determina a ele- vação dos custos. QUESTIONÁRIO Neste caso, solicita-se ao ocupante do cargo, ou de seu supervisor direto, o preenchimento de um questionário envolvendo questões sobre as características do cargo. - É um instrumento barato e rápido; - Não requer treinamento de pessoal; - Pode ser respondido oportunamente; - Pode ser aplicado a um grande número de pessoas; - É adequado para a análise de cargos que envolvem atribuições complexas. - Não pode ser aplicado a analfabetos ou pessoas com difi culdades para se expressar por escrito; - Sua elaboração requer cuidadoso plane- jamento; - Tende a ser superfi cial, pois de modo geral envolve poucas questões. ENTREVISTAS É o mais fl exível e produtivo den- tre os diversos métodos para ob- tenção de dados para pessoas, por garantir a interação face a face entre o analista e o empregado. - Maior fl exibilidade; - Aplicação a qualquer tipo de cargo; - Possibilidade de es- clarecimentos dedúvidas; - Obtenção de dados a partir da pessoa que melhor conhece o cargo. - Os custos com o treinamento de pessoal e a aplicação das entrevistas; - A necessidade de paralisação dos trabalhos; - A possibilidade de induzir a confusão entre opiniões e fatos; - Frequente falta de motivação para responder às perguntas Fonte: GIL (2001) Para complementar o assunto em questão vamos à leitura do texto proposto abaixo: A Entrevista e o Processo de Descrição de Cargos – Parte 1 I - Entrevista para descrição de cargo Exigências da tarefa A entrevista e o processo de descrição de cargos-parte 1. Disponível em: http:// www.promerito.com.br/jobdescriptor/textos/entrevistapt3.htm Acesso em 02 out 2011promerito.com.br/jobdescriptor/textos/entrevistapt3.htm Acesso em 02 out 2011 Para o melhor entendimento de como funcionam os sistemas de informações e os processos gerenciais da empresa, o entrevistador deverá processar muitas informações e resumi- las a um volume gerenciável de dados relevantes. Para preparar boas descrições de cargo, é necessário o entendimento dos inter-relacionamentos importantes entre as diversas áreas da empresa. Esse entendimento permitirá fazer análises dos processos gerenciais e como eles interferem na maneira como cada área está organizada, em termos de estrutura de cargos. Quadro 04 – Técnicas de coleta de dados 61 Precisamos manter a mente aberta para assimilar e processar informações que não se conformam com as nossas expectativas. É necessário captar não só o que está explícito, mas também o que está implícito nas declarações das pessoas que estamos entrevistando para elaborar descrições de cargo. A entrevista é uma das formas de coleta de dados com maior potencial para refletir de maneira fidedigna a realidade da empresa. Tanto o entrevistador quanto o entrevistado têm oportunidades de refletir sobre o cargo de uma forma sistemática. A entrevista levanta pontos e questões que normalmente passam despercebidos no dia-a- dia da empresa. Um entrevistador preparado poderá levantar questões importantes, tanto para a descrição do cargo como para o aprimoramento da estrutura organizacional e seu funcionamento, considerando os objetivos e estratégias da empresa. Experiência prévia do entrevistador O entrevistador pode utilizar seu conhecimento prévio sobre determinados cargos para facilitar o processo de análise e descrição de cargo. Essa experiência não elimina a necessidade de validar suas informações junto ao ocupante do cargo ou aos superiores deste. Lista de verificação para entrevistas com gerentes, coordenadores, supervisores Para melhor conhecimento de cada área da empresa, é interessante começar as descrições de cargo pelos cargos de gerência. Quando o entrevistador tem um conhecimento global de cada área, a descrição dos demais cargos torna-se mais fácil. Exemplos de perguntas genéricas para cargos de Gerência/ Coordenação/Supervisão Você pode pedir inicialmente ao entrevistado para lhe dar uma visão geral do cargo, em termos de objetivos e responsabilidades. Em alguns casos, um histórico sucinto de como vem evoluindo o cargo nos últimos anos pode ser esclarecedor. Você pode perguntar, por exemplo, que tipo de modificações importantes ocorreram nas atribuições, nos objetivos, nas condições de trabalho, no organograma, nas responsabilidades do cargo? Perguntas típicas para iniciar e desenvolver a entrevista: Qual o objetivo central que o seu cargo deve alcançar? Quais são as principais atividades que você dirige, supervisiona ou controla? (Esta pergunta pode gerar muitas outras. Pode tomar algum tempo para cobrir todas as atribuições do cargo). Qual a participação do seu cargo na definição de políticas, objetivos, normas e procedimentos para sua área? Como são estabelecidos os objetivos e metas de curto/ longo prazos para o seu cargo? Como é feito o planejamento, o acompanhamento e as correções dos planos e objetivos do seu trabalho? Como você planeja, acompanha, controla e avalia o resultado do trabalho dos membros da sua equipe? Quais as principais complexidades do seu cargo? Quais os principais desafios do seu cargo? Você poderia dar uns dois ou três exemplos de objetivos que sejam desafiantes porém não impossíveis? Que tipos de obstáculos ou de oportunidades exigem o máximo de sua habilidade para atingir seus objetivos? Qual a autonomia do seu cargo em relação a movimentação de pessoal, mudanças na organização, mudanças em cargos da sua área, métodos de trabalho etc.? Qual a autonomia do seu cargo em relação a despesas, investimentos? Qual a autonomia do cargo em relação a formação de sua equipe (seleção, treinamento, desenvolvimento etc.)? Como o seu superior pode saber se você está tendo um desempenho satisfatório em relação aos objetivos estabelecidos para o seu cargo? Quais os principais objetivos que poderiam ser tomados como representativos para o seu cargo? Qual a medida (quantitativa ou qualitativa) poderia ser utilizada para descrever ou medir o seu desempenho? 5 – Descrição e Especifi cação de Cargos A descrição de cargos consiste na exposição ordenada das tarefas ou atribuições de um cargo e a especificação na identificação dos requisitos necessários para o desempenho dessas tarefas ou atribuições. (GIL, 2001) Para Gil (2001) a descrição quanto à especificação de cargos consiste basicamente num trabalho de redação. Por isso, recomenda-se a observância dos seguintes princípios: Clareza: deve-se dar preferência a termos simples, que não dêem margem a ambiguidades. Precisão: deve-se dar preferência a termos que sejam passivei de algum tipo de mensuração. Concisão: deve-se dar preferência a frases curtas, evitando-se minúcias desnecessárias. Impessoalidade: Para tornar a descrição impessoal, recomenda-se que seja iniciada por um verbo no infinitivo ou na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Exemplo: Arquivar documentos ou arquiva documentos. Para Gil (2001) a descrição de cargos envolve sua descrição sumária e seu detalhamento. A descrição sumária tem como objetivo fornecer uma ideia global do cargo. Geralmente é constituída pela apresentação resumida das principais atividades do cargo. Já o detalhamento é constituído pela descrição organizada e padronizada das tarefas que compõem o cargo. Exemplo: Planejamento de cargos e salários 62 Cargo Caixa Sumária: Efetua pagamentos e rece- bimentos nos guichês da empresa, sob orien- tação do tesoureiro Detalhamento: Receber numerário do tesoureiro para pagamentos ou troco; efetuar pagamentos e recebimentos diversos; sacar e endossar cheques; conferir o movimento diário do guichê. A especificação, como já foi visto, consiste no estabelecimento da qualificação requerida do ocupante do cargo. Na especificação costumam ser considerados fatores como: (GIL, 2001) • formação escolar; • conhecimentos especializados; • experiência prévia; • esforço físico; • esforço mental e visual; • responsabilidade por máquinas e equipamentos; • responsabilidade por valores; • responsabilidade por conferência de dados; • responsabilidade de supervisão e treinamento; • responsabilidade por contatos; • condições de trabalho; • riscos. Exemplo: Cargo Analista de Treinamento Formação Escolar Curso Superior, preferencialmente em Administração, Psicologia. C o n h e c i m e n t o s específi cos Técnicas de coleta e análise de dados; elaboração de relatórios. Experiência Três anos, adquirida no próprio cargo ou outros cargos da área de RH. Responsabilidade por Contatos Contatos frequentes com funcioná- rios e gerentes da empresa. Condições de trabalho Normais de escritório Retomando a aula Parece que chegamos bem, então, vamos recordar o que já estudamos até agora? 1 – Introdução A administração de cargos e salários consiste em ajustar as necessidades estruturais das organizações e as expectativas diversas dos trabalhadores,englobando em sua abordagem conceitual, as etapas de elaboração, classificação, procedimento, vantagens e desvantagens, fórmulas estatísticas e sua utilização prática em ambiente laboral. A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio da isonomia salarial, através dos incisos XXX e XXXI de seu artigo 7o, os quais determinam, respectivamente, a “proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil” e a “proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência”. 2 – Salário e Motivação Ninguém trabalha de graça. Ninguém investe sem esperar algum retorno. As pessoas trabalham nas organizações em função de certas expectativas e resultados. Elas estão dispostas a se dedicar ao trabalho e às metas e objetivos da organização desde que isso lhe traga algum retorno significativo pelo seu esforço e dedicação. Uma das questões mais polêmica referentes a salário é se este funcionaria como um fator de motivação para os empregados. Um dos fatores que influenciam o comportamento das pessoas é a motivação. A motivação está correlacionada ao motivo, ao impulso que o indivíduo tem ao agir, ou seja, que determina um comportamento específico. Este impulso poder ser provocado por um estímulo externo como também gerado internamente dentro de cada pessoa. Podemos afirmar que o salário não é fator de motivação quando analisado isoladamente. A simples troca de produção por salário não gera satisfação ao empregado, sendo apenas uma recompensa justa pelo seu trabalho desenvolvido, pois o empregado busca a garantia de sua sobrevivência. 3 – Análise e Descrição de Cargos Pela avaliação é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com vistas a construir uma hierarquia entre eles. Por isso, pelo processo de análise, os cargos são analisados e comparados de forma a colocá- los em ordem de importância. Administrar cargos e salários pressupõe conhecer profundamente cada função do conjunto de cargos da empresa, no que diz respeito aos requisitos mínimos estabelecidos para poder atribuir, com segurança, um valor relativo que se traduza em valor absoluto justo, compatível com a estrutura de cargos da entidade, suas disponibilidades e com o mercado de trabalho concorrente. Como foi visto, a análise de cargo é feito para fins de administração salarial. Ao descrever um cargo, deve-se ter em mente que a descrição é genérica e deve abranger as diversas funções nele incluídas. Descreve-se o que fazem os ocupantes do cargo, incluindo-se, em alguns casos, a periodicidade das atividades. • Tarefa: é a unidade do trabalho que requer certa habilidade mental ou física para determinado fim. • Função: é um conjunto de tarefas e responsabilidades atribuídas a um cargo. • Cargo: é uma composição de funções ou atividades equivalentes em relação às tarefas a serem desempenhadas, o qual é definido estrategicamente na busca da eficiência da organização. • Salário: é o pagamento em dinheiro como contraprestação ao trabalho, podendo ser fixo ou variável. A avaliação de cargos é uma técnica de “medição” da importância relativa de cada cargo. É uma fase que responde por 95% ou mais do sucesso do Sistema de Gestão de cargos e 63 salários, constitui-se para definir o salário ou a faixa salarial para cada cargo da empresa, de acordo com a legislação vigente. 4 – Coleta de Dados Os dados para análise e descrição de cargos podem ser obtidos a partir de diferentes técnicas. As mais utilizadas são a observação direta, o questionário e a entrevista, que podem ser aplicados de maneira exclusiva ou combinadas entre si. O analista de cargos e salários deve estar apto a utilizar todos os instrumentos acima, dominando suas técnicas de aplicação, a fim de conseguir o máximo de informações na composição do perfil de cada cargo na empresa. Observação Direta: Consiste na observação direta do ocupante do cargo no exercício de suas funções. Questionário: Neste caso, solicita-se ao ocupante do cargo, ou de seu supervisor direto, o preenchimento de um questionário envolvendo questões sobre as características do cargo. Entrevistas: É o mais flexível e produtivo dentre os diversos métodos para obtenção de dados para pessoas, por garantir a interação face a face entre o analista e o empregado. 5 – Descrição e Especificação de Cargos A descrição de cargos consiste na exposição ordenada das tarefas ou atribuições de um cargo e a especificação na identificação dos requisitos necessários para o desempenho dessas tarefas ou atribuições. A descrição quanto à especificação de cargos consiste basicamente num trabalho de redação. Por isso, recomenda- se a observância dos seguintes princípios: clareza, precisão, concisão, impessoalidade. A descrição de cargos envolve sua descrição sumária e seu detalhamento. A descrição sumária tem como objetivo fornecer uma ideia global do cargo. Geralmente é constituída pela apresentação resumida das principais atividades do cargo. Já o detalhamento é constituído pela descrição organizada e padronizada das tarefas que compõem o cargo. A especificação consiste no estabelecimento da qualificação requerida do ocupante do cargo. Exemplo: formação escolar, conhecimentos específicos, experiência prévia, etc. NASCIMENTO, L. P. Administração de cargos e salários. São Paulo: Pioneira.Thomson Learning, 2001. GUIA TRABALHISTA. Disponível em http://www. guiatrabalhista.com.br/ PROMERITO. Disponível em: http://www.promerito. com.br/ RECURSOS HUMANOS. Disponível em: www. rh.com.br Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar “Maldito futebol clube” com Michael Sheen, Jim Broadbent, Timothy Spall, Colm Meaney. Vale a pena assistir OBS.: Se ao fi nal desta aula tiverem dúvidas, vocês poderão saná-las através das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e “chat”. Minhas anotações
Compartilhar