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Conjuntivite neonatal Introdução ▪ Inflamação conjuntival que se desenvolve no 1° mês de vida ▪ É diferenciada da conjuntivite em bebês mais velhos por causa do seu potencial de gravidade → complicações oculares e sistêmicas ▪ Resultado de transmissão vertical Causas ▪ Organismos adquiridos durante o parto vaginal → C. trachomatis, N. gonorrhoeae e vírus do herpes simplex Atualmente a C. trachomatis é a mais prevalente na conjuntivite moderada a grave ▪ Pode ainda acontecer por colonização estafilo e estreptocócica, H. influenzae e gram - negativos ▪ A preparação tópica usada para profilaxia pode causar conjuntivite química ▪ Obstrução nasolacrimal congênita → mantem o olho constantemente úmido, sendo local favorável para multiplicação de organismos (nesse caso seria um quadro de conjuntivite bacteriana leve recorrente) Diagnóstico Início dos sintomas ▪ Química: primeiros dias ▪ Gonocócica: primeira semana ▪ Estafilococos e outras bactérias: final da primeira semana ▪ HSV: 1 a 2 semanas ▪ C. trachomatis: 1 a 3 semanas História ▪ Uso de substância profilática ▪ Sintomas maternos de IST ▪ Conjuntivite recente em contatos próximos ▪ Sintomas sistêmicos da doença: pneumonite, rinite e otite na Clamídia, vesículas na pele e encefalite no HSV (infecção disseminada na gonorreia é rara) ▪ Epífora sem inflamação Sinais ▪ Secreção levemente pegajosa na infecção por estafilococos e na obstrução do ducto nasolacrimal, pelo refluxo mucopurulento à pressão do saco nasolacrimal Secreção aquosa na conjuntivite química e por HSV, purulenta na infecção por clamídia e estafilococos e hiperpurulenta na infecção gonocócica ▪ Há grave edema palpebral na infecção gonocócica, e deve ser diferenciado de dacriocistite e infecção pré-septal ou orbital ▪ Vesículas palpebrais e perioculares no HSV ▪ O exame da córnea é obrigatório, principalmente na suspeita de gonococo (risco de úlcera corneana) Foco de luz + espéculo palpebral + fluoresceína → epitélio dendrítico ou geográfico (HSV) ▪ Presença de pseudomembranas na infecção por clamídia ▪ Glaucoma congênito pode se mascarar como oftalmia neonatal, devendo ser considerado (principalmente em casos monoculares) Investigação ▪ De acordo com o quadro clínico ▪ Devem ser obtidos os exames de IST dos pais ▪ É feita uma raspagem conjuntival para realização da PCR → clamídia e HSV ▪ Outra parte do raspado vai para a coloração de Gram → podem ter células gigantes multinucleadas na coloração de Gram, pela infecção por HSV ▪ É feito um swab conjuntival para cultura bacteriana ▪ Infecção por HSV pode mostrar inclusões intranucleares eosinofílicas na citologia ▪ Se for fazer o teste da fluoresceína, está indicado a coleta dos swabs antes da instilação Tratamento ▪ Profilaxia de rotina para todos os RNs na 1ª hora de vida 1. Povidona a 2,5% 2. Eritromicina a 0,5% 3. Tetraciclina a 1% 4. Nitrato de prata → principalmente onde há alta incidência de gonococo, se a mãe está com a infecção, deve administrar uma dose IM de benzetacil ▪ Lágrimas artificiais se conjuntivite química ▪ Secreção levemente pegajosa → ATB de amplo espectro como a eritromicina, se o tratamento falhar, pode-se fazer um tratamento mais específico ▪ Se suspeita de doença sistêmica, deve fazer a internação hospitalar ▪ Clamídia → eritromicina VO por 2 semanas ▪ Gonococo → cefalosporina de terceira geração sistêmica + tratamento concomitante para clamídia + solução salina para retirada do excesso de secreções ▪ Herpes simples → aciclovir IV ou tópico ▪ Notificar à mãe da infecção do neonato, em ralação às IST e rastrear o RN para outras ISTs
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