Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pare de gostar do que te faz mal E Emagreça Sendo Paleo Teco Mendes SendoPaleo.com Teco Mendes 2 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Teco Mendes Pare de gostar do que te faz mal E Emagreça Sendo Paleo 3 | P á g i n a Teco Mendes Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Copyright © 2015 Teco Mendes Todos os direitos reservados Diagramação e Revisão: Vila Romana Bureau de Letras 4 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Sumário Introdução .................................................................... 11 O estado emocional e a dieta ........................................ 16 O que é dieta Paleo? ..................................................... 24 Sobre as Dietas de baixa caloria e pouca gordura .......... 29 Você é enganado pelo que é divulgado ......................... 33 Por que não eu? ............................................................ 39 O Conhecimento, a prática e a realidade ....................... 47 Parar de gostar daquilo que faz mal .............................. 55 A força dos hábitos ....................................................... 65 Saindo da Zona de Conforto .......................................... 69 Sendo Paleo por Definição ............................................ 75 E quão Paleo você se propõe a ser? .............................. 78 Minhas dicas de como começar a dieta paleo ............... 82 Furei a dieta. E agora? ................................................... 90 10 motivos para você fugir do IMC ................................ 93 Escolha sua meta. ......................................................... 98 Esqueça sua meta. ........................................................ 98 Vamos falar sobre suplementos? .................................103 Dúvidas sobre a dieta Paleo .........................................112 5 | P á g i n a Teco Mendes Contar calorias na paleo ajuda? ...................................120 Por que a gordura saturada é bem-vinda na Paleo? .....125 Usando a gordura como fonte de energia ....................130 Como estudar a paleo ..................................................136 Disciplina .....................................................................146 Maturidade ..................................................................156 6 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Dedicatória À minha falecida avó Iracema que sempre me deu muito amor nas melhores formas que sabia. 7 | P á g i n a Teco Mendes 8 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Sobre o autor Teco Mendes é Administrador de Empresas, autor do Blog SendoPaleo.com , Personal Coach membro da Sociedade Brasileira de Coaching e Primal Expert pelo The Primal Blueprint Institute. 9 | P á g i n a Teco Mendes 10 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal INTRODUÇÃO Hello Friends! E aqui dou início a mais um capítulo em minha vida. Ou melhor, vários capítulos. Uma coletânea de ideias, dicas e experiências que resultaram neste livro. Um novo projeto, um novo começo. Sempre cheio de boas expectativas e muita esperança com os resultados, como tudo que começamos: seja um relacionamento, um novo negócio, um novo emprego, um novo curso. Não pode faltar aquele friozinho na barriga, aquela ansiedade, afinal, tudo o que queremos e almejamos é ter muito sucesso naquilo em que estamos nos empenhando. Queremos ser o Bill Gates dos negócios, a Ivete Sangalo da música, o Neymar do futebol, o Paulo Coelho dos livros (ou a J. K. Rowling, aquela do bruxinho), enfim, miramos nos exemplos que deram certo com a perspectiva de termos bons resultados. E por falar em algo que começamos... 11 | P á g i n a Teco Mendes A dieta! Para algumas pessoas, dieta é aquilo que elas mais começam na vida. Você faz parte desse grupo? Vejamos: pegue os últimos 12 meses – quantas vezes começou uma dieta nesse período? E aqui não estou me referindo a visitas a um nutricionista ou leituras de livros sobre o assunto. Quantas vezes você afirmou a si mesmo, “estou de dieta”, e tentou algum tipo de controle, seja qual for, sobre o que come? Por exemplo, numa segunda-feira você pulou as frituras e a sobremesa no almoço e comentou com os colegas “vou dar uma maneirada...”. Já na terça-feira teve uma festinha de aniversário no trabalho e o bolo servido era o seu preferido. Se você já passou por algo parecido, sabe o fim dessa história. É aqui que eu entro. Essa foi minha realidade de vida. Lendo muito, interessado em tudo e experimentando todas as formas de dieta possíveis – algumas nem tão possíveis – que passaram pela minha frente. 12 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Se tem alguém que entende de dieta é gordinho. Sabe tudo. Não só de fórmulas como de formas também: Vigilantes do Peso, Spas, diferentes tipos de treinos em academias. E, depois de anos, entendi. Entendi o que realmente acontecia, o porquê das dietas, fossem quais fossem, não darem certo comigo, entendi o processo que me levava a comer. Está achando isso muito parecido com depoimentos de qualquer gordo que emagreceu, com as introduções de vários livros de dieta, propaganda de “coisalife” ou comerciais de shakes milagrosos? Sim, é. Porque todos dizem a mesma coisa: que têm a chave para a solução do problema – e não é a chave de um cadeado para a geladeira. No meu caso, acredito que realmente entendi o segredo dessa prática. Assim, me formei em Coach para estudar a melhor forma de compartilhar essa descoberta e trabalhar com o comportamento das pessoas e ajudá-las a se livrarem desta tortura que é ser infeliz com o próprio corpo, se sentir com baixa autoestima e até mesmo com a autoimagem desvalorizada. 13 | P á g i n a Teco Mendes E qual o segredo? Vem comigo! Você já tentou de tudo antes e eu não vou aqui ensinar dieta, porque não sou nutricionista, tampouco passar treinos ou exercícios, porque não sou um educador físico. A grande sacada que mudou minha vida foi “conseguir” fazer uma dieta. Qual? A dieta Paleolítica, Primal, de nossos ancestrais – LCHF: Low Carb High Fat (baixo carboidrato, rica em gordura). Este é o principal tema deste livro: – Por que as pessoas não conseguem seguir dietas por muito tempo? – Qual a razão disso? – Qual o segredo para conseguir manter e viver esse estilo de vida? São coisas que não nos ensinam nos livros de dieta. O que vemos ali são receitas e fórmulas restritivas – coma isso, evite aquilo, faça assim – acompanhadas de explicações sobre o porquê fazer: melhorar a saúde, redução de peso, gordura trans faz mal. Você lê esses livros, se empolga, se sente motivado e começa um novo projeto cheio de expectativas e sonhos, até que chega aquela terça-feira, festinha de aniversário 14 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal no trabalho, aquele bolo irresistível e... Pronto. Voltamos ao início desta conversa. É com esse círculo vicioso que vamos acabar a partir de agora. Com os livros sobre a dieta Paleo você aprenderá o quê e por que fazer. O que eu vou ensinar a você é “como fazer”.Que comece, a partir deste livro, a melhor fase de sua vida! E que você tenha preocupação com outros projetos pessoais ou profissionais, porque sobre emagrecer e estar bem consigo e com seu corpo, isso vamos resolver aqui. 15 | P á g i n a Teco Mendes O ESTADO EMOCIONAL E A DIETA Vou começar falando sobre pessoas que me contratam como Coach para ajudar nessa transição. Geralmente já conhecem a dieta Paleo, LCHF, já estudaram bastante, se consultaram com um nutricionista Paleo, assistiram palestras, mas mesmo assim não conseguem seguir adiante. E não por dúvidas técnicas, porque isso é fácil resolver. E o que percebi em algumas consultas? Elas se sabotam, furam a dieta, não têm comprometimento, se perdem no mundo de informações, não têm um plano, uma sequência. Quando iniciamos uma sessão de videoconferência, percebo que essa pessoa está com cara de derrotada, de destruída. Em nossa conversa, ela se diz fracassada, perdedora, idiota – e o negócio vai ladeira abaixo. E frequentemente uma pessoa entra nesse estágio porque está acima do peso que considera ideal, quer emagrecer, entende que a dieta Paleo é o caminho, mas ela simplesmente não consegue. Começa na segunda-feira, dia mundial de começar dieta, e na quarta-feira já 16 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal desistiu por algum motivo. E tenta de novo, e de novo. E um detalhe, cada vez que tenta novamente, o estado psicológico fica pior. Por quê? Porque ela veio de uma derrota ontem. Não está motivada. O foco dela é emagrecer, então, em seus pensamentos, ela não pode ser feliz enquanto não emagrecer. Ela não tem esse direito. Ela quer emagrecer para ser feliz. Só que o processo não é esse. Emagrecer para ser feliz ou estar feliz para emagrecer? A motivação conta muito para iniciar uma dieta. E o seu estado de espírito também. Na dieta Paleo, passamos por uma fase de adaptação em que não necessariamente emagrecemos. Isso nas primeiras semanas. Mais adiante trataremos das estratégias e dos possíveis sintomas nesse início de processo. Vamos continuar falando aqui do lado emocional dessa pessoa que quer desesperadamente perder peso, fica ansiosa, se pesa quatro vezes por dia, começa a contar calorias – coisa que não fazemos 17 | P á g i n a Teco Mendes na Paleo –, tudo foge do controle e ela acaba furando a dieta. Imagine-se numa partida de futebol decisiva, final de campeonato – o técnico, antes da partida, está lá no vestiário, conversando e motivando os jogadores. Eles estão com gana, com raça, sangue nos olhos mesmo. – Vamos ganhar! Eles querem ganhar o jogo para ter força de vontade? Não. Eles precisam ter garra, precisam estar bem para vencer o jogo. Então você me fala: – Ok, Teco, entendi. Eu tenho que focar no processo e não na meta final, só que não consigo. Estou triste e desanimado porque estou acima do peso. O que fazer? Começamos analisando a sua vida num contexto geral. Como estão as outras áreas fora desse problema com dieta. Histórias Eu tive uma coachee1 que começou nossa videoconferência com a frase “eu sou uma loser 1 Cliente de um Coach 18 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal (perdedora) ”. Uma moça bonita, sarada, o orgulho do Personal Trainer dela, muito bem casada, profissional competente e bem-sucedida em sua área. E começamos a conversar sobre essa relação de ela ser infeliz porque queria ter a barriga mais seca. E você vê que, na verdade, ela está sendo mal-agradecida com a vida – está colocando o foco num problema e deixando isso transformá-la numa pessoa amargurada, sendo que ela tem tantas coisas maravilhosas ao seu redor para se orgulhar. Nestes casos, muitas vezes conseguimos direcionar o foco e o pensamento da pessoa, ela já se liga na situação real e acaba ficando até meio constrangida de estar agindo daquela forma. Li certa vez um livro do Dr. Lair Ribeiro, cardiologista, nutrólogo e autor de vários livros, em que ele conta uma passagem de sua vida muito interessante: o pai dele morreu no mesmo dia do aniversário da filha, no mesmo dia que a filha nasceu. Acontece que no dia do aniversário da filha ele não sabia se ficava triste, pelo aniversário de morte do pai, ou se ficava feliz, pelo aniversário da filha. Ele ficava em uma briga interna, meio feliz, meio triste, lembrando do pai 19 | P á g i n a Teco Mendes com tristeza, vendo que tinha a festinha da filha. Um dia a esposa falou para ele: – Seu pai não morreu exatamente hoje, do dia da sua filha? – Pois é, morreu. – Olha só, que legal. Ele olhou espantado, e ela continuou: – Olha como deus é bacana. No mesmo dia que ele tirou uma pessoa que você amava tanto, te deu uma pessoa que você ama tanto. A partir daí tudo mudou. Não precisou mais nada, só o fato de reavaliar como ele estava levando esse fato mudou a sua forma de ver e começou a ficar feliz. E nada mudou, só a forma de enxergar a questão. Às vezes você está extremamente insatisfeito porque você está gordo, as roupas não servem mais, sua calça está apertada, porém, se você for orientar para analisar o resto da sua vida, começa a ver de outro jeito. A gratidão é um pilar da felicidade. Ser grato pelo que tem não significa que não quer mudar ou melhorar alguma coisa na sua vida, mas você reconhece que tem coisas que são muito 20 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal positivas. E a gratidão é uma ferramenta muito grande para mudar o seu modo de ver a sua própria vida. Houve uma época em que eu estava esgotado física e emocionalmente, inclusive tomava remédios para depressão e para ansiedade – hoje já não tomo mais. Uma amiga Coach me passou uma técnica para me livrar dessa depressão que consistia numa coisa muito simples e que vale a pena fazer: durante o banho, quando você está sozinho, começa a listar 40 coisas pelas quais você é grato na sua vida. 40 é muito? É, e não sei o porquê desse número. Mas faça isso por 21 dias – o tempo para tornar essa tarefa mental um hábito. Tomando um banho, relaxado, listando 40 coisas pelas quais é grato – sou grato por isso, por aquilo... Você vai pensando e sentindo a gratidão. Começa a detalhar, imaginar, refletir, e seu estado de espírito vai mudando. E é interessante, porque conforme os dias vão passando fica mais difícil achar essas coisas, então começamos a procurar por minúcias. Por exemplo, minha mãe sempre me falou, “Teco, agradeça que você é alto” – tenho 1.82m, nem sou tão alto assim – “porque as mulheres altas 21 | P á g i n a Teco Mendes gostam dos altos e as baixinhas também gostam dos altos, porque é genético, está no cérebro delas, elas querem que os filhos sejam altos e fortes também”. E você continua buscando vários motivos e começa a enxergar o mundo de uma forma diferente. Quando eu não era grato, não ficava focado nas coisas boas da minha vida – 100% dela era problema, e eu era infeliz. Quando se faz esse exercício, percebe-se que o problema é só uma faceta da vida – não é para desprezar – mas enxergando várias coisas positivas ficamos mais fortes para enfrentar essa pequena parte que nos aflige e não deixamos ela tomar conta do todo. Nossa felicidade é baseada em expectativa Geralmente não somos felizes com o que está acontecendo agora; ficamos felizes com o que acreditamos que vá acontecer com a gente. Sexta-feira à tarde – como se sente? Feliz porque é sexta e sabe que não vai trabalhar no sábado. Já no domingo à noite, apesar de ter feito coisas boas no final de semana, fica deprimido– por causa da expectativa da segunda-feira, ter que acordar cedo e começar tudo de novo. 22 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Se você está internado em um hospital e terá alta em três dias, mas fica sabendo que ganhou um prêmio na loteria, o que acontece? Você ficara feliz nesses três dias sabendo que vai sair dali com uma bolada nos bolsos. Mesmo não estando ainda com esse valor, ficará feliz. Então, essa é a ideia principal deste capítulo: mudar o estado de espírito para começar a dieta. É hora de cuidar do jardim da sua vida: preparar a terra, adubar, semear e cuidar, pensando, sempre com alegria, na recompensa que esse trabalho trará. Assim como na sexta-feira, quando você fica feliz pelos dias futuros, fique feliz agora, porque seu objetivo será alcançado. Já conte com isso, já sinta isso, já viva isso. Você está com a dieta certa e com vários recursos profissionais para ajudá-lo. Inclusive este livro. Já está sorrindo? Ótimo! Este sorriso vai levar você longe. Confie em mim. 23 | P á g i n a Teco Mendes O QUE É DIETA PALEO? Caso você ainda não conheça a Dieta Paleo, vamos dar aqui uma rápida pincelada antes de partir para nossas dicas. Mas já vou avisando: ela vai contra a maioria das ideias sobre dieta que aprendemos, pregamos ou estivemos fazendo. Também conhecida como Paleolítica ou Primal, essa dieta parte da ideia de nos alimentarmos conforme nossos ancestrais, aqueles antiguinhos, do Período Paleolítico, que abrange de 2,6 milhões a.C. até 10.000 a.C. Um amigo me disse que assim que soube dessa dieta viu que ela fazia todo sentido: nunca encontraram restos mortais de nossos ancestrais gordinhos – só pele e osso. Sim, esse meu amigo é magro, por isso está sempre fazendo piadinhas sobre as dietas. A base dela é de que nossos ancestrais evoluíram por milhares de anos se alimentando de caça, vegetais e frutas que podiam colher. E sempre se mantendo com ótima agilidade, disposição e energia, caso contrário virariam caça em vez de caçadores. Gordinho ali não tinha vez. E como temos, praticamente, a genética 24 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal idêntica a esses nossos ancestrais, nosso corpo está preparado para esse tipo de padrão alimentar. Ou melhor, nosso corpo evoluiu para e com esse padrão alimentar. A Paleo é, basicamente, uma dieta de baixo carboidratos, não por definição, mas por consequência. E relativamente alta em gorduras, principalmente a temida gordura saturada. A diferença entre essa e as outras dietas de baixo carboidrato é que na Paleo, convencionada a menos de 150g por dia, devemos excluir do cardápio os grãos, laticínios, legumes e outras iguarias que nossos amigos das cavernas não comiam. Restrições menos controversas, até porque fazem parte de toda dieta que se intitula como saudável, são os alimentos processados, óleos vegetais e açúcar. Mas sem grãos? O nosso feijão com arroz? E os integrais? E gordura saturada, como bacon, faz bem? E aqueles atletas saudáveis que evitam a gordura e se alimentam de comida integral? 25 | P á g i n a Teco Mendes PIRÂMIDE ALIMENTAR PALEO Ervas, Temperos, Extratos Altamente antioxidantes / Valor nutricional Indulgências sensíveis Chocolate amargo, Vinho tinto Suplementos Multivitamínicos, ômega-3, Probióticos, Vitamina D, Proteína liofilizada Comidas moderadas Frutas da estação – produção local Laticínios com alto teor de gordura Tubérculos com alto teor de amido, quinoa, arroz selvagem – opção para carboidratos para atletas Oleaginosas (inteiras ou em pasta) e sementes – boa opção para lanches – Gorduras saudáveis Gorduras animais, manteiga e óleo de coco Abacate, produtos de coco (sem açúcar) azeitonas Azeite de oliva, macadâmias (comer) Vegetais Produzidos localmente e/ou orgânicos. Porções abundantes para dar sabor, nutrição e antioxidantes Carnes, Peixes, Aves e Ovos Principal fonte de calorias: gordura saturada (energia, saciedade, funcionamento hormonal e celular) e proteína (para construir massa magra). Dê ênfase à produção local, alimentada com pasto ou certificadamente orgânica. 26 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Vamos às respostas: Conforme preconizado pelos autores da dieta Paleo, e até com suporte de vários estudos científicos, os grãos possuem antinutrientes que fazem mal ao organismo não adaptado do homem, causando inflamações que algumas vezes são visíveis e claras, como no caso de doenças celíacas, e outras que dificilmente ligamos à nossa alimentação, como artrite e alergias de pele. Já a gordura saturada, por sua vez, em recentes e diversos estudos ficou comprovado que é uma gordura que devemos consumir e que não há relação com doenças cardíacas ou qualquer outro problema de saúde. Muito pelo contrário. A história de como esse pavor de bacon começou é muito interessante e merece até um capítulo especial. Outras premissas da Paleo nos mostram que muitos dos nossos conceitos sobre alimentação precisam ser revistos: – Comer de 3 em 3 horas? Não. Comer uma ou duas vezes por dia. Ou não comer. Jejum intermitente é parte de como 27 | P á g i n a Teco Mendes evoluímos. Na Dieta Paleo come-se quando se tem fome. – Quantos litros de água devo beber por dia? Beber quando se tem sede. E pronto. E agora você está aí, relendo esta página, olhando desconfiado... A Dieta Paleo é um assunto muito interessante e que deve ser estudado com a mente aberta e tolerância com novos conceitos. E se tudo que nos foi colocado até sobre alimentação estiver mesmo errado? Intrigado? Bem-vindo à Paleo. 28 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal SOBRE AS DIETAS DE BAIXA CALORIA E POUCA GORDURA Dieta de baixa caloria Segundo nutricionistas, médicos, revistas de dietas, subcelebridades e outros superespecialistas: – 1 grama de gordura tem 9 calorias; – 1 grama de proteína tem 4 calorias; – 1 grama de carboidrato tem 4 calorias. Então, obviamente, se você quer emagrecer, o vilão é a gordura. Assim, você pode comer mais comida para garantir que tenha um déficit calórico diário, isto é, seu metabolismo basal é de 1.800 calorias; se você consumir 1.500, seu corpo utilizará sua reserva de gordura para completar a energia que faltou (no caso, 300 calorias). E se você fizer duas horas de spinning por dia, vai gastar ainda mais. Comprando só produtos Diet e Light, com suas versões menos calóricas, emagrecerá mais. E se comprar mil reais de suplementos por mês, melhora ainda mais! E se ainda substituir uma 29 | P á g i n a Teco Mendes das suas refeições por shake, ah...! Bingo! Sucesso! E você sabe, gordura entope suas artérias e você pode morrer por isso. Então, odeie gordura. Bacon mata. Quer provas disso? Basta ver qualquer musa fitness frango-com-batata-doce com milhares de seguidores no Instagram. Ou aquelas atletas admiráveis, os fisiculturistas de barrigas chapadas, os vários exemplos de transformação que cada nutricionista tradicional tem. E aquelas pessoas que ficam uma semana em um Spa comendo 600 cal/dia e emagrecem horrores em uma simples semana. Ou aquela vez que você teve um rompimento amoroso e perdeu 10 kg porque não conseguia comer de tanta tristeza. A explicação Essa dieta de baixa caloria, Low Fat, tradicional, não é factível, isto é, não é fazível 2. Você pode até pensar que é, porque tem um monte de gente magra que vive nessa dieta. Mas então por que você não está com o corpo ideal? Por que já emagreceu váriasvezes e engordou 2 Sim, a palavra “fazível” existe e está dicionarizada. Coloquei o “factível” antes só para gastar minha erudição 30 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal tudo de novo? Por que está sempre tentando, falhando, recomeçando, sentido culpa, se gostando menos? A resposta dos sites e perfis motivacionais de fitness é simples: o que você come escondido aparece em público. Se você não está no peso ideal é porque é preguiçoso, indisciplinado, não tem comprometimento, enfim, não quer de verdade emagrecer. Mas a pior parte é quando você passa a acreditar nisso. E, acreditando nisso, você continua fazendo o que sempre fez e obtendo os mesmos resultados, afinal, a culpa não é da dieta, porque você sabe por todas as evidências mostradas nos sites e perfis, que ela funciona. O culpado é você! Sim, você, que não segue a dieta à risca. A verdade Acredite, essa dieta tradicional é errada. É uma mentira. Níveis baixíssimos de gordura e alto em carboidratos com suas barrinhas “saudáveis” de cereais cheias de química, isso faz mal para a saúde. Você nunca vai conseguir seguir por muito tempo e, caso consiga, vai ser uma guerra constante entre desejo, compulsão e 31 | P á g i n a Teco Mendes força de vontade – ou falta dela. Mas vamos tratar disso em outro capítulo mais à frente, senão você se cansa deste e desiste, afinal você é preguiçoso, indisciplinado e não tem comprometimento. Rá! Calma, que tudo se esclarece. 32 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal VOCÊ É ENGANADO PELO QUE É DIVULGADO Será que você vai seguir dieta de baixa caloria após este capítulo? Considero este capítulo muito importante, então, gruda os olhos no texto que segue e vamos juntos chegar a uma conclusão. Um pouco de matemática É sabido que 95% das pessoas que emagrecem com dietas tradicionais acabam voltando ao peso original – ou mais – em até um ano após emagrecer. São várias as fontes de pesquisa e estudos sobre esse tema. É o famoso fenômeno conhecido como efeito ioiô – quando a dieta acaba e volta-se a consumir a quantidade normal de alimentos, aqueles níveis metabólicos baixos continuam garantindo a estocagem extra de calorias. Mas nem tudo é tão ruim quanto parece. Ainda dá para piorar... 33 | P á g i n a Teco Mendes Sim, porque falamos aqui das pessoas que conseguiram emagrecer. Se formos contar todas as tentativas de emagrecer e dietas abortadas com o bolo da terça-feira da festa de aniversário no trabalho, aí a coisa complica. De todos que começam dietas, independentemente se perderam peso ou não, quantas chegaram a emagrecer mesmo e de vez? Vamos chegar a 99,9% de falha dessa dieta. Divulgações Enganosas Existe um exercício proposto por Stephen Kanitz com o nome de “vigilância epistêmica”, que consiste em filtrarmos tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos com outras pessoas para não sermos enganados. Epistemologia é a explicação do que pensamos a respeito de algo. É o estudo das formas como adquirimos nossos conhecimentos e envolve a natureza dos conceitos, como eles foram construídos, a validade e a lógica de raciocínio, assim como dos pensamentos, ideias, memórias, emoções e tudo relacionado à mente. Muitas pessoas funcionam apenas como condutores de ideias, regras e crenças. Recebem numa ponta e repassam na outra, sem filtros. Exemplos? Vamos lá: 34 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Redes sociais. No Instagram vemos muitos perfis específicos de transformações, tanto em inglês como em português. São fotos de ‘antes e depois’, e você realmente vê um emagrecimento, vê uma melhora. Garotas mais bundudas, com menos gordura e barriga chapada; rapazes mais magros e fortes, e assim vai. Mas... e as pessoas que não conseguiram seguir a dieta? Postam o fracasso? Quantas vezes você tirou uma foto do antes, mas nunca rolou tirar a foto do depois, porque você não chegou lá? Eu, por exemplo, tenho uma coleção de fotos de ‘antes’ – devidamente escondidas a sete chaves, senhas e não entrego nem sob tortura. Aquelas fotos ‘antes e depois” são momentos congelados no tempo. Não é um documento de acompanhamento que possa nos dizer se ela manteve aquele progresso. Em 2012, tivemos o exemplo do ex-jogador Ronaldo, Fenômeno, no quadro “Medida Certa”, do Fantástico, na Rede Globo. Dieta restrita, muitos exercícios, acompanhamento, câmeras vigiando e milhões de reais na conta bancária. Resultado: emagreceu. Vivas! A Dieta de baixas calorias funciona! 35 | P á g i n a Teco Mendes Mas... Opa! Pera lá! Algum tempo depois ele apareceu como comentarista da Globo nos jogos da Copa do Mundo de 2014. E todos o vimos gordinho novamente. É isso. O fracasso não é mostrado, só o sucesso. 100% do que você vê sobre a dieta é sucesso – desta forma, automaticamente você fica com a forte sensação de que ela funciona para sempre. E quando vê o Ronaldo gordo novamente, o pensamento que vem à sua cabeça é aquele mesmo de quando você fura a dieta: gordo preguiçoso, sem força de vontade. Vamos fazer uma simulação? Imagine um livro mágico que mostre fotos de ‘antes e depois’ de todas as pessoas que começam uma dieta, independente de terem largado em 3 dias ou não – até porque não ser fazível é a parte falha dessa dieta. Teríamos nesse livro 1 sucesso para cada mil casos. Ou 0,01%. E lá vai você, folheando esse livro e comentando as fotos e os resultados: “gordo”, “gorda”, “gordo”, “gorda”, “mais gordo”, “gordíssimo”, “gordelícia”, “gordo”, “gorda”, “outro gordo”, e por aí vai. Depois de muitas fotos, uma magra! Mas antes de se empolgar, você continua: “gordo”, “mais gordo”, “outra gorda”... 36 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Claro, trata-se de um exagero, uma brincadeira, dizer que todos que começam essa dieta não fazível estão gordos, até porque algumas pessoas que não estão muito acima do peso e só querem perder alguns quilos fazem parte dessa lista – acredito mesmo que sejam a grande maioria. Não são exatamente gordos, mas estão infelizes com o corpo, e a felicidade é o ponto principal deste livro. Agora, a grande pergunta: Você sempre colocou a culpa em si mesmo por não conseguir seguir essa dieta. Mas você seguiria uma dieta na qual praticamente ninguém consegue emagrecer para sempre ou sem sofrer com as vontades, tentações e abstinências? Você seguiria uma dieta depois de ver que ninguém alcança o resultado desejado e que tudo que viu como ‘sucesso’ foram situações momentâneas ou até raras exceções? Você pegaria um voo que vai do ponto X ao ponto Y sabendo que 99% dos aviões caem nessa rota e aquelas fotos maravilhosas do ponto Y são mandadas pelo 1% sobrevivente? Não, né. Você quer chegar ao ponto Y, mas não com essa companhia aérea (dieta). “E eu que achei que o 37 | P á g i n a Teco Mendes problema era comigo... Simbora procurar outro meio de transporte”. Até agora você sofreu em vão Toda vez que você se sentiu culpado e angustiado por não seguir a dieta, não era de verdade culpa sua. Toda vez que entrou em processo de depressão sério sem querer sair de casa por se achar feio ou feia, não foi culpa sua. Toda vez que colocaram apelido em você na escola, que a roupa no provador da loja não ficou boa, que você quase se matou na academia na segunda-feira porque enfiou o pé na jaca (jacou) no final de semana, não foi culpa sua. Nunca foi culpa sua. Você foi mal orientado por essa ilusão que nos é vendida. Mas agora vamos mudar isso juntos. Vai dar tudocerto, acredite. Está emocionado? Calma, calma, essa fase de sofrimento acabou. No próximo capítulo vamos aprofundar nesse assunto: por que algumas pessoas conseguem, outras se mantêm e você tem que rasgar essa passagem de avião que não vai levá- lo até lá. 38 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal POR QUE NÃO EU? Por que algumas pessoas emagrecem com dieta de pouca gordura e baixa caloria e eu não? ♫ Vamos pegar o primeiro avião Com destino à felicidade A felicidade pra mim é você ♪ No capítulo anterior vimos que essa dieta Low Fat não é o avião que queremos pegar com destino à felicidade. No entanto, nos lembramos de muitas pessoas que aparentemente se dão bem com essa dieta: as musas das escolas de samba, as garotas fitness, atletas, aquela amiga do colégio que comia de tudo, igual a Magali, e tinha a barriga chapada e um corpo lindo, ou aquela tia (minha tia Valéria) que nunca fez dieta e sempre foi magra – é magra até hoje. Comecemos falando de nós. Logo de cara, um fato: nós temos um relacionamento diferente com a comida. Vemos 39 | P á g i n a Teco Mendes a comida não só como uma forma de suprir as necessidades nutricionais do corpo – ela representa muito mais. Enquanto, para alguns poucos, comida é só comida, apenas uma fonte de sobrevivência, outros já acordam pensando no que irão comer de sobremesa no almoço. E de onde vem essa conexão mental de que comida não é só alimento? Na verdade, o carboidrato é o grande vilão. O simples, o doce, a farinha, o excesso. Você entra no carro, de madrugada, vai ao drive-thru do McDonald’s, torcendo para o pneu não furar porque você está de pijama, e volta com um Big Mac, fritas, tortinha de morango e sundae – e o que é pior, tinha comida em casa. Mas não, você queria porque queria o McDonald’s. Você é viciado em carboidrato. Veja este trecho de uma matéria da Revista GQ de setembro de 2011: “Estou em um estabelecimento que vende drogas. Observo uma fila de pessoas no balcão, comprando livremente uma mercadoria que, para algumas, poderá se transformar (se ainda não se transformou) em um vício capaz de arruinar sua vida. Quem sabe você esteja no mesmo caminho. O problema nem sempre é evidente: nada que se 40 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal compare ao massacre associado à cocaína ou ao álcool. É um vício que demora a se revelar, mas com percurso igualmente traiçoeiro. O lugar é uma padaria. E, certamente, aqui vende-se saladas e produtos light. Mas por que a oferta de bolos e docinhos supera a de alimentos saudáveis? Porque os carboidratos – assim como a cocaína – dão barato. E esse barato pode levar à fissura quando se fica muito tempo sem uma “dose”. Só que, diferentemente da cocaína, o consumo de carboidratos faz mais do que estabelecer novas conexões no sistema neurológico: o corpo sofre uma espécie de curto-circuito. Nosso metabolismo normalmente armazena energia para ser usada como combustível. Só que calorias não queimadas viram estoque de gordura. Quando a fome bate, você não fica doido para comer o que estiver à mão, mas deseja as mesmas besteiras cheias de calorias que o levaram à dependência. Pense nesse efeito como o de uma droga. ” (Reportagem de Paul John Scott e Thaís Cavalheiro) Alguém poderá dizer, “vício, desordem alimentar, compulsão? Isso é coisa de obeso mórbido”. Não é bem assim. Há graus. Essa é a grande sacada, a grande diferença entre todos nós. É o que acontece com qualquer coisa viciante. 41 | P á g i n a Teco Mendes Eu, por exemplo, não bebo. Não consigo. Não gosto. Nunca bebi sequer uma latinha de cerveja. No outro extremo, temos o cara que bebe compulsivamente, todos os dias, e acaba se prejudicando no trabalho, com a família, com a sociedade. Entre um ponto e outro há uma gama de dependência. Trabalhei com um colega, excelente profissional, chegava cedo do trabalho, dedicado, competente, mas que era alcoólatra. Chegava em casa, abria uma lata de cerveja, depois outras, até dormir com uma na mão. Bebia muito, todos os dias, não tinha vida social. Chegou a ser internado, com o apoio da empresa, para uma reabilitação. Não adiantou. Meu pai e meu tio. Dois grandes amigos. Meu pai, empresário, meu tio, funcionário público em nossa cidade. Vida tranquila, meu pai acordava cedo antes do trabalho para fazer ginástica todos os dias, e também todos os dias eles se reuniam e bebiam 3 doses de uísque. Sempre. Em casa, no clube ou no barzinho. Não ficavam bêbados, aquilo não atrapalhava em nada a vida deles. Isso é aceitável? Eram dependentes, e só me dei conta disso depois de adulto. Os dois já se foram, em consequência dessa submissão ao álcool. Teriam vivido muito mais, não fosse o vício. Isso é aceitável? 42 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal No nosso caso, essa variação é bem parecida. Em maior ou menor grau, é um vício. Temos aqueles obesos mórbidos que aparecem em programas de TV e choram no primeiro episódio porque estão com medo de morrer devido a complicações de saúde. Quem não sabe o tamanho da compulsão deles (vício) simplesmente pensa, “é só fechar a boca, seu gordo baleia saco de areia”. Mas ocorre que você, com seus 5 quilos acima do peso e que não consegue seguir à risca a dieta e se livrar desse excesso, está na mesma situação. Não podemos julgá-los da mesma forma que não devemos ser julgados por pessoas que não tem a menor noção do que passamos. Na visão delas, o que nos falta é força de vontade. E o somente se ganha essa batalha se a força de vontade for maior do que a compulsão. Então, não venha com esse ar superior para cima de mim, porque seu resultado positivo (ficar magro) não significa que sua força de vontade e disciplina sejam maiores do que as minhas. Pode apenas significar que sua compulsão seja bem menor e você acaba ganhando a batalha com menor esforço (força de vontade). 43 | P á g i n a Teco Mendes Imagine a seguinte situação: eu, que não bebo, vou a uma reunião do Alcoólicos Anônimos dar uma palestra e ensinar como ter controle e não beber. Me apresento e conto meus casos de sucesso. Que vou a barzinhos com os amigos e não bebo nada, que vou para a balada e bebo cerveja sem álcool, enfim, conto como a minha vida sem vício é boa. Todos passam a me admirar e querem ser iguais a mim. E o que vem depois? Passam a me seguir no Instagram. Posto uma foto tomando limonada num churrasco regado a cervejas. 1.000 likes e vários comentários sobre como sou uma inspiração! Num outro dia, coloco uma foto minha, num jantar romântico, segurando uma taça de vinho (para dar um clima) e comento que às vezes pode, não precisa ser radical em nada na vida, afinal de contas eu mereço e tals e tals. Pronto. 5.000 likes. Nível máximo de admiração! E é uma frase motivadora com resultado contrário, ou seja, piora a condição de quem não consegue ter esse tipo de controle (que para mim é fácil) e essas pessoas acabam se sentindo mal sobre si mesmas. Aí vai lá o alcoólatra seguir meu exemplo e acaba se mantendo no círculo vicioso do vício. Faz sentido isso? 44 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Bem, você já percebeu aonde eu quero chegar. Sim, estou comparando você e essa sua busca pelo corpo ideal em lugares aonde não deveria buscar e com pessoas que não sabem o que nós sentimos – e podem ser nutricionistas, médicos ou modelos com corpos lindos. Muitas pessoas têm, mesmo que forma mais branda, esse vício em carboidrato. Mais um exemplo: tenho uma amiga, magrinha, faz ginástica 5 vezes por semana, se mantêm tranquilamentena dieta. Então ela não entra no nosso grupo, certo? Errado. Entra sim. Ela me confidenciou que a tentação dela é o sorvete de um quiosque de picolés mexicanos que ela sempre vê no shopping. Sabe de todos os sabores e conhece a tabela nutricional de todos eles, mas não toma nem nunca tomou. Ela simplesmente está ganhando a batalha entre a compulsão versus força de vontade. Porém, a guerra interna continua, mesmo que pouca, mesmo que consiga comer um chocolate de vez em quando e voltar à dieta depois. Não temos de ser assim. 45 | P á g i n a Teco Mendes Comida não pode e não será o foco de nossa vida! Temos mais coisas para fazer do que pensar naquilo que nos faz mal. E tem a solução? Sim, tem solução. Porém, o buraco é mais embaixo. O vício físico é um dos problemas. Temos também a dependência psicológica e emocional com comida, algo que não é falado e não é tratado da forma como deveria. Mas tenha certeza, você vai conseguir. É que o caminho que estava seguindo até agora que não era o correto. *** Em tempo: já faz mais de 20 anos que terminei o ensino médio e quando encontro com alguma garota daquela época, a gostosinha que comia de tudo e não engordava, percebo que a característica de supermetabolismo dela só funcionava na adolescência. 46 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal O CONHECIMENTO, A PRÁTICA E A REALIDADE Lendo vários livros sobre o assunto serei Paleo? “Na teoria, não há diferença entre teoria e prática. Mas na prática, tem. ” Minha primeira leitura sobre dieta Paleo foi em 2012, quando fui apresentado ao livro The Primal Blueprint (lançado em Portugal com o nome “Energia Paleo”), do autor norte-americano Mark Sisson, um ex-maratonista, ex-triatleta, que tem no currículo um 4º lugar em uma prova de Ironman, o que não é pouco. Ironman é uma prova que, só de descrever, já me dá um certo cansaço: são 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,2 km de corrida, e tudo isso deve ser completado em até 17 horas. Mark Sisson é um dos principais porta- vozes da dieta Paleo e mantém um dos mais 47 | P á g i n a Teco Mendes completos blogs sobre o assunto, chamado, Mark’s Daily Apple. Terminada a leitura, veio toda aquela empolgação – É isso! Show! Não preciso mais procurar sobre dietas! Vou ficar magro, lindo e livre de doenças, como câncer, Alzheimer, artrites e artroses. Vou passar dos 100 anos fácil, fácil! Fácil? O conceito era novo, mas a história, uma reprise. Aquele sentimento de iluminação interior, de encantamento e entusiasmo era um autoplágio de frenesis anteriores. Sim, já li muitos livros de dieta. Vários. Muitos mesmo. Daria para escrever uma trilogia só sobre minhas leituras e aventuras em dietas. O primeiro que comprei sobre o assunto foi “Só é Gordo Quem Quer”, de João Uchôa. Isso em 1984. Não recomendo. Em 1997, todo tecnológico, ligado na internet, e tal e coisa, adivinha qual foi minha primeira compra online? Um livro chamado “The Anabolic Diet”, do Dr. Mauro Di Pasqualli. Então, tenho conhecimento de causa – como usuário, claro. 48 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Vou descrever um livro de dieta: Começa falando do problema da obesidade no mundo, com abundância de gráficos e dados mostrando índices vultosos e fortes. Trata do assunto como epidemia, apresentando números e porcentagens opulentas que farão você chegar à conclusão de que em 15 anos o mundo acabará em decorrência de explosão em massa de gordos. A partir daí, apresenta a dieta tema, seja qual for. A teoria é sempre baseada em estudos científicos que comprovam porque aquela dieta é a ideal, explica o papel da insulina, os malefícios da gordura trans, e descreve 678 hormônios que afetam seu corpo e como isso pode melhorar. Fecha com chave de ouro, apresentando casos de sucesso, depoimentos emocionantes e, em alguns casos, com receitas culinárias, afinal, um livro mais grosso e encorpado com mais páginas justifica um preço maior. Na lógica editorial, um livro obeso vale mais que um livro esbelto. Resumindo: apresentam o problema de forma alarmante e a solução de forma impressionante. E você se empolga, coloca uma roupa de ginástica e corre postar uma foto no Instagram #foconadieta. 49 | P á g i n a Teco Mendes No meu caso com a Paleo, houve uma diferença. Eu não havia apenas adquirido o livro e o conhecimento, eu realmente comprei a ideia da dieta. Porém, a sequência dos fatos se repetiram. Entusiasmado, contei para a família, amigos, tentava converter a todos, me declarava Paleo e tal e coisa. Daí furava a dieta, voltava, sentia culpa, comia, comia, comia. Sentia culpa, voltava, furava, e assim passaram-se alguns meses até eu me dar conta de que o resultado era o mesmo das dietas anteriores. E ia atrás de mais livros e artigos sobre a Paleo. Entrei no círculo novamente. Até que caiu a ficha. Sei por que tenho que fazer e o que tenho que fazer. Mas como faço? Quando os autores descrevem nos mínimos detalhes o benefício da Paleo, a expectativa deles é de que você, ao virar a última página, pense, “Pronto! Odeio Donuts, bolos, arroz com feijão, batata frita e todas essas comidas do mal”. Só que o que acontece, na verdade, é que ao fechar o livro você pensa, “Odeio ‘adorar’ Donuts, bolos, arroz com feijão, batata frita e todas essas comidas do mal. 50 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Há um abismo enorme entre um pensamento e outro. Os livros focam no que fazer e o porquê, mas não dizem como fazer. E por que é assim? Por que não há um capítulo específico sobre as dificuldades de se começar uma dieta, abstinência e sintomas provocados pela falta de glicose? A resposta é bem simples. Porque a maioria dos autores não têm noção disso que passamos. Mesmo que tenham emagrecido, a realidade deles é diferente da minha e da sua. Agora, um triatleta me ensinando a emagrecer? Sério? Isso tem de ser dito por alguém que fale a nossa língua, saiba o que acontece no dia a dia, afinal, não somos máquinas que podem ser simplesmente reprogramadas. Nos passam as informações, salvamos no disco rígido do nosso cérebro, reiniciamos nosso sistema e pronto? Não, não é por aí. Da mesma forma que não sei como é ser um alcoólatra ou um fumante, eles não sabem o que é não conseguir seguir uma dieta. Alimentando o lado racional do cérebro Ler sobre o assunto é indispensável. É preciso estar 100% convencido do porquê seguir determinada orientação. Seu lado racional 51 | P á g i n a Teco Mendes precisa ser alimentado constantemente, porque informações conflitantes – que podem desviá-lo do caminho – virão com força por várias mídias. Exemplos: Em certo período, eu estava estudando muito sobre “jejum intermitente”, que faz parte do estilo Paleo. Nessa mesma época fui a um supermercado e vi, exposta num display ao lado do caixa, uma revista com uma manchete que se sobressaía na capa: “Jejum dá Barriga”. Matéria escrita por um médico, com base em ‘estudos científicos’. Na semana seguinte, uma amiga me mandou um link de outra matéria com vários detalhes sobre o mesmo tema, também escrita por um médico, com foto ‘antes e depois’ de um sujeito, antes magro, depois barrigudo. Pesquisando mais sobre jejum intermitente, encontrei um perfil no Instagram, de uma transformação real, de um cara supersarado que fazia jejum intermitente. No YouTube você encontra uma entrevista do ator Hugh Jackman, quando fez o papel do Wolverine no cinema, onde ele conta sobre a sua boa forma conseguida com o jejum intermitente de 18 horas por dia. 52 |P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Razão e emoção Estar 100% certo, racionalmente, de que seguir a dieta Paleo resolve o problema? Não, porque não tomamos decisões baseadas apenas no racional. Há o fator emocional, as decisões impulsivas, que são responsáveis pelas escolhas mais simples e rápidas. E elas são baseadas em experiências anteriores que estão gravadas em nossa memória. Somos emocionais, não seguimos friamente uma lógica de dados e números para nortear nossos passos. Descobrir que aquelas comidas que lhe deram tanto prazer, por tanto tempo, são, na verdade, péssimos alimentos para você não é algo fácil de aceitar e ficar bem resolvido a esse respeito. Mas para os autores é algo tão simples que chega a irritar. Se fosse fácil assim, seria algo viral: uma pessoa compra o livro e em dois meses está 10 kg mais magra, feliz, pele linda. Repassa a 100 amigos os benefícios da Paleo. Todos compram o livro, ficam mais magros, felizes, e repassam, cada um, a mais 100 pessoas. Seria o fim do McDonald’s e a dominação total da dieta Paleo. Mas o que aconteceu comigo, de terminar o livro e continuar batendo a cabeça, é a nossa 53 | P á g i n a Teco Mendes realidade. E não é só por causa do vício físico, senão bastaria uma internação em um SPA para tratar a dependência. Temos de tratar dos paradigmas enraizados, da dependência emocional, psicológica e também dos hábitos. É o que vamos ver nos próximos capítulos. 54 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal PARAR DE GOSTAR DAQUILO QUE FAZ MAL “Eu poderia deixar o chocolate, mas não sou dessas que desiste facilmente das coisas” (Ditado Popular de Chocólatra) Por que nosso corpo é tão dependente de carboidratos como fonte de energia? Porque foi assim que ele foi acostumado e tratado durante anos de alimentação errada, mesmo não tendo sido projetado para isso. E para que ele reaprenda a usar a gordura de forma rápida e eficiente para suas necessidades, serão muitos os efeitos colaterais causados pela abstinência que podem acontecer. Então, depois de nos acostumarmos a comer carnes e saladas não sentiremos mais falta de açúcar, certo? Será? Certa vez perguntei a uma amiga, Personal Trainer, qual o alimento que mais atrapalhava sua dieta. A resposta veio automaticamente: 55 | P á g i n a Teco Mendes – Chocolate. Uma resposta igual à de 90% das mulheres. – E você não gostaria de ‘não’ gostar de chocolate? – Não! Juro que esperava um ‘sim’ como resposta. – Por que não? – Porque eu gosto. “Nossa! Que Burra!” – pensei, mas não falei. No meu entendimento, deixar de gostar daquilo que nos faz mal deveria ser o objetivo de qualquer pessoa. Aprendi isso em 2007, quando fui me consultar com um nutrólogo que usava Dieta Ortomolecular. Começamos a conversar sobre alimentos de baixo índice glicêmico, base dessa dieta, algo que eu já conhecia, mas tinha uma dúvida: ‒ Se minhas reservas de glicogênio estiverem muito baixas, posso comer um chocolate de vez em quando que não vou engordar, certo? Ele fez uma pausa, olhou para mim e disse: 56 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal ‒ Você deveria parar de gostar daquilo que te faz mal. Uau! Essa frase me deu uma chacoalhada. É óbvia sem ser óbvia. Se pararmos de gostar daquilo que nos faz mal, tudo fica lindo. Podemos ainda levar essa frase para os nossos relacionamentos pessoais, profissionais e tudo o mais. Por maior que seja nosso vínculo com algo que gostamos, se esse algo nos faz mais mal do que bem devemos focar em parar de gostar dele. E foi por isso que classifiquei como “burra” a resposta da minha amiga. Se você não gostar mais, não vai sofrer. E esse deve ser o objetivo de quem segue a dieta Paleo: simplesmente parar de gostar de doces, sorvetes, grãos, etc., e não apenas evitar. É um sentimento muito mais completo e definitivo. Pare de Gostar do Que te Faz Mal E como é a vida sem gostar do que gostamos? Não é fácil nos imaginarmos sem gostar de chocolate porque usamos uma cabeça que gosta de chocolate para pensar nessa hipótese. E assim fica difícil mesmo. Mas pense como você se sente em relação a algum alimento que outras pessoas gostam e você não dá a mínima. Por 57 | P á g i n a Teco Mendes exemplo, eu não como frutos do mar. Nada. Nunca acordei de manhã e pensei, ‘ai, que vontade de comer um espetinho de camarão’. Nunca. Nem sei o gosto. O cheiro não me atrai, não desperta meu apetite. Se tivermos a meta de chegarmos a esse ponto com as comidas ‘não Paleo’, não as comer será algo tranquilo e sem sofrimento. Afinal de contas, estamos falando de alimentos, não de pessoas ou animais que amamos. Não faz sentido ser tão difícil assim. Evoluindo do “eu não posso” para “eu não quero” Quando seguimos uma dieta tradicional, o sofrimento vem de não nos esforçarmos para parar de gostar daquilo que gostamos e que nos faz mal – a fase do ‘eu não posso comer isso ou aquilo’. Então temos que contar com um poder, de curto prazo, que é a força de vontade. O problema é que ela sempre perde. Vai enfraquecendo com o tempo, enquanto o desejo e a compulsão vão aumentando numa dieta que não seja Low Carb. E, por fim, quando cedemos, quando a força de vontade perde essa luta, não comemos só um docinho para compensar ‒ comemos até as paredes, se nos disserem que são feitas de açúcar. 58 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal A dependência com a comida não é só física ou psicológica Certa feita, saí para jantar com uma amiga e fomos a uma churrascaria, daquelas com buffet maravilhoso, um oceano de guloseimas para gordinho mergulhar de barriga e sair nadando de braçadas e boca aberta. E essa amiga ficou histérica com uma das opções, salada de palmitos, bem bonitos e tenros. – Você viu isso? Olha esses palmitos! Eu não tinha visto. Voltei para ver, e eram gigantes. Pareciam colunas de mármore de um templo grego. ‒ Legal – foi o único comentário que fiz, e continuei minha busca por queijos gordos no buffet. Como não gosto de palmito, nem liguei. Tanto que nem os tinha visto. Os olhos acabam filtrando. Não tem sofrimento, não tem vontade, nada. Se fosse assim com tudo que é fora da dieta Paleo, que maravilha! E segui minha vida com essa teoria ótima e sem furos, pelo menos na minha cabeça estava tudo resolvido e entendido. Até que um dia, num estabelecimento atacadista, me deparo com uma prateleira só de doces de leite. De várias marcas, 59 | P á g i n a Teco Mendes tipos, misturas, com coco, com chocolate. A visão do Paraíso. Então me veio um sofrimento daqueles de chorar em posição fetal. Eu simplesmente não queria ‘não’ gostar de doce de leite. Minha conexão com ele era muito forte. Era emocional. A história do garoto “Doce de Leite” Minha mãe nasceu em uma fazenda, em Minas Gerais, numa época em que as parteiras eram respeitadíssimas pelo dom trazer ao mundo a maioria da população da região, incluindo-se toda a família dela. A cozinha era o coração da casa, o ponto principal, e ali o fogão a lenha reinava absoluto. Era o lugar de se conviver durante o dia, durante a preparação das comidas, do café, do bolo, e o lugar para se conversar e se esquentar nas noites frias, tudo sempre acompanhado pela luz das brasas e aroma das lenhas queimando. Das muitas guloseimas preparadas no tacho de cobre, o doce mais comum era o de leite, até pela simplicidade de fazer: leite, açúcar e horas no fogo. E essa é minha paixão – o doce de leite. Trem bão demais da conta, sô. Fui criado na cidade, mas dentro dessafartura de tradição da roça e carinho de família. 60 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Quando eu era bem pequeno, meu tio Sérgio, que foi como um pai para mim, costumava me levar, junto com minha irmã, para comer churros. Não era um passeio que terminava em churros. Era uma saída para comer churros que poderia terminar ou não com um passeio, isso não me importava – a finalidade, para mim, eram os churros. Comia o quanto podia e ainda levava alguns para casa. Aos 13 anos, meu pai decidiu pintar nossa casa. Achei uma daquelas paletas de cores e decidi que queria meu quarto pintado de marrom claro, porque era a cor do doce de leite. Todos meus bolos de aniversário tiveram recheio de doce de leite. Minha primeira foto no Instagram foi de churros. Meus amigos, quando viajavam, me traziam de presente variedades de doces de leite. O Vinicius Valverde, repórter e apresentador da Rede Globo, um grande amigo, formigão como eu, brinca que nossa amizade foi selada num mousse de doce de leite que comemos em Punta del Este, no Uruguai, outro país famoso pela produção da iguaria, assim como a Argentina. Quando eu fazia dieta e começava a ter alucinações de desejo de doce, porque nunca tirava o carbo e assim mantinha o vício, sonhava 61 | P á g i n a Teco Mendes com bolo de aniversário recheado de churros – sim, churros saindo pelas bordas do bolo, pingando doce de leite. Foram muitas minhas histórias, dariam vários contos, mas vou contar a última parte. Eu era o neto preferido na minha avó, daquelas bem típicas de filmes e desenhos, cabelinho branco, carinhosa, já meio curvadinha pelas experiências que carregava em seu corpo. Me amava mais que tudo, e todos sabiam disso. Fui o primeiro neto e, quando nasci, ela me criou por dois anos. Já adulto, quando ela vinha me visitar, eu a via entrar em casa com um sorriso tão doce quanto seu coração, trazendo, mas mãos, um prato fundo, com outro por cima tampando, enrolados em um pano de prato. Sabe o que tinha dentro? Se você respondeu “doce de leite”, errou. Era amor. Amor puro de uma avó por seu neto, amor saboroso, amor materno em dobro. E, de repente, leio em livros e vejo em matérias que isso é veneno? Que sobe minha insulina, me engorda, começa um processo inflamatório no meu corpo e pode me matar? 62 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Não. Aquilo era amor. O amor da família, o amor da minha avó, que sempre me trazia um pratinho com meu doce preferido, do meu tio que me levava para apreciar o doce, o amor e a alegria das datas festivas representadas com bolos. Aquela era a minha origem, minhas raízes. Aí me lembrei da conversa com minha amiga Personal Trainer, aquela do chocolate... E descobri que o “burro” era eu. Cada um tem uma história com comida que deve ser respeitada. Comida não é só comida. Para muitos, o cérebro fez uma conexão que relacionou isso a emoções – e não é nossa culpa. Comemoramos aniversários em torno de bolos, comemoramos datas especiais com jantares, presenteamos com caixas de chocolate, ovos de páscoa, ceia de natal, churrasco com amigos, aquela sopinha deliciosa que a mamãe preparava quando ficávamos doente – “sopa de amor”. Caetaneando: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” Cada um pode ter ou não uma história parecida com alimentos que não são saudáveis. E precisamos resolver isso. 63 | P á g i n a Teco Mendes E resolvemos com maturidade, respeitando nosso passado e, principalmente, com clareza e certeza de que hoje sabemos o que é bom para nós. É uma quebra de relacionamento, como quando entregamos a chupeta aos pais, doamos brinquedos antigos porque não faziam mais sentido, quando nos afastamos de antigas amizades, mesmo que tenham sido importantes no passado, mas hoje nos fazem mais mal do que bem, mesmo que não tenham essa intenção. Minha carta de despedida: “Doce de Leite, você foi bom para mim, mas depois vi que nossa relação trazia uma felicidade rápida e que, no fundo, eu era infeliz. Vivia preso a você me sentindo cada vez pior, por mais que fosse bom nos momentos em que estávamos juntos. Temos que terminar nossa relação para sempre. Adeus.” Precisamos parar de gostar daquilo que nos faz mal. Dizer “eu não quero” em vez de “eu não posso”. Algumas vezes, de forma fria e seca. Outras, com carinho. Mas precisamos dizer. 64 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal A FORÇA DOS HÁBITOS Um aspecto bem pouco discutido quando se fala das influências que nos levam a ter determinado tipo de comportamento em relação à comida é o ‘hábito’. Fala-se muito sobre a necessidade de se criar bons hábitos com relação à prática de exercícios, levantar cedo para correr no parque, e coisas do tipo. Mas sobre o alimento, muito pouco. O hábito é uma faceta de nosso comportamento pouco explorada, mas que tem uma substancial influência nas decisões que tomamos no dia a dia, principalmente sobre o que comemos. Charles Duhigg, um jornalista norte- americano, ganhador do prêmio Pulitzer, conta em seu livro, The Power of Habit (O Poder do Hábito), a história de um paciente, um senhor de 71 anos, que teve a parte do cérebro relacionada à memória destruída por uma doença. Ele não conseguia se lembrar de nada, mas se ficasse com fome ele sabia onde conseguir comida, mesmo sem saber explicar onde era a cozinha. Ele sempre caminhava a pé pelas redondezas de 65 | P á g i n a Teco Mendes sua casa e voltava sozinho, mas não sabia dizer seu endereço nem onde morava. Era o hábito. Temos uma parte no cérebro específica para ele. Talvez para poupar energia do cérebro para coisas que fazemos rotineiramente, sem pensar. Você já se pegou indo ao shopping de carro, se distraiu durante o trajeto e acabou fazendo o caminho do trabalho? É a força do hábito. Gostamos de imaginar que estamos no controle das nossas ações, tomando decisões racionalmente, mas a verdade é que seguimos hábitos automáticos. Comece a analisar seus hábitos Outro aspecto importante do hábito é que às vezes a razão dele existir não é explícita. Por exemplo, nunca fui de fazer ou tomar café em casa. Mas em uma empresa que trabalhei por anos desenvolvi esse hábito – sempre passava algum colega por minha mesa me chamando para um cafezinho, e isso era um momento de distração e relaxamento. Foi o cafezinho, que antes eu não bebia, que criou o hábito da pausa ou a pausa era necessária e o cafezinho era apenas um símbolo daquele intervalo? Da mesma forma, você pode ter hábitos que o levem a comer. Nos diz ainda Charles Duhigg 66 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal em seu livro que o simples fato de cortar o hábito, sem substituir a verdadeira razão dele existir, não será suficiente para livrar-se dele. É como o vício do cigarro. Substituição é a palavra Um pai sai toda sexta-feira do trabalho e passa em uma padaria, escolhe alguns doces e pães especiais para levar para a família, toma um cafezinho enquanto bate um papo com os funcionários e alguns frequentadores, comentam assuntos do dia, os planos para o final de semana. Então, ele começa uma dieta e se vê obrigado a ir direto para casa todas as sextas- feiras. O hábito criado e mantido por tempos foi cortado ‘na marra’, e isso fará falta em sua vida – podendo até arruinar seu esforço para emagrecer, mesmo que ele leia livros de dieta, contrate um Personal Trainer e uma nutricionista. O que ele começou a evitar não foram só os doces e pães, mas tudo um processo que lhe fazia bem, que lhe dava uma sensação boa, de descompressão da semana de trabalho,o relaxamento para chegar em casa já pronto e tranquilo para curtir o fim de semana com a 67 | P á g i n a Teco Mendes família – as preocupações do trabalho haviam ficado lá, na padaria. A solução neste exemplo é substituir o hábito por outro que dê os mesmos benefícios psicológicos sem os malefícios das massas. Procurar essa satisfação da descompressão de uma forma que não inclua pães e doces. Enfim, um hábito saudável para essa substituição. Cada um encontrará o seu jeito. Analise seu dia a dia e identifique esses hábitos – você poderá encontrar alguns que, mesmo não estando relacionados à comida, não te fazem bem. 68 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal SAINDO DA ZONA DE CONFORTO Vamos jogar Mario Bros? O medo sempre aparece quando vamos ter alguma mudança em nossa vida. E não importa o quanto nossa mente racional tente nos dizer que é o melhor a fazer. Desde a criança no primeiro dia de aula até o adulto na véspera de seu casamento. Tudo isso dá frio na barriga ainda mais se for algo difícil de voltar atrás. Mudar de cidade, novo emprego, sair da casa dos pais, nova dieta… Opa! Chegamos ao ponto. Esse medo de mudança tem diferentes graus entre as pessoas, mas faz parte do ser humano. Essa precaução garantiu a sobrevivência de nossa espécie. Se mantivermos tudo como está, independente de felizes ou não, pelo menos estamos vivos. Nos arriscarmos a fazer algo novo, mesmo que com 99,9% de chance de dar certo e nos levar a um novo patamar na vida, mais feliz, próspero e saudável, ficamos com medo do 0,01%. Você assistiu Os Croods? 69 | P á g i n a Teco Mendes Os Croods é um desenho animado que conta a história de uma família Paleolítica cujo pai protetor morria de medo de sair da caverna e explorar novas possibilidades e sua filha era uma adolescente aventureira. Da mesma forma, temos os dois personagens dentro de nós. Não queremos mudar de fase na nossa vida mesmo sabendo que o saldo da mudança é positivo. Como diz a famosa frase “cada escolha é uma renúncia”. Então temos que nos concentrar nos ganhos e desprezar as perdas se o saldo dessa mudança for bem positivo. E, no começo, essa necessidade é diária. Mas qual o medo de mudar na Paleo? Você deixa de comer produtos industrializados, grãos, passa comer gordura saturada – antes proibida – e adota um estilo lowcarb de alimentação. Já leu sobre o assunto e sabe que realmente a ciência está ao seu lado para apoiá-lo. Qual o medo então? Muitos. E o medo não é racional. “E seu não conseguir? E se não me adaptar? ”, “E se eu falhar como sempre falhei? ”, “E seu ficar magro, como será essa vida? Sempre fui gordo e, apesar de não ser completamente feliz, eu sei viver assim”. 70 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal A Zona de conforto Aí chega já um conceito muito conhecido que é a Zona de Conforto. É estar confiante com tudo que nos cerca e viver a vida meio que num piloto automático. É uma coisa boa, mas a forma como é apresentada não é a ideal. Falamos em sair de nossa zona de conforto para conseguir coisas novas e crescer, como estudar uma língua, virar Paleo, começar a academia. Mas sair da zona do de conforto não significa ficar desconfortável? Ao pé da letra é isso, então o correto é mudar a forma de vermos essa frase e entender que não temos que sair exatamente, e sim expandir essa zona, fazer várias coisas que são importantes e nos levem a próxima fase da vida. E essa mudança faz toda diferença. Se você já entende racionalmente que está na zona de conforto falando português, mas precisa falar inglês por diversos motivos, então entenda que está na hora de expandir para abraçar o inglês também. Você está dizendo ao seu cérebro que as dificuldades da transição são para ficar mais confortável e não para sair do conforto. E, então, tudo fica mais fácil. E é nessa transição que dou a mão para os meus clientes. 71 | P á g i n a Teco Mendes Lembro-me da primeira sessão de coaching com uma cliente de 22 anos que estava na faculdade, e ela falou sobre como é difícil mudar. – E o que você fazia para se distrair antes da faculdade? – perguntei. – Eu jogava videogame. Jogava Mario Bros. Rimos que ela seria o Mario ou o Luigi. – Por que não joga mais? – Não tenho mais tempo por causa do trabalho e faculdade. – E se tivesse, jogaria a mesma quantidade? – Hum... não. Então chegamos aqui a uma conclusão. Mudamos de fases na vida em muitas coisas. Mesmo sem querer. Nós crescemos, amadurecemos, expandimos nossos horizontes mesmo sem perceber. Expandimos nossa zona de conforto com muitas coisas tendo a fase de adaptação e transição muito suave e natural. Assim como num videogame, que ficamos muito tempo e com dificuldade nas fases iniciais, depois de um tempo jogando, ficando mais forte, conhecendo 72 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal as armadilhas e segredos dessas etapas, elas se tornam tão fáceis e óbvias que mudamos de fase naturalmente. A anterior já não faz mais sentido. Queremos ir para a frente porque estamos melhores e mais adaptados. Não faz mais sentido jogar tanto videogame, brincar de amarelinha na rua, ir para a balada etc. E não estou criticando isso, até porque jogo videogame todos os dias. É que algumas coisas vão e devem ficar carinhosamente no passado. Mas algumas coisas são sutis. No caso da Paleo, é uma mudança de fase que não tem a ver com idade, lugar ou sexo. É uma mudança de fase menos óbvia, que as pessoas ao nosso redor não estão passando por isso. É individual. Depois de tanto estudar tecnicamente os benefícios da Paleo, a saúde, a autoestima, a longevidade e tudo mais, temos que dar uma racionalizada quando tivermos algum pensamento que nos prende a uma fase anterior, que é do modo de vida tradicional cheio de doces, grãos e comidas que nos deixava compulsivos e longe de nossos objetivos. Porque assim como a amarelinha, aquela fase que estava antes já não faz sentido. E muito rapidamente você se sente até meio ridículo em pensar em voltar para lá. 73 | P á g i n a Teco Mendes E na Paleo, como no videogame do Mario, você vai ficando cada vez mais habilidoso, mais forte, com mais confiança, e as novas dificuldades você enfrenta como um desafio e não uma ameaça. E aí, lá na frente, no fim do jogo, quando o Mario vai resgatar a princesinha, depois de passar por tudo isso, olhando todas as fases, todos os dragões que venceu (reais ou imaginários), como você se superou e cresceu, você descobre que nunca foi só o Mario ou o Luigi – você sempre foi o prêmio final, a princesinha a ser resgatada (ou o príncipe). 74 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal SENDO PALEO POR DEFINIÇÃO O último e definitivo estágio Nosso tipo de alimentação é responsável por 70% da nossa saúde e longevidade. Qual seria o estado mental ideal com relação ao que comemos ou deixamos de comer e que vem logo após do “eu não posso” e “eu não quero”? “Eu não como isso” É uma frase que o representa, que define como você é e como você se relaciona com a comida. É como você vê a comida que não gosta e os outros gostam. Não comer por definição é a fase mais libertadora, porque você não discute, não questiona, sequer considera a possibilidade. É não e pronto. Tem algo maior por trás, uma crença, uma filosofia, toda uma de raciocínio já trabalhada que o faz pensar assim. 75 | P á g i n a Teco Mendes Agora, ter esse tipo de “sentimento” por uma comida que você nunca gostou é fácil, mas como conseguir isso com comidas que costumamose gostamos de comer? Se você tem um amigo vegetariano, ou vegano, ele é um grande exemplo disso. Os vegetarianos excluem da alimentação todas as carnes, incluindo peixes. Os veganos excluem todos os produtos animais não só da alimentação, como também do vestuário ou qualquer outro tipo de produto, inclusive os que usam animais para testes. Então, não adianta você insistir para ele comer só uma linguicinha no seu churrasco de aniversário, porque não vai rolar. Ele não come por definição. Aquele tipo de alimento não o atrai. Ele não vai passar nenhuma vontade. Outro exemplo de não comer por definição são as questões religiosas. Um judeu, praticante, não come várias coisas “por definição”. É o que ele é. Imagine-se viajando para a Coreia do Sul. Chegando lá, você é convidado para um jantar. O prato elaborado, uma suculenta sopa de carne de cachorro, uma iguaria para os sul-coreanos. Uma tradição milenar, disponível nos mercados e restaurantes. Você vai comer? Adianta alguém 76 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal falar que é saudável e tem “sabor intenso e aroma penetrante”? A maioria de nós, que não temos essa tradição, não comeríamos por definição. Quão longe estamos desse nirvana em nosso próprio conceito de ser Paleo dependerá do tempo e perfil de cada um. Mas é importante saber que isso é libertador. Declara-se em alto e bom tom que você é o que é, faz toda a diferença. Já fui vegetariano por dois anos e nunca tive problema nenhum com isso. Foi uma ótima e importante experiência de consciência e autoconhecimento em minha vida. Quanto tempo demora? Não sei responder, é uma questão individual. Mas sei que esse é o caminho. 77 | P á g i n a Teco Mendes E QUÃO PALEO VOCÊ SE PROPÕE A SER? Você pode já estar num estágio de velocidade de cruzeiro no seu novo estilo de vida, ou seja, sem solavancos, num ritmo constante, magro, feliz e saudável. Mas quão Paleo você decidiu ser? A dieta Paleo é um estilo de vida com foco na saúde. Essa é a ideia principal. Uma dieta Low Carb (baixo carboidrato), que usa a gordura como forma de energia para emagrecer. Porém, além de manter os Carbos relativamente baixos, a origem não pode ser de grãos, açucares ou processados. A gordura – alta – não pode vir de óleos vegetais, margarina ou trans. A proteína é moderada, e pode vir de carne orgânica, gado criado em pasto e não alimentado com ração, assim como as aves e suínos. O mesmo para vegetais e frutas. Além, claro, do jejum intermitente que é supersaudável. A linha de raciocínio que temos de seguir é: de que modo nossos ancestrais, da era paleolítica, comiam? Lembrando sempre que eles, praticamente, eram geneticamente idênticos a nós. 78 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal Porém, ser Paleo vai além da dieta. Engloba administrar o estresse, dormir bem, brincar muito e se exercitar como nossos ancestrais, que davam seus piques para fugir de animais e tinham força física para escalar rapidinho uma árvore para se proteger. Como fazer a adaptação dessa vida para os dias de hoje é o que dá margem a muitas interpretações e divergências. E o que você faz? Ache seu equilíbrio. Descubra seu “nível” Paleo, assim como os vegetarianos, os religiosos, os partidários políticos, os fãs de futebol, e tudo o mais que caiba nessa lista e tenha extremistas e não radicais. O determinante em achar seu equilíbrio é que você poderá se alicerçar no que escolheu e ser Paleo por definição no resto. Porém, no geral, o saldo tem de ser muito positivo na sua mudança de vida. A transformação ainda terá de ser enorme – a área flexível é restrita. Não tem Paleo que come gordura trans ou mais de 200 g de Carbo por dia, todos os dias, por exemplo. E o mais importante de tudo: não brinque com as compulsões. Seja radical com as comidas que já deram problemas 79 | P á g i n a Teco Mendes no passado. Vale aqui a regra dos alcoólicos anônimos: evite o primeiro gole. Minhas exceções pessoais (por enquanto) O “por enquanto” está ali, entre parênteses, porque quanto mais tempo você fica na Paleo, quanto mais emagrece, quanto mais saudável, mais aumenta seu autocontrole e, assim, pode incorporar mais radicalismo – no bom sentido. Como diria aquele técnico de futebol, vai aumentando sua “Paleobilidade”.... Ou, como disse minha amiga, vai se “Paleolizando”. Na minha região tenho dificuldade em achar carne orgânica – pode ser um problema para você também. Como laticínios, mas não bebo leite. Frituras, só com óleo de coco, bacon ou manteiga. Beber, não bebo, mas em uma comemoração pode até rolar um vinho ou uma cachaça, pois controlo a ingestão de Carbos. Sobre a teoria de ser 100% Paleo 80% do tempo É uma frase que tem se tornado comum, mas tem muita gente interpretando errado, ou seja, pegando esses 20% e transformando em um dia livre para comer aquele doce maravilhoso que tanto ama. 80 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal É exatamente sobre isso que estamos tratando neste livro – se manter escravo desse círculo vicioso que só trouxe infelicidade para você. Se é para esquecer, tem que ser para sempre. Não há margens de folga aqui para isso. 81 | P á g i n a Teco Mendes MINHAS DICAS DE COMO COMEÇAR A DIETA PALEO Muitas das coisas que irei tratar aqui não são encontradas em literaturas normais sobre a Dieta Paleo. São dicas de como começar a dieta e do que você encontrará pelo caminho. Informação Entender o quê e saber por que está fazendo. Isso é primordial. Quando compreendemos a lógica de algo, fica mais fácil assimilar o conceito. Então, nutrir o cérebro com conhecimento é essencial para que você tenha certeza de que comer comida de verdade é o caminho a seguir. Há muitos livros especializados e matérias na internet, infelizmente nem todos em português, mas, ainda assim, alguns com boa qualidade nas informações. Se ficar perdido, procure um nutricionista Paleo para orientá-lo. Compartilhar Participar de pequenos grupos, em redes sociais, de pessoas tão engajadas quanto você auxilia muito. Mas, veja bem – grupos pequenos, 82 | P á g i n a Pare de Gostar do Que Te Faz Mal de até 5 pessoas, onde possam ser compartilhar experiências, imagens, dúvidas, dificuldades, sucessos e, principalmente, apoio e suporte. Não comece Paleo – comece Low Carb A dieta Paleo tem muitos detalhes, envolve muita mudança, e começar tudo ao mesmo tempo pode ser demais. Isso me lembra um provérbio que, imagino, só possa ter sido elaborado por um ancestral faminto, mas que cabe aqui nesta dica: “Qualquer um é capaz de comer um elefante inteiro – desde seja devagar, um pedaço de cada vez” Da mesma forma, ninguém começa correndo uma maratona; inicia-se correndo alguns quilômetros e, conforme vai se sentindo bem e confortável, adiciona-se mais tempo de corrida. Comece cortando os Carbos para menos de 100 g/dia – isso vai lhe dar todo o benefício da perda de peso, passa pela adaptação, que traz alguns incômodos, e, principalmente, já vai livrando-o da compulsão e diminuindo a fome. 83 | P á g i n a Teco Mendes Conforme for ganhando o controle do que come (porque até agora foi a comida que o controlou), você fará os ajustes de forma bem mais fácil. Algumas coisas são bem simples e com poucas diferenças palatáveis, como trocar o óleo de soja para frituras por óleo de coco ou manteiga. O básico mesmo é Carbo relativamente baixo e sem grãos. O que funcionou para mim foi limitar a 50 g de Carbo no começo para acelerar a perda de peso em cetose3. Abasteça a geladeira
Compartilhar