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1 CLASSIFICAÇÃO As dietas enterais industrializadas podem ser classificadas de várias formas como o grau de hidrólise de nutrientes, osmolaridade, especialidade, composição. Quando avaliada de acordo com o grau de hidrólise dos nutrientes que as compõem são classificadas como polomérica, oligomérica/ semi-elementar e monomérica/ elementar: a) Poliméricas: alimentos “intactos” proteínas, carboidratos e gorduras INTEIROS Ex: Proteínas intactas, Maltodextrina, Triglicérides de Cadeia Longa (TCL) e Triglicérides de Cadeia Média (TCM). A maioria dos pacientes pode beneficiar-se com esse tipo de fórmula. b) Oligoméricas ou semi-elementares: macronutrientes parcialmente hidrolisados polipeptídeos; CHO hidrolisados; lipídios: TCL + TCM; vitaminas e minerais. Ex: Peptídeos, Maltodextrina, TCM Indicada para pacientes com capacidade digestiva e absortiva parcial. c) Monoméricas ou elementares: macronutrientes apresentam-se na sua forma totalmente hidrolisada aminoácidos, glicose, TCL + TCM; vitaminas e minerais Ex: Aminoácidos livres Indicada para pacientes com capacidade digestiva e absortiva muito limitada É de extrema importância conhecer os diferentes graus de hidrólise pois interfere na osmolaridade e osmolalidade das dietas. Quanto maior o número de partículas, maior a osmolaridade. Quanto mais componentes hidrolisados contiver a formulação, maior será o valor da sua osmolalidade. A osmolaridade das dietas líquidas é muito importante, pois dietas hipertônicas podem causar diarreia e desconforto em pacientes que estão sob dieta enteral, principalmente quando o posicionamento da sonda for pós pilórica (duodeno, jejuno) ISOTÔNICA :330 A 350 mOsm MODERADAMENTE HIPERTÔNICA: 350 a 550mOsm HIPERTÔNICA: > 550mOsm As fórmulas hiperosmolares, inicialmente, devem ser administradas de forma gradual. Osmolalidade baixa minimiza o risco de diarreia osmótica, proporcionando maior segurança na administração. Nutrientes que influenciam: - Carboidratos simples; - Eletrólitos (Na, K, Cl); - Peptídeos; - Aminoácidos cristalinos. Existe uma outra forma de classificação da TNE em dieta não especializada, que são formulas poliméricas para uso geral ou especializadas, que podem ser poliméricas ou oligoméricas ou elementares: com indicação para “poupar” determinados órgãos (intestino, pulmão, fígado, sistema imunológico ou em pediatria). Exemplo de dietas especializadas: Dietas para Nefropatias: sem diálise: baixo teor proteico e eletrólitos; com diálise: alto teor proteico; Hepatopatias: rica em aminoácidos de cadeia ramificada; 2 Pneumopatias: pode ter redução ou não de carboidratos e lipídeos dependendo da situação clínica; Imunodepressão: nutrientes imunomoduladores; Diabetes: sem sacarose, baixo índice glicêmico, rica em fibras; Má-Absorção: proteína hidrolisada, baixo resíduo, baixo teor de gordura. Na classificação quanto ao valor calórico total: Normo: 50 - 60% VET (CHO), 25 - 35% VET (LIP), 10 - 15% VET (PTN) Hiper: acima dos valores descritos Hipo: abaixo dos valores descritos Dietas hipocalóricas: 0,6 - 0,8kcal/ml Dietas normocalóricas: 0,9 - 1,2kcal/ml Dietas hipercalóricas: 1,3 – 2,0kcal/ml Composição das dietas enterais Proteínas: • 14 – 20% VCT (ESPEN)/ 10 a 20% VCT (RDC 21) • Origem animal e/ou vegetal: AA essenciais (40% do total) • Fontes: extrato e isolado proteico de soja, lactoalbumina, caseína, proteína do soro do leite, aa livres • Dietas Hiperproteicas: > 20% VET Carboidratos: • 40 – 60% VCT ou 45 a 75% VCT (RDC 21) • Forma intacta ou hidrolisada • Fontes: glicose, sacarose, frutose, lactose, amido de milho, maltodextrina Gorduras: • 30 – 35% VCT/ 15% a 35% (RDC 21) • AG essenciais: 3 - 4% VCT (ESPEN) • Fontes: óleo de canola, de milho, de açafrão, de girassol, de soja, gordura de coco e TCM • Dietas Hiperlipídicas: > 35% VET Fibras: • ADA: 20 – 35 g/dia • FDA: Fibra insolúvel 70 - 75%/ Fibra solúvel 25 - 30% • Fontes: polissacarídeo da soja, inulina, goma de acácia, alfa celulose, goma-guar, FOS • Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC) • Dieta fonte de fibras: > 1,5g/100kcal Vitaminas e Minerais: • Adequar conforme RDA • Volume comumente prescrito: 1000 - 1500 mL de dieta enteral/dia • Pacientes hospitalizados em uso de TNE podem apresentar com frequência deficiência pré-existente ou não de vitaminas e minerais. Há ainda a possibilidade de modular nutrientes de forma isolada para atingir necessidades dos pacientes: • - Proteína em pó. Sugere-se acréscimo de 1 colher de sopa (10 g) à água de hidratação. • - Carboidrato em pó. Sugere-se acréscimo de 5 a 10% do volume em gramas à dieta. • - Lipídio em emulsão. Sugere-se acréscimo de 2 a 5% do volume em ml à dieta. • - Fibra solúvel em pó. Sugere-se acréscimo de 1 medida (6g) à água de hidratação ou à dieta, de 1 a 3x/dia. 3 • - Glutamina em pó. Sugere-se oferta de 5 a 10g (1 sachê) em 100ml de água, separadamente, 1 a 4x/dia, conforme quadro de permeabilidade intestinal e sistema imunológico. Bibliografia CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição clínica no adulto. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2015. PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL DA COMISSÃO DE SUPORTE NUTRICIONAL. Goiânia: Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2014, 162 p. WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4ª ed. São Paulo: Atheneu, 2009. v. 1.
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